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1 Ane´is e Corpos Consideraremos nesta sec¸a˜o estruturas alge´bricas da forma (A,+, ·), onde A e´ um conjunto e + e · sa˜o duas operac¸o˜es em A. Em geral, vamos somente notar por A (ou uma outra letra maiu´scula qualquer) a nossa estrutura, ficando subtendido que as operac¸o˜es sera˜o sempre representadas por + e ·, visto que estas operac¸o˜es cumprem o papel da soma e produto que estamos acostumados a trabalhar. Comec¸amos com a seguinte definic¸a˜o. Definic¸a˜o 1.1. Sejam (A,+, ·) um conjunto munido de duas operac¸o˜es. Dizemos que A e´ um anel, se: (i) + e´ associativa; (ii) + possui elemento neutro (O elemento neutro de + sera´ denotado por 0); (iii) + possui elemento sime´trico (O sime´trico de um elemento a ∈ A em relac¸a˜o a operac¸a˜o + sera´ notado por −a); (iv) + e´ comutativa; (v) · e´ associativa; (vi) · e´ distributiva em relac¸a˜o a` +. Observac¸a˜o 1.2. Se, ale´m disso, ainda valer as condic¸o˜es abaixo, diremos, em cada caso, que: (vii) A e´ um anel comutativo, se · e´ comutativa. (viii) A e´ um anel com unidade, se a operac¸a˜o · possui elemento neutro distinto do elemento 0, o qual sera´ chamado de unidade do anel e notado por 1. Vejamos alguns exemplos. Exemplo 1.3. Considere Z com as operac¸o˜es usuais de soma e multiplicac¸a˜o. Pelo que ja´ fizemos no curso, fica claro que Z e´ um anel comutativo com unidade. 1 Exemplo 1.4. Considere o conjunto M2×2(A) = {[ a b c d ] : a, b, c, d ∈ A } , onde A e´ um anel, com as operac¸o˜es usuais de soma e multiplicac¸a˜o de matrizes. Podemos verificar facil- mente que isto e´ um anel na˜o comutativo com unidade. E´ claro que podemos naturalmente estender este exemplo para matrizes quadradas de ordem qualquer. Exemplo 1.5. Considere Z/nZ = {0, 1, 2, ..., n− 1}, com as operac¸o˜es induzidas pela soma e multiplicac¸a˜o de inteiros. Pelo que ja´ estudamos antes, fica claro que este e´ um anel comutativo com unidade. Exemplo 1.6. Considere 2Z = {2n : n ∈ Z}, com as operac¸o˜es usuais de soma e multiplicac¸a˜o de inteiros. E´ fa´cil verificar que 2Z e´ um anel comutativo sem unidade. Veja que no exemplo acima, temos um subconjunto de um anel que, restringindo a`s operac¸o˜es, ele pro´prio pode ser visto como um anel. Isto sujere uma nova definic¸a˜o. Definic¸a˜o 1.7. Sejam A um anel e B ⊆ A tal que B 6= ∅. Dizemos que B e´ um subanel de A se B, com as operac¸o˜es de A, tem a estrutura de um anel, isto e´, se as operac¸o˜es de A definem uma func¸a˜o de B ×B em B, satisfazendo as propriedades que definem um anel. Exemplo 1.8. Considere A o anel das matrizes 2× 2 com entradas em R e B o subconjunto das matrizes cuja segunda linha e´ sempre nula, isto e´, B = {[ a b 0 0 ] : a, b ∈ R } Fica como um exerc´ıcio mostrar que B e´ um subanel (sem unidade) de A. Apresentamos abaixo um resultado que nos e´ u´til quando procuramos exemplos de subane´is. O leitor e´ convidado a verificar que as condic¸o˜es da proposic¸a˜o abaixo sa˜o satisfeitas nos exem- plos que se seguem, onde se afirma que um dado conjunto e´ um subanel de algum outro anel e nada e´ verificado. Proposic¸a˜o 1.9. Sejam A um anel e B um subconjunto de A. Enta˜o, B e´ um subanel de A se, e somente se, as seguintes condic¸o˜es sa˜o satisfeitas: 2 (i) 0 ∈ B; (ii) Se a, b ∈ B, enta˜o a− b ∈ B; (iii) Se a, b ∈ B, enta˜o ab ∈ B. Prova: Suponhamos B um subanel de A. Enta˜o B 6= ∅. Assim, existe x ∈ B. Como B e´ um anel, segue que −x ∈ B, e da´ı segue que 0 = x+(−x) ∈ B, e vale (i). Agora, dados