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Relatorio de vias


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Índice 
Introdução: ...................................................................................................................................... 1 
Desenvolvimento ............................................................................................................................ 2 
1ª Paragem: .................................................................................................................................. 2 
2ª Paragem: .................................................................................................................................. 2 
3ª Paragem: .................................................................................................................................. 4 
4ª Paragem: .................................................................................................................................. 4 
5ª Paragem: .................................................................................................................................. 5 
6ª Paragem: .................................................................................................................................. 6 
7ª Paragem: .................................................................................................................................. 7 
8ª Paragem: .................................................................................................................................. 7 
Conclusão ...................................................................................................................................... 10 
 
 
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Introdução: 
O traçado de uma estrada deve obedecer diversos factores ou condicionantes para o seu traçado 
como: condicionantes ligados a topografia ou região, aspectos económicos, segurança e 
comodidade onde o projectista parte de antemão que têm de garantir todas as condições previstas 
nestes condicionantes para a realização dum traçado de qualidade, o que muitas das vezes não 
acontece, devido as irregularidades apresentadas pelo terreno que dificultam a execução de certas 
actividades exigidas pelo projecto ou pode acarretar custos elevadíssimos que podem resultar na 
reprovação do mesmo devido aos seus valores exorbitantes, então com as demasiadas variáveis 
em questão procuram-se alternativas sustentáveis de modo a garantir que o traçado providencie 
segurança, comodidade e seja sustentável, gerando grandes benefícios a nível económico, social 
e financeiro, garantindo dessa maneira o desenvolvimentos em diversos aspectos. 
O presente relatório é referente a visita de estudo realizada ao longo da estrada de Goba (no interior 
da cidade de Maputo) para quem se dirige a Suazilândia, na cadeira Vias de Comunicação I. 
O trabalho apresentado a seguir tem como foco a análise crítica dos pontos do traçado da estrada 
em planta e em perfil Longitudinal para consolidação das matérias leccionadas durante as aulas 
teóricas e práticas da cadeira. 
Objectivos: 
 Avaliar o traçado em planta e perfil do projecto; 
 Consolidar as aulas teóricas e práticas com a visualização de aspectos técnicos 
apresentados no campo; 
 Realização duma análise crítica das normas (verificação do traçado e comparação com o 
pré estabelecido) e verificação das condições apresentadas em campo. 
 
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Desenvolvimento 
 
1ª Paragem: 
Nesta paragem estivemos perante uma zona baixa, onde a estrada atravessa uma linha de água. 
Pode se verificar que nestas condições a estrada se desenvolve em aterro ao longo (da planície de 
inundação) da largura do vale, de modo a evitar que em época de cheias a água alcance o nível da 
estrada, deixando esta alagada, o que pode causar o corte da mesma. Ao longo do aterro são 
colocados aquedutos como forma de permitir que a água escoe de um lado para o outro. 
Ao se definir a cota da estrada, deve-se ter o cuidado de verificar se trata-se de uma zona 
relativamente plana e limitada por zonas mais altas. Sendo o caso, deve-se optar por um trainel em 
aterro e a altura do mesmo deve ser definida de acordo com dados hidrológicos (isto é, tendo em 
conta a altura máxima de elevação da água). 
Neste mesmo troço da estrada pode se notar a não existência de valetas para transporte de água e 
protecção do bordo da estrada. A existência de valetas abauladas ajudaria no escoamento da água 
ao longo da estrada e evitaria a deterioração do pavimento do bordo. 
 
Figura 1: Estrada em aterro Figura 2: Bordo do pavimento deteriorado 
 
2ª Paragem: 
Neste troço da estrada estivemos perante uma zona erudita devido a saída de água, e como forma 
de solucionar o problema se poderia ter feito: 
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 Construção de aquedutos; 
 Construção de valetas mais alargadas. 
Tendo se optado pela construção de aquedutos cilíndricos (manilhas) paralelos a estrada. Este por 
sua vez não foi devidamente implantado. 
E pode-se observar ao longo da estrada valetas revestidas como forma de evitar erosão, por se 
tratar de uma zona de inclinação acentuada onde há passagem de volume de água com velocidade 
considerável. Mais adiante pode-se verificar a existência de uma curva em planta que está toda 
dentro de um trainel. 
 
Figura 3: Aqueduto (manilha) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Valeta revestida 
Figura 5: Curva dentro do trainel 
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3ª Paragem: 
Neste troço da estrada pode-se observar um problema de concordância entre traineis, onde a 
curva de concordância apresenta um desenvolvimento muito pequeno, formando deste modo um 
bico na transição de um trainel para o outro, o que tira segurança e conforto aos utilizadores da 
via. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4ª Paragem: 
 
Neste trecho da estrada pode-se observar a concordância entre trainel e curva, sendo que esta 
última encontra se toda dentro do trainel. A estrada apresenta um alinhamento recto longo em 
escavação, com valetas para o transporte da água que se escoa ao longo da via e, devido a sua 
grande extensão, apresenta sanjas para retirar a água das valetas (estas geralmente são implantadas 
a cada 30-40m). A secção da valeta não aguenta a quantidade de água que se escoa, por essa razão, 
a certa altura deve-se colocar sanjas de modo a desviar o curso de água para que esta não galgue a 
estrada. 
 
