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TCC EM GESTAO DEMOCRATICA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Trabalho de Conclusão de Curso
GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
RIO DE JANEIRO
2018
GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência final do Curso de Licenciatura em Pedagogia.
Rio de janeiro
2018
AGRADECIMENTOS
Eu agradeço, primeiramente, a Deus, aos meus familiares e a todos os meus amigos que me ajudaram incansavelmente e a todos os meus Professores e Coordenadores da Universidade Estácio de Sá que me incentivaram até que eu chegasse neste importante momento da minha vida.
RESUMO
Este trabalho tem como finalidade analisar a Gestão Escolar Democrática no ensino público. Perante a forma de revisão bibliográfica, buscou-se os principais motivos para a evolução da administração escolar para posteriormente uma gestão na qual houvesse a participação de toda a comunidade escolar no processo educativo. Usou-se auxílio de livros didáticos, artigos, documentos oficiais de educação para corroborar o assunto. A pesquisa trouxe um maior entendimento na história da Gestão Escolar Democrática, no papel do Gestor como protagonista e coadjuvante do processo e os desafios enfrentados por essa nova concepção de gestão. 
SUMÁRIO
1-	INTRODUÇÃO	6
1.1-	APRESENTAÇÃO DO TEMA	7
1.2-	QUESTÕES NORTEADORAS	7
1.3-	OBJETIVOS	8
1.4-	JUSTIFICATIVA	8
1.5-	PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS	9
2 - BREVE HISTÓRICO DA GESTAO ESCOLAR DEMOCRÁTICA	10
2.1- EVOLUÇÃO HISTÓRICA	10
2.2- TEORIAS QUE INFLUENCIARAM A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR	13
3-	A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E SEUS DESAFIOS	15
3.1-	GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA	15
3.2-	PERFIL DO GESTOR	16
3.3-	DESAFIOS E PERPECTIVAS DA GESTÃO ESCOLAR	17
4-	CONSIDERAÇÕES FINAIS	21
INTRODUÇÃO
Atualmente, as políticas públicas educacionais possuem uma nova forma de refletir sobre os princípios de administração escolar. A Gestão Escolar Democrática é definida como administração que prevê a participação direta da comunidade escolar (pais, professores, alunos e funcionários) nas diferentes etapas da gestão escolar, como planejamento, implementação e avaliação. Esse tipo de gestão tem caráter social e visa não só o desenvolvimento individual do aluno mas também prioriza formar um cidadão que viverá em sociedade (PEREIRA, 2014).
É importante salientar que a expressão administração difere-se do termo gestão, pois a primeira definição é mais técnica e racional, voltada para processos. Já o termo gestão é mais dinâmico e preocupado com o social, no qual se adapta mais ao contexto educacional atual, que visa à participação ativa de todos os atores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem do educando (PEREIRA, 2014).
Uma gestão escolar participativa considera a realidade da comunidade, tendo em vista uma melhor qualidade pedagógica, tornando o ambiente em um lugar motivador e estimulador para o trabalho e aprendizagem no processo educacional.
Algumas teorias afirmam que essa nova gestão traz benefícios tanto para a escola como para o aluno, aumentando assim a qualidade de ensino realizada.
Qualquer currículo funciona melhor se for implantado com entusiasmo. O ambiente da escola, de uma maneira geral, pode ser visto como fator fundamental para a eficácia pessoal dos seus funcionários... A interação dos funcionários e o planejamento de objetivos pedagógicos específicos de modo participativo ajudam a formar um consenso sobre os valores e metas, que tornam o clima de realizações autossustentável. (LÜCK, 2005, p. 28)
Luck (2005) afirma que o ambiente da escola influencia e reflete o currículo escolar pois engloba as necessidades da comunidade e da escola, envolve os funcionários no planejamento e constrói um equilíbrio entre os valores e metas a serem alcançadas.
Portanto, a problemática de investigação para o Trabalho de Conclusão do Curso é: GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA.