a, b ∈ B, temos que −b ∈ B, pela argumentac¸a˜o acima e, como B e´ anel, temos a + (−b) = a − b ∈ B, mostrando (ii). A condic¸a˜o (iii) e´ claramente verdadeira, pois B e´ um anel com as operac¸o˜es de A, logo a multiplicac¸a˜o e´ fechada em B. Reciprocamente, suponhamos que B e´ um subconjunto de A satisfazendo as treˆs condic¸o˜es da proposic¸a˜o. Enta˜o, de i), temos que B 6= ∅. A condic¸a˜o (iii) garante que · e´ uma operac¸a˜o em B. Para vermos que + tambe´m e´ uma operac¸a˜o em B, observamos que se a, b ∈ B, segue, por (ii), que −b = 0− b ∈ B e consequentemente, a + b = a− (−b) ∈ B. Agora e´ so´ observar que as propriedades que definem um anel sa˜o heredita´rias para operac¸o˜es fechadas, exceto o sime´trico de +, mas se b ∈ B, enta˜o −b = 0 − b ∈ B. Portanto, se B satisfaz as condic¸o˜es da proposic¸a˜o, enta˜o B e´ um subanel de A. 2 Quanto a existeˆncia de unidade em ane´is e subane´is, tudo pode acontecer, como mostram os exemplos abaixo. Observac¸a˜o 1.10. Seja A um anel e B um subanel de A. Enta˜o pode acontecer: (i) A tem unidade e B na˜o tem: A = Z e B = 2Z. (ii) A tem unidade 1A, B tem unidade 1B e 1A 6= 1B: A =M2×2(R) e B = {[ a 0 0 0 ] : a ∈ R } . (iii) A na˜o tem unidade e B tem unidade: A = {[ a b 0 0 ] : a, b ∈ R } e B = {[ a 0 0 0 ] : a ∈ R } . (iv) A e B na˜o tem unidade: A = 2Z e B = 4Z. Para as pro´ximas definic¸o˜es, sera˜o necessa´rias algumas propriedades operato´rias dos ane´is, as aquais sera˜o deixadas como exerc´ıcio para o leitor. Chamamos a atenc¸a˜o que estas propriedades independem dos elementos dos conjuntos e sim da estrutura de anel que eles possuem. Algumas destas propriedades sa˜o muitas vezes perguntas que os alunos de ensino me´dio e fundamental 3 fazem a seus respectivos professores. As propriedades abaixo decorrem diretamente da estrutura com que estamos trabalhando, no caso, um anel. Exerc´ıcio 1.11. Considere A um anel. Mostre que, se a, b, c ∈ A, enta˜o valem as seguintes propriedades: a) 0.a = a.0 = 0 b) −(ab) = (−a)b = a(−b) c) (−a)(−b) = ab Se A possui unidade, enta˜o valem tambe´m: d) (−1)a = −a e) (−1)(−1) = 1 f) (−1)(−a) = a Definic¸a˜o 1.12. Dado um anel A, dezemos que um elemento a ∈ A e´ um divisor de zero , se existir b ∈ A, b 6= 0, tal que ab = 0 e ba = 0. Da definic¸a˜o acima e do exerc´ıcio anterior, fica claro que 0 ∈ A e´ um divisor de zero em todo anel A 6= {0}. Tomando o anel Z/6Z = {0, 1, 2, 3, 4, 5}, temos que 3 e´ um divisor de zero, pois 3.2 = 2.3 = 0. Tente encontrar todos os divisores de zero deste anel. Considerando o anel das matrizes 2× 2 com entradas em R, temos que[ 2 2 2 2 ] . [ 1 −1 −1 1 ] = [ 0 0 0 0 ] = [ 1 −1 −1 1 ] . [ 2 2 2 2 ] Logo, [ 2 2 2 2 ] e´ um divisor de zero neste anel. Definic¸a˜o 1.13. Dado um anel comutativo com unidade A, dizemos que A e´ um domı´nio de integridade (ou simplesmente um domı´nio), se A na˜o possui divisores de zero na˜o-nulos. Exemplo 1.14. O anel Z e´ um exemplo de um domı´nio. Exemplo 1.15. Consideremos o conjunto Z[i] = {a+bi : a, b ∈ Z e i2 = −1}, com as seguintes operac¸o˜es: (a+ bi)⊕ (c+ di) = (a+ c) + (b+ d)i e (a+ bi)¯ (c+ di) = (ac− bd) + (ad+ bc)i Este anel e´ chamado o anel dos inteiros gaussianos. 