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Infecção em Cirurgia

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MONITORIA DE TÉCNICA OPERATÓRIA 
Sabrina Hernandes 
 
INFECÇÃO EM CIRURGIA 
A partir de 1867 Lister introduziu o princípio antisséptico, o que resultou em uma queda das taxas 
de infecção de 90% (o que limitava a realização de cirurgias) para 10%. Desde então, o número 
crescente de infecções graves se deve aos procedimentos mais complexos realizados, por 
exemplo, transplantes, póteses, pacientes idosos operados, pacientes muito jovens operados. 
Causa de infecção 
Fatores bacterianos 
- Alterações da flora bacteriana 
- Quantidade de bactérias 
- Virulências (toxinas/exotoxinas, mecanismos de resistência, capacidade de resistir à fagocitose) 
dos microrganismos, que supera os mecanismos de defesa (>105 unidades de colônia ultrapassa 
a capacidade de defesa do organismo) 
- Tipo de bactéria: G+/G-/aeróbia/anaeróbia 
- Os agentes mais freqeentes de infecção de sítio cirúrgico são os contaminantes comuns da pele 
do paciente: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e outros Staphylococcus 
coagulase negativa. Em cirurgias abdominais existe uma maior frequência de enterobactérias e 
Enterococcus sp. Na faixa etária pediátrica e em recém nascidos as enterobactérias são mais 
frequentemente encontradas do que em pacientes adultos. Em queimados, o S.aureus é o agente 
mais comum seguido da Pseudomonas aeruginosa. A incidência de bactérias Gram-negativas e 
Enterococcus sp aumenta com o tempo de internação. A incidência de fungos vem crescendo 
devido ao grande número de pacientes imunodeprimidos, entre eles, as espécies de Candida, 
principalmente albicans e tropicalis são os agentes mais comuns. 
 
Fatores locais da incisão/técnica 
- Técnica cirúrgica como: manipulação intensa, abertura inadvertida de víscera, controle 
inadequado de sangramento, espaço morto, quantidade de tecido desvitalizado. 
- Mais importante local de infecção, a técnica cirúrgica adequada causa o mínimo trauma possível 
- Utilizar conjunto diferente de instrumentos diferentes para cada localidade (ex: não reutilizar 
material de manipulação intestinal na parede abdominal) 
- Incisões limpas: há maior controle da quantidade de microrganismos 
- Incisões traumáticas: maior risco de infecção ex: facada 
- Corpos estranhos: atrapalham a chegada de células de defesa e oxigenação 
- Falha na aproximação de tecidos 
- Estrangulamento de tecidos 
- Tecido morto 
- Hematoma 
- Seratoma 
Fatores do paciente 
- A fonte mais frequente de infecções deriva de fatores endógenos do paciente 
- Extremos de idade ex: idoso, prematuro 
- Redução do fluxo sanguíneo para a ferida e baixa reatividade vascular ex: DM (manter o 
controle da glicemia no período perioperatório em pacientes diabéticos e não diabéticos, dentrp 
do alvo de níveis glicêmicos). 
- Redução da pressão 
- Tabagismo – o paciente deve ser orientado no pré-operatório a parar de fumar ou diminuir o uso 
de qualquer forma de consumo de tabaco 
- Uremia 
- Obesidade: dificulta a cicatrização e a concentração tecidual adequada do antibiótico profilático 
- Desnutrição: se possível postergar a cirurgia para que o paciente melhore o estado nutricional, a 
albumina pode ser um bom marcador para controle. 
- Câncer ex: leucemia 
- Trauma 
- Imunodeficiências/Imunossupressão: secundária ao uso de corticóide ou outros 
imunossupressores ou a doença de base, contudo, não existe consenso sobre a eficácia em 
reduzir a imunossupressão para realização de procedimentos para controle de infecção. 
- Tempo intra-operatório prolongado – por aumentar o risco de contaminação da ferida, aumentar 
a lesão tecidual, aumentar a imunossupressão por perda de sangue, diminuir o efeito do 
antibiótico profilático quando não repicado e aumentar o número de suturas e uso do cautério. 
Obs: Até 3h de cirurgia a taxa de infecção é em torno de 10%, acima disso dobra-se a taxa, ou 
seja, quanto maior o tempo cirúrgico, maior é a taxa de infecção. 
 
