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Estágio supervisionado na educação infantil_Relatório de Estágio_2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO 
CURSO DE PEDAGOGIA 
RELATÓRIO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS 
 
 
 
 
SANDRA RODRIGUES BARBOSA 
 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
 UM MOMENTO DE ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
2015 
2 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE 
CENTRO DE EDUCAÇÃO 
DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO 
CURSO DE PEDAGOGIA 
RELATÓRIO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS 
 
 
 
SANDRA RODRIGUES BARBOSA 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
 UM MOMENTO DE ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA 
 
 
 
 
Relatório de Estágio apresentado à Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos 
requisitos para a obtenção do título de licenciada em 
Pedagogia. 
 
 
Orientadora: 
Profa. Ms. Louize Gabriela Silva de Souza 
 
 
 
 
 
Natal/RN 
2015 
 
3 
 
 
 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
UM MOMENTO DE ARTICULAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA 
 
 
Por 
 
 
SANDRA RODRIGUES BARBOSA 
 
 
 
Relatório de Estágio apresentado à 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 
como parte dos requisitos para a obtenção do 
título de licenciada em Pedagogia. 
 
 
 
 
 
Aprovado em __________________________________________________ com nota _____ 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
____________________________________________________ 
Ms. Louize Gabriela Silva de Souza (Orientadora) 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
_____________________________________________________ 
Ms. Mônica Karina Santos Reis 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
 
______________________________________________________ 
Ms. Fernanda Mayara Sales de Aquino 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
 
4 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiro a Deus pelo dom da vida, por me dar saúde e disposição para 
enfrentar os desafios da vida e da graduação. Sem sua presença em minha vida, não poderia 
alcançar jamais meus objetivos. 
Agradeço, em especial, aos meus pais, por terem me oferecido uma base sólida. 
Criaram-me com muito esforço e me ensinaram a ser uma pessoa humilde e dedicada em tudo 
na vida. 
Aos meus irmãos, pelo incentivo de sempre no meu processo de formação. 
Ao meu esposo, por estar sempre ao meu lado nesta batalha, e ao meu filho, razão da 
minha vida, que me dá forças para batalhar pelo pão de cada dia. 
À minha amiga Íris Bezerra da Hora, por ter compartilhado comigo os momentos do 
Estágio Supervisionado e pelas tantas contribuições para o meu processo formativo. A 
confecção deste Relatório não seria possível sem nossas vivências em sala de aula. 
À professora Dra. Soraneide Soares Dantas pela orientação fornecida durante a 
disciplina de Estágio Supervisionado I, oferecendo total disponibilidade para o esclarecimento 
das minhas duvidas, além da contribuição teórica que sempre proporcionou, me fazendo 
refletir sobre a estreita relação entre a teoria e a pratica. 
Não poderia deixar de agradecer, principalmente, à professora Ms. Louize Gabriela 
Silva de Souza, que aceitou o desafio de me orientar, em um curto espaço de tempo. Não 
tenho palavras para descrever minha gratidão pela paciência e pela compreensão para comigo. 
Estivemos juntas durante todo o período, acompanhando a realização deste trabalho. 
Agradeço imensamente a todos os amigos e colegas que, de forma direta ou 
indiretamente, contribuíram para que este trabalho se realizasse, por confiarem e acreditarem 
que eu seria capaz e por não permitirem que desistisse nos momentos de fraqueza e de 
dificuldades. 
 
 
5 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente estudo tem como objetivo principal analisar e trazer considerações acerca 
do Estágio Supervisionado Obrigatório realizado no Nível IV da Educação Infantil, na Escola 
Municipal Prof.ª Maria Dalva Bezerra de Oliveira, bem como fazer uma articulação entre as 
disciplinas estudadas no curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte 
– UFRN - e a vivência em sala de aula. Para fundamentar e articular as discussões deste 
trabalho, utilizamos os estudos dos seguintes interlocutores: Ariès (1978), Craidy e Kaercher, 
(2001), Fernandes e Gremaud (2009), Fontana e Cruz (1997), Geraldi (2010), Libâneo (1986), 
Lopes e Vieira (2011), Pimenta e Lima (2004/2005), Santomé (1988), Tardif (2002), Veiga 
(1995), Vasconcellos (2000) e Vygotsky (1998), entre outros. Verificamos a importância do 
Estágio Curricular para a formação acadêmica do estudante. Além disso, constatamos que o 
aprendizado adquirido durante o curso é importante e necessário para o desenvolvimento do 
Estágio Curricular Obrigatório. 
 Palavras-chave: Estágio. Educação Infantil. Teoria e prática. 
 