4 Fica como exerc´ıcio verificar que as propriedades de anel comutativo com unidade sa˜o ver- ificadas em Z[i], onde 0 + 0i e´ o elemento neutro da soma ⊕, 1 + 0i e´ o elemento neutro da multiplicac¸ a˜o ¯ e (−a) + (−b)i e´ o sime´trico aditivo de a + bi. Vamos ver agora que este anel e´ mais um exemplo de um domı´nio. De fato, pois se a + bi, c + di ∈ Z[i] sa˜o tais que (a+ bi)¯ (c+ di) = 0 = 0 + 0i, com a+ bi 6= 0 + 0i, enta˜o teremos ac− bd = 0 e ad+ bc = 0, com a 6= 0 ou b 6= 0. Isto nos da´ o seguinte sistema de equac¸o˜es lineares homogeˆneo{ ac− bd = 0 bc+ ad = 0 que pode ser escrito matricialmente por[ a −b b a ] [ c d ] = [ 0 0 ] Como o determinante da matriz dos coeficientes e´ dado por a2 + b2, que e´ um inteiro diferente de zero, pois a 6= 0 ou b 6= 0, segue que o sistema acima admite apenas a soluc¸a˜o trivial c = 0 e d = 0. Portanto, Z[i] e´ um domı´nio, como quer´ıamos mostrar. Seja A um domı´nio e B um subanel de A com unidade. Enta˜o a unidade de B coincide com a unidadede A. De fato, pois se 1A e´ a unidade de A e 1B e´ a unidade de B, enta˜o temos 1B.1A = 1B = 1B.1B isto e´, 1B.1A − 1B.1B = 0 de onde segue que 1B(1A − 1B) = 0 Como A e´ um domı´nio, segue finalmente que 1A = 1B. O racioc´ınio utilizado no final da argumentac¸a˜o acima e´ justamente aquilo que chamamos de Lei do cancelamento, isto e´, se a, b, c ∈ A, onde A e´ um dimı´nio, sa˜o tais que a 6= 0 e ab = ac, enta˜o b = c. Definic¸a˜o 1.16. Um anel comuttivo com unidade e´ dito um corpo, se todo elemento na˜o nulo possui sime´trico (inverso) em relac¸a˜o a multiplicac¸a˜o do anel. 5 Pelo que ja´ vimos antes (neste e no semestre anterior), Q, R e C sa˜o exemplos de corpos. A seguir vamos dar um “exemplo novo”, que mais adiante vai se revelar um velho conhecido. Consideremos R2 = {(a, b) : a, b ∈ R}. Vamos definir neste conjunto duas operac¸o˜es, a saber, (a, b)⊕ (c, d) = (a+ c, b+ d) e (a, b)¯ (c, d) = (ac− bd, ad+ bc) Afirmamos que com estas operac¸o˜es, temos (R2,⊕,¯) um corpo. Deixaremos como exerc´ıcio a verificac¸a˜o da associatividade e comutatividade de ⊕ e ¯. Dado (a, b) ∈ R2, vamos examinar a existeˆncia de elemento neutro para ⊕. Seja (x, y) ∈ R2 tal que (a, b)⊕ (x, y) = (a, b). Assim, devemos ter a + x = a e b + y = b em R, de modo que devemos ter x = 0 e y = 0. Assim, (0, 0) e´ o elemento neutro de ⊕. De modo ana´logo, e´ fa´cil verificar que (−a,−b) e´ o sime´trico de (a, b) com relac¸a˜o a operac¸a˜o ⊕. Dados (a, b), (c, d), (e, f) ∈ R2, temos (a, b) ¯ [(c, d) ⊕ (e, f)] = (a, b) ¯ (c + e, d + f) = (a(c + e) − b(d + f), a(d + f) + b(c + e)) = ((ac − bd) + (ae − bf), (ad + bc) + (af + be)) = (ac− bd, ad+ bc)⊕ (ae− bf, af + be) = [(a, b)¯ (c, d)]⊕ [(a, b)¯ (e, f)], ou seja, ¯ se distribui a` esquerda em relac¸a˜o a ⊕. A distributividade ao outro lado segue diretamente da comutatividade das duas operac¸o˜es. Para verificar que ¯ possui neutro, devemos verificar que a equac¸a˜o (a, b) ¯ (x, y) = (a, b) tem soluc¸a˜o, para todo (a, b) ∈ R2. Isto e´ equivalente a existeˆncia de soluc¸o˜es para o sistema{ ax− by = a bx+ ay = b Claramente, se (a, b) = (0, 0), este sistema admite qualquer soluc¸a˜o. Suponhamos enta˜o que (a, b) 6= (0, 0), isto e´, a 6= 0 ou b 6= 0. Neste caso, det ( a −b b a ) = a2 + b2 6= 0, e o sistema admite soluc¸a˜o u´nica. Como x = 1 e y = 0 claramente e´ uma soluc¸a˜o, enta˜o esta e´ a u´nica soluc¸a˜o. Assim, (1, 0) e´ a unidade do anel R2. Vejamos agora que R2 e´ um domı´nio. De fato, pois se (a, b) ¯ (c, d) = (0, 0), com (a, b) 6= (0, 0), enta˜o, repetindo argumentac¸a˜o feita acima concluimos que (c, d) = (0, 0), pois obtemos um sistema homogeˆneo e determinado. 