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Resumo Civil - 1a AP Mazé - Rafael

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Resumo de Direito Civil – 1ª A.P. 
Rafael Barros – 13.09.11 
Direito Objetivo versus Direito Subjetivo 
O fenômeno jurídico pode ser analisado sob dois ângulos diferentes: objetivo ou subjetivo. Entre 
eles, não há uma antítese ou oposição, pois são duas faces de um mesmo objeto, de uma mesma 
realidade. É a partir do conhecimento do Direito objetivo que deduzimos os direitos subjetivos de cada 
parte dentro de uma relação jurídica. O direito subjetivo nada mais é que a incidência do direito objetivo 
sobre o sujeito, dando-lhe poder para exigi-lo. 
Direito Objetivo (law) Direito Subjetivo (rigth) 
Normas de organização social, 
impostas pelo Estado 
(jus norma agendi) 
Poder de agir ou exigir 
determinado comportamento 
(jus facultas agendi) 
Caráter abstrato 
Expressão da vontade geral 
Nasce no caso concreto 
Expressão da vontade individual 
 
Natureza do Direito Subjetivo 
 Duguit 
 Negativistas 
 Kelsen 
Teorias 
 Teoria da vontade (Windscheid) 
 Afirmativas Teoria do interesse (Ihering) 
 (predominantes) Teoria mista (Jellinek) 
 
As teorias negativistas não admitem a existência do direito subjetivo. Para Duguit o 
ordenamento não se fundamenta na proteção dos direitos individuais, mas na necessidade de manter a 
estrutura social, assim, não cabe aos indivíduos direitos subjetivos, mas somente cumprir suas funções 
sociais. Para Kelsen, a obrigação jurídica não é senão a própria norma jurídica, não se distinguindo, 
assim, direito objetivo de subjetivo. A imposição de dever ou concessão de uma faculdade não passa de 
consequências jurídicas do direito objetivo. 
As teorias afirmativas, que predominam em nosso Direito, reconhecem a existência do direito 
subjetivo. Segundo a teoria da vontade, o direito subjetivo constitui um poder da vontade 
reconhecido pela ordem jurídica, assim, o titular do direito seria o único apto a decidir pela 
conveniência de seu uso, mas a existência do direito subjetivo nem sempre depende da vontade de seu 
titular. Para a teoria do interesse, o direito subjetivo é o interesse juridicamente protegido, no 
entanto, essa concepção pode acabar confundindo o direito subjetivo com o seu conteúdo, sua 
finalidade. A teoria mista (ou eclética) conjuga os elementos vontade e interesse. Segundo ela, direito 
subjetivo seria o interesse protegido que a vontade tem o poder de realizar. 
* Importante ressaltar que o direito subjetivo apresenta-se sempre em uma relação jurídica, se 
opondo, na realidade, não ao direito objetivo, mas ao dever jurídico (“a todo direito corresponde um dever”). O 
direito subjetivo é passível de violação, mediante o não cumprimento do dever jurídico pelo sujeito 
passivo da relação. Nesse caso, o titular pode exigir a prestação jurisdicional do Estado, ou seja, o uso da 
coerção estatal para fazer valer sua pretensão. Assim, a noção de faculdade jurídica, advinda do Direito 
Romano, não mais corresponde a direito subjetivo, pois as práticas que decorrem do princípio da 
autonomia da vontade (faculdades de agir decorrentes da permissibilidade legal) não constituem direitos 
subjetivos, já que não se opõem a nenhum dever jurídico. 
 
Aplicação do Direito 
Alguns conceitos importantes 
Expectativa de direito 
É uma situação jurídica que ocorre quando o direito subjetivo da pessoa necessita da realização 
de um ato ou fato futuro e previsível. Exemplos: o herdeiro de alguém ainda não falecido tem 
expectativa de direito quanto ao seu quinhão na herança; os direitos do nascituro, segundo a teoria 
natalista, são expectativas de direitos, pois dependem do nascimento com vida; no caso do direito ao 
benefício de aposentadoria, somente quem possuir simultaneamente todos os requisitos necessários, terá 
direito a aposentar-se, faltando um destes requisitos, o titular gozará apenas de mera expectativa. 
 
