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17/04/2018 1 Função endócrina pancreática. Diabetes e síndrome metabólica. Pâncreas Endócrino • Consiste em ~ 1 milhão de grupos de células → as ilhotas de Langerhans [β, α, δ e PP (polipeptídeo pancreático)]. • As células β → insulina (hormônio anabólico); • As célula α → glucagon. • As células δ → somatostatina (suprime tanto a liberação de insulina quanto de glucagon); • As células PP contêm um polipeptídeo pancreático único que é responsável por diversos efeitos gastrointestinais, como a estimulação da secreção de enzimas gástricas e intestinais e a inibição da mobilidade intestinal. CÉLULAS F POLIPETÍDEO PÂNCREATICO 98% Pâncreas Exócrino 2% Pâncreas Endócrino 17/04/2018 2 Homeostase da Glicose • Regulada por três processos inter-relacionados: Produção de glicose no fígado; Captação de glicose e a utilização pelos tecidos periféricos, principalmente músculos esqueléticos; Ações da insulina e de hormônios contra regulatórios, incluindo glucagon. Regulação da Liberação de Insulina Ca2+ grânulos insulina Glicose e a secreção de insulina Na+ Na+ K+ K+ K+ K+ ATP Na+ K+ - K+ Glicose GLUT2 Ca2+ Ca2+ Ca2+ Voltage-gated Ca2+ channel célula ß Glicoquinase Células ß integram entrada de vários metabólitos, hormônios e neurotransmissores Diabetes Mellitus • Uma epidemia de diabetes mellitus (DM) está em curso. • Atualmente, estima-se que a população mundial com diabetes é da ordem de 382 milhões de pessoas e que deverá atingir 471 milhões em 2035. • Cerca de 80% desses indivíduos com DM vivem em países em desenvolvimento, onde a epidemia tem maior intensidade, com crescente proporção de pessoas afetadas em grupos etários mais jovens. Diabetes Mellitus • Não é uma simples doença, mas sim um grupo de distúrbios metabólicos que compartilham a característica subjacente comum de hiperglicemia. • A hiperglicemia no diabete resulta de um defeito na secreção de insulina, na ação da insulina ou, mais comumente, ambas. 17/04/2018 3 Figura 1. As vias de sinalização da insulina. O receptor de insulina é uma tirosina quinase que se autofosforila e catalisa a fosforilação de proteínas intracelulares como as proteínas IRS, Shc e Cbl. Após a fosforilação essas proteínas se ligam a outras moléculas de sinalização através de seus domínios SH2, resultando na ativação de vias de sinalização intracelular como a via da PI 3-quinase, a cascata da MAPK e a ativação do TC10 via CAP/Cbl. Essas vias regulam o transporte de glicose, a síntese de glicogênio, lipídeos e proteínas, coordenando e integrando o metabolismo intermediário. O Receptor de Insulina • A sinalização intracelular da insulina começa com a sua ligação a um receptor específico de membrana, uma proteína heterotetramérica com atividade quinase, composta por duas subunidades α e duas subunidades β, que atua como uma enzima alostérica na qual a subunidade α inibe a atividade tirosina quinase da subunidade β. • A ligação da insulina à subunidade a permite que a subunidade b adquira atividade quinase levando a alteração conformacional e autofosforilação, que aumenta ainda mais a atividade quinase do receptor Diabetes Mellitus • A hiperglicemia crônica e a desregulação metabólica concomitante podem estar associadas a danos secundários em múltiplos sistemas de órgãos, especialmente rins, olhos, nervos e vasos sanguíneos. • O diabetes é a principal causa de doença renal em estágio terminal, cegueira em início na vida adulta e amputações não traumáticas nas extremidades inferiores. Fatores de Risco • Sedentarismo; • Alimentação inadequada; • HAS; • Sobrepeso/obesidade; • Dislipidemia; • Predisposição genética; • Dentre outros. Diabetes Mellitus - Diagnóstico http://www.diabetes.org.br/images/2015/area-restrita/diretrizes-sbd-2015.pdf 17/04/2018 4 Diabetes Mellitus - Classificação • Diabetes tipo 1; • Diabetes tipo 2; • Defeitos genéticos da função das células β; • Defeitos genéticos na ação da insulina → receptores; • Doenças do pâncreas exócrino; • Endocrinopatias; • Síndromes genéticas associadas ao diabetes; • Diabetes mellitus gestacional. Patogenia do Diabetes Mellitus Tipo 1 • É uma doença autoimune → destruição das ilhotas; • Comumente na infância, se torna manifestante na puberdade e progride com a idade; • Depende da insulina para sobreviver; • Sem a insulina eles desenvolvem sérias complicações metabólicas: cetoacidose e coma. Cetoacidose Diabética Deficiência de insulina Captação de glicose Lipólise Hiperglicemia Gliconeogênese Glicerol Ácidos graxos livres Cetogênese Cetonemia Cetonúria Diurese osmótica Perda de água pela urina Depleção de eletrólitos Desidratação Acidose Glicosúria Patogenia do Diabetes Mellitus Tipo 1 17/04/2018 5 Patogenia do Diabetes Mellitus