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CAPÍTULO
Proteínas Plasmáticas e
Imunoglobulinas
Robert K. Murray, M.D., Ph.D., Molly [acob,M.B. B.S.,
M.D., Ph.D., e Joe Varghese, M.B. B.S., M.D.
" . . .,.
", ,.
Citar as principais funções do sangue.
Explicaras funções das principais proteínas plasmáticas, incluindo albumina,
haptoglobina, transferrina, ceruloplasmina, u1-antitripsina e u2-macroglobulina.
Descrever como a homeostasia do ferro é mantida e como é afetada em determinados
distúrbios.
• Detalhar as estruturas gerais e as funções das cinco classes de imunoglobulinas e o
uso de anticorpos monoclonais.
•
•
•
°plasma consiste em água, eletrólitos, metabólitos, nutrien-
tes, proteínas e hormônios. A composição eletrolítica do plasma
é praticamente a mesma que a de todos os líquidos extracelulares.
As dosagens laboratoriais dos níveis de Na", K+,Ca2+,Mg2+,Cl",
HC03-, PaC02 e do pH sanguíneo são importantes no tratamen-
to de muitos pacientes.
• Reconhecer que o sistema complemento está envolvido em vários processos
biológicos importantes.
• Indicar as causas da doença de Wilson,da doença de Menkes, das doenças
pulmonares e hepáticas associadas à deficiência de u1-antitripsina, da amiloidose, do
mieloma múltiplo e da agamaglobulinemia.
PORTÂNCIA BIOMÉDICA
papel fundamental do sangue na manutenção da horneosta-
(ver Capítulo 51) e a facilidade com que se obtêm amostras
angue explicam por que o estudo de seus constituintes teve
portância central no desenvolvimento da bioquímica e da bio-
.címica clínica. Este capítulo descreve as propriedades básicas de
zumas proteínas plasmáticas, incluindo as imunoglobulinas
ticorpos). Ocorrem alterações quantitativas de várias proteí-
- - plasmáticas e imunoglobulinas em muitas doenças, e essas
zerações podem ser monitoradas por eletroforese ou por outros
edimentos apropriados. Conforme descrito em um dos ca-
os anteriores, as alterações nas atividades de determinadas
. as encontradas no plasma têm aplicação diagnóstica em
ersas condições patológicas. As proteínas plasmáticas envolvi-
- na coagulação sanguínea são discutidas no Capítulo 51.
SANGUE DESEMPENHA
MEROSASFUNÇÓES
funções do sangue - exceto as funções celulares específicas,
o transporte de oxigênio e defesa imunológica celular - são de-
enhadas pelo plasma e por seus constituintes (Tabela 50-1).
o PLASMA CONTÉM UMA MISTURA
COMPLEXA DE PROTEíNAS
A concentração de proteína total no plasma humano é de apro-
ximadamente 7,0 a 7,5 g/dL, e essas proteínas constituem o prin-
cipal componente sólido do plasma. Na verdade, as proteínas
do plasma consistem em uma mistura complexa, que inclui não
apenas as proteínas simples, mas também proteínas conjuga-
das, como as glicoproteínas e vários tipos de lipoproteínas. A
aplicação de técnicas da proteômica possibilita o isolamento e a
caracterização de proteínas plasmáticas até então desconhecidas,
algumas presentes em quantidades muito pequenas (p. ex., de-
tectadas no líquido de hemodiálise e no plasma de pacientes com
câncer), ampliando, assim, o proteoma plasmático. Existem mi-
lhares de anticorpos no plasma humano, embora a quantidade
de qualquer anticorpo específico geralmente seja muito pequena
-
630 Seção VI Tópicos Especiais
TABELA 50-1 Principais funções do sangue
1. Respiração - transporte de oxigênio dos pulmões para os
tecidos e de CO, dos tecidos para os pulmões
2. Nutrição - transporte de nutrientes absorvidos
3. Excreção - transporte de produtos de degradação metabólicos
para os rins, os pulmões, a pele e o intestino para eliminação
4. Manutenção do equilíbrio ácido-básico normal do organismo
5. Regulação do equilíbrio hídrico por meio dos efeitos do sangue
sobre a troca de água entre o líquido circulante e os líquidos
teciduais
6. Regulação da temperatura corporal pela distribuição do calor
corporal
7. Defesa contra infecção pelos leucócitos e anticorpos circulantes
8. Transporte de hormônios e regulação do metabolismo
9. Transporte de metabólitos
10. Coagulação
em circunstâncias normais. A Figura 50-1 mostra as dimensões
relativas e as massas moleculares de algumas das proteínas plas-
máticas mais importantes.