Direito Consumado 
Art. 6º, §1º, LINDB. Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei 
vigente ao tempo em que se efetuou. 
Se o direito subjetivo é exercido, e foi devidamente prestado, nos termos da lei, tornou-se 
situação jurídica consumada (extinguiu-se a relação jurídica que o fundamentava). Exemplos: quem 
tinha o direito de se casar de acordo com as regras de uma lei, e casou-se, seu direito foi exercido, 
consumou-se. A lei nova não tem o poder de desfazer a situação jurídica consumada, ou seja, não pode 
descasar o casado apenas porque tenha estabelecido regras diferentes para o casamento. Da mesma 
forma, se a lei aumentar a maioridade civil para vinte e dois anos, será respeitada a maioridade dos que já 
haviam completado dezoito anos na data da sua entrada em vigor, pois que o ato já fora consumado. No 
entanto, os que ainda não haviam atingido a idade limítrofe, deverão esperar até os vinte e dois anos, 
pois tinham apenas expectativa de direito. 
Direito Adquirido 
Art. 6º, §2º, LINDB. Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou 
alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-
fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. 
O direito adquirido é aquele que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à 
personalidade de seu titular, não podendo lei nem fato posterior alterar tal situação jurídica. Se um 
sujeito tem direito subjetivo, mas este não foi exercido, vindo a lei nova, ele transforma-se em direito 
adquirido, porque era direito exercitável e exigível à vontade de seu titular. Incorporou-se ao seu 
patrimônio, para ser exercido quando lhe convier. O direito subjetivo vira direito adquirido quando lei 
nova vem alterar as bases normativas sob as quais foi constituído, mas, se o direito não configurava 
direito subjetivo antes da lei nova, mas sim mera expectativa de direito, não se transforma em direito 
adquirido sob o regime da lei nova, pois esta não se aplica a situação objetiva constituída sob a vigência 
da lei anterior (não retroage). Exemplo: se a lei de aposentadoria mudou e, antes da mudança, o 
funcionário tinha todos os requisitos para se aposentar (condições pré-estabelecidas), mas havia decidido 
não exercer esse direito ainda e continuou trabalhando, a lei nova que alterou os requisitos para 
concessão de aposentadoria não o atingirá, e, mesmo que não possua mais os requisitos para se 
aposentar, ainda poderá fazê-lo. Diferentemente, o trabalhador que ainda não havia completado os 
requisitos só tinha mera expectativa de direito, tendo que se adequar às novas condições de 
aposentadoria. 
 