APRESENTAÇÃO DO TEMA
O tema escolhido para a pesquisa foi Gestão Escolar Democrática. Esse tema é relevante, pois nos possibilitará a compreensão da importância de uma boa administração no corpo escolar. Podemos conhecer os fatores que influenciam o desenvolvimento da administração escolar para a atual gestão escolar democrática.
O presente trabalho consiste em um breve histórico da Gestão Escolar, definição da Gestão Escolar Democrática e o perfil do Gestor, bem como os desafios e as perspectivas da Gestão Escolar Democrática. 
QUESTÕES NORTEADORAS
Como surgiu a Gestão Escolar Democrática?
Quais fatores foram decisivos para a implementação da gestão escolar? 
Qual o papel do gestor escolar?
Qual a importância da gestão escolar democrática?
Quais são os desafios e objetivos da gestão escolar democrática?
OBJETIVOS
- Objetivo Geral
Entender a Gestão Escolar Democrática e identificar seus desafios. 
- Objetivos Específicos
Identificar os fatores que desenvolveram a gestão escolar democrática.
Compreender o processo de gestão escolar.
Analisar o papel do gestor escolar.
Identificar os desafios da administração.
JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa é relevante para o campo da educação à medida que se propõe a entender como a administração escolar é realizada. 
A partir disso pode-se compreender os fatores que motivaram o desenvolvimento da gestão escolar, antes como um modelo empresarial e posteriormente, como um modelo educacional.
É importante entender os entraves que a gestão escolar democrática possui, bem como seus maiores desafios, visando sempre uma boa administração e que atenda a escola como um todo.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O procedimento metodológico aplicado para a base para a realização do estudo foi uma pesquisa bibliográfica com a utilização de livros, artigos e periódicos, com enfoque no tema abordado, buscando analisar a importância da Gestão Escolar Democrática.
A pesquisa será desenvolvida em caráter qualitativo, com processo investigativo acerca do tema e questionamentos sobre os principais desafios encontrados na administração da escola, como também a responsabilidade no processo tanto do corpo escolar como do não escolar.
Para o presente trabalho, torna-se de extrema relevância compreender o surgimento da administração escolar e todas as mudanças ocorridas, durante os últimos 60 anos na gestão da escola.
Posteriormente a sua legitimação, é necessário entender a definição de gestão, bem como o perfil do gestor, frisando sua extrema relevância na motivação e permanência do educando e dos educadores na escola.
Após as definições, são abordados os principais desafios e possibilidades enfrentadas pela Gestão Escolar Democrática.
2 - BREVE HISTÓRICO DA GESTAO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
Para uma maior compreensão da Gestão Escolar Democrática é fundamental analisar as características e princípios que apoiavam as ações da administração escolar. Com isso, um breve histórico da gestão escolar será apresentado para um melhor entendimento do atual cenário. 
2.1- EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Apesar da escola ter se constituído no tempo do império, somente no fim do século XIX, a administração da mesma passou a ter importância, justo que diversas mudanças estavam para acontecer dentro e fora do Brasil (SILVA, 2011).
No livro “Ensaio de uma teoria da administração escolar”, seu autor José Querino Ribeiro (1986, p. 85) cita que: “(...) A expressão Administração Escolar como título de certa área de problemas pedagógicos tratados em documentos nacionais aparece, pela primeira vez, em 1883 nos Pareceres de Rui Barbosa”. Logo, o autor comenta sobre o assunto da administração escolar porém não o cita como uma parte da área pedagógica. O Brasil estava se tornando uma república, por isso a educação estava em fase de formação e haviam muitos espaços a serem estruturados.
Para comprovar tal fato, no livro “A pedagogia de Rui” de 1954 do autor Lourenço Filho, o próprio Rui diz que: “Ninguém contestará a necessidade de organizar, rigorosamente, nas condições mais perfeitas de excelência e eficácia,o ensino oficial.” (BARBOSA, apud LOURENÇO FILHO, p.28).