A separação das proteínas individuais de uma mistura com-
plexa é frequentemente obtida pelo uso de solventes ou eletróli-
tos (ou ambos) para remover as diferentes frações proteicas, de
acordo com suas características de solubilidade. Isso constitui a
base dos denominados métodos de precipitação, que têm algu-
mas aplicações na determinação das frações proteicas no labora-
tório clínico. Por conseguinte, as proteínas do plasma podem ser
separadas em três grupos principais - fibrinogênio, albumina e
globulinas - pelo uso de várias concentrações de sulfato de sódio
ou de amônio.
A
B
Escala
f-----l
10 nm Na+ CI- Glicose
Albumina Hemoglobina
69.000 64.500
13,-Globulina
90.000
-y-Globulina
156.000
•a,-Lipoproteína200.000 13,-Lipoproteína1.300.000
Fibrinogênio
340.000
FIGURA 50-1 Dimensões relativas e massas moleculares apr
madas das moléculas de proteína no sangue (Oncley).
o método mais comum de análise das proteínas plasmáticase
eletroforese. Existemmuitos tipos de eletroforese,e cada uma d
utiliza um meio de suporte diferente. Nos laboratórios clínico:
acetato de celulose é amplamente utilizado como meio de sup
Seu uso possibilita, após a coloração, a resolução das proteínas
máticas em cinco bandas, designadas como frações de albumina..
(x" (3e 'Y,respectivamente (Figura 50-2). A fita corada de acetato
celulose (ou outro meio de suporte) é denominada eletroforetoza
ma. As quantidades dessas cinco bandas podem ser determin -
convenientemente com o uso de aparelhos de varredura densito
c
13
II I I Ie
Albumina a,
o
Alburruna o , 13
FIGURA 50-2 Técnica de eletroforese de zona em acetato de celulose. (A) Uma pequena quantidade de soro ou de outro líquido é aplica:
uma fita de acetato de celulose. (8) Efetua-se a eletrofose da amostra em tampão eletrolítico. (e) As bandas separadas de proteína são visu
das nas condições características após a sua coloração. (D) A varredura densitométrica da fita de acetato de celulose converte as bandas em -
característicos de albumina, lX,-globulina, 13,-globulina, l3-globulina e v-qlobulina, (Reproduzida, com autorização, de ParslowTG et ai (edi
edicallmmunology, 10th ed. McGraw-Hill, 2001.)
rrica. Em muitas doenças, são encontradas alterações características
as quantidades de uma ou mais dessas cinco bandas.
concentração de proteínas no plasma é
importante na determinação da distribuição
dos líquidos entre o sangue e os tecidos
_-as arteríolas, a pressão hidrostática é de cerca de 37 mmHg, à
~al se opõe uma pressão intersticial (tecidual) de 1 mmHg. A
~ressão osmótica (pressão oncótica) exercida pelas proteínas
.,.Iasmáticas é de aproximadamente 25 mmHg. Portanto, uma força
externa efetiva de cerca de 11 mmHg propele o líquido para den-
o dos espaços intersticiais. Nas vênulas, a pressão hidrostática é
em torno de 17 mmHg, com pressões oncótica e intersticial iguais
aquelas anteriormente mencionadas; assim, uma força efetiva de
zerca de 9 mmHg atrai a água de volta à circulação. As pressões
itadas são frequentemente designadas como forças de Starling.