Coisa Julgada 
Art. 6º, §3º, LINDB. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já 
não caiba recurso. 
Dá-se coisa julgada quando a decisão judicial é irrecorrível, não admitindo qualquer modificação. 
Uma lei nova não pode atingir as decisões transitadas em julgado se estas foram proferidas enquanto era 
vigente a lei antiga, pois a presunção de verdade que a coisa julgada estabelece constitui princípio de 
segurança jurídica. 
Direito Potestativo 
É aquele que atribui ao titular o poder de produzir efeitos jurídicos mediante ato próprio de 
vontade unilateral, impondo a outrem a sujeição ao seu exercício. O direito potestativo atua na esfera 
jurídica de outrem, sem que este tenha algum dever a cumprir, portanto, não se confunde com o direito 
subjetivo, porque a este se contrapõe um dever, o que não ocorre com aquele, ao qual não corresponde 
um dever, mas uma sujeição. Exemplos: a possibilidade de revogar mandatos, demitir, aceitar ou 
renunciar herança; a possibilidade de retirar-se de sociedade constituída; o direito do dono de prédio 
encravado (aquele que não tem saída para uma via pública) de exigir que o dono do prédio dominante 
lhe permita a passagem. 
Direito Intertemporal– Conflito de leis no tempo 
Art. 2º, LINDB. Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue. 
Art. 5º, XXXVI, CF/88. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico 
perfeito e a coisa julgada. 
Quando um fato jurídico se realiza e produz todos os seus efeitos sob a vigência de uma 
determinada lei, não ocorre conflito de leis no tempo. O problema surge quando um fato jurídico, 
ocorrido na vigência de uma lei, estende os seus efeitos até a vigência de outra. Para solucionar esse 
problema, as legislações supervenientes costumam trazer disposições transitórias que visam a evitar esses 
conflitos. Não sendo solucionado dessa forma, vigora no Direito brasileiro o princípio da 
irretroatividade. 
Por este princípio uma lei nova não alcança os fatos produzidos antes de sua vigência. O 
fundamento da irretroatividade é a preservação da segurança jurídica do indivíduo e da estabilidade do 
ordenamento jurídico positivo. Entretanto, excepcionalmente, em razão do interesse social, a lei pode 
retroagir, mas somente se o legislador expressamente mandar aplicá-la aos casos pretéritos e ela não 
ofender o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Art. 6º, caput, LINDB. A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato 
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
Por último, a lei nova tem aplicabilidade imediata a relações que, embora nascidas sob a vigência 
da lei antiga, ainda não se aperfeiçoaram, não se consumaram, ou seja, atinge os direitos não 
consumados em geral, incluindo as expectativas de direito. 
Possibilidade de solução dos problemas sem normas específicas 
Art. 126, CPC. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou 
obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as 
havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. 
O legislador não consegue prever todas as situações para o presente e para o futuro, pois o 
Direito é dinâmico, assim, ocasionalmente ocorrerão situações não previstas que reclamam solução por 
parte do juiz, que não pode eximir-se de proferir sua decisão sob o pretexto de que a lei é omissa (onde há 
juiz, não há lacuna). A lei pode ser lacunosa, mas o Direito, concebido como um sistema, não será, pois ele 
próprio prevê mecanismos para suprirem-se os espaços vazios e promover-se a integração das lacunas. 
A lacuna se caracteriza não só quando a lei é completamente omissa em relação ao caso, mas 
igualmente quando o legislador deixa o assunto a critério do julgador. Para solucionar o problema, o juiz 
recorrerá, em ordem hierárquica, à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. 
Ubi eadem ratio ibi idem ius – onde há a mesma razão, deve se empregar a mesma lei 
(brocardo latino). 
A analogia consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele 
apresentada para outro caso fundamentalmente semelhante à situação não prevista. Ela deve ser usada 
em primeiro lugar porque o direito brasileiro consagra a supremacia da lei escrita. 
O costume é o uso ou a prática reiterada de um comportamento, com a convicção de sua 
obrigatoriedade. Para o costume se tornar jurídico, deve ser consagrado pela prática judiciária, sendo 
reconhecido em juízo. O costume pode ser secundum legem (se acha expressamente referido na lei), praeter 
legem (diz respeito à casos omissos em lei, suprindo suas lacunas) ou contra legem (contraria a lei e, 
portanto, não é aceito, pois somente nova lei pode revogar ou modificar lei vigente). 
Os princípios gerais de direito serão utilizados em último caso e se consistem em regras que se 
encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo que não escritas. Para que 
possam ser aplicados como norma de direito supletivo, devem ser reconhecidos como direito aplicável, 
dotados assim de juridicidade. 
Art. 6º, LINDB. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige 
e às exigências do bem comum. 
Art. 126, CPC/73. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 
A equidade não constitui meio supletivo de lacuna, por depender dos critérios pessoais de 
justiça do juiz, mas é recurso auxiliar na aplicação da lei quando a ela expressamente permite seu uso. 
Isso ocorre geralmente quando a lei usa conceitos vagos ou formula várias alternativas e deixa a escolha 
a critério do juiz. 
O Código Civil de 2002 Socialidade 
Princípios básicos Eticidade 
 Operabilidade 
O princípio da socialidade objetiva afastar a visão individualista e egoística do código anterior, 
refletindo a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais. Não há perda, porém, do valor 
fundamental da pessoa humana, contemplado pelo princípio da eticidade, que coloca o valor da 
pessoa humana como fonte de todos os demais valores. A valorização do ser humano se dá na medida 
em que a confiança e a lealdade passam a ser imperativos das relações privadas, bem como pelo fato de o 
julgador ter maior poder na busca da solução mais justa e eqüitativa para os casos concretos que lhe são 
submetidos. Por fim, o princípio da operabilidade leva em consideração que o direito é feito para ser 
efetivado, assim objetivou a facilitação da aplicação do novo código. 
Um dos frutos do princípio da operabilidade é o sistema de cláusulas gerais, de caráter 
significativamente genérico e abstrato, que são janelas deixadas pelo legislador para que a doutrina e a 
jurisprudência definam seu alcance, formulando o julgador a própria regra concreta do caso, conferindo, 
assim, maior mobilidade ao sistema legal. Exemplos: boa-fé objetiva, função social do contrato, função 
social da propriedade. 
Cabe ressaltar que, ao disciplinares diversos institutos civilistas, como a família e a propriedade, o 
legislador constitucional conferiu nova dimensão ao Código Civil, importando a interpretação do 
código segundo a Constituição, para que as categorias civilistas se adéquem a fundamentos 
constitucionais como a dignidade da pessoa humana, a solidariedade social e a igualdade substancial. 
Das Pessoas Naturais 
Art. 1º, CC/02. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
O conceito de personalidade está ligado ao de pessoa, sendo, portanto, atributo ou qualidade 
do ser humano. A personalidade é a aptidão genérica para adquirir direitos ou contrair deveres na ordem 
civil. Constitui, portanto, pressuposto para atuação na ordem jurídica 
Afirmar que o homem tem personalidade é o mesmo que dizer que ele tem capacidade para ser 
titular de direitos. Assim, pode-se dizer que a capacidade é a medida da personalidade, pois a 
personalidade é a potencialidade de adquirir direitos, e a capacidade, o limite dessa potencialidade. 
A capacidade que a pessoa adquire junto com a personalidade é a capacidade de direito, 
reconhecida a todo ser humano, sem distinção. No entanto, nem todas as pessoas têm capacidade de 
fato, por faltarem a elas certos requisitos materiais como a maioridade, saúde ou desenvolvimento 
mental, o que exige sempre que outra pessoa as represente ou as assista. 
 