Em 1889, o Brasil se tornou república mas somente na virada do século, a concepção de administração escolar começou a se delinear. Suas principais características eram a burocracia e a rigidez na gestão (VIEIRA, 2001). 
Durante o Estado novo e a Ditadura Militar, o Brasil usava as ideias norte-americanas que pregavam o positivismo na educação. O positivismo era caracterizado por pregar o pensamento científico e o estudo humano, com o objetivo de obter resultados diretos e corretos.
 Nessa época, com o crescimento da ideologia de mercado de trabalho nos países em desenvolvimento, o Brasil alcançou uma forte educação técnico-científica. Esse tipo de educação tinha objetivos definidos e metas a atingir, assim como mostra a citação a seguir: “(...)possibilitando a disseminação dos valores morais e a ampliação do número de trabalhadores para atender às exigências do esperado desenvolvimento econômico.” (COLARES e COLARES, 2003, p.24). 
Até a década de 90, o modo de coordenar os processos internos da escola era chamado de administração escolar, onde trabalhava mais os conceitos empresariais do que os conceitos pedagógicos. Após muitas discussões dos profissionais de educação em relação a gestão escolar, algumas mudanças foram delineadas e alcançadas. 
Os trabalhadores da educação marcaram definitivamente essa década com as greves que promoveram nos finais dos anos 70 e início dos 80. O envolvimento da comunidade nas lutas em defesa da escola pública e de melhores condições de trabalho e remuneração dos professores imprimiu a essas greves uma legitimidade a que jamais se assistiu. (OLIVEIRA, 2002,p.136) 
	
Houve uma grande mobilização social em favor da educação e das“(...)mudanças na gestão e organização da educação, valorização do magistério como profissão” foram postas em pauta e muitas foram atendidas (OLIVEIRA,2002,p.136). 
A Constituição Federal do Brasil de 1988 trazia, pela primeira vez, um tópico sobre como gerir a educação do país, com isso muitas discussões sobre a gestão democrática no ensino público foram feitas. Em seu Capítulo III, declara que: “Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;” (BRASIL,1988). 
Assim como a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDBEN) de 1996, reafirmou a administração mais participativa quando substituiu o termo “administração escolar” por “gestão democrática”.
A LDB 9.394/96 deixa claro os princípios norteadores para a gestão da escola pública: 
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996) 
Para atuar no processo de implementação de uma gestão democrática no ensino público brasileiro, foi criado o Fórum da Educação na Constituinte em Defesa do Ensino Público e Gratuito com a proposta de “(...)gestão democrática, acadêmica, científica, administrativa e financeira de todas as instituições e cursos”. (VIRIATO, 2001,p.180) 
É importante destacar que ao inclusão da gestão democrática, tanto na Constituição Federal de 1988 quanto na Lei de Diretrizes e Bases, não trouxe apenas o benefício da descentralização da administração mas também trouxe novas formas de organização do sistema escolar (OLIVEIRA, 2002, p.129).
A partir daí, a redemocratização do Estado Brasileiro, possibilitou à escola mais espaços para a autonomia e participação dos membros da comunidade escolar e não escolar.
2.2- TEORIAS QUE INFLUENCIARAM A ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR
Algumas teorias influenciaram o desenvolvimento da administração escolar, o autor José Querino Ribeiro cita em seu livro “Ensaio de uma teoria da administração escolar” (1986), as perspectivas teóricas de administrações de atividades econômicas privadas que eram adotadas e suas contribuições.
A primeira teoria menciona àquela elaborada por Taylor. A proposta taylorista se define pela especialização da mão-de-obra e em objetivos técnicos e a racionalização do trabalho para um melhor rendimento das atividades econômicas e “progresso social” das empresas (SILVA, 2011).
Com as devidas adaptações, as teorias de administração pública se tornaram também teorias escolares, fazendo diferença no aspecto quantitativo da produção e da metodologia, com os padrões regentes da época: o positivismo (SILVA, 2011). 