 
6 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01 Fachada da Escola Municipal Maria Dalva Bezerra de Oliveira---------- 20 
Figura 02 Estrutura física------------------------------------------------------------------- 21 
Figura 03 Crianças trabalhando e crianças brincando no século XVII-------------- 26 
Figura 04 Alunos assistindo a um vídeo-------------------------------------------------- 29 
Figura 05 Professora titular e os alunos em uma atividade de pintura---------------- 30 
Figura 06 Atividade de confecção do mural e crachás---------------------------------- 32 
Figura 07 Registro: escrita das crianças--------------------------------------------------- 33 
Figura 08 Momento do vídeo--------------------------------------------------------------- 34 
Figura 09 Atividade de leitura e escrita no quadro sobre o conteúdo do vídeo------ 34 
Figura 10 Atividade de sistematização sobre os assuntos abordados em sala------- 35 
Figura 11 O bingo do alfabeto-------------------------------------------------------------- 35 
Figura 12 Crianças no parque-------------------------------------------------------------- 36 
Figura 13 Atividade complementar de caça-palavras----------------------------------- 37 
 
 
7 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO----------------------------------------------------------------------------------- 8 
A importância do Estágio para a atuação do futuro educador------------------------------- 
Minhas memórias, meu processo formativo, o meu tornar-se professora --------------- 
10 
14 
CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR 
NA EDUCAÇÃO INFANTIL------------------------------------------------------------------ 
18 
Recursos humanos da escola – corpo docente e demais profissionais--------------------- 23 
DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO 
INFANTIL: DA OBSERVAÇÃO À REGÊNCIA------------------------------------------- 
24 
O olhar cuidadoso--------------------------------------------------------------------------------- 27 
A regência------------------------------------------------------------------------------------------ 28 
Planejando o trabalho docente------------------------------------------------------------------- 30 
Primeira Intervenção------------------------------------------------------------------------------ 31 
Segunda Intervenção------------------------------------------------------------------------------ 35 
CONSIDERAÇÕES FINAIS-------------------------------------------------------------------- 39 
REFERÊNCIAS ---------------------------------------------------------------------------------- 42 
 
 
 
8 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Fonte: Google imagens“Eu sei de muito pouco. Mas tenho a meu favor tudo o que não 
sei – e por ser um campo virgem – está livre de preconceitos. 
Tudo o que não sei é minha parte maior e melhor: é a minha 
largueza. É com ela que eu compreenderia tudo. Tudo o que não 
sei é o que constitui a minha verdade”. 
Clarice Lispector 
 
 
9 
 
 
 
O presente trabalho é um relato do Estágio Curricular Obrigatório do curso de 
Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, realizado no Nível IV 
da Educação Infantil na Escola Municipal Prof.ª Maria Dalva Bezerra de Oliveira. Neste 
relato, buscamos apresentar elementos que possibilitam uma reflexão sobre a importância do 
Estágio Supervisionado para os alunos do curso de Pedagogia, pois consideramos que este é 
um espaço rico de possibilidades de articulação entre teoria e prática. Realizar o relatório das 
práticas educativas nos dá a oportunidade não só de socializar o contexto real encontrado na 
sala de aula durante o Estágio Supervisionado, mas ainda permitem repensar tanto a relação 
que fazemos entre teoria e prática, quanto os teóricos e materiais lidos e compartilhados 
durante o nosso processo formativo. 
Sabemos que o curso de Pedagogia da UFRN ainda apresenta um currículo bastante 
teórico, mas, ao mesmo tempo, nos oferece a oportunidade de vivenciar a prática nas redes 
municipal e estadual de ensino da nossa cidade. Consideramos o Estágio Curricular um dos 
momentos mais ricos e importantes em aprendizagens significativas com que o aluno de 
graduação se depara ao longo do curso, já que traz situações reais, proporcionando aos 
educandos espaços de reflexão-ação-reflexão, como defende Paulo Freire, das práticas 
pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem. 
O trabalho está dividido em capítulos organizados por temáticas diversas. Alguns 
apresentam subitens, que consideramos de extrema importância para a compreensão das 
atividades realizadas durante o Estágio Supervisionado. No decorrer da escrita, registramos 
imagens que foram feitas durante o processo de intervenção e observação. A escolha por 
inseri-las neste trabalho se dá porque compreendemos que facilitam o entendimento do leitor 
e expõem alguns desses momentos de formação, principalmente nos segmentos destinados às 
práticas educacionais desenvolvidas em sala de aula. 
No primeiro momento, destacamos a importância do Estágio para a formação do 
futuro educador. Na sequência, fazemos a contextualização e a caracterização do Estágio 
Curricular na Educação Infantil, trazendo alguns dados sobre a Escola Municipal Prof.ª Maria 
Dalva Bezerra de Oliveira, além da explicitação do desejo de realizar as atividades neste 
espaço e a importância tanto do PPP - Projeto Político-Pedagógico - quanto das avaliações 
educacionais realizadas hoje no Brasil. Apresentamos também os recursos humanos da 
Instituição. Apresentadas estas questões, relatamos o momento do desenvolvimento do 
Estágio Curricular na Educação Infantil, buscando trabalhar, de forma breve, o contexto 
10 
 