Começo da Personalidade 
 
Concepção 1ª respiração 18 anos 
 
 Nascituro Nascimento com vida Maioridade civil 
 A lei põe a salvo seus direitos 
Adquire personalidade 
jurídica 
 
Adquire capacidade 
de fato 
 
 Sujeito a curador 
Adquire capacidade de 
direito 
 
 
Art. 1º, CC/02. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas 
a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
O sistema brasileiro adota o nascimento com vida como o marco inicial da personalidade. 
Para se dizer que nasceu com vida,considera-se necessário que haja respirado. Não há a necessidade, em 
nosso direito, da forma humana ou da viabilidade, ou seja, qualquer criatura que provenha de mulher e 
venha a nascer com vida será uma pessoa, sejam quais forem as anomalias e deformidades que apresente. 
 
Art. 53, LRP. No caso de ter a criança nascido morta ou no de ter morrido na ocasião 
do parto, será, não obstante, feito o assento [...] do óbito. [...] 
§2º. No caso de a criança morrer na ocasião do parto, tendo, entretanto, respirado, 
serão feitos os dois assentos, o de nascimento e o de óbito [...]. 
Muitas vezes, principalmente para efeitos sucessórios, é importante saber se o feto chegou a 
respirar ou se nasceu morto, não adquirindo, assim, personalidade jurídica, pois a personalidade é 
pressuposto para que o feto possa adquirir direitos, fazendo jus, portanto, à herança. 
Direitos do Nascituro 
 Natalista 
Teorias Personalidade Condicional 
 Concepcionista 
Segundo a teoria natalista, o nascituro teria mera expectativa de direitos, pois a personalidade 
somente é adquirida a partir do nascimento com vida. A teoria da personalidade condicional, por sua 
vez, sustenta que o nascituro teria direitos que estariam subordinados a uma condição suspensiva 
consistente no nascimento com vida. Já para a teoria concepcionista, o nascituro é sujeito de direitos e 
obrigações desde o momento da concepção (ressalvados os direitos patrimoniais), adquirindo, portanto, 
personalidade antes do nascimento. 
A questão não é pacífica no direito brasileiro, girando o debate em torno das teorias natalista e 
concepcionista. Esta se sustenta alegando, entre outras coisas, que alguns direitos foram conferidos ao 
nascituro pela legislação (a exemplo do direito a uma adequada assistência pré-natal – ECA, art. 8º), e, 
para ser titular de direitos, é preciso ter personalidade, enquanto aquela invoca o dispositivo do Código 
Civil que põe o termo inicial da personalidade no nascimento com vida. Acatar a teoria da personalidade 
condicional também gera efeitos na ordem jurídica, pois, dessa maneira, o nascituro seria titular de 
direito eventual com condição suspensiva, dando-lhe a possibilidade de, representado por sua mãe, 
requerer suspensão de inventário ou propor medidas cautelares em face de dilapidação de bens deixados 
a ele em testamento. 
Art. 130, CC/02. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou 
resolutiva, é permitido praticar os atos destinados a conservá-lo. 
Uma considerável parte da jurisprudência tem reconhecido a legitimidade do nascituro ir à juízo, 
representado pela mãe, para pedir alimentos. Longe de atestar sua legitimidade ou não, a Lei n. 
11.804/08, que regula os alimentos gravídicos, veio dar legitimidade à própria gestante para pedir 
alimentos, evitando, assim, que o nascituro seja prejudicado. 
* Vale destacar, ainda, que existe a figura do concepturo, ou seja, aquele que ainda não foi 
concebido, mas que existe esperança que venha a ser. 
Art. 1.799, I, CC/02. Na sucessão testamentária podem ainda ser chamados a suceder: 
[...] os filhos, ainda não concebidos, de pessoas indicadas pelo testador, desde que vivas 
estas ao abrir-se a sucessão. 
Art. 1.800, §4º, CC/02. Se, decorridos dois anos após a abertura da sucessão, não for 
concebido o herdeiro esperado, os bens reservados, salvo disposição em contrário do 
testador, caberão aos herdeiros legítimos. 
 
