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1 Histologia dos Sistemas Objetivos Teóricos SISTEMA TEGUMENTAR 01 - Citar a constituição da pele. A pele recobre a superfície do corpo, sendo constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Dependendo da espessura da epiderme, distinguem-se a pele fina e a espessa. A pele espessa é encontrada na palma das mãos, na planta dos pés e em algumas articulações. O restante do corpo é protegido pela pele fina. Abaixo e em continuidade com a derme encontra-se a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve de união com os órgãos subjacentes. A hipoderme é um tecido conjuntivo frouxo que pode conter muitas células adiposas, constituindo o panículo adiposo. _______________________________________________________________________________________ 02 - Citar a constituição da epiderme. É constituída por epitélio pavimentoso queratinizado. As células mais abundantes nesse epitélio são os queratinócitos. A epiderme apresenta ainda três tipos de células: os melanócitos, as células de Langerhans e as de Merkel. _______________________________________________________________________________________ 03 - Citar a constituição da derme. É o tecido conjuntivo em que se apóia a epiderme e une a pele ao tecido subcutâneo ou hipoderme. A derme apresenta espessura variável de acordo com a região observada, alcançando um máximo de 3 mm na planta do pé. Sua superfície externa é irregular, obervando-se saliências, as papilas dérmicas, que acompanham as reentrâncias correspondentes da epiderme. As papilas aumentam a área de contato da derme com a epiderme, reforçando a união entre essas duas camadas. As papilas são mais frequentes nas zonas sujeitas a pressões e atritos. A derme é constituída por duas camadas de limites pouco distintos: a papilar, superficial, e a reticular, mais profunda. - Camada Papilar: É delgada, constituída por tecido conjuntivo frouxo que forma as papilas dérmicas. Nesta camada foram descritas fibrilas especiais de colágeno que se inserem por um lado na membrana basal e pelo outro penetram profundamente a derme. Essas fibras contribuem para prender a derme à epiderme. Os 2 pequenos vasos sanguíneos observados nessa camada são responsáveis pela nutrição e oxigenação da epiderme. - Camada Reticular: É mais espessa, constituída por tecido conjuntivo denso. Ambas as camadas contém muitas fibras do Sistema Elástico, responsáveis, em parte, pela elasticidade da pele. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, também são encontradas na derme as seguintes estruturas, derivadas da epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas. _______________________________________________________________________________________ 04 - Descrever a junção entre a epiderme e a derme. A junção entre a epiderme e a derme é irregular, a derme possui projeções, as papilas dérmicas, que se encaixam em reentrâncias da epiderme, aumentando a coesão entre as duas camadas. Esta junção separa a derme da epiderme. A sua estrutura sinuosa fica achatada com a idade. É formada por diferentes compostos sendo a membrana basal o principal. A junção dermo-epidérmica assegura três funções principais: suporta mecanicamente a epiderme, mantém o contacto entre a derme e a epiderme e assegura uma função de barreira e de filtro seletivo. _______________________________________________________________________________________ 05 - Distinguir a estrutura da pele espessa e da pele delgada. - Pele Espessa: Presente na palma das mãos e planta dos pés, sofre um atrito maior, possui epiderme constituída por várias camadas celulares e por uma camada superficial de queratina bastante espessa. Não possui pêlos e glândulas sebáceas, mas as glândulas sudoríparas são abundantes. - Pele Delgada: Presente nas demais regiões do corpo, tem uma epiderme com poucas camadas celulares e uma camada de queratina delgada. _______________________________________________________________________________________ 06 - Descrever os melanócitos e as células de Langerhans. - Melanócitos: São células que se encontram na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos da camada basal da epiderme. Os melanócitos são células que se originam das cristas neurais do embrião e invadem a pele entre a 12ª e 14ª semana da vida intra-uterina. Apresentam citoplasma globoso, de onde partem prolongamentos que penetram as reentrâncias das células das camadas basal e espinhosa e transferem 3 os grânulos de melanina para as células dessas camadas. Os melanócitos não formam desmossomos com os queratinócitos, mas se prendem à membrana basal por meio de hemidesmossomos. - Células de Langerhans: Muito ramificadas, localizam-se em toda a epiderme entre os queratinócitos, porém são mais freqüentes na camada espinhosa. Essas células se originam de células precursoras da medula óssea que são transportadas pelo sangue circulante. As células de Langerhans são capazes de captar antígenos, processá-los e apresentá-los aos linfócitos T, participando da estimulação dessas células. Em consequência, elas têm um papel importante nas reações imunitárias cutâneas. _______________________________________________________________________________________ 07 - Descrever a estrutura do folículo piloso e do pêlo. - Folículo Piloso: É uma invaginação da epiderme que forma e envolve o pêlo. Dependendo da região do corpo, a concentração de folículos pilosos é diferente. Na extremidade lateral do folículo piloso, pode-se observar a inserção dos músculos eretores do pêlo. São músculos lisos, que possuem inervação autônoma. O folículo piloso possui uma dilatação terminal denominada bulbo piloso. No centro dele existe uma estrutura conhecida como papila dérmica, cujas células que a recobrem formam a raiz do pêlo. - Pêlo: Os pêlos são estruturas delgadas e queratinizadas, que se desenvolvem a partir de uma