Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lei 9.099/1995 e Lei 12.153/2009. 1. Aspectos Introdutórios. Via de regra, o Estado é quem detém o monopólio da jurisdição. Neste sentido, as partes devem recorrer àquele para que suas contendas sejam solucionadas. Entretanto, a demora excessiva para se obter uma solução (apenas por meio do procedimento ordinário) e as despesas, acabava por ser vista como óbice para a defesa de um direito. E, em muitos casos, as pessoas desistiam de tais pleitos. Objetivando transpor tais barreiras (e com isso primar pelo princípio constitucional do acesso à justiça – art. 5º, inciso XXXV, CF/88), o art. 98, inciso I da CF/1988 assim determinou: Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - Juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau. Neste sentido, em 26 de setembro de 1995, foi criada a Lei 9.099/1995 cujo objetivo é tratar sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Portanto, a lei em comento tem por objetivo definir as normas que tratem sobre o julgamento e execução das causas cíveis e penais de menor complexidade, utilizando-se para tanto o procedimento sumaríssimo***. Assim, a Lei 9.099/1995 permite a criação dos Juizados Especiais Estaduais Cíveis e Criminais nos Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios. Neste sentido o art. 1º: Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência. *** O procedimento sumaríssimo é aquele mais célere, menos formal. Posteriormente foi criada a Lei 10.259/2001 que dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal (obedecendo ao disposto no art. 98, § 1º, CRFB/88). Entretanto, não estudaremos essa lei, pois não consta no nosso edital. A citação aqui se deve à necessidade de explicar como funciona o microssistema dos Juizados Especiais. Por fim, foi editada a Lei 12.153/2009, normatizando os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios. Vejamos o seu art. 1º: Art. 1o Os Juizados Especiais da Fazenda Pública, órgãos da justiça comum e integrantes do Sistema dos Juizados Especiais, serão criados pela União, no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e execução, nas causas de sua competência. “Esses três diplomas legislativos formam, reunidos, um microssistema processual próprio, distinto do CPC, ainda que a ele tenha de recorrer para se completar. (...) Dessa forma, apenas quando o microssistema não apresentar regra específica é que se recorre, em auxílio, ao CPC. ”, (DONIZETTI, Elpídio, Curso Didático de Direito Processual Civil, 20ª edição, Editora GEN, p. 841). Ressalta-se que no tange especificamente aos Juizados Especiais da Fazenda Pública, esta lei simplifica os processos (com causas de pequeno valor e baixa complexidade), de forma que serão consideradas rés as pessoas jurídicas de direito público dos Estados, DF, Territórios e Municípios. Por fim, cabe esclarecer que os processos nos Juizados Especiais buscarão, sempre que possível, a conciliação ou a transação. 2. Princípios dos Juizados Especiais. Os processos nos Juizados Especiais serão orientados pelos critérios: a) Oralidade; b) Simplicidade; c) Informalidade; d) Economia processual; e e) Celeridade. 