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Direito Administrativo Aula 03

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Olá, 
Bom dia. Hoje o tema é especial. Um dos mais 
cobrados pelo CESPE. Vamos estudar o seguinte: 
Aula 03 (03/06): 3 Ato administrativo: conceito, 
requisitos, atributos, classificação e espécies. 
Então, vamos à teoria e depois às questões. 
Atos Administrativos 
A teoria do ato administrativo talvez seja um dos 
pontos mais importantes do estudo do Direito Administrativo. Assim, 
devemos, inicialmente, entender o que é o ato administrativo e, para 
tanto, necessário compreender como se dá seu surgimento. 
Observe que no mundo há diversos fatos que 
consubstanciam a realização de coisas, tal como andar, falar, chover, 
um raio, um aperto de mão etc, ou seja, alguns fatos surgem de 
condutas humanas e outros, independentemente dessa. 
Nesse universo, nem todos os fatos interessam ao 
Direito. Somente será objeto de atenção os que tenham implicação 
jurídica, ou seja, os fatos mais importantes, aos quais se atribuem 
algum efeito ou consequência no âmbito do Direito, de modo a fazer 
surgir, extinguir, modificar ou alterar direitos ou obrigações. 
Assim, somente interessam os fatos que têm reflexo na 
ordem jurídica, denominando-se fatos jurídicos. 
Para o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello fato 
jurídico é ―qualquer acontecimento a que o Direito imputa e 
enquanto imputa efeitos jurídicos. O fato jurídico, portanto, pode 
ser um evento material ou uma conduta humana, voluntária ou 
involuntária, preordenada ou não a interferir na ordem jurídica‖. 
Com efeito, em relação aos fatos interessa-nos aqueles 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN
Teoria e exercícios comentados
Prof. Edson Marques–Aula 03
1
 
 
 
 
que têm alguma influência no cotidiano da Administração Pública, ou 
seja, os denominados fatos administrativos. Estes são 
considerados, em sentido amplo, como toda atividade material 
que tem, por objetivo, efeitos práticos no interesse da 
Administração Pública. 
 
 
Dessa forma, os fatos administrativos podem ser 
voluntários ou naturais. São voluntários quando traduzem 
providências desejadas pela Administração, através de sua 
manifestação volitiva ou por condutas administrativas que refletem 
ações ou comportamentos administrativos. São naturais quando se 
originam de eventos da natureza que refletem na órbita 
administrativa. 
 
 
Podemos dizer, então, que os fatos administrativos 
ou decorrem de atos administrativos ou surgem de eventos 
naturais. Neste caso teríamos, por exemplo, a morte de um servidor. 
Naquele, a execução material do ato administrativo (exemplo: a 
derrubada de construção irregular decorrente de uma determinação 
administrativa). 
 
 
É de se mencionar que, para a Profa. Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro, os fatos que ocorrem no âmbito da Administração, 
mas não têm qualquer efeito jurídico, são fatos da Administração, 
e a realização material de certas condutas pela Administração estaria 
englobada dentre os atos da Administração, sendo fato 
administrativo apenas aqueles que decorrem de eventos naturais e 
tenha consequências ou produzem efeitos jurídicos no âmbito do 
Direito Administrativo. 
 
 
Assim, conforme lição da ilustre professora, os atos da 
Administração seria gênero, que teria as seguintes espécies: 
 
 
a) os atos de direito privado; 
b) os atos materiais da administração; 
c) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; 
d) os atos políticos; 
e) os contratos; 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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f) os atos normativos; e, 
g) os atos administrativos propriamente ditos. 
 
 
O Prof. Bandeira de Mello, por outro lado, entende que 
dentre os atos da Administração teremos os atos regidos pelo 
direito privado, atos materiais (cirurgia, pavimentação de rua 
etc) e atos políticos ou de governo. 
 
 
De todo modo, é preciso esclarecer que nem todo ato 
praticado pela Administração é tido como ato administrativo, 
alguns são atos da Administração, cuja expressão representa toda 
atividade, jurídica ou não jurídica, que tem nascimento a partir da 
Administração Pública, consoante dicção de Cretella Júnior. 
 
 
Por isso, nem todos os atos praticados pela 
Administração se caracterizam como atos administrativos, alguns, por 
exemplo, são considerados atos privados, tal como a assinatura de 
um cheque, o pagamento de uma fatura de telefone, a locação de um 
imóvel, visto que são atos regidos por regras de direito privado. 
 
 
Dessa forma, conforme conceitua Hely Lopes Meirelles, 
ato administrativo é ―toda manifestação unilateral de vontade 
da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha 
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, 
extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos 
administrados ou a si própria‖. 
 
 
Nesse sentido, arremata Vicente Paulo e Marcelo 
Alexandrino, esclarecendo que ―o ato administrativo é uma 
manifestação de vontade, de conteúdo jurídico, da 
Administração Pública; o fato administrativo, por seu turno, 
não é provido de conteúdo jurídico, não tem por escopo a 
produção de efeitos jurídicos; configura a realização material, 
a execução prática de uma decisão ou determinação da 
Administração‖. 
 
 
Devemos observar, ainda, que o Poder Judiciário e o 
Poder Legislativo, no exercício de suas funções típicas, não praticam 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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atos administrativos, ou seja, praticam atos judiciais e legislativos, 
respectivamente. 
 
 
Silêncio Administrativo 
 
 
Questão interesse diz respeito ao silêncio 
administrativo, ou seja, a inércia, a omissão da Administração pode 
ser considerada um ato ou é um fato administrativo? 
 
 
Para o Prof. Bandeira de Mello as omissões da 
Administração Pública, ou seja, o silêncio da Administração, 
não se enquadra como ato administrativo, sendo, portanto, 
um fato administrativo, conforme adverte: 
 
 
[...] 
Na verdade, o silêncio não é ato jurídico. Por isto, 
evidentemente, não pode ser ato administrativo. Este é 
uma declaração jurídica. Quem se absteve de declarar, 
pois, silenciou, não declarou nada e por isto não 
praticou ato administrativo algum. Tal omissão é um 
‗fato jurídico‘ e, in casu, um ‗fato jurídico 
administrativo‘. 
[...] 
 
 
Também o Prof. Carvalho Filho entende que ―o silêncio 
não revela a prática de ato administrativo, eis que inexiste 
manifestação formal de vontade; não há, pois, qualquer 
declaração do agente sobre sua conduta. Ocorre, isto, sim um 
fato jurídico administrativo que, por isso mesmo, há de 
produzir efeitos na ordem jurídica‖. 
 
 
Contudo, deve-se observar que há divergência na 
doutrina acerca desse ponto. Para a profa. Di Pietro ―até mesmo o 
silêncio pode significar forma de manifestação de vontade, 
quando a lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei 
fixa um prazo, findo o qual o silêncio da administração 
significa concordância ou discordância‖. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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Atributos 
 
 
O ato administrativo tem características especiais, que 
as denominamos de atributos do ato administrativo. Assim, na visão 
clássica, teríamos: a presunção de legalidade, a 
autoexecutoriedade e a imperatividade. Contudo, atualmente, 
temos destacado os seguintes atributos: 
 
P resunção de 
veracidade 
legitimidade e 
A utoexecutoriedade 
T Ipicidade 
I mperatividade 
 
 
A presunção de legitimidade e veracidade é o 
atributosegundo o qual todo ato administrativo é proferido de acordo 
com o ordenamento jurídico (legalidade) e são seus fundamentos 
verdadeiros. Trata-se de presunção relativa (iuris tantum), ou seja, 
admite-se prova em contrário. 
 
 
Tal atributo é que permite a imediata execução dos atos 
administrativos, ainda que defeituosos ou inválidos, enquanto não 
pronunciada sua nulidade. 
 
 
A imperatividade, também denominada por alguns de 
coercibilidade, é a possibilidade que tem a Administração de criar 
obrigações ou impor restrições, unilateralmente, aos administrados. 
Decorre do chamado poder extroverso do Estado, ou seja, poder de 
restringir direitos ou criar obrigações para particulares. 
 
 
Com efeito, podemos constatar que esse atributo 
somente estará presente nos atos administrativos que criem 
obrigações ou restrições (atos de polícia, por exemplo), não estando 
em outros atos (emissão de certidão), por não criarem qualquer 
obrigação. 
 
 
A autoexecutoriedade é o poder que tem a 
Administração de imediata e diretamente, executar seus atos, 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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independentemente de ordem judicial. Pode-se dividir tal atributo em 
exigibilidade e executoriedade. 
 
 
A exigibilidade seria a obrigação do particular em 
cumprir as determinações da Administração (coerção indireta) e a 
executoriedade seria o poder de a Administração fazer o particular 
cumprir suas obrigações e em caso de não cumprimento ela mesma 
adotar as medidas inerentes ao cumprimento do ato (coerção direta). 
 
