Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP Cidade Universitária BRUNA JACKELINE BASTOS Análise do filme Doze Homens e uma sentença Teoria: Willian Schutz SÃO PAULO 2017 BRUNA JACKELINE BASTOS Análise do filme Doze Homens e uma sentença Teoria: Willian Schutz Trabalho apresentado ao Programa de Graduação, para a matéria de Processos Grupais, com o professor orientador Dr. Eric Calderoni , do período noturno, do 6º semestre do curso de Psicologia. SÃO PAULO 2017 SUMÁRIO 1. RESUMO DA BASE TEÓRICA WILLIAN SCHULTZ...................................................1 2. RESUMO DO ENREDO DO FILME..............................................................................3 3. ANALISE DO FILME COM BASE NA ABORDAGEM................................................5 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................8 1. Resumo da base teórica Willian Schultz Schultz destacou as implicações de suas descobertas como a interdependência e a estreita correlação que existe em todo grupo de trabalho entre seu grau de integração e seu nível de criatividade. No entanto, Schultz vai mais além nesse fenômeno e inova com sua teoria das “Necessidades Interpessoais” na formação e desenvolvimento de um grupo. Conceito usado para especificar que a integração dos membros de um grupo acontece quando certas necessidades fundamentais são satisfeitas. Com interpessoais quer dizer que só em grupo e pelo grupo essas necessidades podem ser satisfeitas e fundamentais porque são vivenciadas por todo ser humano em um grupo qualquer. Em 1958 ele introduziu essa teoria onde há três dimensões das relações interpessoais eram considerados necessários e suficientes para explicar a interação mais humanas: inclusão, controle e afeto. 1.2 Inclusão A necessidade que experimenta todo membro novo de um grupo em se perceber, essas necessidades interpessoais na formação e desenvolvimento de um grupo, vamos encontrar que a necessidade de inclusão é o sentir- se aceito, integrado e valorizado totalmente pelo grupo, além de procurar provas de que não e ignorado, isolado ou rejeitado. É, sobretudo no momento de tomada de decisão que esta necessidade procura ser satisfeita de maneira mais imperiosa. Esta necessidade, e portanto, a expressão do desejo que experimenta todo membro de um grupo de possuir um status positivo e permanente no interior do grupo. 1.3 Controle A necessidade de controle faz referência ao poder, influência, autoridade, como também definirão para si mesmo suas próprias responsabilidades e as de cada membro um dentro do grupo. Surgem então, questões como o grupo está controlado e por quem? Quem tem autoridade sobre quem, em que momento e por quê? Respostas a estas perguntas trazem segurança para o indivíduo e vai delineando as estruturas do grupo e da autoridade. Ou seja, não deixa assim que a dinâmica do grupo escape totalmente do seu controle. Todo o membro de um grupo deseja e sente a necessidade de que a existência e a dinâmica do grupo não escapem totalmente ao seu controle. 1.4 Afeto A necessidade do afeto e a fase dos vínculos emocionais que refere-se as proximidades pessoais e emocionais entre as pessoais. E a última fase a emergir no desenvolvimento de uma relação humana ou de um grupo. Os indivíduos querem obter provas de serem totalmente valorizados. Desejam ser percebidos como insubstituíveis e aspiram ser respeitados por suas competências, aceitos como seres humanos não apenas pelo que tem, mas também pelo que são. De acordo com a maturidade social haverá variação de comportamentos. Os indivíduos dependentes tentam satisfazer suas necessidades de afeto através de relações privilegiadas, exclusivas e geralmente possessivas. Desejam relações hiper pessoais. Para esses indivíduos, os comportamentos estão classificados como subpessoal. E o secreto desejo que cada um procura recolher sinais concludentes ou convergentes de que os outros membros não poderiam imaginar o grupo sem ele. 2. Resumo do enredo do filme: Doze Homens e uma sentença O filme relata sobre doze homens que foram um corpo de jurados de um julgamento no qual um jovem de dezoito anos de idade e acusado de ter matado o seu pai com uma faca. Ele se inicia com o juiz falando aos jurados a importância da decisão que eles terão que tomar de forma referencial, dando desta forma transmitido uma conclusão do caso, os informando tudo o que foi dito e apresentado durante o julgamento e que a decisão do júri deve ser unanime e por esse fato e necessidade de cautela na decisão, pois trata-se da vida de um jovem que está nas mãos deles. Deste modo os jurados se dirigem a sala de jurados para se dar início a discussão e apuração dos votos. Existem testemunhas e provas que supostamente comprovam a culpa do jovem acusado porem tais testemunhas e provas não são o bastante para coloca lo em uma cadeira de choque, deixando uma grande margem de dúvidas. Com isso a argumentação por patê dos jurados se torna de grande importância chegar a uma conclusão de uma forma mais racional possível A argumentação e fundamental por parte dos jurados pois com ela pode-se mudar um voto ou fortalecê-lo. Um dos jurados mostra se durante toda a