- a concentração das proteínas plasmáticas estiver acentuada-
ente diminuída (p. ex., em consequência de grave desnutrição
_roteica), os líquidos não são atraídos de volta ao compartimento
travascular e acumulam-se nos espaços teciduais extravascula-
, uma condição conhecida como edema. O edema tem muitas
zausas, entre as quais a deficiência de proteína é uma delas.
s proteínas plasmáticas foram
extensamente estudadas
:Jevido à facilidade relativa com que podem ser obtidas, as proteí-
plasmáticas têm sido extensamente estudadas tanto nos seres
aumanos quanto em animais. Existem informações consideráveis
cerca da biossíntese, da renovação,da estrutura e das funções das
:;rincipais proteínas plasmáticas. As alterações nas suas quantida-
ces e no seu metabolismo em muitas doenças também foram in-
tigadas. Nos últimos anos, muitos dos genes das proteínas plas-
áticas foram clonados e as suas estruturas foram determinadas.
A preparação de anticorpos específicos para cada proteína
• Iasmática facilitou enormemente o seu estudo, possibilitando a
;-recipitação e o isolamento de proteínas puras a partir da mistura
zomplexa encontrada nos tecidos ou no plasma. Além disso, o
·0 de isótopos possibilitou a determinação de suas vias de bios-
síntese e de suas taxas de renovação no plasma.
As generalizações descritas a seguir surgiram dos estudos
proteínas plasmáticas.
maioria das proteínas plasmáticas é sintetizada
o fígado
:o a generalização foi estabelecida com base em eXp"erimentos em
znimais (p. ex., hepatectomia) e pelo uso de preparações isoladas
ce fígado perfundido, de fragmentos hepáticos, de homogeneiza-
s de fígado e de sistemas de tradução in vitro utilizando prepa-
rações de mRNA extraídas do fígado. Todavia, as -y-globulinas são
- tetizadas pelos plasmócitos, e algumas proteínas plasmáticas
_-o sintetizadas em outros locais, como as células endoteliais.
proteínas plasmâticas gera/mente são sintetizadas
em polirribossomos ligados àmembrana
Em seguida, para alcançar o plasma, essas proteínas seguem o
trajeto da principal via secretora da célula (membrana do retícu-
CAPíTULO 50: Proteínas Plasmáticas e Imunoglobulinas 631
10 endoplasmático rugoso ~ membrana do retículo endoplas-
mático liso ~ aparelho de Golgi ~ vesículas ecretoras). Desse
modo, a maioria das proteínas plasmáticas é intetizada na for-
ma de pré-proteínas e, inicialmente, contém peptídeo - inal na
extremidade aminoterminal (Capítulo 46). Es as proteínas são
geralmente submetidas a várias modificações pós-tradução (pro-
teólise, glicosilação, fosforilação, ete.) à medida que seguem o seu
trajeto pela célula. Os tempos de trânsito pelo hepatócito, de de
o seu local de síntese até o plasma, variam de 30 min até várias
horas ou mais para determinadas proteínas.
A maioria das proteínas plasmáticas consiste em
glicoproteínas
Consequentemente, as proteínas plasmáticas contêm, em geral, ca-
deias oligossacarídicas N-ou O-ligadas, ou ambas (Capítulo 47). A
albumina representa a principal exceção, visto que ela não contém
resíduos de açúcar. As cadeias oligossacarídicas desempenham
várias funções (Tabela 47-2). A remoção dos resíduos terminais
de ácido siálico de determinadas proteínas plasmáticas (p. ex., ce-
ruloplasmina) mediante exposição à neuraminidase pode reduzir
acentuadamente as suas meias-vidas no plasma (Capítulo 47).