6 Para completar, suponhamos (a, b) ∈ R2 \ (0, 0). Queremos encontrar (x, y) ∈ R2 tal que (a, b)¯ (x, y) = (1, 0). Procedendo como antes, queremos resolver, em R, o sistema linear{ ax− by = 1 bx+ ay = 0 Como a 6= 0 ou b 6= 0, o sistema acima admite soluc¸a˜o u´nica e um ca´lculo fa´cil mostra que x = a a2 + b2 e y = −b a2 + b2 . Logo temos (a, b)¯ ( a a2 + b2 , −b a2 + b2 ) = (1, 0). Portanto, (R2,⊕,¯) e´ um corpo. 2 Ideais e ane´is quocientes Comec¸amos estudando a congrueˆncia mo´dulo n em Z. Como sabemos, esta relac¸a˜o de equivaleˆncia e´ definida por x, y ∈ Z, x ≡ y (mod n) def⇔ n | x− y Enta˜o, se x ≡ y (mod n), segue que existe k ∈ Z tal que x− y = kn, isto e´, x− y ∈ nZ, onde nZ e´ um subanel de Z. Sabemos que as operac¸o˜es usuais do anel Z sa˜o compat´ıveis com esta relac¸a˜o de equivaleˆncia. Assim, podemos induzir no quociente Z/nZ uma estrutura de anel, como ja´ vimos antes Vamos na direc¸a˜o de generalizar esta construc¸a˜o. Primeiro, consideremos A um anel qual- quer e B um subanel de A. Definimos em A a seguinte relac¸a˜o a, b ∈ A, a ∼ b def⇔ a− b ∈ B Como B e´ um subanel, temos que 0 ∈ B, ou seja, 0 = a−a ∈ B, e assim a relac¸a˜o ∼ e´ reflexiva. Sejam a, b ∈ A tais que a ∼ b. Enta˜o temos a−b ∈ B e, consequentemente, b−a = −(a−b) ∈ B, e ∼ e´ sime´trica. Para mostrar a transitividade de ∼, consideramos a, b, c ∈ A tais que a ∼ b e b ∼ c. Enta˜o a− b ∈ B e b− c ∈ B. Como B e´ um subanel, temos (a− b)+ (b− c) = a− c ∈ B, isto e´, a ∼ c. Portanto podemos considerar o conjunto quociente A/B. Assim, surge uma questa˜o natural aqui, a saber, 7 Questa˜o 2.1. Dados A um anel e B um subanel de A, sera´ que o conjunto quociente A/B, com as operac¸o˜es induzidas, e´ sempre um anel? Dito de outra maneira, sera´ que as operac¸o˜es do anel A sa˜o compat´ıveis com a relac¸a˜o de equivaleˆncia dada acima? Vamos procurar responder a pergunta feita acima. Sejam A um anel, B um subanel de A e ∼ a relac¸a˜o de equivaleˆncia dada por a, b ∈ A, a ∼ b ⇔ a − b ∈ B. Queremos enta˜o saber se dados a, b, c ∈ A tais que a ∼ b, temos a.c ∼ b.c e c.a ∼ c.b. Equivalentemente, queremos saber se dados a, b, c ∈ A, com a− b ∈ B, sempre teremos ac− bc ∈ B e ca− cb ∈ B, isto e´, se (a− b)c ∈ B e c(a− b) ∈ B. Como a− b pode expressar qualquer elemento de B, na verdade, queremos saber se sempre que b ∈ B e x ∈ A, temos bx ∈ B e xb ∈ B. Observemos agora que se A = Q e B = Z, enta˜o B e´ um subanel de A que na˜o verifica a propriedade exigida acima, pois, por exemplo, se tomamos b = 2 ∈ Z e x = 1 3 ∈ Q, enta˜o a.x = 2 3 6∈ Z. Portanto nem todo subanel possui a propriedade necessa´ria para construc¸a˜o de ane´is quocientes. Esta situac¸a˜o justifica nossa pro´xima definic¸a˜o. Definic¸a˜o 2.2. Dado um anel A, dizemos que um subanel I de A e´ um ideal, se ∀a ∈ I, ∀x ∈ A, temos ax ∈ I e xa ∈ I. Para dizer que I e´ um ideal de A, escreveremos I C A. Das observac¸o˜es feitas anteriormente, segue que os ideais de um anel sera˜o justamente aqueles subane´is para os quais podemos con- struir ane´is quocientes. Assim, a condic¸a˜o extra de “absorver”a multiplicac¸a˜o e´ completamente natural. Antes de comec¸armos com exemplos, vamos apresentar um resultado que classifica os subane´is que sa˜o ideais. A prova e´ imediata e sera´ deixada a cargo do leitor. Proposic¸a˜o 2.3. Sejam A um anel e I um subconjunto de A. Enta˜o I e´ um ideal de A se, e somente se, as seguintes condic¸o˜es sa˜o verificadas: (i) 0 ∈ I; (ii) a, b ∈ I ⇒ a− b ∈ I; 8 (iii) a ∈ A, x ∈ I ⇒ ax, xa ∈ I. Passamos enta˜o a discutir alguns exemplos interessantes. Exemplo 2.4. 