Tipo 2 • É uma doença complexa e multifatorial. • Está vinculada a fatores ambientais e genéticos. • Diferentemente do diabetes tipo 1, a doença não está ligada aos genes envolvidos na tolerância e na regulação imunológica e não há evidência de uma base autoimune. • Os efeitos metabólicos que caracterizam o diabetes tipo 2 são: a resposta ↓ dos tecidos periféricos à insulina (resistência à insulina) - ↓ capacidade da insulina em agir sobre os tecidos alvo; Disfunção da célula β que é manifestada como secreção inadequada de insulina diante da resistência à insulina e da hiperglicemia. Patogenia do Diabetes Mellitus Tipo 2 • A resistência à insulina prediz o desenvolvimento da hiperglicemia e é, geralmente, acompanhada pelo hiperfuncionamento compensatório das células β e a hiperinsulinemia nos estágios precoces da evolução do diabetes. Patogenia do Diabetes Mellitus Tipo 2 Resistência à Insulina • Incapacidade dos tecidos-alvo de responder normalmente à insulina. • Captação ↓ de glicose no músculo, glicólise e oxidação reduzida de ácidos graxos no fígado, e à incapacidade de suprimir a gliconeogênese hepática. • Poucos fatores desempenham um papel tão importante no desenvolvimento da resistência à insulina quanto a obesidade. 17/04/2018 6 Disfunção das Células β • As células β aparentemente esgotam sua capacidade de se adaptar às demandas prolongadas da resistência periférica à insulina. • Em estados de resistência à insulina, a secreção de insulina é inicialmente mais alta para cada nível de glicose do que nos controles. • O estado hiperinsulinêmico é uma compensação da resistência periférica e pode frequentemente manter a glicose plasmática normal durante anos. Eventualmente, no entanto, a compensação das células β se torna inadequada, e há uma progressão para a hiperglicemia. Respostas de Insulina e Glucagon após uma refeição rica em carboidratos In s u li n a (µ U /m l) G lu c a g o n (µ µ g /m l) G lu c o s e (m g /1 0 0 m l) +Insulina medida em cinco pacientes. Adaptado de Müller WA et al N Engl J Med 1970;283:109–115. Diabetes mellitus não insulino-dependente (n= 12)+ Controles sem diabetes (n= 11) 150 0 140 90 360 80 240 –60 Tempo (minutos) 30 60 90 120 110 270 300 330 100 110 120 130 Refeição Glucagon não suprimido 0 60 120 180 240 Resposta de insulina deprimida/retardada Patogenia das complicações doDiabetes • Lesões envolvendo as artérias musculares de médio e de grande calibre (doença macrovascular) e disfunção em órgãos- alvos (doença microvascular). • A doença macrovascular causa aterosclerose acelerada entre os diabéticos, resultando em risco aumentado de infarto do miocárdico, ataque e gangrena das extremidades inferiores. • Os efeitos da doença microvascular são mais profundos na retina, rins e nervos periféricos, resultando em retinopatia diabética, nefropatia e neuropatia, respectivamente. Características Clínicas do Diabetes • O início é marcado por poliúria, polidipsia, polifagia e, quando grave, cetoacidose, todas resultando de desarranjos metabólicos. • Como a insulina é um dos principais hormônios anabólicos no corpo, a deficiência de insulina resulta em um estado catabólico que afeta não somente o metabolismo de glicose, mas também o metabolismo de gordura e proteínas. • A assimilação da glicose nos tecidos musculares e adiposos é nitidamente diminuída ou abolida. Características Clínicas do Diabetes • Com a deficiência de insulina, a balança muda de anabolismo promovido pela insulina a catabolismo de proteínas e gorduras. • O catabolismo de proteínas e gorduras tende a induzir um balanço de energia negativo, o que, por sua vez, leva ao apetite aumentado (polifagia), logo completando a tríade clássica do diabetes: poliúria, polidipsia e polifagia. 17/04/2018 7 Tratamento - Farmacoterapia NPH - neutral protamine Hagedorn Tratamento – Não Farmacológico • Mudanças no estilo de vida; • Promoção da alimentação saudável; • Atividade Física; • Combate ao tabagismo. Síndrome Metabólica • É um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. Fonte: I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica 17/04/2018 8 Diagnóstico • Paciente apresenta pelo menos 3 dos seguintes achados: Obesidade abdominal – > 94 cm; ↑ dos triglicérides (TG) – > 150 mg/dL; ↓ do HDL-c – < 40 mg/dL; Hipertensão arterial (HA) – > 130mmHg ou > 85mmHg; ↑ da glicemia de jejum – > 110 mg/dL. Fatores Predisponentes Hábito alimentar errado; Sedentarismo; Genética: HA; Intolerância a glicose; Perfil lipídico. Resistência à Insulina Inatas • Receptores de insulina; • Transporte glicose; • Proteínas sinalizadoras. Adquiridas • Inatividade; • Ingesta excessiva; • Envelhecimento; • Medicações; • Obesidade.
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