Muitas proteínas p/asmáticas exibem polimorfismo
O polimorfismo é um traço mendeliano ou monogênico encon-
trado na população em pelo menos dois fenótipos, e nenhum de-
les é raro (i.e., nenhum dos fenótipos ocorre com frequência <
1 a 2%). As substâncias do grupo sanguíneo ABa (Capítulo 52)
são os exemplos mais conhecidos de polimorfismos humanos. As
proteínas plasmáticas humanas que apresentam polimorfismo
incluem a O'l-antitripsina, a haptoglobina, a transferrina, a ceru-
loplasmina e as imunoglobulinas. As formas polimórficas dessas
proteínas podem ser diferenciadas por diferentes processos (p.
ex., vários tipos de eletroforese ou focalização isoelétrica), em
que cada forma pode exibir um padrão característico de migra-
ção. As análises desses polimorfismos humanos demonstraram
ter interesse genético, antropológico e clínico .
Cada proteína p/asmática tem meia-vida
característica na circulação
A meia-vida de uma proteína plasmática pode ser determinada
pela marcação da proteína pura isolada com 1131 ou Cr51 em con-
dições favoráveis que não acarretam em desnaturação. A proteína
marcada separa-se do isótopo livre não ligado, e a sua atividade
específica (desintegrações por minuto por miligrama de pro-
teína) é determinada. Em seguida, injeta-se uma quantidade co-
nhecida da proteína radioativa em um adulto normal, e são obti-
das amostras de sangue em vários intervalos para a determinação
da radioatividade. Os níveis de radioatividade são representados
graficamente em relação ao tempo, e a meia-vida da proteína (i.e.,
o tempo necessário para que a radioatividade decline de seu valor
máximo para metade deste valor) pode ser calculada a partir do
gráfico resultante, descontando-se o tempo necessário para que
a proteína injetada entre em equilíbrio (misture-se) no sansue e
nos espaços extravasculares. Nos adultos saudáveis normais,
meias-vidas obtidas para a albumina e para a haptoglobina são
de cerca de 20 e 5 dias, respectivamente. Em algumas doenças, a
meia-vida de uma proteína pode estar acentuadamente alterada.
Por exemplo, em algumas doenças ga trintestinais, como a ileíte
632 Seção VI Tópicos Especiais
regional (doença de Crohn), pode ocorrer perda de quantidades
consideráveis de proteínas plasmáticas no intestino, incluindo al-
bumina, por meio da mucosa intestinal inflamada. Os pacientes
com essa doença apresentam gastroenteropatia perdedora de
proteína, e, nesses indivíduos, a meia-vida da albumina iodada
injetada pode ser reduzida a apenas um dia.
Os níveis de certas proteínas plasmáticas aumentam
durante estados inflamatórios agudos ou
secundariamente a determinados tipos de lesão
Essas proteínas são designadas como "proteínas de fase aguda"
(ou reagentes) e consistem na proteína C reativa (CRP, assim
denominada pela sua reação com o polissacarídeo C dos pneu-
mococos), cx]-antitripsina, haptoglobina, cx]-glicoproteína ácida
e fibrinogênio. As elevações dos níveis dessas proteínas variam
de apenas 50% até 1.000vezes no caso da CRP.Em geral, os níveis
dessas proteínas também estão elevados nos estados inflamató-
rios crônicos e em pacientes com câncer. Acredita-se que essas
proteínas desempenhem um papel na resposta do organismo à
inflamação. Por exemplo, a proteína C reativa pode estimular a
via clássica do complemento (ver adiante), enquanto a cxj-anti-
tripsina pode neutralizar certas proteases liberadas durante o es-
tado inflamatório agudo. A CRP é usada como marcador de lesão
tecidual, infecção e inflamação, e existe considerável interesse no
seu uso como preditor de certos tipos de distúrbios cardiovascu-
lares secundários à aterosclerose. A citocina (= proteína sinteti-
zada por células que afeta o comportamento de outras células)
interleucina-1 (IL-1), um polipeptídeo liberado pelas células fa-
gocíticas mono nucleares, constitui o principal- mas não o único
- fator estimulado r da síntese da maioria dos reagentes de fase
aguda pelos hepatócitos. Outras moléculas, como a lL-6, também
estão envolvidas, e, assim como a lL-1, elas também parecem atu-
ar em nível da transcrição gênica.