Fim da personalidade 
 
 Real pode ser simultânea (comoriência) 
 
Morte Perigo de vida 
 sem decretação de ausência 
 Presumida Prisioneiro de guerra 
 com decretação de ausência 
 casos de sucessão definitiva 
 
Efeitos da morte 
1. Transferência dos bens 
2. Extinção do poder familiar 
3. Extinção dos contratos firmados pelo morto (contratos pessoais) 
4. Extinção do casamento ou união 
etc. 
(ausente por mais de 2 anos) 
Art. 6º, CC/02. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, 
quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
A morte real é responsável pelo término da existência da pessoa natural, extinguindo sua 
capacidade, não sendo mais o morto sujeito de direitos e obrigações. Sua prova se faz por meio do 
atestado de óbito e se dá pelo diagnóstico de paralisação da atividade encefálica. 
 
Art. 8º, CC/02. Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão 
simultaneamente mortos. 
A comoriência é a simultaneidade, de fato ou presumida, da morte de duas ou mais pessoas. 
Esse instituto adquire importância na hora de definir os herdeiros e sucessores dos mortos, que gozam 
então, diante da incerteza invencível de quem faleceu primeiro, de presunção de simultaneidade da 
morte. Assim, não tendo havido tempo ou oportunidade para transferência de bens entre os 
comorientes, um não herda do outro. 
 
Art. 7º, CC/02. Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 
dois anos após o término da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser 
requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data 
provável do falecimento. 
A ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência, pode se dar por 
probabilidade de morte de quem estava em perigo de vida, ou, em casos de guerra, se o desaparecido 
não for encontrado em até dois anos após o fim da guerra, esgotadas as buscas e averiguações em ambos 
os casos. Também pode se declarar morte presumida quando houver certeza da presença da pessoa no 
local de alguma catástrofe e não se puder encontrar o cadáver para exame (art. 88, LRP). 
A morte presumida, com decretação de ausência, ocorrerá nos casos em que a lei autoriza a 
abertura de sucessão definitiva: 
 
 10 anos após abertura da sucessão provisória 
 Morte presumida 
(com decretação de ausência) Se o ausente conta 80 anos de idade, e há 5 não se tem notícias 
Das incapacidades 
Menores de 16 anos 
Sem discernimento 
(enfermidade ou deficiência mental) 
Não podem exprimir sua vontade 
 
Maiores de 16 e menores de 18 anos 
Discernimento reduzido 
(ébrios habituais, viciados em tóxicos, deficientes mentais) 
Excepcionais 
(desenvolvimento mental incompleto) 
Pródigos 
(pessoas que gastam dinheiro compulsivamente) 
 
Índios 
 
Modos de suprimento da incapacidade 
Representação – A incapacidade absoluta acarreta a proibição total do exercício do direito. 
Qualquer ato ou negócio jurídico deverá ser praticado ou celebrado pelo representante legal, sob pena de 
nulidade (é nulo de pleno direito). 
Assistência – A incapacidade relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde 
que assistido por seu representante legal, sob pena de anulabilidade (pode ser confirmado). Certos atos 
podem ser praticados sem assistência, mas, quando esta é necessária, ambos devem participar do ato. 
Tutela e Curatela 
A tutela é o instituto jurídico de assistência e representação dos menores de idade que sofrem a 
ausência do poder familiar, devido ao falecimento, ausência dos pais ou dado à destituição do poder 
familiar destes. 
A curatela é o instituto de representação para maiores de 18 anos que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil ou que, por outra 
causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade. 
Absoluta 
Relativa 
Legislação 
especial 
EmancipaçãoA emancipação é a antecipação da aquisição da capacidade de fato, tornando apto o sujeito para 
exercer os atos da vida civil por si só antes de atingida a maioridade. A emancipação é sempre 
irrevogável, entretanto, pode ser anulada se contiver vício. Ela pode ocorrer de três formas: 
 
Ocorre por concessão de ambos os pais 
(ou de um deles na falta do outro) 
Feita mediante instrumento público 
(elaborado por agente público competente, goza de boa fé) 
Não necessita homologação do juiz 
(ato unilateral) 
Os pais continuam responsáveis pelos atos ilícitos do menor 
 
Concedida por sentença, pelo juiz 
Menor tutelado com 16 anos completos 
O tutor deve ser ouvido 
Deve levar em conta o interesse do incapaz 
 
Casamento (válido) 
(separação ou viuvez não trazem de volta a incapacidade) 
Exercício de emprego público efetivo 
(Previsão inócua, a idade mínima do serviço público é de 18 anos) 
Colação de grau em curso superior 
Economia própria 
(decorrente de estabelecimento comercial ou relação de emprego) 
 
 
* Se o casamento for nulo, mas houver boa-fé, produzirá todos os efeitos de um casamento 
válido, inclusive a emancipação (casamento putativo). 
 