 
Assim, por exemplo, a multa administrativa não goza 
de executoriedade, na medida em que a administração não pode se 
valer de sua força para adentrar a esfera de patrimônio do 
administrado para receber o referido valor. No entanto, é exigível, 
isso porque pode obrigar o administrado a cumpri-la por meios 
indiretos, tal como bloqueio de documento de veículo, por exemplo. 
 
 
Por fim, tipicidade que é o atributo no qual o ato 
administrativo deve corresponder às figuras estabelecidas 
previamente no ordenamento jurídico, ou seja, o ato deve estar 
tipificado, deve constar na lei como apto a produzir determinados 
efeitos. 
 
 
Planos: Perfeição, Validade e Eficácia 
 
 
Todos os atos jurídicos podem ser analisados sobre três 
planos. O plano da validade, o plano da eficácia e o plano da 
perfeição. 
 
 
É perfeito o ato administrativo quando ele completa 
seu ciclo de formação, ou seja, quando completa todo o procedimento 
para sua emanação. 
 
 
 
normativos. 
É válido quando produzido de acordo com os ditames 
 
 
Enfim, é eficaz quando disponível para produção de 
seus efeitos, ou seja, quando independe de qualquer evento ou 
condição. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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Perfeito 
 
 
Válido 
 
 
 
 
 
 
Inválido 
Eficaz 
 
 
Ineficaz 
 
 
Eficaz 
 
 
Ineficaz 
 
 
Com efeito, é possível que o ato seja perfeito, inválido 
e eficaz, ou seja, que completo seu procedimento, tenha sido 
projetado com burla ao comando normativo, porém apto a produzir 
efeitos. Ex.: um servidor que fora nomeado para um cargo público, 
muito embora tenha sido aprovado no certame por meio de fraude. 
 
 
Poderá ser perfeito, válido, ineficaz, ou seja, quando 
completo seu ciclo e em conformidade com as exigências normativas, 
sendo que não produz efeitos por não ter alcançado a condição ou 
termo para iniciar a produção de seus efeitos. 
 
 
Exemplo disso é a designação de servidor para ocupar o 
cargo comissionado de assessor, a partir da vacância do cargo pelo 
servidor Y no dia 31/12/2009, ou seja, o ato somente produzirá seus 
efeitos com o advento do termo (termo é evento futuro e certo), ou, 
em outro exemplo, fica exonerado o servidor da função quando for 
promovido por merecimento. Veja que não se sabe quando será o 
servidor promovido, portanto se trata de uma condição (condição é 
evento futuro e incerto). 
 
 
Pode, ainda, o ato ser perfeito, inválido e ineficaz, 
quando o ato, em que pese estar completo seu procedimento, ele não 
fora emanado segundo as orientações normativas e também não está 
apto à produção de efeitos, por depender de termo ou condição. 
 
 
Não devemos, portanto, confundir perfeição, validade e 
eficácia, na medida em que estaremos em planos distintos de 
avaliação do ato. 
 
 
Ademais, o ato administrativo é pendente quando, 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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muito embora seja perfeito, ainda não produz seus efeitos, isso 
porque está sujeito a condição ou termo. Condição é evento futuro e 
incerto. Termo é evento futuro e certo. Portanto, o ato pendente é ato 
perfeito. 
 
 
Há ainda os atos denominados consumados, ou seja, é 
aqueles que já produziram todos os seus efeitos. 
 
 
Requisitos ou Elementos 
 
 
Com base na Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular) é 
possível extrair os requisitos ou elementos do ato administrativo, 
sendo: Competência, Finalidade, Forma, Motivo e Objeto. 
 
 
a) Competência 
 
 
Competência é o poder conferido por lei a um 
determinado agente público para desempenho de certas atribuições. 
 
 
A competência sempre decorre de lei, sendo portanto 
um dever seu exercício, ou seja, dever-poder, visto que o agente 
não cabe escolher exercitá-la ou não, devendo atuar sempre e 
quando for determinado por lei. 
 
 
Diante disso, podemos dizer que a competência possui 
as seguintes características: 
 
 
 Seu exercício é obrigatório (dever-poder) 
 
 
 É irrenunciável, não se admite que o agente renuncie, 
abdique, ou seja, abra mão de sua competência. 
 
 
 É intransferível, ou seja, não poderá o agente público 
transferir para outrem o que lhe fora conferido por lei. 
 
 
 É inderrogável, ou seja, não se modifica pela vontade 
do agente, da Administração ou de terceiros. Somente a 
lei pode modificá-la. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
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 É imprescritível, significando dizer que não importa em 
perda de sua competência o simples fato de não tê-la 
exercido, o agente público por certo período. 
 
 
Nestes termos dispõe o art. 11 da Lei nº 9.784/99 (Lei 
do Processo Administrativo) que ―a competência é irrenunciável e se 
exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, 
salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos‖. 
 
 
Todavia, é possível ao agente público delegar, parcial e 
temporariamente, suas atribuições, se e quando a lei permitir, de 
modo que nesta situação ele poderá revogar a delegação a 
qualquer tempo, não se tratando, portanto, de renúncia ou 
transferência de sua competência. 
 
 
Delegação é a transmissão de poderes para que 
outrem realize certos atos pelo agente delegante. E, avocar é 
chamar para si certos poderes de outro agente. 
 
 
Com efeito, não é vedada a delegação e avocação de 
competências. Todavia, deverão ser exercidas nos limites e termos 
permitidos por lei. 
 
 
Assim, devemos observar que a regra é a 
possibilidade de delegação, conforme dispõe a Lei nº 9.784/99, na 
medida em que, conforme estabelece o art. 13, somente é vedada a 
delegação de: a) edição de atos de caráter normativo; b) a 
decisão de recursos administrativos; c) as matérias de 
competências exclusivas do órgão ou autoridade.Diante disso, pode-se concluir que a delegação pode 
ocorrer quando: a) não existir impedimento legal; b) houver 
conveniência administrativa em razão de circunstâncias de índole 
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Não poderá, no 
entanto, ser total, deve ser apenas de parcela da competência e tem 
que ser temporária, ou seja, feita por prazo determinado. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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É importante mencionar que a delegação poderá ser 
feita para órgão ou agentes que estejam subordinados à autoridade 
delegante, como também poderá ser feita quando não exista 
subordinação hierárquica. Significa dizer que o delegado, ou seja, 
aquele que recebe a delegação, órgão ou agente, não precisa ser 
necessariamente subordinado ao delegante. 
 
 
O ato de delegação, conforme determina a Lei, deverá 
conter a matéria e os poderes transferidos, os limites da atuação do 
delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, 
podendo conter ressalva de exercício de atribuições delegada. 
 
 
Assim, os atos praticados pelo delegado, no exercício 
da delegação, deverão constar tal fato, ou seja, que age na qualidade 
de delegado, de modo que os atos que praticar nessa condição 
deverão ser considerados editados pelo delegado. 
 
 
Por fim, o ato de delegação poderá a qualquer 
momento ser revogado pelo delegante, devendo, tanto este ato 
como o da própria delegação ser publicado no meio oficial. 
 
 
A avocação, por outro lado, é a possibilidade de um 
superior hierárquico chamar para si o exercício, temporário e 
excepcional, de parte de competências conferidas a um subordinado. 
 
 
Portanto, é sempre temporária e se dará por motivos 
relevantes devidamente justificados, não podendo ocorrer quando se 
tratar de competência exclusiva do subordinado. 
 
 
Dessa forma, a Lei nº 4.417/65 (Lei de Ação Popular – 
LAP) diz que são nulos os atos praticados com vício de 
incompetência, e que a incompetência caracteriza-se quando o 
ato não se incluir nas atribuições legais. 
 
 
Com efeito, quando tratamos de competência, somos 
levados a verificar o denominado abuso de poder, ou seja, o uso 
anormal do poder. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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O uso do poder é a utilização normal das prerrogativas 
públicas, abuso de poder é, conforme lição de José dos Santos 
Carvalho Filho ―a conduta ilegítima do administrador, quando atua 
fora dos objetivos expressa e implicitamente traçados na lei‖. 
 
 
Diante disso, podemos perceber duas formas de vício 
quanto ao uso do poder, sendo o excesso de poder e o desvio de 
poder (desvio de finalidade). 
 
 
Ocorre o excesso de poder quando o agente atua fora 
ou além dos limites da competência que lhe foi atribuída. O desvio 
de poder ou de finalidade ocorre quando o agente, muito embora 
seja competente, atua em descompasso com a finalidade 
estabelecida em lei para a prática de certo ato. 
 
 
Como disse, o desvio de poder também é conhecido 
como desvio de finalidade, ou seja, conduta do agente público que dá 
finalidade ao ato administrativo diverso daquela prevista na lei. 
Exemplo do superior que, no sentido de punir, perseguir, o 
subordinado, remove-o para comarca distinta da sua sede. 
 