O fator nuclear kappa-B (NFKB) é um fator de transcrição
envolvido na estimulação da síntese de algumas proteínas de fase
aguda. Esse fator importante também participa na expressão de
muitas citocinas, quimiocinas, fatores de crescimento e molécu-
las de adesão celular implicadas nos fenômenos imunológicos.
Normalmente, esse fator está presente em sua forma inativa no
citosol, mas é ativado e transferido para o núcleo pela ação de
diversas moléculas (p. ex., interleucina -1) produzidas em certos
processos, como inflamação, infecção e lesão por radiação.
A Tabela 50-2 fornece um resumo das funções de muitas
das proteínas plasmáticas. O restante deste capítulo fornece in-
formações básicas relativas a determinadas proteínas plasmáticas
selecionadas: albumina, haptoglobina, transferrina, ceruloplas-
mina, cx]-antitripsina, cx2-macroglobulina, as imunoglobulinas e
o sistema complemento. As lipoproteínas são discutidas no Ca-
pítulo 25. Novas informações sobre as proteínas plasmáticas e
suas variantes (incluindo aquelas descritas neste capítulo) estão
surgindo constantemente, à medida quesão aplicadas técnicas de
proteômica para o seu estudo, particularmente novos métodos
sensíveis de sequenciamento das proteínas por espectrometria de
massa (ver Capítulo 4). Vários laboratórios estão se empenhando
para estabelecer o proteoma humano completo das proteínas
plasmáticas. Acredita-se que isso irá esclarecer variações gené-
ticas nos seres humanos e também irá fornecer muitos biomar-
cadores novos que irão ajudar no diagnóstico de muitas doenças.
Função
TABELA 50-2 Algumas funções das proteínas plasmá'
Proteínas plasmáticas
Antiproteases
Coagulação
sanguínea
Enzimas
Hormônios
Defesa imune
Participação
nas respostas
inflamatórias
Oncofetal
Proteínas de
transporte ou
de ligação
Antiquimotripsina
<xj-Antitripsina (u.-antiprotelnase)
<x2-Macroglobulina
Antitrombina
Vários fatores da coagulação, fibrinogênio
Atuação no sangue, por exemplo, fatores CE
coagulação, colinesterase
Extravasamento das células ou dos tecidos.c
exemplo, aminotransferases
Eritropoietina'
Imunoglobulinas, proteínas do cornplemenzr =
132-microglobulina
Proteínas da resposta de fase aguda (p. ex,
proteína C reativa, <x,-glicoproteína ácida
[orosomucoide])
<xj-Fetoproteína (AFP)
Albumina (vários ligantes, incluindo bilirru
ácidos graxas livres, íons [Ca2+],metais [p.
ex., Cu2+,Zn2+],met-heme, esteroides, QIj
hormônios e uma variedade de fármacos
Ceruloplasmina (contém Cu2+;a albumina
provavelmente mais importante no tra
fisiológico do Cu2+)
Globulina de ligação dos corticosteroides
(transcortina) (liga-se ao cortisol)
Haptoglobina (liga-se à hemoglobina
extracorpuscular)
Lipoproteínas (quilomícrons, VLDL, LDL,HD'_
Hemopexina (liga-se ao heme)
Proteína de ligação do retinol (liga-se ao rei:':
Globulina de ligação dos hormônios sexuais
(liga-se à testosterona e ao estradiol)
Globulina de ligação aos hormônios tireoidE
(liga-se à T4eT,)
Transferrina (transporta o ferro)
Transtirretina (anteriormente pré-alburnlna:
liga-se à T4e forma um complexo com a
proteína de ligação do retinol)
'Vários outros hormônios proteicos circulam no sangue, porém não são ~
te designados como proteínas plasmáticas. De modo semelhante, a ferritina
é encontrada no plasma em pequenas quantidades, porém muitas vezes nâ= 'e
terizada como proteína plasmática.