 
Figura 6: Falta de concordância entre traineis 
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5ª Paragem: 
 
 Alinhamento recto muito extenso, tendo como consequência problemas de encandeamento 
nocturno. A estrada corre em aterro como forma de evitar problemas de drenagem. 
Neste trecho da estrada, com a ajuda de uma régua fez-se a determinação da inclinação transversal 
e longitudinal da estrada, onde se obteve os seguintes resultados: 4,44%, 3,22% e 2,4%, 2% para 
as inclinações transversal e longitudinal respectivamente. Com estes valores pode-se verificar que 
a inclinação transversal da estrada é acentuada, sendo que de acordo com a norma do traçado, 
trechos de inclinação suave possuem valores de 1,5-2,5%. 
Exemplo do cálculo de inclinação: 
𝒊 =
∆𝑯
𝒍
=
𝟒
𝟗𝟎
= 𝟎. 𝟎𝟒𝟒, 4.4% 
 
𝒊 =
∆𝑯
𝒍
=
𝟐, 𝟗
𝟗𝟎
= 𝟎. 𝟎𝟑𝟐, 𝟑. 𝟐% 
 Onde: 
 ∆𝑯- diferença de cotas; 
 𝒍-comprimento entre as cotas; 
 𝒊- Declive; 
Figura 7: Curva dentro do trainel e valeta para transporte de água Figura 8: Sanja 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6ª Paragem: 
 
Neste ponto da estrada observa-se que o bordo do pavimento na zona de acesso a estrada encontra-
se desgastado. Como forma de evitar esse tipo de problema, deve-se recorrer a aplicação de um 
lancil, sendo que este pode estar acima ou ao nível da estradae a sua aplicação pode ser durante 
ou após a conclusão da estrada. 
No troço seguinte verificou-se problemas de visibilidade em curva, por esta apresentar deflexão grande 
e raio pequeno. O condutor vê muito pouco e, a distância de visibilidade de paragem não corresponde a 
650m para uma VB de 100Km/h, daí a necessidade de se colocar risco contínuo e tentar se garantir a 
distância de visibilidade de paragem e também se podar a vegetação (capim) ao redor da curva, de 
modo a não obstruir a visibilidade em curva. 
 
 
 
 
Figura 9: Medição de inclinação Figura 10: Alinhamento recto extenso 
Figura 11: Bordo desgastado Figura 12: Curva com problema de 
visibilidade 
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7ª Paragem: 
 
Alinhamento recto extenso com inclinação acentuada, não havendo problemas de encandeamento 
nocturno devido a concordância entre planta e perfil. 
Problema de concordância entre planta e perfil. Apresenta uma curva em planta que começa logo 
a seguir ao ponto mais alto do trainel, embora se tenha colocado uma sinalização, esta não é visível 
devido ao crescimento da vegetação existente ao redor da estrada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8ª Paragem: 
 
Neste trecho da estrada podemos observar que a curva que dá acesso a ponte encontra-se muito 
próxima a entrada da ponte, isto é, a distância entre o início da ponte e a curva é muito pequena, o 
que pode ser desastroso em caso de acidente e a possível solução seria escavar-se de modo a 
garantir a segurança e comodidade. A saída da ponte pode se observar que a curva de concordância 
termina dentro da ponte, o que tira segurança a estrada. 
E pode se notar que a mesma ponte encontra-se fissurada devido à sobrecarga num dos lados da 
estrada, não apresenta guarda de segurança para protecção dos peões e possui microesferas que 
Figura 13: Alinhamento recto extenso, sem visibilidade do 
sinal de curva 
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fazem parte do grupo dos retrorreflectores que ajudam no processo de reflexão durante a noite, a 
junta da ponte encontra-se exposta não sendo um problema pois o material é resistente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14: juntas sem protecção e fissuras Figura 15: curva demasiado em cima da 
Ponte 
Figura 16: curva de concordância termina dentro da 
ponte 
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9ª Paragem: 
Após a travessia da ponte, durante o percurso pode-se notar que há uma mudança na VB da 
estrada, devido a alterações na topografia da região o que levou a mudanças das características 
geométricas da estrada e consequente redução da VB. Pode-se também notar a existência de uma 
via adicional em rampa para os veículos pesados devido a inclinação acentuada. 
Neste trecho também se pode observar que há maior preocupação em destacar a sinalização 
horizontal, devido à situação delicada do troço. 
Para situações destas, em que o terreno se encontra muito acidentado, geralmente tem se feito o 
uso de fotografias aéreas para identificação do percurso mais fácil (isto é, que os veículos 
consigam vencer sem muita/nenhuma dificuldade). 
 
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Conclusão 
 
Neste presente trabalho pode se consolidar os conhecimentos obtidos nas aulas teóricas e práticas 
leccionadas, e pode se verificar que apesar de existirem normas e regras para o traçado perfeito de 
uma estrada, estas normas fazem parte de um grupo de leis mais teóricas pois na prática ou no 
terreno a análise feita não é muito linear pois são muito dependentes das condições fornecidas pela 
região , objectivos que se pretendem alcançar com o traçado da estrada e o mais importante a 
componente econômica pois, pretende-se com lançamento da estrada gerar mais lucros de modo 
sustentável uma vez que a construção da mesma significa mais desenvolvimento em todos sectores 
principalmente a educação, saúde e marketing. 
Verificou-se que a maioria dos problemas, surgem não devido a falta de conhecimento da parte 
dos projectistas mas sim devido à falta de meios financeiros que possam fazer parte da solução do 
problema que muitas vezes fazem com que os projectos não sejam recomendados ou aplicados 
pois irão envolver valores elevados e devido a estas irregularidades passa-se a colocação de meios 
que podem facilitar a interação condutor-traçado de modo que apesar das situações existentes eles 
possam dirigir-se de um ponto ao outro de forma cômoda e segura, sendo que nas situações 
extremas exige-se que recomende uma remodelação da estrada pois a estrada não foi feita para 
estar lá por pouco tempo mas sim por várias gerações e daí a necessidade de não se criar corredores 
da morte.