 
Tanto quando há excesso de poder ou desvio de poder, 
diz-se que houve abuso de poder. Assim, agindo o agente, comete 
ato ilícito administrativo (além de ilícito penal, Lei nº 4.898/65), visto 
que o abuso de poder afronta o princípio da legalidade, sujeitando-se, 
portanto, ao controle administrativo (autotutela) ou judicial 
(mandado de segurança, por exemplo). 
 
 
Ademais, podemos citar outros vícios relacionados à 
competência, tal como a chamada usurpação de poder ou de 
função e o exercício da função de fato. 
 
 
A usurpação de função acontece quando um 
indivíduo se faz passar pelo agente público competente para a 
realização de certas atribuições. Por exemplo: pessoa que se faz 
passar por um carteiro a fim de cometer ilícitos. Um agente da ABIN 
que se faz passar por um Delegado de Polícia a fim de obter 
documentos constantes de inquérito policial etc. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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Já o exercício da função de fato se dá quando o 
agente é investido em cargo, emprego ou função, muito embora 
exista alguma irregularidade que torna esse ato ilegal. Aqui nós 
teríamos a chamada teoria do servidor de fato, ou seja, de um 
agente que de fato exerceu as atribuições ou competências 
administrativas como se de direito fosse um servidor. 
 
 
Nesse caso, deve ser aplicada a teoria da aparência, 
de modo a considerar os atos praticados por tal agente como válidos 
ou pelo menos seus efeitos, eis que não seria dado ao cidadão 
(administrado) imaginar que tal agente não era um servidor 
legalmente investido nas atribuições do cargo. 
 
 
O vício de competência poderá ensejar a 
declaração de nulidade do ato. No entanto, em certos casos, tal 
como o do exercício da função de fato, admite-se sua convalidação. 
 
 
No entanto, se o vício acerca da competência diz 
respeito à matéria, ou seja, se uma autoridade dispõe sobre matéria 
que não está afeta à sua competência ou ainda se é matéria de 
competência exclusiva, não há possibilidade de convalidação. De 
outro lado, se a competência diz respeito tão-somente à pessoa, 
desde que não se trate de competência exclusiva, mas o ato foi 
praticado no órgão correspondente, haverá a possibilidade de 
convalidação. 
 
 
Podemos, então, dizer que a competência será 
sempre um elemento ou requisito vinculado, ou seja, sempre é 
definida por lei. 
 
 
b) Finalidade 
 
 
A finalidade é outro requisito ou elemento do ato 
administrativo e diz respeito ao fim perseguido pelo ato, ou seja, qual 
o seu objetivo. Com efeito, todo e qualquer ato administrativo tem 
por objetivo, por fim, atender ao interesse público. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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Essa finalidade está sempre, expressa ou 
implicitamente, estabelecida na lei, de modo que a finalidade é 
sempre elemento vinculado. 
 
 
A violação aos fins legais, como vimos, importa em 
vício que acarreta a nulidade do ato administrativo, por abuso de 
poder, denominado desvio de poder ou desvio de finalidade. 
 
 
Os atos praticados com desvio de finalidade, ou seja, 
com ofensa à finalidade, são, em regra, para atender a sentimento 
pessoal do agente, que utiliza de seu poder, sua competência, para 
buscar a satisfação de seus desejos, violando a finalidade do ato. 
 
 
c) Forma 
 
 
A forma é o meio pelo qual se exterioriza a vontade da 
Administração, ou seja, consiste na realização do ato segundo os 
procedimentos ou solenidades descritas na norma. É como se 
materializa o ato administrativo. 
 
 
A doutrina clássica tem entendido que se trata também 
de um elemento vinculado, pois a lei determina como o ato deva 
ser praticado. Assim, em princípio, todo ato administrativo seria 
formal, adotando-se, como regra, a forma escrita. 
 
 
No entanto, nos termos do art. 22 da Lei nº 9.784/99, 
e entendimento doutrinário mais moderno, ao qual aderimos, nem 
sempre a forma está prevista em lei, ou seja, às vezes ela é livre. 
 
 
Explico. Muito embora a Lei nº 9.784/99 determine que 
os atos do processo administrativo sejam realizados por escrito, o 
citado artigoestabelece que ―os atos do processo administrativo não 
dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente 
a exigir‖. 
 
 
Assim, é possível percebemos que a forma será livre, 
salvo quando a lei expressamente a estabelecer. Teríamos, portanto, 
o chamado princípio do formalismo moderado. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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Entretanto, quando a lei estabelecer que a forma seja 
da essência do ato, este somente será válido se observar tal 
determinação, não sendo possível a sua convalidação por vício dessa 
natureza. 
 
 
De mais a mais, é importante destacar que poderemos 
ter atos administrativos exteriorizados não só pela forma escrita, mas 
por meio verbal, por gestos ou mímica, até mesmo por meio de 
equipamentos ou sinais. 
 
 
d) Motivo 
 
 
Motivo é o fundamento de fato e de direito que serve 
de suporte ao ato administrativo, ou seja, como bem destacado por 
Hely Lopes Meirelles, motivo ou causa, “é a situação de direito 
ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato 
administrativo”. 
 
 
É preciso, no entanto, diferenciarmos motivo e 
motivação. A motivação, conforme leciona Celso Bandeira de Mello, 
integra a formalização do ato, sendo a exteriorização, exposição, dos 
fundamentos de fato e de direito que deram suporte a prática do ato, 
ou seja, é a demonstração ou exposição dos motivos. 
 
 
É controvertido, doutrinariamente, acerca da 
obrigatoriedade de ser expor a motivação do ato administrativo, 
sendo obrigatória para alguns (Celso Antônio, Di Pietro) e não 
obrigatória para outros (José dos Santos). Há, ainda, o entendimento 
no sentido de que a motivação seria obrigatória nos atos vinculados e 
dispensada para atos discricionários. 
 
 
Deve-se ressaltar, no entanto, que todo 
administrativo tem um motivo, porém nem todos têm 
motivação. 
 
 
Com efeito, alguns atos administrativos não precisam 
ser motivados, ou seja, não carecem da exposição de seus motivos, 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
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tal como é o caso da nomeação e exoneração de cargo comissionado, 
por ser declarado de livre nomeação e exoneração. 
 
 
Assim, a regra é os atos administrativos serem 
motivados. Todavia, existem atos administrativos que não carecem de 
motivação. Nesse aspecto, a Lei nº 9.784/99, exigiu expressamente a 
motivação de alguns atos, conforme art. 50, que assim determina; 
 
 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, 
com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, 
quando: 
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; 
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou 
sanções; 
III - decidam processos administrativos de concurso ou 
seleção pública; 
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de 
processo licitatório; 
V - decidam recursos administrativos; 
VI - decorram de reexame de ofício; 
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a 
questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas 
e relatórios oficiais; 
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou 
convalidação de ato administrativo. 
 
 
Desse modo, pode-se perceber que nem todos os atos 
administrativos deverão ser motivados. No entanto, é salutar que a 
Administração Pública, em razão do princípio da transparência, 
corolário da publicidade, adote como regra a motivação de seus atos. 
 
 
Assim, quando a motivação for obrigatória, trata-se de 
exigência que diz respeito à forma, de modo que sua ausência nulifica 
o ato, sendo vício insanável, pois não se admite a motivação posterior 
na medida em que ela deve ser contemporânea ao ato praticado. 
 
 
Diante disso, vale comentar a denominada Teoria dos 
Motivos Determinantes. Para esta teoria os motivos que deram 
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suporte à prática do ato integram a sua validade, de maneira que se 
os motivos forem falsos ou inexistentes o ato estaria viciado, sendo 
inquinado de nulidade. 
 
 
Tal teoria aplica-se a qualquer ato, mesmo para aqueles 
que não se exige motivação, mas se declarou o motivo, está 
vinculado ao declarado. 
 
 
Essa teoria funda-se no princípio de que o motivo do 
ato administrativo deve sempre guardar correlação com a situação de 
fato apresentada, ou seja, que deu ensejo ao surgimento do ato. 
 
 
e) Objeto 
 
 
Objeto é o resultado prático que a Administração se 
propõe a conseguir. É denominado, por alguns, como conteúdo, ou 
seja, é o efeito jurídico imediato do ato administrativo, é a coisa, a 
atividade, ou a relação de que o ato se ocupa e sobre o qual tende a 
recair. 
 
 
O objeto do ato administrativo pode ser discricionário 
ou vinculado, consoante tenha ou não margem para escolha, entre 
um objeto ou outro, pelo Administrador. 
 
 
Mérito Administrativo 
 
 
Conforme se enunciou, alguns dos elementos do ato 
administrativo são sempre vinculados e outros, não. 
 
 
Vinculação quer dizer que a lei não deu liberdade de 
atuação do administrador, que deverá observar os estritos termos da 
norma. Por outro lado, quando há certa margem de liberdade para 
atuação do administrador, cabendo-lhe avaliar a conveniência e 
oportunidade da prática do ato, diz-se que o ato é discricionário. 
 