(Um biomarcador é definido como característica objetiv
medida e avaliada como indicador de processos biológi
mais, processos patológicos ou respostas farmacológicas _
intervenção terapêutica.)
A albumina é a principal proteína do
plasma humano
A albumina (69 kDa) é a principal proteína do plasma h
(3,4 a 4,7 g/dL) e representa cerca de 60% das proteínas r
ticas totais. Aproximadamente 40% da albumina estão p
no plasma, enquanto os 60% restantes são encontrados no
extracelular. o fígado sintetiza cerca de 12 g de albumina por dia,
o que representa aproximadamente 25% da síntese hepática total
de proteínas e metade de suas proteínas secretadas. Inicialmente,
a albumina é sintetizada como pré-pró-proteína, Seu peptídeo
sínal é removido quando a albumina entra nas cisternas do retí-
culo endoplasmático rugoso, e um hexapeptídeo localizado na
extremidade aminoterminal resultante é subsequentemente pri-
vado ao longo da via secretora (ver Figura 46-12). A síntese de
albumina encontra-se diminuída em uma variedade de doenças,
particularmente as que acometem o fígado. O plasma de pacien-
tes com doença hepática frequentemente apresenta uma redução
da razão entre albumina e globulinas (razão albumina-globulina
diminuída). A síntese de albumina diminui de modo relativa-
mente precoce em condições de desnutrição proteica, como o
washiorkor.
A albumina humana madura consiste em uma cadeia poli-
peptídica de 585 aminoácidos com 17 pontes dissulfeto. Com o
o de proteases, a albumina pode ser subdividida em três domí-
nios que desempenham funções distintas. A albumina tem um
:ormato elipsoide, portanto, ela não aumenta tanto a viscosida-
::e do plasma quanto uma molécula alongada, como o fibrino-
5ênio. Em virtude de sua massa molecular relativamente baixa
em torno de 69 kDa) e de sua alta concentração, acredita-se que
_ albumina seja responsável por 75 a 80% da pressão osmótica
:coplasma humano. Estudos com eletroforese demonstraram que
plasma de alguns seres humanos carece de albumina. O dis-
zirbio apresentado por esses indivíduos é denominado analbu-
. emia. Uma das causas da analbwninemia consiste em uma
utação que afeta o splicing. Os indivíduos com analbuminemia
_resentam apenas edema moderado, embora a albumina seja o
rrincipal determinante da pressão osmótica do plasma. Acredita-
-x que as quantidades das outras proteínas plasmáticas aumen-
zm, compensando a ausência da albwnina.
Outra função importante da albumina é a sua capacidade de
gação a vários ligantes. Esses ligantes incluem ácidos graxos
es (AGL), cálcio, certos hormônios esteroides, bilirrubina e
.:me do triptofano plasmático. Além disso, a albumina pare-
-; desempenhar um importante papel no transporte do cobre
- - seres humanos (ver adiante). Diversos fármacos, incluindo
. -onamidas, penicilina G, dicumarol e ácido acetilsalicílico
_am -se à albumina, e esse achado tem implicações farrnacoló-
importantes.
As preparações de albumina humana têm sido amplamen-
~izadas no tratamento do choque hemorrágico e das quei-
-. uras. Todavia, alguns estudos recentes questionaram o valor
se tratamento.