2. Judicial 
1. Voluntária 
3. Legal 
2. Judicial 
Ausência 
Art. 22, CC/02. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se 
não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o 
juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a 
ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art. 23, CC/02. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o 
ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, 
ou se os seus poderes forem insuficientes 
Ausente é a pessoa que desaparece sem deixar representante ou, deixando representante, este não 
possa ou não queira representá-la. O ausente tem proteção de seu patrimônio garantida pelo código, 
impedindo que seus bens deteriorem ou pereçam. Prolongando-se a ausência e aumentando-se as 
chances de falecimento, a proteção passa a ser dos interesses dos herdeiros. 
 
 Curadoria dos bens do ausente 
Fases Sucessão provisória 
 Sucessão definitiva 
 
1ª Fase: curadoria dos bens do ausente 
Art. 24, CC/02. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, 
conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos 
tutores e curadores. 
Art. 25, CC/02. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, 
ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo 
curador. 
§1º Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos 
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. 
§2º Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§3º Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
Declarada a ausência a requerimento de qualquer interessado, ou do Ministério público, o juiz 
nomeará um curador, fixando-lhe os poderes e obrigações, respeitada a ordem estabelecida no código: 
cônjuge pais descendentes escolha do juiz. A curadoria dos bens é uma medida de cautela 
face ao seu desaparecimento e possível retorno. 
 
 não separado judicialmente 
 Cônjuge não separado de fato por mais de dois anos 
Curadores Pais 
 Descendentes 
 Escolha do juiz 
 
 
 
2ª Fase: sucessão provisória 
Ausência 
 não deixou representante 1 ano 
 
 deixou representante 3 anos 
 
 
 
Art. 26, CC/02. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele 
deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados 
requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão. 
Art. 28, §2º, CC/02. Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo 
interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo 
competente. 
Art. 27, CC/02. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram 
interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
Arrecadação 
de bens 
Cessa a curadoria 
(art. 1.162, CPC) 
 
Comparecimento do ausente 
(recebe todos os bens de volta) 
ou 
Certeza de morte 
ou 
Abertura de sucessão provisória 
Interessados 
ou 
Ministério Público 
Sucessão 
provisória 
Com a sucessão provisória a herança do ausente passará para os seus herdeiros, que deverão 
zelar e salvaguardar o patrimônio, para que possam devolvê-lo por ocasião da volta do desaparecido. Os 
herdeiros devem prestar garantias da restituição dos bens, porque a sucessão é em caráter provisório e 
condicional, visto que, a ausência do inventariando não é incontestável, mas, sim, presumida. A abertura 
da sucessão provisória só terá efeito seis meses (180 dias) após a publicação na imprensa (para que o 
ausente tenha oportunidade de retornar), mas, desde o trânsito em julgado se abre o testamento e se faz 
o inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
 
 
 
 
 
 
* Os imóveis do ausente só poderão ser alienados (não sendo por desapropriação) ou 
hipotecados (quando o juiz ordene) para evitar-lhes a ruína. Da mesma forma, o juiz pode ordenar a 
conversão dos bens móveis em imóveis ou em títulos da união para evitar a deterioração ou extravio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Herdeiros 
Bens 
presta garantias 
(penhores – bens móveis ou 
hipotecas – bens imóveis) 
não presta garantias 
excluído 
da sucessão 
Ascendentes, 
descendentes e cônjuge 
não precisam 
prestar garantias 
recebem a 
posse dos bens 
recebe a 
posse dos bens 
Posse dos 
bens 
Ascendentes, 
descendentes e cônjuge 
Frutos e 
rendimentos 
Outros sucessores 
ficam com a metade e 
capitalizam metade 
recebem todos os 
frutos e rendimentos 
Cessa a sucessão provisória 
por 
Comparecimento do ausente 
(restitui-se seus bens) 
 
 
Ausência voluntária e injustificada, 
(o ausente perde sua parte 
dos frutos e rendimentos) 
Converte-se em sucessão definitiva 
(art. 1.167, CPC) 
 