Taylor cita a relevância da especialização das funções dentro de um ambiente empresarial, e em paralelo, as funções da escola aparecem: diretor, inspetor, orientador, supervisor, ou seja, funções específicas para a administração escolar.
	Outra teoria foi formulada pelo engenheiro Henri Fayol e definia e diferenciava o termo administração de organização:
Para ele (...) administração é um todo de que a organização é, apenas, uma das partes.(...) Assim concebida, a administração se apresenta como um conjunto de processos entrosados e unificados, abrangendo alguns aspectos que a organização, por si só, não poderia resolver, como os da previsão, comando e controle. (RIBEIRO, 1986, p.63) 
Portanto, a teoria fayolista analisa o termo organização como não dinâmico, não havendo então a amplitude que o termo administração tem (SILVA, 2011).
Ribeiro (1986) afirma que esta teoria é a que melhor se adapta ao ambiente escolar e ao trabalho pedagógico. Henry Fayol trouxe cinco elementos que contribuem para uma melhor organização administrativa, tais como: precisão, organização, comando, coordenação e controle.
Ribeiro (1986) também faz suas críticas às teorias de Taylor e Fayol: 
Taylor não dispunha em sua época de conhecimento e experiências que lhe permitissem distinguir entre as conveniências de sua rigorosa e metodicamente cronometrada análise de trabalho e as inconveniências psicossociais resultantes da superespecialização. (...) Outra (crítica) que lhe poderíamos fazer (aliás ele não está sozinho neste ponto de vista) é a que se refere à obsessão da unidade de comando. (RIBEIRO, 1986, p.62 e 64) 
O autor propõe que ambas as teorias sejam utilizadas em conjunto em busca de um melhor resultado final. Inicialmente, o processo de desenvolvimento administrativo da escola teve um caráter positivista baseado em gestão de empresas. Com o passar do tempo, reforçou-se ainda mais o caráter científico com a pedagogia tecnicista (SILVA, 2011). 
É notório afirma que a educação estava pautada em conceitos empresariais que objetivavam maior produtividade com a racionalização das atividades escolares, porém é importante ressaltar que fenômenos empresariais se diferem muito dos educacionais. Ainda há muito a se buscar para acabar com o fracasso escolar e buscar motivações que melhorem a qualidade de ensino da educação pública brasileira. 
	
A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA E SEUS DESAFIOS
As políticas públicas educacionais sofrem mudanças diante do mundo globalizado. Os principais desafios enfrentados pela gestão escolar estão diretamente associados às estratégias e mecanismos de participação para construir uma educação direcionada para a transformação social.
GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
A Gestão Escolar Democrática se estabeleceu com a Constituição Federal de 1988 e posteriormente em 1996, foi reafirmada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional que definiu alguns parâmetros de ação, entre eles:
Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de Gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; 
II - participação da comunidade escolar local em conselhos escolares ou equivalentes.
	Portanto, com essasmudanças, foram estabelecidos conselhos escolares, eleições diretas para diretores, participação dos professores e da comunidade para a construção do Projeto Político Pedagógico (PPP). O PPP é definido como um guia que indica a direção a seguir não só apenas pelos professores e diretores mas também pelos alunos e seus familiares (MORAES, 2013). 
	Em 2001, o Plano Nacional de Educação (PNE), constituiu objetivos e prioridades para a melhoria do ensino em todos os níveis e modalidades. Logo, um novo papel era dado ao gestor da escola. Alguns princípios como autonomia, pluralismo, transparência e participação foram delineados e ligados ao campo pedagógico, administrativo e financeiro da escola.
Atualmente, o PNE (2011-2020) delibera a Gestão Democrática como princípio da educação nacional, contribuindo com a participação do projeto político pedagógico levando em conta a autonomia, a gestão democrática e participativa e a diversidade cultural, étnico-racial, de gênero, do campo e a qualidade social.
