Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS FÍSICA EXPERIMENTAL I 2017/2º Semestre RELATÓRIO TRABALHO PRÁTICO Nº03 LEI DAS COLISÕES ( CHOQUES) Elaborado por grupo nº2 André Panzo Toko Bunga– 20170881 Isabel Odília Fernão – 20170391 Ghasan Da Silva – 20171264 António Tchivala - 20171200 Curso: Engenharia de Produção Industrial Turma: EPI-T1 Docente: Prof. Dr. Anselmo Tomás ÍNDICE I. INTRODUÇÃO 3 II. OBJECTIVOS 3 III. TEORIA 4 IV. MÉTODO EXPERIMENTAL 8 V. RESULTADOS 10 VI. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES 12 VII. REFERÊNCIAS 13 Introdução Inicialmente, foi determinada a massa dos carrinhos e sua respectiva incerteza com o auxílio da balança analógica. Em seguida, utilizou-se a régua para medir o comprimento dos carrinhos. Esta medida serve de referência para a análise do movimento dos carrinhos sobre o trilho de ar no Software Tracker. Na sequência, conectamos a câmera ao tripé e posicionamos corretamente o conjunto diante do trilho de ar, de maneira que a maior parte do trilho fosse captada pela lente da câmera. Posteriormente, posicionamos os carrinhos no trilho e gravamos os três (2) tipos de colisão: Perfeitamente elástica, parcialmente e perfeitamente inelástica. As colisões foram obtidas de maneira que um dos carrinhos permanecia em repouso no trilho enquanto o outro se dirigia ao seu encontro com velocidade constante. Em seguida, importamos os vídeos das colisões para o Software Tracker e os estudamos. Com a análise realizada, obtivemos sete tabelas de dados uma para cada carrinho isolado antes e após cada um dos choques mencionados. Através das tabelas e com o auxílio do Excel, foi possível construir gráficos espaço x tempo que se comportaram como retas. O coeficiente angular de tais retas revelou a velocidade isolada dos carrinhos para cada caso. Finalmente, com os valores das massas dos carrinhos e de suas respectivas velocidades em mãos, foi possível calcular a energia cinética, a quantidade de movimentou ou momento linear e o coeficiente de restituição para cada um dos carrinhos nos dois tipos colisão em que foram submetidos. Também foram consideradas e calculadas as incertezas envolvidas nestes cálculos Objectivo: Montar e ajustar uma experiencia de mecânica minimizando os efeitos de atrito Medir velocidades de corpos antes e depois de choques reais utilizando barreiras de luz Verificar as leis de conservação da energia e do momento linear nos choques elásticos e inelásticos utilizando os resultados experimentais obtidos TEORIA Uma colisão é um evento isolado no qual dois ou mais corpos (os corpos que colidem) exercem uns sobre os outros, forças relativamente elevadas por um tempo relativamente curto. No dia-a-dia dizemos que uma colisão é um choque, o contato de dois ou mais corpos. Exemplos: Acidente de automóveis, jogo de sinuca. Contudo, não necessariamente há contato entre os corpos para haver uma colisão. Por isso, colisão é uma interação entre partículas. Quando dois corpos colidem como, por exemplo, no choque entre duas bolas de bilhar, pode acontecer que a direção do movimento dos corpos não seja alterada pelo choque, isto é, eles se movimentam sobre uma mesma reta antes e depois da colisão. Quando isso acontece, dizemos que ocorreu uma colisão unidimensional. Entretanto, pode ocorrer que os corpos se movimentem em direções diferentes, antes ou depois da colisão. Nesse caso, a colisão é denominada de colisão bidimensional. As colisões são divididas em dois, grupos: as Elásticas e as Inelásticas (essa subdivida em colisões inelásticas e perfeitamente inelásticas). A colisão inelástica tem como característica o fato do momento linear do sistema se conservar, mas a energia cinética do sistema não. A colisão elástica tem como propriedade o fato de tanto o momento linear como a energia cinética do sistema se conservarem. O estudo de colisões envolve o conhecimento da conservação da quantidade de movimento, o momento linear. Define-se momento linear ou quantidade de movimento linear (P) de um corpo, como sendo o produto da massa do mesmo pela sua velocidade: 𝑃 = 𝑚𝑣 Aplicando a 2ª Lei de Newton, podemos mostrar que: Sendo 𝐹 a resultante das forças que atuam externamente sobre um corpo, podemos afirmar então que quando esta resultante for nula, o momento do corpo deve ser conservado. Isso significa que o momento inicial é igual ao momento final deste mesmo. Quando há a interação entre vários corpos em um sistema, podemos definir o momento total como: ⵉ 𝑃𝑖 = ⵉ𝑃𝑓 Levando em consideração a terceira Lei de Newton, “Ação e Reação”, sabemos que quando dois corpos interagem, as forças que neles atuam são em cada instante iguais, com sentidos opostos. Significa que a força interna resultante da interação entre corpos num dado sistema é sempre nula. Portanto, não precisamos considerar tais forças no sistema, somente as forças externas terão importância para a conservação do momento. Se considerarmos um sistema isolado na qual as forças externas resultantes atuantes entre dois corpos seja igual a zero, como aparece na figura abaixo ,podemos considerar a seguinte relação: Figura a.Colisão entre dois Corpos ⵉ 𝑃𝑖 = ⵉ𝑃𝑓 𝑃1 + 𝑃2 = 𝑃′1 + 𝑃′2 𝑚1.