 
 
histórico da criança enquanto ser social e as mudanças ocorridas. A partir disto, com o olhar 
cuidadoso, passamos ao momento da regência, que vai desde a observação do espaço físico à 
escolha da turma para realização do Estágio Obrigatório. A próxima temática a ser discutida é 
a regência, que foi baseada no projeto alfabetizar com o lúdico. Mais à frente, ainda sobre a 
prática educativa, abrimos espaço para dissertarmos sobre a importância de realizar o 
planejamento do trabalho docente. Por fim, relatamos as intervenções realizadas em sala de 
aula, nossos momentos de aprendizagens e reflexões. 
Para a realização deste relatório, utilizamos como referência bibliográfica a 
Constituição da República Federativa do Brasil (1988), o Referencial Curricular Nacional para 
a Educação Infantil (1998), além dos Parâmetros de Qualidade da Educação Infantil (2006). 
Para fundamentar e articular as discussões, o aporte teórico utilizado foi baseado nas 
contribuições de autores, tais como Ariès (1978), Craidy e Kaercher (2001), Fernandes e 
Gremaud (2009), Fontana e Cruz (1997), Libâneo (1986), Lopes e Vieira (2011), Pimenta e 
Lima (2004/2005), Santomé (1988), Tardif (2002) e Veiga (1995). Estes foram de suma 
importância para a consolidação dos saberes necessários a ser utilizados na escrita deste 
relatório. 
 
A importância do Estágio para a atuação do futuro educador 
A importância do Estágio Curricular para a formação acadêmica é inquestionável. 
Destacamos este momento como uma forma mais efetiva de relacionar teoria e prática, 
articulando os conhecimentos compartilhados na graduação. 
Em cursos como o de Pedagogia, que ainda é considerado bastante teórico, quando 
chegamos à prática, muitas vezes temos a sensação de estar perdidos. Quantas vezes ouvimos 
a seguinte afirmação: na teoria é assim, na prática é outra coisa. Para Pimenta e Lima 
(2004), 
O estágio sempre foi identificado como parte prática dos cursos de formação de 
profissionais em geral, em contraposição à teoria. Não é raro ouvir-se dos alunos 
que concluem seus cursos se referirem a estes como „teóricos‟, que a profissão se 
aprende „na prática‟, que certos professores e disciplinas são por demais „teóricas‟. 
Que „na prática‟ a teoria é outra. (PIMENTA; LIMA, 2004, p.06). 
 
Sabemos que não é bem assim. No curso de Pedagogia da UFRN, pudemos perceber 
que, embora os primeiros semestres sejam de caráter bastante teórico, algumas disciplinas têm 
a preocupação de propor atividades para que possamos, em escolas, conhecer a sua realidade 
11 
 
 
 
por meio de observações e entrevistas com profissionais da área. Acreditamos que estas 
atividades foram de fundamental importância para nossa formação, pois, a partir delas, 
passamos a conhecer como se dá a atuação do profissional da educação na prática. Além 
disso, na medida em que passamos a vivenciar tal realidade, nos deparamos com situações 
ocorridas no ambiente escolar, o que contribui para a nossa futura atuação profissional. A 
partir desse momento, começamos a nos questionar: É esta profissão que quero seguir? Será 
que, ao final do curso, estarei preparada para atuar como professora? O momento do Estágio 
Supervisionado torna-se importante à medida que nos ajuda a responder, de fato, a tais 
questionamentos. Podemos afirmar que é um espaço crucial no processo de formação do 
pedagogo. 
As atividades desenvolvidas neste processo tornam-se essenciais quando pensamos no 
desenvolvimento de competências indispensáveis a uma atuação pedagógica responsável. Por 
meio delas, é possível refletir de que maneira tais atividades contribuem para o aprendizado 
dos alunos envolvidos e para nossa formação continuada. 
Analisar a nossa atuação no papel de professores, promovendo a contextualização dos 
temas trabalhados na busca da formação do pensamento crítico e reflexivo dos alunos, 
almejando sempre uma formação cidadã e para a equidade social, é fator determinante nesse 
momento. O Estágio Supervisionado torna-se o eixo central na formação acadêmica do futuro 
professor, pois é por meio deste que o educando tem acesso aos conhecimentos indispensáveis 
para a construção da identidade e dos saberes do cotidiano (PIMENTA; LIMA, 2004). 
Embora o momento da práxis seja aguardado por todos os estudantes dos cursos de 
Pedagogia e Licenciaturas com muita ansiedade, algumas questões precisam ser 
problematizadas quando refletimos sobre este processo formativo: Como trabalhar os 
conceitos, se, quando vamos para a prática, principalmente na rede pública de ensino, existem 
barreiras que, muitas vezes, não permitem que a atividade seja realizada com eficiência? 
Como promover propostasmotivadoras para a turma que iremos atuar? Será que o professor 
responsável pela turma oportunizará momentos, em sua aula, para a realização das atividades 
propostas pelos estagiários? 
Essas e outras questões e problemáticas serão abordadas neste trabalho. 
Durante o Estágio Supervisionado, a observação é o primeiro passo deste momento de 
formação, tornando-o essencial para o sucesso das atividades a serem desenvolvidas. Permite 
conhecer o contexto da sala de aula e as práticas educativas utilizadas pelo professor titular. 
12 
 