PERFIL DO GESTOR
Através da gestão democrática delineada pelas leis brasileiras, pode-se afirmar que gestores são aqueles que fazem parte do processo educativo escolar. O autor reitera que o gestor não é mais o detentor sozinho do poder de decisão, e sim tem um papel de mediador de problemas e conciliador de decisões. Logo, o gestor inicia o modelo a ser seguido através da participação de todos no processo (DRABACH, 2011, p. 03). 
Para Drabach (2011), as mudanças de funções dos gestores se dá ao mesmo tempo de sua construção histórica educacional. Aquele gestor compromissado com a nova gestão propõe uma liderança compartilhada e envolve todos no processo educativo com o mesmo objetivo.
Para Lück (2000), há diferentes tipos de liderança como a Liderança Compartilhada, onde a decisão tomada é feita por todos os participantes da comunidade escolar; a coliderança, onde os participantes exercem formalmente o papel de liderança geral da escola. Há também a Liderança Educativa, que é focada na aprendizagem dos autores da escola e a Liderança Integradora que onde trabalho educacional acontece a partir de uma série dinâmica de eventos inter-relacionados. Em relação a direção escolar, Lück (2000) diz que:
[...] um diretor de escola é um gestor da dinâmica social, um mobilizador e orquestrador de atores, um articulador da diversidade para dar-lhe unidade e consistência, na construção do ambiente educacional e promoção segura da formação de seus alunos.
	Logo, o gestor é aquele que estimula, organiza, constrói, planeja, avaliar e administra as mudanças nos processos educativos compreendendo a comunidade escolar com um objetivo comum de articular as relações sociais.
Pela função com multitarefas, há “a necessidade de os sistemas de ensino adotarem uma política de formação continuada de gestores, de modo a estabelecer unidade e direcionamento aos seus programas e cursos” (Lück, 2000, p. 32).
Com a capacitação desses gestores haverá a promoção de uma educação democrática e de qualidade, que é trabalhada de forma efetiva no meio escolar.
A elaboração do Projeto Político Pedagógico é a primeira etapa efetiva no início de uma Gestão Escolar Democrática, e deve ser realizada de forma coletiva e com a participação da comunidade escolar, sempre em busca de uma educação de qualidade.
DESAFIOS E PERPECTIVAS DA GESTÃO ESCOLAR
	A escola é o espaço capaz de capacitar e proporcionar uma educação de qualidade à todos os indivíduos e a mesma pratica a cidadania em busca de cumprir seu papel na sociedade. A função administrativa e pedagógica necessita de muita observação, planejamento, replanejamento, como também a investigação dos fracassos para posterior escolha de novos caminhos a seguir. Portanto, essa tarefa não é fácil (MORAES, 2013).
Lück (2006) diz que “democracia e participação são dois termos inseparáveis, à medida que um conceito remete ao outro.” O meio escolar deve ter a participação de todos os membros da comunidade dispostos a contribuir e colaborar com o processo educativo da escola.
	A Gestão Escolar Democrática se inicia com a confecção de um Projeto Político Pedagógico, no qual implementa projetos que se relacionam com a realidade atual da comunidade e implementa necessidades coletivas como conselhos escolares e associação de pais e mestres, visando influenciar, incentivar e dividir a gestão escolar .
De acordo com Gadotti (2004),
É preciso entender o que é democratização para que se possa efetivá-la. A participação possibilita à população um aprofundamento do seu grau de organização. [...] ela contribui para a democratização das relações de poder no seu interior e, consequente, para a melhoria da qualidade do ensino. 
Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade todos os que nela estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali oferecida (GADOTTI, 2004. p. 16). 
	Então, para que um efetivo processo democrático aconteça, há a necessidade da participação de todos e um envolvimento real do gestor em relação à liderança desse processo, bem como sua formação acadêmica e profissional de qualidade. 
Na Lei de Diretrizes e Bases, número 9394/96, Art. 14 determina que, 
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática de ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico da escola; 
II-participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes. 
Dessa forma, a principal característica do planejamento é a participação de todos com o objetivo de ampliar a tomada de decisão buscando a melhoria do ensino escolar.