𝑣1 + 𝑚2.𝑣2 = 𝑚1.𝑣′1 + 𝑚2.𝑣′ Considerando a energia cinética total do sistema entre dois corpos que colidem entre si, temos duas situações. A primeira ocorre quando toda a energia cinética do sistema é conservada (ela é a mesma antes e depois da colisão) e não é transferida para outras formas de energia. Em colisões cotidianas como em batidas de carro, alguma energia sempre é transferida para outra forma, como a energia sonora. Nestes casos, a energia cinética não é conservada e por isso a colisão é conhecida como inelástica. Colisões inelásticas sempre envolvem uma perda de energia cinética do sistema. Dentro da colisão inelástica, temos colisões perfeitamente inelásticas, isto é, quando os dois corpos após a colisão permanecem juntos. Nestes casos ocorre a maior perda de energia cinética do sistema. No caso de uma colisão elástica, a soma das energias cinéticas dos corpos antes e depois da colisão é igual. Durante um choque elástico de dois corpos de massa m1 e m2, a energia cinética E = E1 + E2 e o momento linear são conservados. Sejam v1 e v2 são as velocidades dos corpos 1 e 2 justo antes do choque e v´1 e v´2 as velocidades logo depois do choque. Vamos supor também que v1>v2 (para que se verifique o choque) e que v´1 < v´2 (para que os corpos se separem depois do choque). Conservação da energia cinética: (1) (2)(3) Conservação do momento linear: (4) (5) (6) (3) : (6) (7) A velocidade relativa dos dois corpos depois do choque é igual à velocidade relativa antes do choque. (5) ˄ (7) (8) (9) Na nossa experiencia, a massa m2 está inicialmente (antes do choque) em repouso, ou seja v2 = 0 nas equações (8) e (9). Observe que as equação (8) e (9) implicam que, se as massas dos dois corpos envolvidos no choque elástico são iguais, então os corpos simplesmente intercambiam as suas velocidades. No nosso caso, visto que v2 = 0, temos, e v´2 = v1. Mais ainda, das equações (8) e (9) neste caso, com v2 = 0 obtemos: (10) (8) (11) Por tanto, p1’+ p2’ = p1, quer dizer, conserva-se o momento linear. Daí verifica-se que E’1 + E’2 = E1, quer dizer, conserva-se a energia cinética. Num Choque inelástico. Choque perfeitamente inelástico ou plástico Na nossa experiência, os dois carrinhos ficam colados juntos depois dos choques. Nesse caso dize-se que o choque é perfeitamente inelástico ou plástico. Por isso as velocidades v´1 e v´2 são iguais. O corpo da massa m2 está, como no choque elástico, inicialmente em repouso. Por tanto: (14) Conservação do momento linear (15) (14) ˄ (15) (16) (17) Daí, temos novamente que p1’ + p2’= p1, quer dizer, também neste caso conserva-se o momento linear. Analogamente do caso do choque elástico calcula-se a energia cinética depois do choque: (16) (18) (17) (19) Daí, somando as duas equações verifica-se que E’1 + E’2 < E1, quer dizer, não conserva-se a energia cinética. MÉTODO EXPERIMENTAL Montagem da experiencia e o equipamento utilizado: Timer Module Barreiras de luz Starter Carrinhos com pesos Figura b: Equipamento. Carril de demonstração (“demonstration track”), 2 carrinhos especiais, pesos, 2 barreiras de luz, interface (“timer module”), starter device 2.Procedimento experimental Pesou-se os carrinhos. Ajustou-se a inclinação do carril até que a velocidade dum carrinho fica-se igual nas duas barreiras. Montou-se os dispositivos para choques elásticos nos dois carrinhos, como na figura C. O carrinho 1 é acelerado com o “Starter” e empurra o carrinho2. Carrinho 2 Carrinho 1 Figura C. Meçou-se as velocidades dos carrinhos antes e depois do choque , utilizou-se as combinações dos pesos adicionais seguintes: Carrinho 1 0 0 400g 50g 0 Carrinho 2 0 400g 0 0 50g No relatório registou-se os dados em tabelas com indicações do peso total de cada carrinho e da velocidade de cada carrinho antes e depois de choque. Calculou-se os valores do momento linear e da energia cinética de cada carrinho antes e depois do choque para cada combinação dos pesos dos carrinhos. Registou-se os valores