Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DRIs - Dietary Reference Intakes Profª Msc. Milena Maia INTRODUÇÃO • As Dietary Reference Intakes (DRIs) são um conjunto de valores de referência para nutrientes específicos. • As DRIs incluem a EAR (Estimated Average Requirement), RDA (Recommended Dietary Allowance), a AI (Adequate Intake) e a UL (Tolerable Upper Intake Level). INTRODUÇÃO Necessidade nutricional “As necessidades nutricionais representam valores fisiológicos individuais requeridos para satisfazer suas funções fisiológicas normais e prevenir sintomas de deficiências. São expressas na forma de médias para grupos semelhantes da população”. Recomendação nutricional “As quantidades de energia e de nutrientes que devem conter os alimentos consumidos para satisfazer as necessidades de quase todos os indivíduos de uma população sadia. Assim, as recomendações nutricionais baseiam-se nas necessidades de 97,5% da população”. Tome como exemplo a necessidade e a recomendação de ferro: Necessidade: 1,08 mg/dia x Recomendação: 8 mg/dia HISTÓRICO Em 1796 Lind Relata a introdução do suco de limão na alimentação de marinheiros, evitando escorbuto Mulder Proposição do primeiro padrão dietético em termos de nutrientes 100g PTN/dia – trabalhadores 60g PTN/dia – sedentários Em 1860 Smith Dieta que manteria a saúde pelo menor custo* 3.000Kcal/dia e 81g PTN/dia (11%) Ingestões baseadas em observação; Força matriz desses padrões – ocorrência da fome e doenças associadas. HISTÓRICO Em 1941 Institute of Medicine (IOM) definiu a ingestão dietética recomendada (RDA). Estabelecida como referencial para se alcançar a nutrição adequada e servir como parâmetro de avaliação de mudanças da ingestão alimentar ao longo do tempo. Recomendações de Ingestão Dietética Em 1997 – Nova proposta, vem sendo atualizada até hoje. DRI (ingestão diária de referência) ≠ RDA (ingestão dietética recomendada) A existência de dados específicos em segurança e eficácia na redução no risco de doenças crônicas não transmissíveis, além da ausência de sinais de deficiência, já considerada na RDA (1989) Estabelecimento de níveis máximos de ingestão, a partir da detecção de riscos de efeitos adversos na saúde; Foram recomendados mais estudos para o estabelecimento de recomendações de ingestão de compostos bioativos de alimentos, os quais não são considerados nutrientes, mas exercer efeito benéfico à saúde quando consumidos regularmente por meio da alimentação, como os poli fenóis, carotenoides. Utilização das DRIS Avaliação da alimentação Elaboração de planos alimentares adequados Rotulagem de alimentos Planejamento de programas de orientação nutricional Desenvolvimento e melhoramento de produtos alimentícios Fortificação de alimentos É importante destacar que as DRIs foram elaboradas para serem utilizadas como metas de ingestão de indivíduos saudáveis, em determinado estágio de vida e faixa etária. INTRODUÇÃO O profissional ou pesquisador, ao aplicar as DRIs, deve avaliar criticamente os dados coletados antes de aplicar uma DRI. 1. Ingestão alimentar com seu erro associado; 2. Possíveis interações, considerando os hábitos alimentares das diferentes regiões; 3. Grau de morbidade da população; 4. Diferenças étnicas e 5. Perfis antropométricos. Além disso, sempre que possível, devem-se associar os dados disponíveis de ingestão alimentar com o perfil nutricional bioquímico e clínico do indivíduo. ALTERAÇÕES CÁLCIO • Adolescentes - aumento da ingestão de produtos lácteos para alcançar a recomendação (1.300mg); • Mulheres adultas, gestantes e nutrizes 1.000mg FÓSFORO • Redução na maioria dos estágios da vida, houve redução da quantidade. VITAMINA C • Aumentou consideravelmente; • Fumantes 35mg a mais que a RDA de vitamina C; FERRO • Mulheres adultas18mg/dia Versão 2011 – EAR e RDA cálcio e vitamina D Ingestão Diária de Referência (DRI) São valores de referência, levando em conta: Informação disponível sobre o balanço do nutriente no