Lück (2009) justifica que, 
como a gestão democrática pressupõe a mobilização e organização das pessoas para atuar coletivamente na promoção de objetivos educacionais, o trabalho dos diretores escolares se assenta sobre sua competência de liderança, que se expressa em sua capacidade de influenciar a atuação de pessoas (professores, funcionários, alunos, pais, outros) para a efetivação desses objetivos e o seu envolvimento na realização das ações educacionais necessárias para sua realização. 
 	O processo de democratização escolar exige um poder de articulação do gestor de modo que o mesmo possa dar abertura a opiniões e tomar as decisões diante dos desafios propostos. Como um mediador do processo, o gestor divide com o professor a responsabilidade das ações integradoras na confecção do projeto, buscando sempre integrar a realidade dos alunos.
Lück (2009) cita que:
Pode-se definir, portanto, a gestão democrática, como sendo o processo em que se criam condições e se estabelecem as orientações necessárias para que os membros de uma coletividade, não apenas tomem parte, de forma regular e contínua, de suas decisões mais importantes, mas assumam os compromissos necessários para a sua efetivação. Isso porque democracia pressupõe muito mais que tomar decisões ela envolve a consciência de construção do conjunto da unidade social e de seu processo como um todo, pela ação coletiva (LÜCK, 2009, p.71).
	
Não somente um gestão democrático se faz necessário, mas também uma escola democrática na qual todos os membros estejam integrados em um só objetivo que é promover uma qualidade de ensino de forma igualitária a todos. 
	Para o desafio da criação de uma escola democrática, é preciso ter em mente que há a exigência da participação de todos e compreende grande responsabilidade social na aprendizagem dos educandos. Um espírito coletivo deve ser criado para que a escola realmente seja considerada democrática. E para que todos estejam alinhados à mesma proposta é necessário um planejamento, com propostas realizadas de forma coletiva e articulada. 
Lück (2009) define planejamento como: 
Planejar constitui-se em um processo imprescindível em todos os setores da atividadeeducacional. É uma decorrência das condições associadas à complexidade da educação e da necessidade de sua organização, assim como das intenções de promover mudança de condições existentes e de produção de novas situações, de forma consistente. O planejamento educacional surgiu como uma necessidade e um método da administração para o enfrentamento organizado dos desafios que demandam a intervenção humana. Cabe destacar também que, assim como o conceito de administração evoluiu para gestão, também o planejamento como formalidade evoluiu para instrumento dinâmico de trabalho (LUCK, 2009 p. 32). 
Logo, a participação no desenvolvimento do projeto traz resultados favoráveis na formação dos educandos. Após a confecção do planejamento, se faz de extrema importância avaliar o plano com o objetivo de entender melhor os resultados, pensando também nos possíveis pontos de insucesso, refletindo assim em mudanças. Essa avaliação deve ser meticulosa e compreender a atuação de todos. 
Lück (2009, p.16) estabelece que “por melhores que sejam os processos de gestão escolar, pouco valor terá, caso não produzam resultados efetivos de melhoria da aprendizagem dos alunos”. O trabalho em conjunto compreende, então, a administração democrática e toda a ação educacional é realizada de forma intencional com propósitos claros com a promoção de resultados esperados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Gestão Escolar Democrática é definida como uma ação participativa que engloba não somente o interior da escola mas sim, toda a comunidade escolar. Juntamente com essa atividade recíproca, há a necessidade de divisão de funções e de responsabilidades que visam como principal objetivo o sucesso do educando como um integrante da sociedade que é capaz de ser crítico e de compreender seu papel no cenário a que pertence.
Para a efetiva construção e concepção de administração conjunta de qualidade, é necessário que haja um gestor com poder de liderança e que trabalhe de forma a compartilhar as funções com o restante da escola, causando então um sentimento de coletividade, no qual é definido uma escola democrática. 
