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DROGAS VASOATIVAS São substâncias que apresentam efeitos vasculares periféricos, pulmonares ou cardíacos, atuando em pequenas doses com resposta dose dependente, de efeito rápido e curto. São elas: Dopamina Dobutamina Nitroglicerina Nitroprussiato de Sódio Noradrenalina Vassopressina Levosimendam DOPAMINA Indicação: choque cardiogênico, situações de instabilidade hemodinâmica, com o objetivo de ↑ o fluxo hepático e esplânico. Ação: importante neurotransmissor do Sistema Nervoso Central (SNV) e periférico. A ativação dos receptores dopaminérgicos resulta em vasodilatação de artérias mesentéricas, coronárias e cerebrais. Dose: – 3,0 a 10mcg/Kg/min predominam os efeitos beta-adrenérgicos ocorrendo taquicardia, ↑ retorno venoso e ↓da resistência vascular periférica (RVP). – Superiores de 10mcg/Kg/min predominam efeitos alfa adrenérgicos com vasoconstrição sistêmica, ↑ da pressão arterial e abolição dos efeitos vasodilatadores renais e mesentéricos. Efeitos Colaterais: taquicardia, ↑ RVP e da pressão arterial. DOBUTAMINA Indicação: ↓Débito cardíaco (DC), Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) e descompensada, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), pós cirurgia cardíaca e choque cardiogênico. Ação: promove inotropismo e cronotropismo, vasodilatação periférica, ↑ do volume sistólico, DC cardíaco e consumo de oxigênio pelo miocárdio e ↓ RVP e sistêmica. Dose: – 2 a 10mcg/Kg/min efeito inotrópico predominante, promove ↑ do índice cardíaco. – ↑ 10 mcg/Kg/min efeito cronotrópico torna-se mais acentuado, continua promovendo ↑ do índice cardíaco, mas podem ser acompanhados de ↑ do consumo de oxigênio miocárdico, ↓ da oferta de oxigênio e ↑ da taxa de extração de oxigênio. Efeitos Colaterais: arritmia cardíaca, hipocalemia, isquemia miocárdica, cefaleia, hipertensão em níveis indesejáveis. NITROGLICERINA Indicação: isquemia miocárdica recente (IAM ou angina instável), controle de ICC e tratamento de hipertensão. Ação: vasodilatador de ação arterial e venosa, melhora a perfusão miocárdica, ↓ a pré e pós carga, ↓ o consumo de oxigênio pelo miocárdio, ↓ RVP, facilitando esvaziamento ventricular. Dose: 5 a 10 mcg/Kg/min e ↑ 10 mcg/Kg/min a cada 5 minutos até atingir o efeito desejado ou causar a hipotensão. Efeitos Colaterais: hipotensão, taquicardia, síncope, cefaleia e angina. NITROPRUSSIATO DE SÓDIO Indicação: crise hipertensiva, ICC e disscção de aorta. Ação: potente vasodilatador arterial e venoso, rápida ação, curta duração, ação rapidamente revertida pela simples interrupção da infusão. Dose: inicial de 1 mcg/Kg/min e ajustar a dose até o efeito desejado. Efeitos Colaterais: hipotensão, bradicardia e hipertensão rebote. NORADRENALINA Indicação: hipotensão Ação: ↑ frequência cardíaca, contratilidade, DC, RVP e pressão de perfusão em situações de vasoplegia. Dose: 0,1 mcg/Kg/min (iniciar) e titular de acordo com a pressão arterial podendo atingir 3 mcg/Kg/min. Efeitos colaterais: importante vasoconstrição periférica, taquicardia, arritmia, parada cardíaca e morte súbita. VASOPRESSINA Indicação: choque vasoplégico, PCR. Ação: hormônio com efeito antidiurético e vasoconstritor, ↑ a concentração plasmática de vassopressina em níveis observados em pacientes com outras causas de hipotensão, está relacionado com a menos necessidade outros agentes vasopressores. Dose: – PCR: 40 UI que substitui a primeira ou segunda dose de adrenalina. – Choque refratário: 0,01 a 0,04 UI. Efeitos Colaterais: anafilaxia, PCR, ↓ DC, angina e IAM. LEVOSIMENDAM Indicação: tratamento em curto prazo da descompensação aguda da insuficiência cardíaca crônica grave. Ação: ↑ inotropismo cardíaco sem ↑ a demanda de oxigênio pelo miocárdio, vasodilatação coronariana, arterial e venosa e ↑ DC. Dose: – Ataque: 3 a 6 mcg/Kg/min em bôlus por 10 minutos. – Manutenção: 0,1 a 0,2 mcg/Kg/min por 24 horas. Efeitos Colaterais: cefaleia, hipotensão, hipocalemia, isquemia miocárdica e palpitações. CUIDADOS DE ENFERMAGEM → Controle de parâmetros hemodinâmicos Preferencialmente pressão arterial média (PAM) invasiva, caso não seja possível manter a PAM, realize o controle de pressão arterial não invasiva de 1 em 1 hora. Registro