1. Claramente, I = {0} e I = A sa˜o ideais do anel A. Estes ideais sa˜o ditos ideais triviais de A. 2. Sabemos que I = nZ e´ um ideal de Z, para todo n ∈ Z. Vejamos que todo ideal de Z e´ desta forma. Se I = 0, enta˜o I = 0Z. Suponhamos I 6= 0. Enta˜o existe a ∈ I tal que a 6= 0. Consideramos S = {x ∈ I : x > 0}. Como a ∈ S ou −a ∈ S, temos S 6= ∅. Logo S possui um primeiro elemento, digamos a0 (Todo subconjunto na˜o vazio de N possui primeiro elemento). Enta˜o, claramente a0Z ⊆ I, pois I e´ um ideal de Z. Reciprocamente, seja b ∈ I. Segue do algor´ıtmo da divisa˜o que existem q, r ∈ Z tais que b = a0q + r, com 0 ≤ r < a0. Assim, r = b − a0q ∈ I, de onde segue que r = 0, pela minimalidade de a0. Logo, b = a0q ∈ a0Z, e segue que I = a0Z. 3. Seja K um corpo. Enta˜o os u´nicos ideais de K sa˜o os triviais. De fato, pois se I e´ um ideal de K tal que I 6= {0}, enta˜o tomamos a ∈ I \ {0} e obtemos 1 = a−1a ∈ I, de onde decorre que para todo b ∈ K, temos b = b.1 ∈ I, ou seja, K ⊆ I ⊆ K, isto e´, I = K. A rec´ıproca deste resultado so´ tem chance de validade (e de fato vale!) para um anel comutativo com unidade, como mostra o pro´ximo exemplo. 4. O anel Mn×n(R) na˜o possui ideais na˜o triviais. Para ver isto, consideremos as matrizes Ers = (aij)n×n, onde aij = 1 se i = r e j = s, e aij = 0 nos demais casos. Estudemos agora a ac¸a˜o destas matrizes na multiplicac¸a˜o a` esquerda e a` direita. Consideremos A = (aij)n×n ∈Mn×n(B), onde B e´ um anel qualquer, e calculemos AErs e EpqA. Temos enta˜o AErs =( ( ∑n k=1 aikekj)ij ) n×n , onde temos: j 6= s ⇒ ∑nk=1 aikekj = 0 j = s ⇒ ∑nk=1 aikeks = ∑k 6=r aikeks + airers = air Logo, 9 s ↓ AErs = 0 0 · · · 0 a1r 0 · · · 0 0 0 · · · 0 a2r 0 · · · 0 ... ... ... ... ... ... ... ... 0 0 · · · 0 anr 0 · · · 0 n×n Ou seja, a ac¸a˜o da multiplicac¸a˜o de Ers a` direita de A e´ transportar a coluna r de A para a posic¸a˜o da coluna s, anulando as demais colunas de A. Calculemos agora o produto EpqA. Assim, temos EpqA = ( n∑ k=1 eikakj ) ij n×n , onde i 6= p⇒ n∑ k=1 eikakj = 0 e i 6= p⇒ n∑ k=1 eikakj = ∑ k 6=q epkakj + epqaqj = aqj ou seja, temos EpqA = 0 0 · · · 0 0 ... ... ... ... ... 0 0 · · · 0 0 aq1 aq2 · · · aqn−1 aqn 0 0 · · · 0 0 ... ... ... ... ... 0 0 · · · 0 0 ←− p Assim, a ac¸a˜o da multiplicac¸a˜o de Epq a` esquerda de A e´ transportar a linha q de A para a posic¸a˜o da linha p, anulando as demais linhas de A. Portanto, dado A ∈ Mn×n(B), obtemos que EpqAErs sera´ a matriz cujas entradas sa˜o todas nulas, exceto a da posic¸a˜o ps, cuja entrada sera´ dada pelo elemento aqr de A. Voltemos agora ao exemplo Mn×n(R). 10 Considere agora I um ideal de Mn×n(R), com I 6= {0}. Enta˜o existe uma matriz A ∈ I tal que A 6= 0, isto e´, existe uma entrada desta matriz A que na˜o e´ nula, digamos, aij 6= 0. Definimos, para cada ı´ndice k ∈ {1, 2, 3, ..., n} a matriz Bk = EkiAEjk. Da´ı teremos B1 = aij , B2 = aij , · · · , Bn = aij ou seja, Bk e´ uma matriz diagonal cuja u´nico elemento na˜o nulo e´ o elemento aij na k-e´sima entrada da diagonal principal. Como A ∈ I e Bk = EkiAEjk, segue que Bk ∈ I, para todo k ∈ {1, 2, ..., n}, e B = n∑ k+1 Bk ∈ I, pois I e´ um ideal de Mn×n(R). Mas B e´ exatamente a matriz B = aij aij . . . aij onde aij 6= 0. Temos enta˜o a−1ij a−1ij . . . a−1ij aij aij . . . aij = 1 1 . . . 