3.1. Oralidade. O princípio da oralidade concede realce aos atos orais. A forma oral se apresenta como mandamento principal, de forma que a escrita apenas será utilizada para os devidos registros (que são indispensáveis para a justiça, pois existe a imperiosidade de se documentar as ocorrências em juízo). Portanto, poderá ser praticada oralmente pelas partes a propositura da demanda, a interposição dos embargos de declaração, a contestação, entre outros atos jurídicos. Ademais, decorrem do princípio da oralidade os seguintes subprincípios: o do imediatismo, o da concentração dos atos processuais e o da irrecorribilidade das decisões interlocutórias. De acordo com o princípio do imediatismo, o magistrado deve coletar diretamente as provas, ter contato direto com as partes, assim como os seus representantes, testemunhas e peritos. Por sua vez, segundo o princípio da concentração dos atos processuais, é importante (sempre que possível) concentrar tosos os atos processuais em apenas uma sessão. E caso necessário a marcação de uma audiência posterior, que esta ocorra em momento próximo. Por fim, o princípio da irrecorribilidade das decisões interlocutórias tem por intuito assegura a célere solução dos litígios, sem a interrupção da marcha processual em decorrência de recursos contra as decisões interlocutórias***. “Na verdade, não se chega ao extremo de impedir a impugnação dos decisórios sobre as questões incidentais. Satisfaz-se a exigência desse princípio privando o agravo de sua eficácia suspensiva ou determinando que seja ele retido nos autos para exame e julgamento, ao final do procedimento, de molde a não prejudicar o seu andamento normal.”, (THEOADORO JÚNIOR, Humberto, Curso de Direito Processual Civil. Vol. II. Editora GEN, 2016). 3.2. Simplicidade. O princípio da simplicidade tem por escopo orientar o processo de modo simples, ou seja, as causas complexas devem realizar-se sob o procedimento ordinário. Preza-se por um processo o menos burocrático possível. Um claro exemplo da simplicidade dos processos nos Juizados Especiais é a desnecessidade de constituir patrono (advogado) nas causas cujo valor não ultrapasse 20 (vinte) salários mínimos. 3.3. Informalidade. O princípio da informalidade possibilita ao juiz uma maior liberdade quando da condução do processo. Neste sentido, por exemplo, pode dispensar a realização de atos que não seriam úteis ao processo e, com isso, poderiam retardar a marcha processual. Ainda, dando azo ao princípio em comento, temos a propositura da reclamação oral, a audiência de conciliação presidida por conciliador, etc. 3.4. Economia processual. De acordo com o princípio da economia processual, busca-se o máximo de resultados com a menor atividade processual possível, e, com isso, aproveita-se os atos processuais já praticados. Visa-se com isso, o menor gasto possível. 