de FC e pressão arterial 1 em 1 hora. Registro de indicadores hemodinâmicos conforme prescrição médica. → Anotação e controle Registrar a dosagem em mcg/Kg/min, quando houver alteração na concentração da droga em infusão alterar a programação da bomba de infusão. Peso seco ou primeiro peso da admissão hospitalar. Registrar a dose administrada de 1 em 1 hora. (Atenção para alterações de gotejamento a cada controle) Utilizar apenas bomba de infusão. PROIBIDO ordem verbal em prescrição médica de adrenalina, noradrenalina, nitroglicerina, nitroprussiato de sódio, dobutamina e dopamina. → Segurança do paciente: preparo, administração e manutenção Drogas Vasoativas (DVAs) devem ser dispensadas mediante a prescrição médica, com a dose total do medicamento em mg NUNCA em quantidade de ampolas. Administrar preferencialmente em cateter venoso central, caso for periférico avaliar condições do acesso frequentemente. Verificar interação medicamentosa. Preparo, instalação da bomba e programação com dupla checagem. Não interromper abruptamente à administração. Checar alarmes e sinais vitais. Troca de solução à cada 24 horas. Discutir as metas hemodinâmicas de seu paciente. Avaliar continuamente as respostas hemodinâmicas ao tratamento com DVAs. Discutir e evoluir desmame ou ↑ das DVAs. Drogas usadas na sedação Essas medicações são usadas nas UTIs para acalmar o paciente, induzir o sono, tratar a ansiedade e a agitação. Em função dos efeitos colaterais, deve ser garantida a função cardiorrespiratória. O agente ideal em UTI deve possuir efeito rápido, duração de ação previsível, sem efeitos adversos sobre os sistemas cardiovasculares e respiratórios, índice terapêutico favorável, sem acúmulo, facilidade na administração e presença de antagonista presentes. Diazepan Sedativo de longa duração. Causam amnésia anterógrada e não são analgésicos. O efeito de uma única dose é reduzido rapidamente ( grande distribuição em outros compartimentos), para se obter um efeito sustentado doses repetidas são usadas. Obs: não se recomenda diazepan no uso prolongado em UTI por: -- dor e tromboflebite --em administração intermitente ocorre sedação excessiva. --a diluição é necessária na infusão contínua, o que demanda grande volumes e pode ocorrer precipitação da droga em algumas preparações ( mistura de drogas) Midazolan É uma droga semelhante ao diazepan em todos os aspectos, somente seu efeito clínico é mais breve, o que favorece seu uso na infusão contínua em paciente crítico. Profolol É um agente anestésico geral intravenoso que possui propriedades sedativas, hipnóticas, ansiolíticas e amnésicas anterógradas em dosagens subanestésicas. Seus efeitos sedativos são semelhantes aos do Midazolan. Lorazepan Benzodiazepínico de efeito intermediário. Em relação ao midazolan, possui ação mais prolongada, causa menos hipotensão, amnésia anterógrada semelhante, mais barato, e na administração prolongada produz recuperação mais rápida. Haloperidol É um neuroléptico usado no tratamento de delírios em pacientes críticos. A administração de benzodiazepínicos ou opióides nesses casos poderia exarcebar esse sintoma. Obs: não são recomendadas para sedação em UTI: --Etomidato: apesar de mínima depressão cardiorrespiratória ( que o torna mais seguro), a administração prolongada está associada à supressão adrenal e aumento da mortalidade. --Cetamina: induz aumento da pressão arterial e intracraniana e ainda elevação da frequência cardíaca. --Barbitúricos ( tiopental e pentolal): são anticonvulsivantes, sedativos mas não amnésicos e analgésicos, mas produzem vasodilatação e depressão do miocárdio que podem induzir taquicardia e queda da PA. Drogas adicionaisna analgesia ou sedação Bloqueadores neuromusculares ( BNM): São drogas usadas com frequência em terapia intensiva ( intubação orotraqueal, traqueostomia). Os agentes usados são: Pancurônio, Atracúrio e vecúrio. Obs: pacientes no uso de BNM devem ser monitorados com estimulador de nervos periféricos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CHEREGATTI, Aline Laurenti; AMORIM, Carolina Padrão (Org.). Enfermagem em Unidade de Tarapia Intensiva. São Paulo: Martinari, 2010. Color.
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