1 ∈ I E como a matriz identidade n × n idn esta´ em I, segue que para toda matriz M ∈ Mn×n(R), temos M =M.idn ∈ I, de onde segue que I =Mn×n(R). Portanto, os u´nicos ideais do anel Mn×n(R) sa˜o os triviais. Um anel com a propriedade de que os u´nicos ideais sa˜o os triviais, e´ chamado de anel simples. Assim, os corpos e os ane´is de matrizes sobre corpos sa˜o exemplos de ane´is simples. Estes ane´is desempenham papel fundamental no desenvolvimento da Teoria de Ane´is. 3 Um pouco de aritme´tica de ideais Estudaremos agora um pouco da aritme´tica dos ideais. Comec¸amos por observar que se F e´ uma famı´lia de ideais de um anel A, enta˜o K = ∩I∈FI e´ um ideal de A. De fato, pois se 11 x, y ∈ K e a ∈ A, temos que x, y ∈ I, pera todo I ∈ F , e da´ı segue que x + y ∈ K. Tambe´m, ax, xa ∈ I, para todo I ∈ F e consequ¨entemente, ax ∈ K. O mesmo fenoˆmeno acima ja´ na˜o acontece mais com a unia˜o de ideais, pois se I e J sa˜o dois ideais de um anel A, pode acontecer que I ∪ J na˜o seja mais um ideal de A. Observe que, por exemplo, se a ∈ I e b ∈ J , na˜o teremos necessariamente a + b ∈ I ∪ J . Este e´ o caso quando tomamos I = 2Z e J = 3Z, pois 5 = 2 + 3 6∈ I ∪ J , como e´ fa´cil ver. Claramente, a unia˜o de ideais absorve produtos, sendo portanto a soma nosso problema. Vamos enta˜o tentar resolver este problema fazendo uma nova definic¸a˜o. Dados os ideais I e J de um anel com unidade A, chamamos de ideal soma de I e J ao ideal I + J = {a+ b : a ∈ I, b ∈ J} Assim, e´ fa´cil ver que este novo conjunto e´ de fato um ideal de A. Agora queremos enxergar melhor este ideal que acabamos de definir. Por exemplo, quem seria o ideal soma 2Z+3Z em Z? Vamos calcular este ideal. Temos que 2Z+3Z = {x+y : x ∈ 2Z, y ∈ 3Z}. Assim, todo elemento de Z que se escreve como uma soma de um mu´ltiplo de 2 e um mu´ltiplo de 3 esta´ neste ideal. Como sabemos escrever 1 = −2+ 3, segue que 1 ∈ 2Z+3Z, ou seja, 2Z+ 3Z = Z. Observe que se I e J sa˜o ideais de um anel com unidade A, enta˜o L = ∩{K C A : K ⊇ I∪J} e´ um ideal de A por ser uma intersecc¸a˜o de ideais. Obviamente, por construc¸a˜o, este e´ o menor ideal de A que conte´m a unia˜o I ∪ J . Afirmamos que L = I + J . De fato, pois se x ∈ L, segue que x ∈ I + J , pois I, J ⊆ I + J , visto que I + J e´ um dos elementos da famı´lia dos ideais que conte´m I ∪ J . Assim, temos L ⊆ I + J . Para ver a contenc¸a˜o contra´ria, observamos que se y ∈ I + J , enta˜o existem a ∈ I e b ∈ J tais que y = a + b ∈ L, pois L e´ um ideal de A e a, b ∈ I ∪ J ⊆ L. Portanto, I + J ⊆ L e vale enta˜o L = I + J , como quer´ıamos mostrar. Considere agora A um anel e seja S ⊆ A. Vamos definir o ideal gerado por S, que sera´ notado por < S >, como o menor ideal de A que conte´m S. Assim, temos < S >= ∩{I C A : S ⊆ I}. Pelo racioc´ınio feito acima, temos < S >= {∑ni=1 si : n ∈ N, si ∈ S, 1 ≤ i ≤ n}. No caso particular em que S = {a} for um conjunto unita´rio, escreveremos simplesmente < a > 12 em lugar de < {a} >. Observamos que se o anel A for comutativo, enta˜o neste caso temos < a >= {ar : r ∈ A} = {ra : r ∈ A} = aA = Aa. Ainda, se o anel A tem unidade, enta˜o claramente temos a ∈ aA, o que na˜o ocorre em geral se A na˜o possui unidade. Veja por exemplo o caso onde A = 2Z e a = 4. Assim, < 4 >= {4k : k ∈ 2Z} = 8Z, e 4 6∈ 8Z. A partir deste momento estaremos interessados em estudar propriedades em ane´is comu- tativos com unidade. Algumas delas permanecera˜o va´lidas em ane´is quaisquer, mas outras devera˜o ter alguma modificac¸a˜o. Na˜o queremos entrar nestes detalhes daqui para a frente. Fixaremos enta˜o a seguinte notac¸a˜o: Observac¸a˜o 3.1. Daqui para a frente usaremos a palavra anel para significar um anel comu- tativo com unidade, a menos que se diga algo em contra´rio. Seja A um anel (comutativo com unidade) e seja I um ideal de A. Se existirem elementos a1, a2, ..., an ∈ I tais que I = a1A+a2A+ · · ·+anA, enta˜o dizemos que I e´ um ideal finitamente gerado, e notaremos por I =< a1, a2, ..., an >. Se existir um elemento a ∈ I tal que I = aA, enta˜o dizemos que I e´ um ideal principal. Assim, vimos anteriormente que o anel Z e´ um anel em que todos os ideais sa˜o principais. Um tal anel sera´ chamado um anel de ideais principais. Se este anel for um domı´nio de integridade, como no caso do anel Z, diremos que ele e´ um domı´nio de ideais principais. Veremos a seguir que a ide´ia de ideal principal permite introduzir o conceito de divisibilidade, tal como conhecemos nos inteiros, em outros ane´is. Recordemos que dados a, b ∈ Z, dizemos que a divide b, se existir c ∈ Z tal que b = ac. Assim, a divide b se b ∈< a >= aZ. Seja D um domı´nio de ideais principais e consideremos agora a, b ∈ D. Vamos dizer que a divide b, e representaremos por a | b, se b ∈< a >. Observemos que neste caso existe x ∈ D tal que b = ax. Ainda, se a, b ∈ D, onde D e´ um domı´nio de ideais principais, enta˜o diremos que c ∈ D e´ um divisor comum de a e b, se a, b ∈< c >. Neste caso, temos < a >⊆< c > e < b >⊆< c >, de onde segue que < a > + < b >⊆< c >. Por exemplo, sabemos que 2 e´ um divisor comum de 8 e 12 em Z, e assim, 8Z+ 12Z ⊆ 2Z. Neste momento vamos lembrar a definic¸a˜o de ma´ximo divisor comum entre inteiros. 13 Definic¸a˜o 3.2. Dados a, b ∈ Z, dizemos que d ∈ Z e´ o ma´ximo divisor comum entre a e b, que notamos por d = mdc(a, b), se: a) d e´ positivo; b) d | a e d | b; c) Se d′ | a e d′ | b, enta˜o d′ ≤ d. Como na˜o temos, em geral, uma ordem em um anel qualquer, precisamos escrever esta definic¸a˜o de ma´ximo divisor comum em uma linguagem de ideais de Z. O pro´ximo resultado faz isto. Proposic¸a˜o 3.3. Sejam a, b, d ∈ Z tais que d = mdc(a, b). Enta˜o, < d >=< a, b > e, em particular, existem inteiros r e s tais qued = ar + bs. Prova. Consideremos I =< a, b >= aZ + bZ = {ax + by : x, y ∈ Z}. Logo, I e´ um ideal de Z, e portanto um ideal principal. Vamos chamar c o gerador de I, isto e´, suponha I =< c >= cZ. Da prova de que todo ideal de Z e´ principal, segue que c e´ a menor combinac¸a˜o linear de a e b com coeficientes inteiros, digamos c = ax0+by0. Como a = a1+b0 e b = a0+b1, segue que a, b ∈ I =< c >, isto e´, c e´ um divisor comum de a e b e como d = mdc(a, b), segue que d ≥ c. Agora, do fato que d | a e d | b, segue que d divide toda combinac¸a˜o linear de a e b com ceficientes inteiros, de onde temos que d | c e assim, d ≤ c.Portanto, temos d = c e, consequentemente, I =< d >= aZ + bZ. Logo, existem r, s ∈ Z tais que d = ar + bs. Isto finaliza nossa prova. 2 Segue enta˜o das definic¸o˜es acima que num domı´nio de ideais principais, sempre existe o ma´ximo divisor comum entre dois quaisquer de seus elementos. De fato, pois se a, b ∈ D, com D domı´nio de ideais principais, basta considerar d ∈ D tal que < d >=< a, b >= aD + bD. Como a, b ∈< d >, segue que d | a e d | b. Ale´m disso, se d′ ∈ D tal que d′ | a e d′ | b, enta˜o existem elementos x, y ∈ D tais que a = d′x e b = d′y. Agora, como < d >=< a, b >, segue que existem k1, k2 ∈ D tais que d = ak1 + bk2. Assim, temos d = ak1 + bk2 = (d ′xk1 + d′yk2 = d′(xk1 + yk2) 14 isto e´, d′ divide d. Portanto, d e´ o ma´ximo divisor comum entre a e b. Podemos enta˜o reescrever a definic¸a˜o de ma´ximo divisor comum entre dois elementos de um domı´nio como segue. Definic¸a˜o 3.4. Sejam a, b, d ∈ D, onde D e´ um domı´nio de integridade. Dizemos que d e´ o ma´ximo divisor comum