3.5. Celeridade. Como eu disse logo no início da aula, um dos motivos que ensejaram a criação dos Juizados Especiais, foi a universalização do acesso ao judiciário, ou seja, a prestação jurisdicional de forma mais dinâmica, e, exatamente daí é que provem a sua celeridade. Ademais, destaca-se que a celeridade processual se pauta em uma legislação processual não contida de formalismos e burocratização. Pautando- se em gerenciamentos simplistas, que alcancem a efetividade para a qual foram formulados. 4. Resumo. DA COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DA COMPETÊNCIA FUNDAMENTAÇÃO ARTIGOS 3º E 4º LEI /95 DA COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESTADUAIS ...DENTRO DO PODER JUDICIÁRIO NORMALMENTE EXCLUÍDA A LEGITIMIDADE SIMULTÂNEA DE QUALQUER OUTRO ORGÃO DO MESMO PODER. A COMPETÊNCIA OBEDECE a QUATRO CRITÉRIOS (ART. 3º E 4º LEI 9.099/95) *O VALOR DA CAUSA, *EM RAZÃO DA MATÉRIA *EM RAZÃO DA PESSOA *TERRITÓRIO CRITÉRIOS O JUIZADO ESPECIAL CIVIL TEM COMPETÊNCIA PARA DIZ O ART. 3º DA LEI 9.099/95 O JUIZADO ESPECIAL CIVIL TEM COMPETÊNCIA PARA CONCILIAÇÃO PROCESSO JULGAMENTO DAS CAUSAS CÍVEIS DE MENOR COMPLEXIDADE AS CAUSAS CUJO VALOR NÃO EXCEDA À 40 SALÁRIOS MÍNIMOS CAUSAS ENUMERADAS NO ART. 275,II, CPC AÇÃO DE DESPEJO PARA USO PRÓPRIO ... ARTIGO 3ºLEI 9.099/95 AÇÕES POSSESSÓRIAS SOBRE BENS IMÓVEIS DE VALOR NÃO EXCEDENTE (40x SALÁRIO) COMPETE AO JUIZADO ESPECIAL PROMOVER A EXECUÇÃO: § 1º DO ARTIGO 3º 9.099/95 COMPETE AO JUIZADO ESPECIAL PROMOVER A EXECUÇÃO: I- DOS SEUS JULGADOS; ...§ 1º DO ARTIGO 3º 9.099/95 II- DOS TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS, NO VALOR ATÉ (40X) O SALÁRIO MÍNIMO, OBSERVADO O DISPOSTO NO §1º ART.8º DESTA LEI. RELATIVAS À ACIDENTE DE TRABALHO FICAM EXCLUÍDAS DA COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS AS CAUSAS: DE NATUREZA ALIMENTAR FALIMENTAR RELATIVAS À ACIDENTE DE TRABALHO FISCAL E DE INTERESSE DA FAZENDA PÚBLICA A CAPACIDADE DAS PESSOAS, AINDA QUE DE CUNHO PATRIMONIAL ...FICAM EXCLUÍDAS DA COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS AS CAUSAS: A RESÍDUOS AO ESTADO A CAPACIDADE DAS PESSOAS, AINDA QUE DE CUNHO PATRIMONIAL § 3º DO ARTIGO 3º 9.099/95 A OPÇÃO PELO PROCEDIMENTO PREVISTO NESTA LEI IMPORTARÁ EM RENÚNCIA AO CRÉDITO EXCEDENTE AO LIMITE ESTABELECIDO NESTE ARTIGO, EXCETUADA A HIPÓTESE DE CONCILIAÇÃO. DOS SEUS JULGADOS É COMPETENTE, PARA AS CAUSAS PREVISTAS NESTA LEI O JUIZADO DO FORO: ARTIGO 4º DA LEI 9.099/95 É COMPETENTE, PARA AS CAUSAS PREVISTAS NESTA LEI O JUIZADO DO FORO: I- DO DOMICÍLIO DO RÉU, OU A CRITÉRIO DO AUTOR, DO LOCAL ONDE AQUELE EXERÇA ATIVIDADES PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS... II- DO LOCAL ONDE A OBRIGAÇÃO DEVE SER SATISFEITA. ..ARTIGO 4º,I DA LEI 9.099/95 ... OU MANTENHA ESTABELECIMENTO FILIAL, AGÊNCIA, SUCURSAL OU ESCRITÓRIO II- DO LOCAL ONDE A OBRIGAÇÃO DEVE SER SATISFEITA. III- DO DOMICÍLIO DO AUTOR OU DO LOCAL DO ATO OU FATO, NAS AÇÕES PARA REPARAÇÃO DE DANO DE QUALQUER NATUREZA. PARÁGRAFO ÚNICO ART. 4º EM QUALQUER HIPÓTESE, PODERÁ A AÇÃO SER PROPOSTA NO FORO PREVISTO NO INCISO I DESTE ARTIGO. COMPETÊNCIA ABSOLUTA RELATIVA MUTÁVEL IMUTÁVEL É FIXADA EM SE VALORIZANDO MAIS O INTERESSE PARTICULAR COMPETÊNCIA ABSOLUTA RELATIVA É FIXADA EM SE VALORIZANDO MAIS O INTERESSE PARTICULAR É FIXADA EM FAVOR DO INTERESSE PÚBLICO, NÃO SENDO PASSIVEL DE MODIFICAÇÃO PELA VONTADE DAS PARTES A COMPETÊNCIA DOS JEC É RELATIVA TRATA DE MERA OPÇÃO –PARTE VEJAMOS : O ART. 3º.