na tabela. Verificou-se assim o cumprimento da conservação do momento linear e da energia. Determinou-se os desvios percentuais das leis da conservação do momento linear e da energia cinética para cada combinação dos pesos adicionais. Montou-se os dispositivos para choques plásticos dos carrinhos (os carrinhos ficam colados juntos depois do choque) (figura d). Carrinho 1 Carrinho 2 Figura d Conduziu-se a mesma serie de experiências feitas anteriormente, mas com choques plásticos. No relatório verifiqcou-se aconservação do momento linear e a “não conservação” da energia cinética. RESULTADO Colisão Elástica Como o segundo carrinho parte do repouso, a energia cinética e o momento linear iniciais deste são nulos. Para verificar se há conservação, calculamos a velocidade final dos carrinhos após a colisão destes (Halliday): Após este calculo verificamos que tanto a energia cinética quanto o momento linear do experimento se conserva. Verificamos que com isso há conservação de Ec e P nos corpos após a colisão Colisão Perfeitamente Inelástica Como o segundo carrinho parte do repouso, a energia cinética e o momento linear iniciais deste são nulos. Como após a colisão os dois corpos ficam grudados um ao outro, eles tem a mesma velocidade. Calculamos a velocidade final dos carrinhos após a colisão destes através da equação (19) (Halliday): Após este calculo verificamos que o momento linear se conserva e a energia cinética inicial do carrinho é maior que a final: Verificamos com os dados que há uma colisão inelástica nestes dois corpos e que a energia cinética se conserva. Para se calcular o desvio percentual utilizou-se a seguinte equação: Para o Momento Linear: Para a Energia Cinética : Colisões ANTES DEPOIS (%) Colisão Elástica m1 m2 P1 P2 P1 P2 399 g 399 g 237.804 0 0 214.662 9.98% 799 g 399g 327.590 0 0 195.111 40.26% 399g 799g 235.410 0 77.855 292.434 24.22% 449g 399g 244.705 0 0 146.034 40.32% 399g 449g 241.395 0 0 242.011 0.255% Colisão perfeitamente Inelástica 399 g 399 g 240,198 0 429.324 429.324 78.74% 799 g 399g 240,499 0 585.822 585.822 43.34% 399g 799g 242,193 0 438.468 438.468 81,04% 449g 399g 243,358 0 310.368 310.368 27.54% 399g 449g 235,809 0 457.072 457.072 93.83% Tabela 1: Cálculo do Momento Linear e o desvio percentual quer na Colisão Elástica e Perfeitamente Inelástico (Antes e Depois da Colisão). Colisões ANTES DEPOIS (%) Colisão Elástica m1 m2 Ec1 Ec2 Ec1 Ec2 399 g 399 g 70.865J 0 0J 57.744J 18.52% 799 g 399g 163,635J 0 0J 47.705J 70.84% 399g 799g 36.035J 0 8.399J 26.724J 2.53% 449g 399g 74.484J 0 0J 25.855J 65.77% 399g 449g 60.209J 0 0J 65.222J 8.19% Colisão perfeitamente Inelástica 399 g 399 g 72,399J 0J 17.361J 17.361J 50.04% 799 g 399g 36.195J 0J 13.970J 6.976J 61.40% 399g 799g 73.506J 0J 10.214J 10.227J 72.18% 449g 399g 65.950J 0J 11.264J 10.010J 69.26% 399g 449g 69.682J 0J 12.369 13.919J 23.83% Tabela 2: Cálculo da Energia Cinética e o desvio percentual quer na Colisão Elástica e Perfeitamente Inelástico ( Antes e Despois da Colisão) DISCUSSÃO E CONCLUSÃO Diante do exposto, fica evidente o sucesso do experimento, uma vez que a análise dos dados obtidos experimentalmente fornece uma interpretação condizente com a teoria envolvida. Conseguimos reproduzir na prática, os três tipos de colisão. Foi constatado, dentro da precisão do experimento e considerando-se um sistema isolado,que há conservação da quantidade de movimento para os três tipos de colisão estudados, sendo que, apenas na colisão elástica constatou-se a conservação da energia cinética. (André Bunga). Concluímos através dos dados experimentais que em qualquer tipo de choque mecânico, a quantidade de movimento do sistema se conserva. Porém, a energia cinética só se conserva no choque elástico. No choque inelástico, a energia cinética do sistema diminui, ao transformar-se em outras formas de energia. Percebemos portando que a colisão está intimamente ligada a terceira lei de Newton, “ação e reação”. ( Halliday). Referências Bibliográficas YOUNG H. D.,FREEDMAN R. A., SEARS F. W., ZEMANSKY M. W., Física, vol. 1, ed. São Paulo, 2005. Nicolau e Toledo, Aulas de Física 1, Mecânica, Atual Editora, Páginas: 324 à 326, 2003. LIVRO DE FÍSICA DA 12ª CLASSE, NOÉMIA MACIEL, PORTO EDITORA. REFORMA EDUCATIVA. Hallyday & Resnick. Jearl Walker. Fundamentos de Física (Mecânica) Volume 1. 9ª Edição. Página 4 INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS AV. Luanda Sul, Rua Lateral Via S10, Talatona – Município do Belas – Luanda/Angola Telefones: +244226430334/44226430330 – Email: geral@isptec.co.ao
Compartilhar