aptoglobina liga-se à hemoglobina
racorpuscular, impedindo a entrada da
moglobina livre nos rins
ptoglobina (Hp) é uma glicoproteína plasmática que se liga
oglobina (Hb) extracorpuscular, formando um complexo
e não covalente (Hb-Hp), A quantidade de haptoglobina no
a humano varia de 40 a 180 mg da capacidade de ligação
oglobina por decilitro. Cerca de 10% da hemoglobina de-
da diariamente são liberados na circulação, constituindo,
,a fração extracorpuscular. Os 90% restantes estão presen-
CAPíTULO50: Proteínas Plasmáticas e Imunoglobulinas 633
tes nos eritrócitos senescentes e danificado , que ão destruídos
pelas células do sistema histiocitário. A massa molecular da he-
moglobina é de aproximadamente 65 kDa, enquanto a da forma
polimórfica mais simples da haptoglobína (Hp l-I) encontrada
nos seres humanos é de cerca de 90 kDa. De a forma, o com-
plexo Hb-Hp apresenta massa molecular de cerca de 155 kDa.
A hemoglobina livre atravessa os glomérulo renais e entra nos
túbulos, onde tende a precipitar (como pode ocorrer após trans-
fusão maciça de sangue incompatível, quando a capacidade de
ligação da haptoglobina à hemoglobina é amplamente excedida)
(Figura 50-3). Todavia, o complexo Hb-Hp é demasiado grande
para atravessar os glomérulos. Por conseguinte, a função da Hp
parece consistir em impedir a perda de hemoglobina livre nos
rins - que conserva o ferro valioso presente na hemoglobina, que
de outro modo seria perdido.
Nos seres humanos, a haptoglobina é encontrada em três
formas polimórficas, conhecidas como Hp l-I, Hp 2-1 e Hp 2-2.
Na eletroforese em gel de amido, a Hp l-I migra formando uma
banda única, enquanto a Hp 2-1 e a Hp 2-2 exibem padrões de
bandas muito mais complexos. Dois genes, designados como Hpl
eHl, determinam esses três fenótipos, entre os quais a Hp 2-1 é
o fenótipo heterozigoto. Foi sugerido que o polimorfismo da hap-
toglobina pode estar associado à prevalência de muitas doenças
inflamatórias.
Os níveis de haptoglobina no plasma humano variam e têm
algum valor diagnóstico. São encontrados baixos níveis de hap-
toglobina em pacientes com anemias hemolíticas. Esse achado
é explicado pelo fato de que, enquanto a meia-vida da haptoglo-
bina é de cerca de cinco dias, a meia-vida do complexo Hb-Hp é
de aproximadamente 90 min, sendo rapidamente removido do
plasma pelos hepatócitos. Consequentemente, quando a hap-
toglobina está ligada à hemoglobina, ela é depurada do plasma
com velocidadecerca de 80 vezes maior do que a normal. Por
esse motivo, o nível de haptoglobina declina rapidamente em si-
tuações nas quais a hemoglobina é liberada constantemente dos
eritrócitos, conforme observado nas anemias hemolíticas. A hap-
toglobina é uma proteína de fase aguda, e seu nível plasmático
apresenta-se elevado em uma variedade de estados inflamatórios.
A proteína relacionada com a haptoglobina é outra pro-
teína encontrada no plasma humano. Exibe alto grau de horno-
logia com a haptoglobina e parece ligar-se à hemoglobina. Seus
níveis estão elevados em alguns pacientes com câncer, porém o
significado disto ainda não foi esclarecido.
Algumas outras proteínas plasmáticas ligam-se ao heme
mas não à hemoglobina. A hemopexina é uma f3J-globulina que
se liga ao heme livre. A albumína liga-se a algumas moléculas de
met-heme (heme férrico), formando metemalbumina, que, em
seguida, transfere o met-heme para a hemopexina.
A. Hb ....;Rim....; Excretada na urina ou precipitada nos
(PM de 65.000) túbulos; perda de ferro do organismo
B. Hb + Hp ....;Complexo Hb : Hp *" Rim
(PM de 65.000) (PM de 90.000)~ (PM de 155.000)
Catabolismo pelos hepatócitos:
o ferro é conservado e reutilizado
FIGURA 50-3 Diferentes destinos da hemoglobina livre e do com-
plexo hemoglobina-haptoglobina.

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