Prevenção de infecção/Contaminação 
São três as principais estratégias para reduzir e prevenir as ISC: 
• Diminuir o montante e o tipo de contaminação 
• Melhorar as condições da ferida 
• Melhorar as defesas do hospedeiro 
- Evitar é mais prático do que tratar, sendo importante aderir os cuidados dos ferimentos, 
conhecimento relativo à patogenia e vigilância da equipe cirúrgica (evitar trânsitos, conversas). 
- Fatores exógenos: luz ultravioleta, fluxo de ventilação laminar ex: ar condicionado 
- Técnica de esterilização 
Preparação pré-operatória 
- Paciente: banho com sabão antisséptico no dia anterior, no dia da cirurgia degermação, para 
eliminar a possibilidade de infecções cutâneas. Depilação antes do ato cirúrgico (não fazer muito 
antes, para evitar que o trauma provoque complicações). Preparo da pele: 
degermação/antissepsia extensa (não apenas no local a ser operado, mas em todo o entorno), 
campo antimicrobiano para incisão. Normotermina. 
Obs: Para pele íntegra utiliza-se álcool, para mucosas água + clorexidina (evita ressecamento) 
- Equipe: gorro, máscara, lavagem de mãos e antebraço, avental, técnica de calçar luvas 
Fatores importantes da técnica cirúrgica 
- Retirada de materiais utilizados do campo cirúrgico 
- Isolamento da área operada 
- Trocar avental e luvas 
- Cuidados com os tecidos 
- Remover os tecidos desvitalizados 
- Escolha adequada de fios e próteses 
- Drenagem, principalmente se houver maior probabilidade de formar hematomas, seromas ou 
espaço morto 
- Fechamento adequado 
 
Considerações sociais 
- Paciente que retorna em consulta com o cirurgião reduz em 50% a incidência de infecção 
- A infecção cirúrgica pode ocorrer até 30 dias de pós-operatório 
 
GRAUS DE CONTAMINAÇÃO DAS FERIDAS 
LIMPAS: São aquelas que não apresentam sinais de infecção, em que não são atingidos os tratos 
respiratório, digestivo, genital ou urinário. A probabilidade de infecção é baixa (1-5%). Ex: 
Herniorrafia inguinal, safenectomia, próteses articulares, cirurgias cardíacas. 
LIMPA-CONTAMINADA: São os ferimentos que apresentam contaminação grosseira, com taxa 
de infecção de até 10%. Atinge tratos gastrointestinal, respiratório ou geritourinário durante a 
cirurgia. Ex: Gastrectomia, transplante de fígado, prostatectomia. 
CONTAMINADA: Situações de feridas acidentais ou em que as técnicas de assepsia não são 
respeitadas. Alta taxa de infecção (>20%). Ex: Colecistectomia em paciente com colecistite 
aguda; amigdalectomia, colectomia. 
INFECTADA; Apresentam sinais nítidos de infecção ex: saída de exudato. Infecção de 30-40%, 
Ex: pé diabético, enterectomia secundária a ruptura de víscera, apendicectomia supurada. 
 
QUIMIOTERAPIA PROFILÁTICA 
- Controverso: depende da compreensão dos princípios básicos, patógenos possíveis para casa 
cirurgia, da dose terapêutica para prevenção de infecção, da sensibilidade dos microrganismos 
aos agentes administrados. 
- Considerar: benefícios do emprego e possíveis reações adversas, o uso indiscriminado deve ser 
desencorajado, o uso prolongado pode mascarar sintomas de infecção. 
- A administração deve ser feita na indução anestésica, para que haja pico de ação durante o ato 
operatório. Sendo a via endovenosa a mais utilizada. A manutenção deve ser feita durante o 
procedimento até 12h depois, exceto cirurgias de cólon, nas quais deve ser mantida até 24-48h. 
- Caso a cirurgia seja prolongada, se existe uma grande perda volêmica ou o paciente for obeso 
mórbido é recomendável uma segunda dose intra-operatória. 
- Indicações de quimioprofilaxia: 
✓ Não é recomendada em cirurgias limpas, exceto em necessidade de colocação de prótese, 
neste caso deve ser tratada tal como cirurgia potencialmente contaminada. 
✓ Nas cirurgiascontaminadas deve ser feito o emprego quimioprofilático anterior e não 
apenas a profilaxia. Isso porque, apenas a profilaxia é ineficaz em casos de contaminação 
contínua ex:abcesso, fístula. 
✓ Situaçoes com breve período de contaminação (cirurgias contaminadas ou potencialmente 
contaminadas) 
✓ Procedimentos grastroduodenais, de vias biliares, no intestino delgado/grosso 
✓ Procedimentos cardíacos, vasculares (MMII, aorta) – tempo cirúrgico extenso 
✓ Amputação de membro 
✓ Cirurgias ginecológicas, obstétricas 
✓ Ferimento com contaminação 
✓ Infecção com propensão a infecção por Clostrídios (liberam exotoxinas e têm alta invasão) 
ex: lesão muscular 
✓ Paciente com lesão cardíaca valvar 
 
Escolha do ATB 
- De forma geral nenhum atb é superior ao outro, a sua escolha deve ser de acordo com o 
procedimento planejado e os patógenos possíveis e mais comuns.

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