Importante delinear alguns desafios enfrentados por essa nova concepção de gestão, nos quais compreendem por exemplo, uma proposta de melhoria de ensino feita pelo gestor com a participação total dos pais, alunos e da comunidade que a circunda, mostrando que a responsabilidade de um ensino de qualidade cabe aos anteriormente considerados protagonistas mas também, aos coadjuvantes do processo educativo escolar. 
Outra importante instigação do processo é a ação do planejamento de um Projeto Político Pedagógico capaz de atingir a realidade da comunidade escolar com a participação da mesma no processo de confecção, além de posteriormente avaliar o que foi construído e discutir possíveis pontos fracos para correção futura, dando grande importância em propor um ensino de qualidade para a formação integral de um indivíduo em sociedade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acessível em: 10/03/ 2018.
_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei N. 9.394/96. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acessível em: 10/03/2018.
_______. Lei do Plano Nacional de Educação – Lei N. 10.172/01. Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10172.htm. Acessível em: 10/03/2018.
COLARES, Anselmo Alencar. & COLARES, Maria L. I. Souza. Do autoritarismo repressivo à construção da democracia participativa: história e gestão educacional. Anpae, Campinas-SP, Autores Associados, 2003.
DRABACH, Neila Pedrotti. Perfil do Gestor Público. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná – Educação a Distância, 2011.
GADOTTI, Moacir. O Projeto Político Pedagógico da Escola na perspectiva de uma educação para a cidadania. Disponível em: 
<http://www.paulofreire.org/Moacir_Gadotti/Artigos/Portugues/Escola_Cidada/Projeto _Politico_Ped_1998.pdf>. Acesso em: 29/03/2018.
LOURENÇO FILHO, M. B. A pedagogia de Rui Barbosa. São Paulo, Edições Melhoramentos, 1954.
LÜCK, Heloísa. Perspectivadas da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores. Brasília, Em Aberto. V. 17, n. 72, p. 11-33, fev/jun, 2000.
LÜCK, Heloísa. et.al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5.ed. Petrópolis: Vozes, 2005
LÜCK, Heloísa. A evolução da gestão educacional a partir de mudança paradigmática. 2009a. Disponível em: http://progestaoead.files.wordpress.com/2009/09/a-evolucao-dagestao-educacional-hluck.pdf Acesso em: 14/03/2018
MEDEIROS, I.L. A gestão democrática na rede municipal de educação de Porto Alegre de 1989 a 2000- a tensão entre reforma e mudança. Porto Alegre: UFRGS, 2003. Dissertação (Mestrado em Educação). Porto Alegre, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003.
MORAES, Marizane Medianeira de Moraes. Desafios e perspectivas da gestão escolar na educação infantil. UFSM, Rio Grande do Sul, 2013. 
OLIVEIRA, Dalila A. Mudanças na organização e na gestão do trabalho na escola. In OLIVEIRA, Dalila A. e ROSAR, Maria de F. F. (Orgs.) Política e gestão da educação, Belo Horizonte, Autêntica, 2002.
RIBEIRO, José Querino. Ensaio de uma teoria da administração escolar. 2ª Edição revisada, anotada e ampliada por João Gualberto de Carvalho Meneses. São Paulo, Saraiva, 1986.
SILVA, Kamilla Santana. A participação da comunidade na escola. 2011. 50 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2011.
SILVA, Michele Pereira. A participação da comunidade escolar na gestão democrática: Os mecanismos de participação. MONOGRAFIA,Brasília-DF, Julho de 2014.
VIEIRA, Sofia Lerche. Escola – função social, gestão e política educacional. In: FERREIRA, Naura S. Carapeto. & AGUIAR, Marcia A. S. (Orgs.) Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. 2ªed. São Paulo, Cortez, 2001
VIRIATO, Edaguimar O.; LIMA, Antonio B.; ZANARDINE, Isaura M.S.; CZERNISZ, Eliane C. S.; HIDALGO, Angela M.; SILVA, Ileizi L.P. A gestão democrática educacional na redefinição do papel do Estado. 2001, p.175-194.

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