 
Será sempre vinculada a competência, a finalidade e, 
como regra, a forma, eis que lei irá dispor sobre seus limites. Porém, 
no tocante ao objeto e a valoração dos motivos, poderá a lei não 
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dispor de forma exaustiva, permitindo que a Administração possa 
escolher qual o objeto a ser perseguido, bem como escolher dentre as 
razões de fato e de direito que dão ensejo à prática do ato. 
 
 
Assim, o mérito do ato administrativo, ou seja, a 
avaliação acerca da conveniência e oportunidade encontra-se 
no motivo e no objeto, de modo que se a lei também dispuser de 
forma completa sobre tais elementos, o ato será vinculado, caso um 
destes dê possibilidade ou margem de escolha, liberdade de atuação, 
o ato será discricionário. 
 
 
Classificação 
 
 
Os atos administrativos são classificados de diversas 
formas. Assim, teremos quanto à liberdade de atuação, o ato 
administrativo poderá ser vinculado ou discricionário. 
 
 
Ato vinculado é aquele em que a lei fixa todos os 
requisitos de sua realização, não havendo margem de liberdade para 
atuação do agente público, de modo a proceder à avaliação da 
conveniência e oportunidade da prática do ato. Ex. licença 
paternidade, eis que ao nascer o filho do servidor este, 
automaticamente, saíra em licença. 
 
 
O ato discricionário é aquele em que há margem de 
liberdade para atuação do agente público, cabendo-lhe decidir acerca 
da conveniência e oportunidade em se praticar o ato. Exemplo: 
concessão de férias que poderá ser de acordo com a conveniência e 
oportunidade da administração. 
 
 
Quanto à manifestação de vontade, o ato 
administrativo poderá ser simples, complexo e composto. 
 
 
Ato simples é o que decorre da manifestação de 
vontade de um único órgão, colegiado (comissão disciplinar) ou 
singular (ato do chefe). Este ato estará completo com a emanação de 
vontade desse órgão, não dependendo de qualquer outra 
manifestação para ser considerado perfeito e eficaz. 
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17
 
 
 
 
 
Ato complexo é o que decorre de manifestação de 
vontade de dois ou mais órgãos, que se somam formando um único 
ato. 
 
 
Importante destacar que o ato só se considera formado 
quando há as duas manifestações, uma delas apenas é insuficiente 
para dar existência ao ato, somente com a junção das duas é que 
estará formado. Nesse sentido, se dá como exemplo o ato de 
aposentadoria de servidor. Sendo esse o entendimento, majoritário, 
no âmbito do STJ e do STF. 
 
 
E, por fim, ato composto é aquele que resulta da 
manifestação de um só órgão, mas cuja produção dos efeitos 
depende de ato de outro órgão que o aprove. Ex. nomeação de 
Ministro do Tribunal Superior. Uma vez nomeado, deverá ser 
sabatinado pelo Senado e se aprovado poderá tomar posse no cargo. 
Aqui temos dois atos, sendo que um é o principal e o outro é o 
acessório ou secundário. 
 
 
Quanto ao destinatário, os atos administrativos podem 
ser gerais ou individuais. Gerais são aqueles que não possuem 
destinatários determinados, são abstratos e impessoais, ou seja, 
busca atingir a todos que se enquadrem na mesma situação, 
indistintamente. 
 
 
Os individuais possuem destinatários determinados, 
certos, ou seja, faz previsão de uma situação concreta, cujo 
beneficiário é determinado. 
 
 
Assim, resoluções e portarias podem ser consideradas 
exemplos de atos gerais. No entanto, também é possível termos 
portarias como atos individuais. 
 
 
No tocante às prerrogativas temos os atos de império, 
os atos de gestão e os de mero expediente. 
 
 
Os atos de império são aqueles caracterizados pelo 
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poder de coerção estatal, ou seja, a Administração atua com 
superioridade, com poder de império (jus imperii). 
 
 
Os atos de gestão são aqueles em que a administração 
atua em patamar de igualdade com o administrado, ou seja, despida 
de prerrogativas, de poder de império. 
 
 
E os atos de mero expediente são atos de mera rotina 
administrativa, de impulso processual, não sendo, na expressa 
técnica, considerados atos administrativos. 
 
 
Classificam-se também os atos administrativos no 
tocante aos seus efeitos, quando teremos: ato constitutivo, 
extintivo (desconstitutivo), declaratório, alienativo, 
modificativo ou abdicativo. 
 
 
Faço uma ressalva para tomarem muito cuidado com 
esse ponto, pois a doutrina não é uniforme acerca da definição dada 
nessa classificação, havendo forte divergência entre os principais 
autores brasileiros. Mas, de forma geral, vamos adotar o seguinte: 
 
 
O ato constitutivo é aquele que cria uma nova situação 
jurídica para seu destinatário. Tem-se a criação de uma situação 
jurídica nova. Ex. nomeação de servidor, promoção do servidor, 
concessão de licença etc. 
 
 
Ato extintivo ou desconstitutivo é aquele que põe fim, 
extingue, situações jurídicas existentes. Ex.: demissão, cassação de 
autorização. 
 
 
Ato modificativo é o ato que tem por fim alterar 
situações já existentes, sem, contudo, suprimi-las. 
 
 
Parte da doutrina entende que o ato constitutivo 
englobaria também os modificativos e extintos, conforme o 
entendimento da Profa. Di Pietro, segundo o qual o ato constitutivo é 
aquele pelo qual a Administração cria, modifica ou extingue um 
direito ou uma situação do administrado. 
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Ato declaratório é aquele que declara uma situação 
preexistente, visado preservar o direito declarado. Trata-se de mera 
certificação de fato ocorrido. Ex: certidão, atestado, homologação, 
anulação e apostilamento. 
 
 
A Profa. Di Pietro entende que declaratório seria o ato 
que reconhece um direito que já existia antes do ato. Ex: uma 
isenção, admissão, licença etc. 
 
 
Ato alienativo é o ato que trata de transferência de 
bens ou direitos de um titular a outro. Por isso, também é 
considerado ato modificativo. 
 
 
Ato abdicativo são os atos por meio o administrado 
abre mão, abdica de um determinado direito. 
 
 
A Profa. Di Pietro ainda cita os atos enunciativos, nos 
quais a Administração apenas atesta, reconhece determinado fato ou 
emite juízo de conhecimento ou opinião, separando-o dos 
declaratórios, como exemplo as certidões, declarações, pareceres etc. 
 
 
Espécies 
 
 
 
 
seguinte: 
No tocante às espécies de atos administrativos temos o 
 
 
a) atos normativos: são atos gerais e abstratos que 
visam explicitar a maneira correta da aplicação da norma no âmbito 
administrativo. (Ex. regulamentos, decretos, resoluções 
administrativas, instruções normativas, deliberações e portarias de 
conteúdo geral). 
 
 
b) atos ordinatórios: são os atos emanados da 
hierarquia administrativa que estabelecem ordem, organização e o 
funcionamento da Administração, bem como da conduta funcional de 
seus agentes. (Exemplo: circulares, avisos, portarias, ordens de 
serviços, ofícios e despachos). 
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c) atos negociais: são atos administrativos contendo 
uma declaração de vontade da Administração coincidente com a 
pretensão do particular, ou seja, são declarações de vontade da 
Administração que geram efeitos pretendidos pelo interessado. (Ex: 
Licença, autorização, permissão, aprovação, visto, homologação). 
 
 
d) atos enunciativos: são os atos que atestam, 
certificam, enunciam ou declaram um fato ou situação, bem como 
transmitem opinião da Administração sobre determinado assunto. 
Todavia, não são emanações da manifestação unilateral de vontade 
da Administração, tampouco vinculativos. (Ex: certidões, atestados, 
pareceres opinativos) 
 
 
e) atos punitivos: são atos que contêm imposição de 
sanção, penalidade àqueles que vinculados à Administração 
infringiram alguma disposição legal ou contratual, ou seja, são atos 
que têm a finalidade de punir ou reprimir infrações administrativas. 
(Ex: advertência, demissão, multa contratual) 
 
 
Extinção 
 
 
O ato administrativo pode ser extinto por diversos 
motivos, seja o ato eficaz ou ineficaz, podendo ocorrer sua extinção 
de forma natural ou por vício que o inquine de ilegalidade ou 
ilegitimidade, podendo, ademais, ser retirado por razões de mérito 
administrativo. 
 