Certeza de morte 
ou 
Dez anos após trânsito em julgado da 
abertura de sucessão provisória 
ou 
Quando o ausente conta 80 anos 
e há 5 não se tem notícias 
3ª Fase: sucessão definitiva 
Devido à prolongada ausência, passa-se a proteger os interesses dos sucessores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 39, CC/02. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão 
definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só 
os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o 
preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados 
depois daquele tempo. 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e 
nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao 
domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas 
circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território 
federal. 
Sub-rogação: se os bens foram alienados e o dinheiro conseguido usado para adquirir outros, 
esses últimos passam para o patrimônio do ausente que retorna. 
Alienação: ato de transferência da posse ou do direito de propriedade de alguma coisa para 
outrem, seja por doação seja por venda. 
Se não for promovida sucessão definitivaem dez anos: 
 
Os bens passam para o domínio do Estado. 
* A dissolução do casamento válido pode ocorrer pela morte presumida, configurando esta 
nos casos em que for aberta a sucessão definitiva. Antes disso, o cônjuge só poderá dissolver o 
matrimônio por meio do divórcio direto, com base na separação de fato por mais de dois anos. 
Retorno do ausente 
Levantamento das 
cauções (garantias) Passaram-se 10 anos após 
a sucessão definitiva 
recebe seus bens no 
estado em que estiverem 
Sucessão 
definitiva 
Em menos de 10 anos 
após a sucessão definitiva 
não tem mais direito 
a seus bens 
 
Ausência 
Abertura 
da S.P 
 Abertura 
da S.D. 
 
Passados 
10 anos 
 
 
 
Curadoria dos bens Sucessão provisória Sucessão definitiva 
Ausente perde 
 Nomeação do curador Abre-se o testamento ou inventário Levantam-se as garantias direito aos bens 
 
e estabelecimento de 
seus poderes 
Herdeiros recebem os bens 
mediante garantia 
Presume-se a morte 
 
Dos Bens 
Os bens são os objetos das relações jurídicas que se formam entre os sujeitos de direito, 
consistindo em tudo o que se puder submeter ao poder destes, como instrumento de realização de suas 
finalidades jurídicas. Os objetos das relações jurídicas podem ser coisas (nas relações reais), ações 
humanas ou prestações (nas relações obrigacionais) ou atributos da personalidade, como o direito à 
imagem, a cessão de crédito, o poder familiar etc. 
Bens versus Coisas 
Geralmente podem ser empregados como sinônimos, mas há quem defenda que coisa é uma 
espécie de bem, pois neste incluem-se a liberdade, a vida, saúde, ou seja, coisas que não podem ser 
quantificadas economicamente. Portanto, nem seria tudo que é útil às pessoas, sendo suscetível de 
apropriação e coisa seria todo o bem suscetível de avaliação econômica e apropriação pela pessoa. 
 Acredita-se que nosso código sustenta que coisa seria tudo o que existe objetivamente, com 
exclusão do homem (que não pode ser objeto da relação jurídica), sendo gênero, e bens seriam coisas que, por 
serem raras ou úteis, contém valor econômico. Bens, portanto, são coisas materiais, concretas, úteis aos 
homens e de expressão econômica e coisas de existência imaterial economicamente apreciáveis. 
O patrimônio da pessoa é composto pelo seu complexo de relações jurídicas que tenham valor 
econômico, incluindo os direitos de ordem privada economicamente apreciáveis e as dívidas. O 
patrimônio é a proteção econômica da personalidade, e só inclui bens avaliáveis em dinheiro. 
Os bens são classificados sob diversos critérios, levando em conta suas características 
particulares. A inclusão de determinada categoria implica a aplicação automática de regras próprias e 
específicas. 
180 dias: 
produz efeito 
I – Dos bens considerados em si mesmos 
 
Bens móveis ≠ imóveis 
 
Imóveis Móveis 
Por natureza: 
o solo 
Por natureza: 
bens suscetíveis de movimento próprio, ou de 
remoção por força alheia, sem alteração da 
substância ou da destinação econômico-social 
Por acessão física ou intelectual: 
Tudo quanto se lhe incorporar 
natural ou artificialmente. 
Por força de lei: 
I - as energias que tenham valor econômico; 
II - os direitos reais sobre objetos móveis 
e as ações correspondentes; 
III - os direitos pessoais de caráter 
patrimonial e respectivas ações. 
Por força de lei: 
I - os direitos reais sobre imóveis e 
as ações que os asseguram; 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
 
