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caso concreto 02 plano de aula de direito civil 03

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Caso Concreto 2 de Direito Civil 3
Manoel, prestador de serviços em Curitiba, após troca de e-mails com informações sobre o serviço (via Internet) com Maria (residente em Colombo, região metropolitana de Curitiba) apresenta-lhe on-line (também via Internet/Messenger) proposta para realizar pintura de sua residência, indicando o preço que cobraria pela empreitada e o material necessário. Responda as questões abaixo:
Pode-se afirmar que houve negociação preliminar? Se afirmativa a resposta, de que forma?
Resposta: Sim. Haja vista ter havido negociação preliminar por meio da troca de e-mails, onde foram investigadas as vantagens e as desvantagens, sendo, com isso, avaliada a conveniência da futura contratação.
A proposta feita on-line por Manoel vincula? Justifique sua resposta e destaque, em caso afirmativo, o que significaria a obrigatoriedade da oferta.
Resposta: Sim. A proposta é uma declaração unilateral de vontade receptícia, estando sujeita à aceitação da outra parte para que produza seus efeitos.
A obrigatoriedade da oferta (princípio da vinculação ou da obrigatoriedade da proposta) significa que a proposta feita pelo policitante é obrigatória. A proposta feita on-line, por ser considerada uma proposta entre presentes (art. 428, I, do CC), vincula. 
Com isso, a proposta feita por Manoel o torna vinculado à Maria e, em caso de aceitação por parte desta, ele fica obrigado a cumprir o que foi ofertado.
Policitante (proponente ou solicitante): aquele que faz a oferta.
Policitado (oblato ou solicitado): aquele para quem a proposta é direcionada.
III- Qual o prazo de validade da oferta feita por Manoel?
Resposta: Não há prazo por tratar-se de uma proposta entre presentes (art. 428, I, do CC). Cabe ressaltar que, conforme expresso no dispositivo legal mencionado, a proposta deixa de ser obrigatória se não houver aceitação imediata.
IV- Em que momento poderia ser considerada aceita a proposta e formado finalmente o contrato?
Resposta: No momento da aceitação expressa realizada por Maria (policitado, oblato ou solicitada)
.
V- Identifique o lugar da celebração do contrato.
Resposta: Em conformidade com o art. 435, CC/2002, o contrato se forma no lugar em que foi feita a proposta. Com isso, o lugar de celebração do contrato entre Manoel e Maria é a cidade de Curitiba.
 Questão objetiva 1
A respeito da interpretação de contratos, é certo dizer que:
a) as cláusulas não podem ser revistas em hipótese alguma depois da assinatura do contrato por todos os contratantes, a não ser por determinação judicial em processo de conhecimento.
b) as expressões com mais de um sentido não devem, em caso de dúvida, ser entendidas de maneira mais conforme à natureza e ao objeto do contrato só podendo ser modificadas em juízo.
c) as cláusulas ambíguas não são interpretadas de acordo com o costume do lugar em que foram estipuladas.
d) quando um contrato ou uma cláusula apresenta duplo sentido, deve-se interpretá-lo de maneira que possa gerar algum efeito, e não de modo que não produza nenhum.
e) as cláusulas inscritas nas condições gerais do contrato, impressas ou formuladas por um dos contratantes, não são interpretadas, na dúvida, em favor do outro.
Resposta: d.
Justificativa:
- A expressão ambígua interpreta-se segundo o que é de uso no país;
- Em caso de dúvida, a cláusula interpreta-se contra o estipulante e em favor do promitente;
- Quando um contrato encerrar expressões de sentido duplo, deve-se estender no sentido condizente com a natureza do negócio mesmo;
- Quando  uma cláusula for suscetível de dois entendimentos, deve ter aquele em que possa produzir algum efeito, e não no em que nenhum possa gerar.
 Questão objetiva 2
Sobre os efeitos da boa-fé objetiva, é INCORRETO afirmar que:
a) servem de limite ao exercício de direitos subjetivos.
b) resultam na proibição do comportamento contraditório.
c) qualificam a posse, protegendo o possuidor em relação aos frutos já percebidos.
d) servem como critério para interpretação dos negócios jurídicos.
e) reforçam o dever de informar das partes na relação obrigacional.
Resposta: C.
Justificativa:
A boa-fé objetiva serve ainda como controle das condutas humanas.
Pela máxima venire contra factum proprium non potest, determinada pessoa não pode exercer um direito próprio contrariando um comportamento anterior, devendo ser mantida a confiança e o dever de lealdade, decorrentes da boa-fé objetiva.
c) Sobre o erro da letra C:
Na verdade, a assertiva está correta: 
Art. 1.214, CC. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
  Contudo, este dispositivo trata da boa-fé SUBJETIVA, ou seja, a boa-fé do próprio agente naquela situação.
  Flávio Tartuce: Em relação aos seus efeitos, os vícios da violência, da clandestinidade ou da precariedade não influenciam na questão dos frutos, das benfeitorias e das responsabilidades. Para tais questões, leva-se em conta se a posse é de boa-fé ou má-fé, ou seja, critérios subjetivos.
Classificação da posse quanto à boa-fé subjetiva ou intencional (art. 1.201 do CC): 
- Posse de boa-fé – presente quando o possuidor ignora os vícios ou os obstáculos que lhe impedem a aquisição da coisa ou quando tem um justo título que fundamente a sua posse. 
- Posse de má-fé – situação em que alguém sabe do vício que acomete a coisa, mas mesmo assim pretende exercer o domínio fático sobre esta.
d) Princípio da Eticidade: Trata-se da valorização da ética e da boa-fé, principalmente daquela que existe no plano da conduta de lealdade das partes (boa-fé objetiva). Pelo Código Civil de 2002, a boa-fé objetiva tem função de interpretação dos negócios jurídicos em geral (art. 113 do CC).
e) Eis que a sua violação pode gerar o abuso de direito, nova modalidade de ilícito (art. 187). Por fim, a boa-fé objetiva tem a função de integrar todas as fases pelas quais passa o contrato (art. 422 do CC).

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