 
Assim, com suporte nessa lição, podemos apresentar as 
seguintes formas de extinção do ato administrativo: 
 
 
 Extinção natural 
 Extinção subjetiva 
 Extinção objetiva 
 Retirada 
 Renúncia 
 
 
A extinção natural, ou seja, a extinção por ter o ato 
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administrativo cumprido seus efeitos ocorrerá quando: 
 
 
a) o ato esgotou seu conteúdo jurídico, ou seja, 
quando já surtiu todos os seus efeitos (ex. viagem realizada a 
serviço, férias gozadas); 
 
 
b) houve a execução material, isto é, quando o ato 
alcançou seu objetivo, de modo que a providência que havia sido 
determinada fora executada (a execução de uma ordem de demolição 
de um prédio); 
 
 
c) por implemento de condição resolutiva ou 
termo final. No primeiro caso quando se dá um evento futuro e 
incerto elencado pelo ato como fator extintivo de seus efeitos (ex.: 
um servidor que assume um cargo comissionado, sob a condição de 
permanecer até que seja feito novo concursoe o aprovado venha 
assumir o cargo naquele setor). No segundo, quando ocorrer um 
evento futuro e certo descrito como fator de extinção do ato (Ex.: 
concedo licença capacitação para o servidor a ser exercida até o mês 
de maio). 
 
 
A extinção subjetiva, ou seja, por desaparecimento 
do sujeito ocorre quando desaparece o sujeito beneficiário do ato 
(falecimento do servidor que obteve autorização para realizar certo 
curso, ou do candidato nomeado para cargo público, ou, ainda, 
falência da sociedade que recebeu alvará de funcionamento, por 
exemplo), 
 
 
A extinção objetiva ocorre quando há o 
desaparecimento do próprio objeto do ato. Exemplo: destruição pelas 
chuvas de imóvel que estava invadindo área pública e, por isso, seria 
derrubado pela Administração). 
 
 
De outro lado, haverá a extinção do ato administrativo 
pela retirada nos casos de: revogação, anulação, cassação, 
caducidade, contraposição. 
 
 
Dá-se a cassação quando as condições ou requisitos 
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que foram estabelecidos para a prática do ato restaram desatendidas 
pelo beneficiário, quando deveriam ser observadas a fim de que 
pudesse continuar desfrutando dos benefícios decorrentes do ato. 
(autorização para porte de arma, contudo, posteriormente, o agente 
sofreu condenação criminal, restando, portanto, as condições 
estabelecidas para tal autorização desatendidas, de maneira que 
incidirá o poder de cassar a autorização anteriormente dada). 
 
 
A caducidade ocorre porque sobreveio norma que não 
se permite mais os efeitos do ato antes autorizado. Trata-se, 
portanto, de norma superveniente contrária à que permitia a prática 
do ato. Exemplo de mudança de locais que eram destinados a 
espetáculos em virtude de nova lei de zoneamento. Assim, aqueles 
que tinham autorização para realizar espetáculo em tal local, assim, o 
ato caducou, de modo que já não poderá mais se apresentar ali. 
 
 
A contraposição diz respeito à prática de novo ato 
administrativo, cuja competência é diversa do que gerou o ato 
anterior, porém o conteúdo é ditado em contradição ao daquele. 
 
 
Cito como exemplo o seguinte: Um superior hierárquico 
de um setor X concede diárias para um subordinado realizar um curso 
oferecido pela Administração. No entanto, após a autorização, a 
autoridade máxima desse órgão baixa uma portaria para que não 
seja autorizada a realização de cursos fora da sede. 
 
 
Por fim, a renúncia, como causa de extinção do ato, 
ocorrerá quando houver a rejeição pelo próprio beneficiário da 
situação jurídica que lhe era favorável, decorrente do ato 
administrativo praticado, tal como no caso de renúncia à promoção, 
renúncia à remoção a pedido etc. 
 
 
A doutrina, ademais, denomina invalidação a extinção 
do ato administrativo pela Administração por motivos de ilegalidade 
ou de mérito, ou seja, seria a extinção por anulação do ato ou por 
revogação. 
 
 
Particularmente não gosto de utilizar o termo 
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invalidação, pois nos provoca um pensamento contrário à validade, e 
daí que o ato inválido seria ilegal. Mas, essa expressão é utilizada, 
com frequência, para tratar das duas situações, ou seja, da anulação 
e da revogação. 
 
 
Revogação 
 
 
A revogação é a extinção do ato administrativo por 
não mais se coadunar com os interesses perseguidos pela 
Administração na consecução do interesse público. Trata-se de 
reavaliação dos critérios de conveniência e oportunidade na 
manutenção do ato. 
 
 
Com efeito, verificando-se que o ato não atende mais 
os anseios coletivos, tornando-se inconveniente ou mesmo 
inoportuno, surge para a Administração a possibilidade de retirá-lo do 
mundo jurídico por força de revogação, praticando um novo ato nesse 
sentido. 
 
 
Assim, diz-se que a revogação é expressa quando o 
novo ato diz peremptoriamente que fica revogado o ato anterior, e é 
implícita ou tácita quando o novo ato trata do mesmo conteúdo 
disposto no ato anterior. 
 
 
É bom ressaltar que o competente para revogar é a 
mesma autoridade que praticou o ato a ser revogado, tendo por 
objeto, em regra, um ato válido, pois na revogação não se discute a 
legalidade e legitimidade do ato, apenas se este atende aos anseios 
da coletividade no sentido de ser oportuno ou conveniente. 
 
 
É importante ressaltar que a revogação do ato 
administrativo opera-se sempre de forma exclusiva pela 
Administração Pública, de modo que os outros poderes não podem 
revogar ato emanado pelo juízo de mérito administrativo, ressalvado, 
por óbvio, se o ato administrativo emanou de suas funções atípicas. 
 
 
Significa dizer que o Poder Judiciário não detém 
competência para revogar ato administrativo de outro poder, 
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podendo, contudo, revogar seus próprios atos administrativos, 
quando agindo na função administrativa. 
 
 
A revogação tem por fundamento o poder discricionário 
da autoridade administrativa em praticar o ato. Assim, se tem poder 
para praticá-lo segundo a conveniência e oportunidade, também terá 
o poder de reavaliar tal juízo em momentos futuros. 
 
 
Por se tratar, portanto, de poder que incide sobre ato 
válido, a revogação deverá operar apenas para frente, de modo 
que seus efeitos são ex nunc, ou seja, futuros – dali para 
frente, não alcançado as relações pretéritas. 
 
 
Desse modo, os efeitos pretéritos do ato são mantidos 
até a incidência do ato revogador, quando a partir de então não se 
verificará mais a incidência do ato revogado. 
 
 
Existem, no entanto, situações que não admite 
revogação, que denominamos de limites à revogação. Assim, são 
insuscetíveis de revogação: 
 
 
a) Atos que a lei declare irrevogáveis, eis que o 
princípio da legalidade deve ser observado pela Administração, de 
modo que se a lei diz que não se permite a revogação não surge para 
a Administração a possibilidade de avaliação da conveniência e 
oportunidade no tocante à manutenção do ato. 
 
 
b) Atos consumados, ou seja, os atos que já 
exauriram seus efeitos. É que por terem alcançado seu objetivo e 
concretizado seus efeitos, não se pode modificar aquilo que não 
produz mais efeito algum. (Ex.: ato que concede férias, doravante, 
ante a necessidade do serviço, se quer revogá-la, porém essa já foi 
usufruída) 
 
 
c) Direito adquirido, conforme a proteção 
constitucional (art. 5º, inc. XXXVI, CF/88) de que a lei não retroagirá 
para violar o direito adquirido. Assim, se a lei não pode violar o 
direito adquirido, menos ainda o ato administrativo, por isso, não 
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pode ser revogado o direito adquirido. 
 
 
d) Atos vinculados na medida em que em tais atos 
não se realiza a avaliação de conveniência e oportunidade, ou seja, 
não há margem de discricionariedade, visto que os elementos motivo 
e objeto estão dispostos na lei, ou seja, o mérito é determinado pela 
lei (mérito legal). 
 
 
e) Meros atos administrativos, ou seja, os atos 
administrativos que simplesmente enunciam determinadas situações 
de fato ou de direito (certidões, pareceres, atestados etc). Por óbvio, 
tais atos não podem ser revogados, porque apenas informam ou 
certificam dado fato, já ocorrido. 
 
 
f) Atos integrantes de procedimentoadministrativo uma vez que ao se praticar o ato futuro, ocorreu a 
preclusão do ato passado, tendo em vista a relação de sucessão entre 
os atos. 
 
 
Anulação 
 
 
Outrossim, no tocante aos vícios incidentes sobre a 
legalidade ou legitimidade, passa-se pelo estudo da anulação do 
ato. Anulação, portanto, é a extinção do ato administrativo por 
razões de ilegalidade, ou seja, por estar o ato em desconformidade 
com as determinações constantes do ordenamento jurídico. 
 
 
Diferentemente da revogação, a anulação tanto poderá 
ser declarada pela Administração, em decorrência de seu poder de 
autotutela, consoante a dicção das Súmulas 346 e 473 do Supremo 
Tribunal Federal e artigo 54 da Lei nº 9.784/99, quanto pelo Poder 
Judiciário por força do controle judicial, nos termos do art. 5º, inc. 
XXXV, da Constituição/1988. 
 