Bens fungíveis ≠ infungíveis 
Podem ser substituídos por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade. 
Exemplos: 
bens fungíveis 
saco de arroz, código civil, moeda 
bens infungíveis 
chapéu do Charlie Chaplin, 
código civil com anotações 
obrigação fungível 
pintar as paredes de uma sala 
(qualquer pessoa pode fazer) 
obrigação infungível 
pintar um quadro 
 
 
Bens consumíveis ≠ inconsumíveis 
Seu uso importa destruição imediata da própria substância, ou se desgasta com o 
decorrer do tempo. 
Exemplos: 
bens consumíveis 
comida, perfume, tinta da caneta, gasolina 
(destruição imediata) 
bens inconsumíveis 
calça jeans 
(vai usar várias vezes) 
 
Todo bem posto à venda (alienável) é considerado consumível (ex.: calça jeans posta à venda). 
 
 
Bens divisíveis ≠ indivisíveis 
Podem se fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de 
valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Exemplos: 
Divisíveis 
terreno, saca de arroz 
Indivisíveis por natureza 
carro, cadeira, animal, quadro, livro 
Indivisíveis por vontade das partes 
grande porção de terra 
(o herdeiro não quer que divida) 
 
Indivisíveis por determinação legal 
porção de terra (módulo rural) 
servidões prediais, hipoteca 
 
Bem simples ≠ composto 
Simples: as partes do bem são reunidas naturalmente (uma árvore). 
Composto: as partes do bem são reunidas artificialmente, pelo ser humano (um carro). 
 
Bens singulares ≠ coletivos 
Embora reunidos, se consideram por si mesmos, independentemente dos demais. 
Exemplos: 
Singulares 
árvore, livro 
Coletivos 
floresta, biblioteca 
(universalidade de fato) 
massa falida, herança jacente 
(universalidade de direito) 
 
Os bens integrantes da universalidade de fato podem ter relações jurídicas próprias, por exemplo: 
alugar um livro na biblioteca, cortar uma árvore. 
 
 
II – Dos bens reciprocamente considerados 
 
Bem principal ≠ acessório 
Regra geral: quem é dono do principal, é dono do acessório. 
 
Principal 
Não depende de outro 
(ex.: carro) 
Acessório 
Depende do principal 
(ex.: som do carro) 
 
 
 
 
Tipos de bens acessórios: 
Produtos são as utilidades que se retiram da coisa, diminuindo-lhe a quantidade (ex.: pedras e 
metais que se extraem das pedreiras ou das minas, petróleo). 
Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz (ex.: as frutas, os vegetais). 
Art. 95, CC/02. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos 
podem ser objeto de negócio jurídico. 
Pertenças são bens móveis que, apesar de não constituírem partes integrantes, se destinam, de 
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento do bem principal 
Art. 94, CC/02. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não 
abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, 
ou das circunstâncias do caso. 
As benfeitorias correspondem a todas as obras que o ser humano faz na coisa, e podem ser 
voluptuárias, úteis ou necessárias: 
As voluptuárias se destinam a mero deleite ou recreio, não aumentando o uso habitual do 
bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor (ex.: piscina, jardim). 
As úteis são as que aumentam ou facilitam o uso do bem (ex.: construção de uma garagem). 
São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore (ex.: reforma 
de rachadura na parede). 
Art. 97, CC/02. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos 
sobrevindos ao bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
 
 
 
 
 
 
 
III – Dos bens quanto ao titular do domínio 
 
Bem público 
Pertencem a pessoas jurídicas 
de Direito Público Interno 
Não sofrem usucapião 
Bem privado 
Pertencem a qualquer outro tipo 
de pessoa física ou jurídica 
Podem sofrer usucapião 
 
* Usucapião: aquisição de propriedade móvel ou imóvel por posse prolongada e sem interrupção. 
 
 
Bens públicos 
 
De uso comum do povo: rios, mares, estradas, ruas e praças. 
De uso especial: prédio onde funcione serviço público (ex.: prédioda UFC). 
Art. 100, CC/02. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são 
inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. 
Inalienáveis. 
Consequências: imprescritibilidade, impenhorabilidade e impossibilidade de oneração (deixar 
como garantia para credor). 
Prédio afetado: está exercendo um determinado serviço público (inalienável). 
Desafetação: alteração da destinação do bem, incluindo-o na categoria de bem 
dominical (alienável). 
Dominicais: constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público (ex.: computador 
e carros do Estado). 
 Podem ser alienados, se não estiverem afetados a finalidade pública específica.

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