discussão dos fatos preocupado não só em condenar ou não o jovem e sim em julgar com coerência e racionalidade os fatos ocorridos para que não se cometesse nenhuma injustiça Desta forma inserindo uma argumentação de forma crítica buscando entender os fatos, utilizando sua persuasão porem outro jurado tem com base no seu discurso uma argumentação apelativa e sentimental, por sua relação com o seu filho que não era boa, julgando culpando assim o jovem de forma irracional. Mostra-se ainda irredutível sua mudança de voto para inocente. Todos os jurados interessados no caso demonstram se de forma racional fazendo várias referências as provas e testemunhas, buscando averiguar se as provas e testemunhas de fato são verdadeiras. Interpretando o crime e criando uma simulação do mesmo e do que as testemunhas disseram Parte dos jurados toma por base um senso comum dos fatos, se a mulher viu o jovem cometer o crime, então o jovem de fato e culpado, se o jovem nasceu em berço pobre e viveu no meio de bandidos, então ele também e um bandido, etc. demonstrando ainda um certo desinteresse no caso dizendo: melhor estar aqui como jurado do que trabalhando, ele e culpado, vamos terminar logo com isso por que tenho um jogo para assistir, etc. O filme então se mostra bastante interessante, pois e possível notar na argumentação das partes varias variações de discurso de forma critica e comum. Adotado pelos jurados uma boa encenação e fala durante todo o filme. E com o discurso critico feito por alguns jurados, consegue mudar o voto daqueles o culpavam o jovem por desinteresse ou de forma sentimental, pondo suas experiências próprias de vida no caso. Desta forma o desfecho do filme se da após essas argumentações críticas convencendo quase todos os jurados a mudarem seus votos . Porem um dos jurados se mostra irredutível a mudança de seu voto, mas e convencido a muda lo quando se da conta que esta culpando o jovem de forma sentimental e com base no seu próprio filho. E o jovem e inocentado pelo corpo jurados A correlação e muito grande entre o filme e a realidade, porque como aconteceu no filmepara a realidade nos tribunais de justiça jures são escolhidas diferentes pessoas e de diferentes seguimentos sociais e em geral as pessoas sendo desafiadas a julgar ou manifestar a sua opinião nesse sentido o filme e bem coerente onde dez pessoas se manifestaram de imediato dizendo que o jovem era culpado e apenas um diz que o jovem era inocente ou melhor tinha dúvidas. Acredito que na vida real também aconteça assim, nós não temos certezas de imediatos dos nossos pontos de vista e sim somos convencidos ou nos convencendo gradativamente na medida em que as coisas vão acontecendo. 3. Analise o filme com base na abordagem O Filme Doze Homens e uma Sentença mostra os fatores envolvidos no processo grupal em um momento decisório, evidenciando como os patrões pessoais influenciam. Cada jurado tinha sua historia de vida, com diferenças pessoais, culturais e de formação. Essas diferenças são expressas em seus valores, preconceitos e falsas certezas. E com essas diferenças as pessoas analisam de diferentes formas um mesmo fato. A história gira em torno do comportamento do grupo, e durante o filme fica claro como as pessoas podem ter muitas coisas em comum, porém são muito diferentes entre si, trazem para o grupo e para a tomada de decisões seus padrões, condicionamentos e historia de vida. Sendo seu comportamento imprevisível, evidenciando ainda mais as diferenças individuais. Segundo Schutz os membros de um grupo não consentem em integrar-se, a não ser a partir do momento em que algumas necessidades fundamentais são satisfeitas pelo grupo. Todo ser humano que faz parte de um grupo experimenta essas necessidades, porém essas necessidades são interpessoais e somente em grupo e pelo grupo podem ser satisfeitas. De acordo com teoria de Schutz (1994) a aprendizagem ocorrerá mais facilmente a partir do momento que os indivíduos passarem a ter melhores relações dentro de um grupo. Mas para chegar à fase ou etapa em que ocorre melhor esta de integração o grupo passará por outras de transição chamadas de fases de inclusão, controle, e afeição. No filme fica evidente as barreiras comunicacionais que podem ocorrer em uma atividade grupal. No grupo são expressos os conflitos existentes, as possibilidades de aberturas e ressignificações dos fatos e da própria realidade, por meio de recursos comunicacionais. As necessidades pessoais explica que a integração dos membros de um grupo acontece quando certas necessidades fundamentais são satisfeitas. Com as Interpessoais quer dizer que só em grupo e pelo grupo essas necessidades podem ser satisfeitas fundamentais, porque são vivenciadas por todo ser humano em um grupo qualquer fases que podem se repetir várias vezes durante a vida de um grupo, independente da sua duração. A primeira fase é a inclusão, refere-se a sentimentos quanto a ser importante, ter significado ou mérito. É a necessidade de sentir-se aceita, integrado e valorizado pelo grupo. No inicio do filme, isso ficou claro quando os jurados entram na sala e cada indivíduo procura o seu lugar procurando se estruturar no