invaginação de epiderme. A cor, o tamanho e a disposição deles variam de acordo com a cor da pele e a região do corpo. São observados em praticamente toda a superfície corporal, com exceção de algumas regiões bem delimitadas. Os pêlos são estruturas que crescem descontinuamente, intercalando fases de repouso com fases de crescimento. A duração das fases de repouso e de crescimento é variável de uma região para outra. No couro cabeludo, por exemplo, a fase de crescimento é muito longa, durando vários anos, enquanto a fase de repouso é da ordem de 3 meses. As características dos pêlos de determinadas regiões do corpo (face e região pubiana) são influenciadas por hormônios, principalmente os hormônios sexuais. Cada pêlo se origina de uma invaginação da epiderme, o folículo piloso, que, no pêlo em fase de crescimento, apresenta-se com uma dilatação terminal, o bulbo piloso, em cujo centro se observa uma papila dérmica. As células que recobrem a papila dérmica formam a raiz do pêlo, de onde emerge o eixo do pêlo. Na fase de crescimento, as células da raiz multiplicam-se e diferenciam-se em vários tipos celulares. Em certos tipos de pêlos grossos as células centrais da raiz produzem células grandes, vacuolizadas e fracamente queratinizadas, que formam a medula do pêlo. Ao redor da medula diferenciam-se células mais queratinizadas e dispostas compactamente, formando o córtex do pêlo. Células mais periféricas formam a cutícula do pêlo, constituída por células fortemente queratinizadas que se dispõem envolvendo o córtex como escamas. Finalmente, das células epiteliais mais periféricas de todas, originam-se duas bainhas epiteliais (uma interna e outra externa), que envolvem o eixo do pêlo nasua porção inicial. A bainha externa se continua com o epitélio da epiderme, 4 enquanto a interna desaparece na altura da região desembocam as glândulas sebáceas no folículo. Separando o folículo piloso do tecido conjuntivo que o envolve, encontra-se uma membrana basal muito desenvolvida que recebe o nome de membrana vítrea. O conjuntivo que envolve o folículo apresenta-se mais espesso, formando a bainha conjuntiva do folículo piloso. Dispostos obliquamente e inseridos de um lado nessa bainha e do outro na camada papilar da derme encontram-se os músculos eretores dos pêlos, cuja contração puxa o pêlo para uma posição mais vertical, tornando-o eriçado. _______________________________________________________________________________________ 08 - Citar a constituição das unhas. As unhas são placas de células queratinizadas localizadas na superfície dorsal das falanges terminais dos dedos. A porção proximal da unha é chamada de raiz da unha. O epitélio da dobra de pele que cobre a raiz da unha consiste nas camadas usuais da epiderme. A camada córnea desse epitélio forma a cutícula da unha. É na raiz da unha que se observa a sua formação, graças a um processo de proliferação e diferenciação das células epiteliais aí colocadas, que gradualmente se queratinizam, formando uma placa córnea. A unha é constituída essencialmente por escamas córneas compactas, fortemente aderidas umas às outras. Elas crescem deslizando sobre o leito ungueal, que tem estrutura típica de pele e não participa na firmação da unha. A transparência da unha e a pequena espessura do epitélio do leito ungueal possibilitam observar a cor do sangue dos vasos da derme, constituindo uma maneira de se avaliar a oxigenação do sangue. _______________________________________________________________________________________ 09 - Descrever as glândulas sebáceas e sudoríparas. - Glândulas Sebáceas: Situam-se na derme e os seus ductos, revestidos por epitélio estratificado, geralmente desembocam nos folículos pilosos. Em algumas regiões (lábios, mamilos, glande e pequenos lábios da vagina), porém, os ductos abrem-se diretamente na superfície da pele. A pele da palma da mão e a da planta dos pés não tem glândulas sebáceas. As glândulas sebáceas são acinonas, e geralmente vários ácinos desembocam em um ducto curto. Os ácinos apresentam-se formados por uma camada externa de células epiteliais achatadas que repousam sobre uma membrana basal. Essas células proliferam e diferenciam-se em células arredondadas, que acumulam no citoplasma o produto de secreção, de natureza lipídica. Os núcleos tornam-se gradualmente condensados e desaparecem. As células mais centrais do ácino morrem e se rompem, formando a secreção sebácea. A atividade secretora dessas glândulas é muito pequena até a puberdade, quando é estimulada pelos hormônios sexuais. As glândulas sebáceas são um exemplo de glândula holócrina, pois a formação da secreção resulta na morte das células. A secreção sebácea é uma 5 mistura complexa de lipídeos que contém triglicerídeos, ácidos graxos livres, colesterol e ésteres de colesterol. - Glândulas Sudoríparas: As glândulas sudoríparas merócrinas são muito numerosas e encontradas em toda a pele, excetuando-se certas regiões, como a glande. Essas glândulas são tubulosas simples enoveladas, cujos ductos se abrem na superfície da pele. Os ductos não se ramificam e têm menor diâmetro que a porção secretora, que se encontra na derme. As células secretoras são piramidais e entre elas e a membrana basal estão localizadas as células miloepiteliais, que ajudam a expulsar o produto da secreção. Além das glândulas sudoríparas merócrinas, existem nas axilas, nas regiões perianal e pubiana, bem como na aréola mamária glândulas de maior tamanho (3 a 5 mm) com partes secretoras muito dilatadas, as glândulas sudoríparas apócrinas, localizadas na derme e na hipoderme. Há fortes indicações de que essas glândulas secretam pelo processo merócrino, porém o nome de glândulas sudoríparas apócrinas tornou-se consagrado pelo uso. _______________________________________________________________________________________
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