 
A anulação do ato pode ocorrer por motivo de 
ilegitimidade ou ilegalidade, por isso, os seus efeitos são 
retroativos, de maneira a fulminar o ato desde o seu nascedouro, ou 
seja, efeitos ex tunc. 
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No entanto, conforme a Lei nº 9.784/99 (Lei Processo 
Administrativo) os atos que apresentarem defeitos sanáveis, poderão 
ser convalidados, nos termos do art. 55 que assim dispõe: ―em 
decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiro, os atos que 
apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela 
própria Administração‖. 
 
 
Portanto, conforme ministra José dos Santos Carvalho 
Filho, ―regra geral deve ser a da nulidade, considerando-se assim 
graves os vícios que inquinam o ato, e somente por exceção, pode 
dar-se a convalidação de ato viciado, tido como anulável‖. 
 
 
 
 
 
Convalidação 
 
 
A convalidação ou saneamento é o ato administrativo 
pelo qual se supre o vício do ato ilegal, de modo a validá-lo com 
efeitos retroativos, ou seja, ab initio. Com efeito, de acordo com a Lei 
nº 9.784/99, podemos dizer que há duas hipóteses em que se 
permite a convalidação: 
 
 
 Pelo decurso de prazo (decadência) 
 Por ato da Administração 
 
 
Nesse sentido, observem as disposições contidas nos 
arts. 54 e 55 da Lei nº 9.784/99: 
 
 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos 
administrativos de que decorram efeitos favoráveis para 
os destinatários decai em cinco anos, contados da data 
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 
 
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não 
acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a 
terceiro, os atos que apresentarem defeitos sanáveis 
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poderão ser convalidados pela própria Administração. 
 
 
Assim, na primeira hipótese, ou seja, pelo decurso de 
prazo, qualquer vício existente em ato administrativo, uma vez 
alcançado o prazo decadencial de cinco anos, e beneficiário esteja de 
boa-fé ficará convalidado. 
 
 
Por isso, é importante destacar que se o terceiro, 
beneficiário do ato, estiver de má-fé, o ato não se convalida pelo 
decurso do prazo, ou seja, não haverá a incidência do prazo para 
anulação. 
 
 
Outrossim, na segunda hipótese, convalidação por ato 
administrativo, ou seja, decisão administrativa, entende-se que se 
trata de ato discricionário, pois a Administração poderá convalidar ou 
não. Significa que temos um ato nulo, porém o vício é considerável 
sanável. 
 
 
Nesta última hipótese, podemos dizer que aderiu o 
Direito Administrativo, a partir da Lei nº 9.784/99, à teoria dualista 
dos atos jurídicos, ou seja, existência de ato jurídico nulo e anulável. 
São anuláveis os atos passíveis de saneamento e nulos os que não se 
convalidam. 
 
 
Todavia, é preciso compreender um pouco mais isso. 
Não é verdade que temos atos nulos e anuláveis, nos mesmos moldes 
do Código Civil. Lá temos atos que a Lei diz serem nulos e atos que a 
lei diz serem anuláveis. Acabamos de ver que mesmo diante de atos 
nulos, pode haver a convalidação por força do tempo. 
 
 
Então o que permitiu a Lei nº 9.784/99 é que mesmo 
diante do ato nulo, possa ser corrigido o vício, pois este é sanável. 
Por isso, eu sempre entendi que estamos diante de uma teoria 
dualista mitigada ou especial. 
 
 
É importante, então, dizer que nem todos os atos são 
passíveis de convalidação. Com efeito, não se admite a convalidação 
acerca dos elementos finalidade, motivo e objeto. 
DIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
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Podem ser convalidados os vícios relativos à 
competência quando inerente ao sujeito, ou seja, ato praticado por 
sujeito incompetente, desde que não seja competência exclusiva ou 
determinada pela matéria, quando se dá a ratificação, por exemplo. 
 
 
A ratificação é o ato pelo qual a Administração decide 
sanar um ato inválido suprindo a ilegalidade existente. 
 
 
Pode ocorrer a reforma que é um ato administrativo 
que aproveita parte do ato anterior, suprimindo a parte contaminada 
(inválida), mantendo a sua parte válida. 
 
 
Fala-se ainda na conversão. Com efeito, conforme 
explica Vicente Paulo, ―a conversão consiste em um ato privativo 
da administração pública mediante o qual ela aproveita um ato 
nulo de uma determinada espécie transformando-o, 
retroativamente, em um ato válido de outra categoria, pela 
modificação de seu enquadramento legal‖. 
 
 
Por fim, poderá ser convalidado o vício de forma, se 
esta não for da essência do ato. Como? Caso a forma seja 
imprescindível, sem ela o ato não será válido. 
 
 
Dito isso, vamos às questões. 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
 
1. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL – 
CESPE/2012) Todo ato praticado no exercício da função 
administrativa consiste em ato da administração. 
 
 
Comentário: 
 
 
Conforme lição da profa. Di Pietro, os atos da 
Administração seria gênero, que teria as seguintes espécies: 
 
 
a) os atos de direito privado; 
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b) os atos materiais da administração; 
c) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; 
d) os atos políticos; 
e) os contratos; 
f) os atos normativos; e, 
g) os atos administrativos propriamente ditos. 
 
 
Com efeito, os atos administrativos podem ser definidos 
como toda manifestação unilateral de vontade da administração, ou 
de quem lhe faça às vezes, que agindo nessa qualidade, no exercício 
da função administrativa, tenha por fim imediato produzir efeitos 
jurídicos na orbita administrativa. 
 
 
Portanto, no exercício da função administrativa temos 
atos administrativos, que são espécie do gênero atos da 
administração. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
2. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – 
CESPE/2010) Atos praticados pela administração valendo-se 
de suas prerrogativas e regido pelas normas de direito público 
são exemplos de atos administrativos, não podendo ser 
classificados, portanto, como atos da administração. 
 
 
Comentário: 
 
 
Então, os atos administrativos são espécies do gênero 
atos da administração. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL – 
CESPE/2012) De acordo com os critérios objetivo, funcional 
ou material, ato administrativo corresponde ao ato praticado 
no exercício concreto da função administrativa que é editadoDIREITO ADMINISTRATIVO P/ DEPEN 
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30
 
 
 
 
exclusivamente por órgãos administrativos. 
 
 
Comentário: 
 
 
Pelo critério objetivo, funcional ou material observa-se 
que a administração pública compreende a própria função 
administrativa. 
 
 
Portanto, por tal critério, o ato administrativo surge do 
exercício dessa função que poderá ser editado por órgão ou entidade 
administrativa, bem como pelos delegatários dos serviços públicos, 
ou seja, particulares no exercício delegado da função administrativa. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
4. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRAÇÃO – STM – 
CESPE/2011) Os atos administrativos têm origem no Estado 
ou em agentes investidos de prerrogativas estatais. 
 
 
Comentário: 
 
 
De fato, os atos administrativos podem ser editados 
pelo Estado ou por agentes investidos de prerrogativas estatais, a 
exemplo dos delegatários de serviços públicos. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL – 
CESPE/2012) Os atos administrativos incluem os despachos 
de encaminhamento de papéis e os processos. 
 
 
Comentário: 
 
 
Os despachos de encaminhamento de papéis e os 
processos são considerados meros atos, ou seja, não são 
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31
 
 
 
 
manifestações unilaterais de vontade da administração revestidas de 
prerrogativas públicas. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
6. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – REL. PÚBLICAS – 
MPS – CESPE/2010) Quando um banco estatal celebra, com 
um cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está 
praticando um ato administrativo. 
 
 
Comentário: 
 
 
Observe que nem toda ação da Administração Pública é 
tida como ato administrativo. Somente pode ser considerado ato 
administrativo suas manifestações, unilaterais, quando ela 
(Administração) age como tal. 
 
 
Significa dizer, portanto, que a administração atua com 
superioridade, com prerrogativa, com supremacia. 
 
 
Então, como regra, os atos praticados por empresas 
estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) são 
submetidos ao mesmo regime jurídico das demais empresas privadas 
(regime jurídico de direito privado), conforme estabelece o art. 173, 
§3º, inc. II, CF/88, não sendo, pois, considerados atos 
administrativos, mas atos privados da Administração. 
 
 
Nesse sentido, o contrato de abertura de conta-corrente 
é um ato privado da administração. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
7. (ANALISTA – ANATEL – CESPE/2012) A formalização de 
contrato de abertura de conta-corrente entre instituição 
financeira sociedade de economia mista e um particular 
enquadra-se no conceito de ato administrativo. 
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32
 
 
 
 
 
Comentário: 
 
 
A formalização de contrato de abertura de conta- 
corrente em empresa estatal é um ato da administração, qualificado 
como ato privado da administração. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
8. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL – 
CESPE/2012) Os atos políticos não se sujeitam ao regime 
jurídico constitucional. 
 
 
Comentário: 
 
 
Embora os atos políticos não sejam considerados atos 
administrativos, não estão isentos de sujeição ao regime 
constitucional, encontrando na Constituição o limite da própria 
discricionariedade política. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
9. (DELEGADO – PC/AL – CESPE/2012) O fato administrativo é 
conceituado como a materialização da função administrativa. 
 