organismo Metabolismo nos diferentes estágios de vida Diminuição do risco de doenças, considerando as variações individuais nas necessidades de cada nutrientes A biodisponibilidade Erros associados aos métodos de avalição do consumo alimentar Falta de dados que permitem o estabelecimento de recomendações próprias de DRIS DEFINIÇÕES DAS DRIS Estimated Average Requirement (Necessidade Média Estimada,EAR) “É um valor de ingestão diária de um nutriente que se estima suprir a necessidade de metade (50%) dos indivíduos saudáveis de um grupo de mesmo sexo e estágio devida.” Recommended Dietary Allowance (Ingestão Dietética Recomendada, RDA) “É o nível de ingestão alimentar diária suficiente para atender às necessidades de determinado nutriente de praticamente todos (97% a 98%) os indivíduos saudáveis de um determinado grupo de mesmo sexo e estágio de vida”. Sua determinação é feita com base na EAR. RDA = EAR + 2DP DEFINIÇÕES DAS DRIS Adequate Intake (Ingestão Adequada, AI) “Baseia-se em níveis de ingestão ajustados experimentalmente ou em aproximação da ingestão observada de nutrientes de um grupo de indivíduos aparentemente saudável” Tolerable Upper Intake Level (Limite Superior Tolerável de Ingestão, UL) “É o valor mais alto de ingestão diária continuada de determinado nutriente que aparentemente não oferece riscos de efeitos adversos à saúde para a maioria dos indivíduos de determinado estágio de vida ou sexo”. Surgiu pelo crescimento da prática de fortificação de alimentos e do uso de suplementos alimentares. • Quando não há dados para determinar da EAR e, consequentemente, da RDA. • Valor estimado, prévio à RDA (grau de confiabilidade) • Não é conhecida a cobertura percentual da ingestão. APLICAÇÃO DE DRIS PARA INDIVÍDUOS EAR: Examina a possibilidade de inadequação. RDA: Ingestão usual acima deste nível tem baixa probabilidade de inadequação. AI: Ingestão usual igual ou acima deste nível tem baixa probabilidade de inadequação. UL: Ingestão usual acima deste nível coloca o indivíduo em risco de efeito adverso. APLICAÇÃO DE DRIS PARA INDIVÍDUOS Faixa etária Sexo Há alguma necessidade especial? Tabagista Atletas Vegetarianos Planejamento com valores especiais Planejamento com valores de RDA e AI NÃOSIM Minimizando erros potenciais na avaliação de ingestão individual de grupos • Selecione uma metodologia apropriada • De todo alimento consumido, certifique-se: • De omissões, adições e substituições • Do consumo de água, medicamentos, suplementos • Da utilização de provas de memória • Da manutenção da atmosfera da entrevista neutra • De que os entrevistadores possuem conhecimento de cultura e linguagem relacionada a alimentos • Do tamanho das porções (alimentos/modelos) Minimizando erros potenciais na avaliação de ingestão individual de grupos • Variação sistemática da ingestão • Sazonalidade ou periodicidade do uso do alimento • Doença sistemática ou crônica; • Transições alimentares rápidas • Considere a unidade de observação • Individual, familiar, populacional • Utilize dados de composição de alimentos acurados: • Variabilidade nas concentrações de nutrientes conforme consumidos • Valores de nutrientes que faltam no banco de dados ou baseados em cálculos • Inclusão de alimentos específicos da cultura Caso clínico Uma mulher de 30 anos cujo inquérito dietético de quatro dias mostrou média de 800mg de cálcio, a RDA* para essa idade é de 1.000mg. Qualé a posição? O profissional mudará a prática alimentar e incluirá mais uma porção de alimento rico em cálcio? Ou concluirá que essa ingestão alcança 80% da RDA e, portanto, é bem provável que seja suficiente? Caso clínico A presença de familiares com osteoporose e fraturas. Se a pessoa pratica atividade física regular. Proporção entre peso e estatura. Antecedentes de fraturas. A proporção de cálcio fornecida por alimentos lácteos. Se existe alto consumo de refrigerantes à base de cola ou de alimentos ricos em fósforo. milenamaiaprofa@gmail.com
Compartilhar