grupo, como exemplo o jurado que comprou ingresso para assistir o jogo de beisebol que mostrou ser hipersocial, tentando chamar a atenção, manter um dialogo, mesmo sem muito sucesso. E havia também aquele que era mais quieto, reservado, demonstrando ser hipossocial. Naquele momento onde todos mostravam que não queriam estar ali e demonstravam suas opiniões, mostra-se a formação e interação do grupo. A segunda fase é a de controle e relaciona-se a sentimentos de competência, faz referencia ao poder, influencia e autoridade. No filme, Davis demonstra segurança, maturidade e experiência de liderança. Coloca claramente seu ponto de vista, sem contudo impor seu ponto de vista, expondo seu poder de influência. Expõe objetivamente e didaticamente o tema, explica as regras referentes à necessidade de unanimidade na decisão, e a relevância do resultado do trabalho em grupo, que pode levar um inocente à morte ou um assassino à impunidade. A necessidade do afeto é a fase dos vínculos emocionais que se refere às proximidades pessoais e emocionais entre as pessoas. É a última fase a emergir no desenvolvimento de uma relação humana ou de um grupo. Os indivíduos querem obter provas de serem totalmente valorizados. Desejam ser percebidos como insubstituíveis e aspiram ser respeitados por suas competências, aceitos como seres humanos não apenas pelo que têm, mas também pelo que são. Na terceira fase é de afeição ou abertura, na qual o clima emocional do grupo pode oscilar entre momentos de harmonia e de insatisfação, hostilidade e tensão. Estes podem ser observados em vários momentos do filme. Davis, compara o acusado com seu filho, o que lhe causa um sentimento negativo e ele tenta expor, influenciando os jurados com suas opiniões. Em outros momentos do filme apareceram jurados que não queriam expor seus sentimentos, desviando as decisões que pudessem influenciar os outros participantes, fugindo assim da responsabilidade do resultado, demonstrando ser abdicrata. Já os jurados, guardam distância das outras, mantendo apenas as relações superficiais. O que pode-se perceber que as pessoas podem agir sempre de maneira direta, pessoal e confiante em suas relações. No filme o relator, demonstra segurança, maturidade e experiência de liderança. Coloca claramente seu ponto de vista, sem contudo impor seu ponto de vista, deixando os membros do grupo à vontade. Expõe objetivamente e didaticamente o tema, explica as regras referentes à necessidade de unanimidade na decisão, e a relevância do resultado do trabalho em grupo, que pode levar um inocente à morte ou um assassino à impunidade. O Pastilha estava participando pela primeiro vez de um júri, parecia indeciso sobre o caso. Na fase do controle, demostrou ser abdicrata na segunda votação, pois mudou seu voto para inocente, mas não queria expor seus argumentos, parecia que fugia da responsabilidade. O jurado que comprou ingressos para um jogo e estava interessado em julgar rapidamente para poder ir assisti-lo. Na fase de inclusão ele demonstrou ser hipersocial, puxou assunto com outros jurados, mesmo sem muito sucesso, tentando chamar-lhe atenção, ele falava o tempo todo que não queria estar ali, influenciando de alguma maneira os demais. O arquiteto não acreditava na culpa do rapaz, era muito pensativo e ouvia todos com muita atenção e interesse, com um comportamento mais democrata. Na fase de inclusão, preferiu ficar mais reservado, demonstrando ser hipossocial. Porém na fase de controle, demonstrou ser democrata, assumindo a responsabilidade do seu voto, sem a necessidade de evitá-las nem de provar a sua competência a todo preço, aberto para ouvir o argumento de todos. E na fase de afeição ou abertura, ele pareceu estar bem tanto em situações que aceitavam os seus argumento quanto quando eram rejeitados. O idoso ouve com atenção os debates. Não é respeitado por um ou outro jurado quando pede a palavra, parecia ser mais interpessoal. Dono de oficinas, queria julgar rápido o rapaz para cuidar dos seus negócios, era preconceituoso com as pessoas que viviam em cortiços ou na pobreza. O relojoeiro, homem sério e calado. Na fase de afeição ou abertura, demonstrou ser subpessoal, guardando distância das pessoas e mantendo relações superficiais. Porém nunca deixou de manifestar com precisão o seu ponto de vista. O corretor, aparentemente o homem mais jovem de todos, era publicitário e não demonstrava interesse pelos debates sobre o caso. Na fase de Controle, preferiu abdicar de seu poder e responsabilidade,evitando tomar decisões que pudessem influenciar outros. Demonstrando ser abdicrata, sentindo-se mais a vontade quando as situações não lhe exigiam iniciativa nem responsabilidade. Referência bibliográfica DOZE HOMENS E UM A SENTENÇA. Título original: “Twelve Angry Men”. Direção: Sidney Lumet. Produção/Distribuição: Fox/MGM. Elenco: Henry Fonda, Lee J. Cobb, Ed Begley, E.G. Marshall, JackWarden, Martin Balsam, John Fiedler, Jack Klugman, Edward Binns, Joseph Sweeney, George Voskovec, Robert Webber. EUA. 1957. Drama. DVD. 96 min. Mailhiort, G. B., Ed. Vozes, Dinâmica e Gêneses dos grupos: ATUALIDADES DAS DESCOBERTAS DE KURT LEWIS, 1ª edição, 2013.
Compartilhar