 
Comentário: 
 
 
O fato administrativo pode ser caracterizado por três 
correntes distintas. 
 
 
Para Di Pietro, o fato administrativo é qualquer 
acontecimento que independe da vontade da administração (fato 
natural), mas que produza efeitos jurídicos no âmbito do Direito 
Administrativo. 
 
 
Para Carvalho Filho, o fato administrativo é a mera 
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33
 
 
 
 
execução de um ato administrativo, ou seja, não produz efeitos 
jurídicos, sendo a materialização da função administrativa. 
 
 
Já para Bandeira de Mello, o fato administrativo pode 
ter ou não repercussão jurídica, conforme o que dispuser a lei, a 
exemplo do silêncio administrativo (omissão), que segundo o autor 
seria um fato administrativo, quando a lei impõe prazo e a 
administração se mantém inerte. 
 
 
Como explica Vicente Paulo e Alexandrino, ―numa 
acepção tradicional, fatos administrativos são descritos como a 
materialização da função administrativa; consubstanciam o exercício 
material da atividade administrativa, correspondem aos denominados 
‗atos materiais‘‖. 
 
 
 
anulada. 
De toda sorte, entendo que a questão deveria ter sido 
 
 
Gabarito: Certo. (*) 
 
 
 
 
10. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2010) 
Em obediência ao princípio da solenidade da forma, entendida 
esta como o meio pelo qual se exterioriza a vontade da 
administração, o ato administrativo deve ser escrito e 
manifestado de maneira expressa, não se admitindo, no 
direito público, o silêncio como forma de manifestação da 
vontade da administração. 
 
 
Comentário: 
 
 
A profa. Di Pietro bem esclarece que até mesmo o 
silêncio pode significar forma de manifestação de vontade, quando a 
lei assim o prevê; normalmente ocorre quando a lei fixa um prazo, 
findo o qual o silêncio da administração significa concordância ou 
discordância. 
 
 
Gabarito: Errado. 
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34
 
 
 
 
 
 
 
11. (AFCE – TCU – CESPE/2011) A presunção de 
legitimidade, como atributo do ato administrativo, representa 
a faculdade ou a prerrogativa conferida à administração 
pública para impor, unilateralmente, obrigações aos 
administrados e interferir na esfera alheia independentemente 
de anuência prévia. 
 
 
Comentário: 
 
 
Os atos administrativos gozam dos atributos da 
Presunção de legitimidade e veracidade, autoexecutoriedade, 
tipicidade e imperatividade (P A T I ). 
 
 
Com efeito, a presunção de legitimidade é o atributo 
que goza o ato administrativo de se presumir sua consonância, 
conformidade, com o direito. 
 
 
De outro lado, a faculdade ou a prerrogativa conferida à 
administração pública para impor, unilateralmente, obrigações aos 
administrados e interferir na esfera alheia independentemente de 
anuência prévia diz respeito ao atributo da imperatividade. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
12. (ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO – MS – 
CESPE/2010) Os atos administrativos gozam de presunção 
iuris et de iure de legitimidade. 
 
 
Comentário: 
 
 
De fato, como se observa, os atos administrativos 
gozam de presunção de legitimidade e veracidade. Significa dizer que 
se presume estarem de acordo com o ordenamento jurídico e que são 
verdadeiros os fatos nos quais se fundam. 
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35
 
 
 
 
No entanto, trata-se de presunção relativa, ou seja, 
admite sua contestação, impugnação, prova em contrário. Portanto, a 
presunção é relativa (juris tantum). 
 
 
A presunção iuris et de iure é uma presunção de 
direito, ou seja, absoluta e não admite prova em contrário. 
 
 
Gabarito: Errado.13. (ARQUITETO – CAIXA – CESPE/2010) O princípio da 
presunção de legitimidade que incide entre os atos 
administrativos caracteriza-se por presumir que toda 
atividade administrativa está em conformidade com a lei; no 
entanto, trata-se de presunção relativa, uma vez que o 
administrado pode contestá-la e provar o contrário. 
 
 
Comentário: 
 
 
De fato, a presunção de legitimidade indica que o ato 
praticado o foi em conformidade com o ordenamento jurídico, muito 
embora seja possível contestar tal fato, demonstrando (provando) o 
contrário. Por isso, essa presunção é relativa. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
14. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) No 
caso de um administrado alegar a existência de vício de 
legalidade que invalide determinado ato administrativo, esse 
indivíduo deverá fundamentar sua alegação com provas dos 
fatos relevantes, por força da obrigatoriedade de inversão do 
ônus da prova, originada no princípio da presunção de 
legitimidade do ato administrativo. 
 
 
Comentário: 
 
 
A presunção de legitimidade dá a garantia à 
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36
 
 
 
 
Administração de que seus atos serão observados na medida em que 
se presume produzidos de acordo com a lei. 
 
 
Assim, aquele que contesta tal presunção deve 
demonstrar por meio de provas suas alegações. (quem alega tem que 
provar). 
 
 
Trata-se de aplicação da inversão do ônus da prova, já 
que para a Administração vige a presunção de legitimidade e 
veracidade. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
15. (ADVOGADO – EBC – CESPE/2011) Ao serem emanados, 
os atos administrativos, que possuem presunção juris 
tantum de legalidade, são, desde logo, imperativos, ou seja, 
tornam-se obrigatórios e executáveis; podem, ainda, ser 
implementados sem necessidade de autorização prévia do 
Judiciário, invertendo-se a presunção quando forem 
contestados em juízo. 
 
 
Comentário: 
 
 
Observe que a presunção corre em favor da 
Administração. Assim, quem deve provar que o ato não é legítimo ou 
verdadeiro é aquele que o impugnar. Há a inversão do ônus da prova. 
 
 
Nesse sentido, bem esclarece o Prof. Carvalho Filho ao 
salientar que ―efeito da presunção de legitimidade é a 
autoexecutoriedade, que, como veremos adiante, admite seja o ato 
imediatamente executado. Outro efeito, é o da inversão do ônus da 
prova, cabendo a quem alegar não ser o ato legítimo a comprovação 
da ilegalidade‖. 
 
 
Portanto, a impugnação do ato, ou seja, sua 
contestação em juízo não inverte a presunção de legitimidade e 
veracidade do ato, inverte o ônus da prova no que toca a demonstrar 
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37
 
 
 
 
sua não conformidade com o direito e/ou com o fato. 
 
 
Todavia, a banca considerou a questão como 
correta, levando no sentido de que há a inversão do ônus da 
prova. 
 
 
Gabarito: Certo (*). 
 
 
 
 
16. (TÉCNICO MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) 
Inerente aos atos administrativos, a presunção de 
legitimidade caracteriza-se por ser um princípio de direito 
público relativo, isto é, que não admite prova em contrário. 
 
 
Comentário: 
 
 
A presunção de legitimidade é relativa. Portanto, 
admite prova em contrário. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
17. (CONTADOR – AGU – CESPE/2010) O ato administrativo, 
uma vez publicado, terá vigência e deverá ser cumprido, ainda 
que esteja eivado de vícios. 
 
 
Comentário: 
 
 
É isso aí! Não podemos ter dúvidas disso. Ora, se há a 
presunção de legitimidade do ato, este deverá ser cumprido até que 
se prove eventual vício que o inquine de nulidade. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
18. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – 
CESPE/2011) Enquanto não for decretada a invalidade do ato 
pela administração ou pelo Poder Judiciário, o ato inválido 
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38
 
 
 
 
produzirá normalmente seus efeitos. 
 
 
Comentário: 
 
 
É verdade. O ato administrativo presume-se legítimo e 
verdadeiro. Portanto, enquanto não for decretada sua nulidade, o ato 
produzirá seus efeitos normalmente. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
19. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO 
– 
CETURB/ES – CESPE/2010) Os atos administrativos são 
dotados de presunção de veracidade e legitimidade, razão pela 
qual é vedado ao Poder Judiciário apreciar de ofício a validade 
de tais atos. 
 
 
Comentário: 
 
 
De fato, já observamos que os atos administrativos 
gozam de presunção de veracidade e legitimidade. Todavia, é possível 
que seja questionada essa presunção, tanto na via administrativa, 
quanto na via judicial. 
 
 
No entanto, não pode o Poder Judiciário de ofício 
apreciar a validade do ato, é que não age de ofício, necessita de 
provocação. Ao contrário, a Administração Pública pode (poder- 
dever), de ofício, diante de ilegalidade, anular o ato. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
20. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – 
CESPE/2010) Um dos efeitos do atributo da presunção de 
veracidade dos atos administrativos reside na impossibilidade 
de apreciação de ofício da validade do ato por parte do Poder 
Judiciário. 
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39
 
 
 
 
Comentário: 
 
 
O Poder Judiciário, de ofício, não pode declarar a 
nulidade de ato administrativo, primeiro porque este goza de 
presunção de legitimidade e veracidade, segundo porque o Judiciário 
não atua de ofício, somente por provocação. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
21. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) 
Pelo atributo da presunção de veracidade, a validade do ato 
administrativo não pode ser apreciada de ofício pelo Poder 
Judiciário. 
 