§ 3º,EXPRESSA A “OPÇÃO” PELO PROCEDIMENTO DOS JE ...A COMPETÊNCIA DOS JEC É RELATIVA OS INCISOS I E IV FIXAM AO VALOR DA CAUSA QUE POR APLICAÇÃO ANALÓGICA DO CPC, CONSTITUI CRITÉRIO DE DETERMINAÇÃO DE COMPETÊNCIA. ...A COMPETÊNCIA DOS JEC É RELATIVA TORNAR OBRIGATÓRIO O RITO DOS JUIZADOS SERIA VIOLAR A GARANTIA CONSTITUCIONAL DA AÇÃO, UMA VEZ QUE ESSE PROCEDIMENTO NÃO CONTEMPLAM AS MESMAS GARANTIAS COMO: CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA. COMPETÊNCIA QUANTO AO VALOR DE ALÇADA: A DOUTRINA DEIXA CLARO QUE ESSE VALOR : É PARA CONDENAÇÃO E NÃO PARA FINS CONCILIATÓRIOS (PODENDO CONCILIAR VALOR SUPERIOR AO FIXADO). COMPETÊNCIA QUANTO ÀS MATÉRIAS : ESPECÍFICA AS MATÉRIAS DE SUA COMPETÊNCIA I- CAUSAS CUJO VALOR NÃO EXCEDA 40 X SALÁRIO MÍNIMO. II- AÇÕES SUMÁRIAS 275,II,CPC: ARRENDAMENTO RURAL E DE PARCERIA AGRÍCOLA; DE COBRANÇA AO CONDÔMINO DE QUAISQUER QUANTIAS DEVIDAS AO CONDOMÍNIO. C) DE RESSARCIMENTO POR DANOS EM PRÉDIO URBANO OU RÚSTICO; ...AÇÕES SUMÁRIAS 275,II,CPC: C) DE RESSARCIMENTO POR DANOS EM PRÉDIO URBANO OU RÚSTICO; ...AÇÕES SUMÁRIAS 275,II,CPC: D) DE RESSARCIMENTO POR DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO, RESSALVADOS OS CASOS DE PROCESSO DE EXECUÇÃO; ...AÇÕES SUMÁRIAS 275,II,CPC: E) DE COBRANÇA DE SEGURO,RELATIVAMENTE AOS DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO, RESSALVADOS OS CASOS DE PROCESSO DE EXECUÇÃO; III-AÇÃO DE DESPEJO PARA USO PRÓPRIO: SE O MOTIVO PARA RETOMADA FOR PARA USO DE DESCENDENTES OU ASCENDENTES DEVERÁ VALER DA LEI 8.245/91. ≠ DA POSSE SOBRE BENS MÓVEIS QUE SÃO TAMBÉM DE COMPETÊNCIA DOS JE. IV-AÇÕES POSSESSÓRIAS SOBRE BENS IMÓVEIS DE VALOR NÃO EXCEDENTE AO DE ALÇADA: É DIFICIL TER AÇÃO POSSESSÓRIA CUJO VALOR ATENDA AO EXIGIDO NA LJE (VALOR DE ALÇADA). ≠ DA POSSE SOBRE BENS MÓVEIS QUE SÃO TAMBÉM DE COMPETÊNCIA DOS JE. EM RAZÃO DO LOCAL ELENCADAS NO ARTIGO 4º FACILITAÇÃO DO ACESSO Á JUSTIÇA COMPETÊNCIA DOS JE VALOR NÃO EXCEDENTE A 40 SALÁRIOS MÍNIMOS DITAS NO ART 275,II DO CPC. AÇÃO DE DESPEJO PARA USO PRÓPRIO ...COMPETÊNCIA DOS JE AÇÕES POSSESSÓRIAS ATÉ 40 SALÁRIOS MÍNIMOS. EXECUÇÃO DOS SEUS PRÓPRIOS JULGADOS EXECUÇÃO DE TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS (NÃO EXCEDA 40 X SALÁRIO ) ESTADO E CAPACIDADE DAS PESSOAS EXCLUI DA COMPETÊNCIA FAZENDA PÚBLICA ACIDENTE DE TRABALHO FISCAL ALIMENTAR FISCAL ESTADO E CAPACIDADE DAS PESSOAS FALIMENTAR PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO EMPRES PÚBLICA DA UNIÃO EXCLUI DA COMPETÊNCIA RÉU INCAPAZ PRESO INSOLVÊNTE CIVIL. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO EMPRES PÚBLICA DA UNIÃO MASSA FALIDA COMPETÊNCIA TERRITORIAL(LOCAL) ART 4º LEI 9.099/95 CAPACIDADE POSTULATÓRIA CAUSAS ATÉ 20 SALÁRIOS - ADMITE O JUS POSTULANDI EMBARGOS DE VALOR SUPERIOR A 20 SALÁRIOS MÍNIMOS -EXIGE ADVOGADO
Compartilhar