entre a e b, se: i) d | a e d | b; ii) Se d′ ∈ D e´ tal que d′ | a e d′ | b, enta˜o d′ | d. Consideremos agora uma situac¸a˜o especial no anel Z. Seja p ∈ Z um nu´mero primo e consideremos o ideal pZ. Vamos mostrar que este ideal na˜o pode ser imerso em nenhum outro ideal pro´prio de Z. De fato, pois se pZ ⊆ nZ 6= Z, com n 6∈ pZ, enta˜o consideramos o ideal pZ+nZ = dZ, onde d = mdc(p, n), que deve ser 1, pois p na˜o divide n, ja´ que estamos supondo n 6∈ pZ. Mas enta˜o pZ+ nZ = Z. Agora como pZ ⊆ nZ, segue que nZ = pZ+ nZ = Z, o que produz uma contradic¸a˜o. Motivados pelo exposto acima, vamos definir o que chamamos de ideal maximal em um anel. Definic¸a˜o 3.5. Dado um ideal M em um anel A, com M 6= A, dizemos que M e´ um ideal maximal de A, se para todo ideal J de A, com M⊆ J , sempre temos M = J ou J = A. Em domı´nios de ideais principais, os ideais maximais na˜o nulos sa˜o justamente aqueles ideais gerados por elementos que na˜o podem ser fatorados em produtos na˜o triviais de outros elementos. De fato, pois se M = pD, onde D e´ um domı´nio de ideias principais, p 6= 0 e p = ab, enta˜o devemos terM = pD ⊆ aD, de onde segue que aD = pD ou aD = D. Se ocorrer aD = D, enta˜o a e´ um elemento invert´ıvel em D. Se aD = pD, enta˜o teremos a = pd, para algum d ∈ D. Assim, p = ab = pdb, e segue que p(1− db) = 0. Como D e´ um domı´nio e p 6= 0, temos que db = 1, ou seja, b e´ invert´ıvel em D. Assim, p = ab e´ uma fatorac¸a˜o trivial de p em D. 15 Observe que esta propriedade de irredutibilidade e´ justamente a definic¸a˜o de nu´mero primo em Z. Vamos generaliza´-la. Definic¸a˜o 3.6. Diremos que um elemento p na˜o invert´ıvel em um domı´nio de ideais principais D e´ irredut´ıvel em D, se cada vez que temos p = ab, com a, b ∈ D, enta˜o a e´ invert´ıvel em D ou b e´ invert´ıvel em D. Com esta definic¸a˜o, temos que os inteiros irredut´ıveis sa˜o exatamente os nu´meros primos. Estes conceitos de elemento primo e elemento irredut´ıvel na˜o coincidem sempre em ane´is quais- quer. Isto e´ uma propriedade particular do anel dos inteiros. Em um anel qualquer, podemos caracterizar ideais maximais com a seguinte propriedade. Proposic¸a˜o 3.7. Sejam A um anel comutativo com unidade e J um ideal de A. Enta˜o J e´ um ideal maximal de A se, e somente se, A/J e´ um corpo. Prova: Suponhamos J um ideal maximal de A. Seja a ∈ A/J um elemento na˜o-nulo de A/J . Assim, temos a 6∈ J e segue que J + aA = A, isto e´, existem elementos j ∈ J e x ∈ A tais que j + ax = 1. Passando ao quociente, temos 1 = j + ax = j + ax = 0 + a.x = a.x, isto e´, a e´ um elemento invert´ıvel em A/J . Como a 6= 0 foi tomado arbitra´rio, segue que A/J e´ um corpo. Reciprocamente, suponhamos que A/J e´ um corpo. Queremos mostrar que J e´ um ideal maximal. Suponhamos enta˜o que exista um ideal I em A tal que J ⊆ I. Se existir um elemento b ∈ I \ J , enta˜o consideramos o ideal J + bA. Como b 6∈ J , segue que b 6= 0 em A/J . Assim, existe c 6= 0 em A/J tal que b.c = 1. Logo, devemos ter 1 − bc ∈ J , ou seja, 1 = bc + j, para um certo j ∈ J . Mas enta˜o J + bA = A, e segue que J e´ um ideal maximal de A. 2 Decorre imediatamente do resultado acima que os ane´is Z/pZ, onde p e´ um primo, sa˜o exemplos de corpos contendo exatamente p elementos. O resultado mostra tambe´m como podemos construir novos exemplo de corpos. Iremos fazer isto mais adiante para dar exemplos de subcorpos dos nu´meros reais contendo os racionais, via ane´is de polinoˆmios. 16
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