 
Comentário: 
 
 
Mais uma vez a mesma questão. Eu sempre digo que o 
melhor método para estudar para concursos é fazer muito, mas 
muito, exercícios, pois mostra a você que temos sempre um núcleo 
de questões comuns, repetidas. 
 
 
De fato, não pode o Poder Judiciário, de ofício, apreciar 
o ato administrativo, até porque o Judiciário não age de ofício, deve 
ser provocado, conforme princípio da inércia ou demanda. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
22. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANCINE – CESPE/2012) 
Enquanto não for decretada a invalidade do ato pela 
administração ou pelo Poder Judiciário, o ato inválido 
produzirá normalmente seus efeitos. 
 
 
Comentário: 
 
 
De fato, enquanto não invalidado o ato administrativo 
produzirá seus efeitos normalmente. 
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Lembre-se que o ato válido pode ser eficaz ou ineficaz, 
assim como o inválido pode ser eficaz (produzir efeitos) ou ineficaz 
(não está apto a produzir efeitos), até que seja declarada sua 
invalidade. 
 
 
 
 
 
Perfeito 
 
 
 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
Válido 
 
 
 
 
 
 
Inválido 
Eficaz 
 
 
Ineficaz 
 
 
Eficaz 
 
 
Ineficaz 
 
 
 
 
23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE-MT – 
CESPE/2010) A prefeitura de determinada cidade, por meio de 
seu órgão competente, fechou uma casa de espetáculos que 
funcionava sem alvará e em dissonância com as normas de 
ordem urbanísticas locais. O dono do estabelecimento 
rebelou-secontra o ato, sob o argumento de que, para tanto, a 
prefeitura deveria ter recorrido ao Poder Judiciário e pedido o 
fechamento da casa e não agido por conta própria. A situação 
hipotética descrita acima demonstra o atributo do ato 
administrativo denominado autoexecutoriedade. 
 
 
Comentário: 
 
 
Os atos administrativos gozam do atributo da 
autoexecutoriedade, o qual permite que a própria administração exija 
o cumprimento e execute seus atos, independentemente de qualquer 
autorização ou ordem judicial, a fim de garantir, preservar, o 
interesse público. 
 
 
Esse atributo comumente é dividido em dois outros 
subatributos, sendo: a exigibilidade e a executoriedade. 
 
 
A exigibilidade é o poder que tem a Administração de 
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exigir o cumprimento de seus atos. E a executoriedade, em caso de 
não cumprimento, executá-lo diretamente. 
 
 
Então, um ato somente será autoexecutável quando 
estiverem presentes os dois subatributos (exigiblidade e 
executoriedade). 
 
 
Nesse sentido, vale dizer que nem todo ato 
administrativo é autoexecutável, pois alguns somente são exigíveis, 
mas não executáveis, a exemplo da multa de trânsito. 
 
 
Portanto, o fechamento de estabelecimento comercial 
que funcione sem o devido licenciamento do Poder Público (alvará) é 
medida autoexecutável, não necessitando de autorização judicial para 
tanto. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
24. (ANALISTA – CÂMARA – CESPE/2012) Em decorrência da 
autoexecutoriedade, atributo dos atos administrativos, a 
administração pública pode, sem a necessidade de autorização 
judicial, interditar determinado estabelecimento comercial. 
 
 
Comentário: 
 
 
De fato, em decorrência da autoexecutoriedade, a 
Administração pode interditar determinado estabelecimento 
comercial, sem a necessidade de autorização judicial. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
25. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) A 
autoexecutoriedade é um atributo de todos os atos 
administrativos. 
 
 
Comentário: 
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De fato, nem todos os atos administrativos são 
autoexecutáveis. Alguns gozam da exigibilidade, mas não da 
executoriedade, de modo que não são autoexecutáveis pela 
Administração. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
26. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/ES – CESPE/2010) 
Todos os atos administrativos dispõem da característica da 
autoexecutoriedade, isto é, o ato, tão logo praticado, pode ser 
imediatamente executado, sem necessidade de intervenção do 
Poder Judiciário. 
 
 
Comentário: 
 
 
Nem todos os atos administrativos gozam da 
autoexecutoriedade, a exemplo dos atos enunciativos e da multa de 
trânsito. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
27. (AGENTE ADMINISTRATIVO – AGU – CESPE/2010) Nem 
todos os atos administrativos possuem o atributo da 
autoexecutoriedade, já que alguns deles necessitam de 
autorização do Poder Judiciário para criar obrigações para o 
administrado. 
 
 
Comentário: 
 
 
É isso mesmo. Nem todos os atos administrativos são 
autoexecutáveis. Alguns gozam da exigibilidade, mas não da 
executoriedade, de modo que não são autoexecutáveis pela 
Administração, devendo ter a atuação do Judiciário para torná-los 
executáveis (multa administrativa). 
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Gabarito: Certo. 
 
 
 
 
28. (ADVOGADO – CORREIOS – CESPE/2011) O atributo da 
autoexecutoriedade está presente em todos os atos 
administrativos, como também o da presunção de legitimidade 
e o da imperatividade. 
 
 
Comentário: 
 
 
Então, somente os atributos da presunção de 
legitimidade e veracidade e o da tipicidade é que estão presentes em 
todos os atos administrativos, na medida em que temos atos que não 
são autoexecutáveis (multa de trânsito) e não são imperativos (atos 
enunciativos). 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
29. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/RO – CESPE/2012) Todo ato 
administrativo goza do atributo da autoexecutoriedade, a 
exemplo das obrigações pecuniárias como os tributos, que são 
exigíveis e autoexecutáveis. 
 
 
Comentário: 
 
 
Nem todo ato administrativo goza do atributo da 
autoexecutoriedade. Em regra, as obrigações pecuniárias, a exemplo 
dos tributos, quando não pagos, são objeto de cobrança judicial, na 
medida em que, embora exigíveis, o Estado não pode executá-los 
diretamente. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
30. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) São 
atributos de todos os atos administrativos a imperatividade e 
a autoexecutoriedade. 
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Comentário: 
 
 
Novamente! Somente os atributos da presunção de 
legitimidade e veracidade e o da tipicidade é que estão presentes em 
todos os atos administrativos, na medida em que temos atos que não 
são autoexecutáveis (multa de trânsito) e não são imperativos (atos 
enunciativos). 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
31. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – IBAMA – CESPE/2012) O 
atributo da exigibilidade, presente em todos os atos 
administrativos, representa a execução material que 
desconstitui a ilegalidade. 
 
 
Comentário: 
 
 
A exigibilidade também não está presente em todos os 
atos administrativos, a exemplo dos atos enunciativos. Ademais, esse 
atributo representa o poder que a Administração tem de exigir o 
cumprimento de seus atos, inclusive criando mecanismos indiretos 
para coagir o administrado a cumpri-los. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
32. (PROFESSOR – IFB – CESPE/2011) Por meio 
da 
imperatividade, uma das características do ato administrativo, 
exige–se do particular o cumprimento do ato, ainda que este 
contrarie disposições legais. 
 
 
Comentário: 
 
 
A imperatividade é o atributo pelo qual tem a 
administração o poder de criar obrigações ou impor restrições, 
unilateralmente, a terceiros. 
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Teoria e exercícios comentados 
Prof. Edson Marques–Aula 03
45
 
 
 
 
 
Na imperatividade temos a criação de meios diretos de 
coerção, ou seja, a criação de obrigações, unilateralmente, pela 
administração aos particulares, de modo que poderá, inclusive, exigir 
seu cumprimento com o uso da força. 
 
 
É claro que nem todo ato administrativo é imperativo, 
ou seja, impõe-se a terceiros, inclusive com o uso da força. Por 
exemplo, os atos enunciativos. 
 
 
O fato, no entanto, de mesmo que o ato contrarie 
disposições legais poder ser exigido do administrado diz respeito à 
presunção de legitimidade e veracidade, pois enquanto não invalidado 
o ato pode produzir seus efeitos. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
33. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/AL – 
CESPE/2012) A imperatividade é um atributo de todos os atos 
administrativos. 
 
 
Comentário: 
 
 
A imperatividade não se faz presente em todo e 
qualquer ato administrativo, a exemplo dos atos enunciativos 
(certidões v.g) que nenhuma obrigação cria ou restrição estabelece. 
 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
 
 
34. (ANALISTA – ANATEL – CESPE/2012) Competência, 
finalidade, forma, motivo e objeto são requisitos de validade 
de um ato administrativo. 
 
 
Comentário: 
 
 
Nos termos da Lei nº 4.717/65 (Lei da Ação Popular)