 
 
Verificar o dia a dia dos alunos ajuda a entender o que mais lhes interessa e, assim, abre 
caminhos para percebermos de que maneira vamos abordar os temas e trabalhá-los dentro e 
fora da sala de aula. Ou seja, dá-nos as condições concretas da escola e da turma escolhida. 
Para isso, o professor deve conhecer bem seus alunos e perceber em qual contexto está 
inserido, se aquilo que o aluno estuda é interessante para a vida dele ou se não está muito 
distante de seu cotidiano. A observação realizada com o objetivo de criar estratégias e 
organizar a ação docente está em conformidade com uma proposta de planejamento crítico, 
reflexivo e comprometido com o processo de ensino-aprendizagem, pois favorece a seleção 
consciente e diversificada de conteúdos, metodologias e avaliação. 
A segunda etapa é a identificação do nível de aprendizagem em que os educandos se 
encontram. Com estes dados em mãos, é possível trabalhar temas desafiadores e desenvolver 
atividades mais significativas, tanto para os alunos quanto para nós, em processo de formação. 
Destacamos outro momento importante neste momento: o de conhecer a realidade e a 
comunidade escolar a ser trabalhada, e também o de respeitar as opiniões e as “dicas” do 
professor titular. Somente assim o estagiário poderá desenvolver uma prática criativa e 
transformadora pela inserção de teorias que sustentam o trabalho do professor. 
Quando chegamos à prática, realmente percebemos um cenário diferente, muitas vezes 
já idealizado por nós, mas nunca com o real tamanho da complexidade do sistema público de 
ensino. 
Em determinadas situações, é bastante desafiante relacionarmos as teorias aprendidas 
na Academia com a prática docente em sala de aula. Principalmente quando lidamos com a 
distorção série/idade, algo tão comum nas instituições brasileiras e da nossa cidade. A este 
respeito, cabe refletirmos: Como trabalhar alfabetização com crianças que se encontram em 
uma mesma sala de aula, com níveis distintos de aprendizagem? Será que vamos conseguir 
atingir a todos os alunos? Essa é uma problemática que permeia as instituições públicas e que 
vamos identificar, de forma mais efetiva, quando estivermos atuando como professores. Só 
podemos planejar uma atividade para determinada situação se nos oferecerem a oportunidade 
de vivenciá- las. 
 A atividade docente é bastante complexa e não se restringe somente aos muros da 
escola e à formação inicial. Estamos no momento de constante mudança e o profissional da 
educação precisa se preparar para atuar nesse contexto. O professor deve ter em mente que 
uma formação continuada é algo necessário em sua vida profissional, já que, quando falamos 
13 
 
 
 
em educação, não é possível pensarmos em propostas fixas, cristalizadas e em um círculo 
fechado, sem espaço para a mudança. É esta formação que valoriza o professor como sujeito 
de transformações que precisam se processar continuamente na escola e na sociedade. 
 Consoante aponta o Plano Nacional de Educação (2001), 
 
A formação continuada do magistério é parte essencial da estratégia de melhoria 
permanente da qualidade da educação, e visará à abertura de novos horizontes na 
atuação profissional. A formação continuada assume particular importância, em 
decorrência do avanço científico e tecnológico e de exigência de um ní vel de 
conhecimentos sempre mais amplos e profundos na sociedade moderna. 
 
A formação continuada torna-se imprescindível à medida que possibilita ao professor 
a constituição dos seus saberes, num processo contínuo. Promove a ampliação do seu 
conhecimento, implicando diretamente o crescimento pessoal e profissional para atuar, de 
maneira adequada, no contexto escolar. Logo, reconhecemos, assim como Geraldi (2010), que 
o curso de formação docente nos forma, mas não nos torna professores. Para tal empreitada, 
faz-se necessária uma formação continuada que articule os saberes vivenciados na prática 
com os conhecimentos e desafios diários que se apresentam na sociedade e para a educação. 
Segundo Pimenta e Lima (2005), os currículos dos cursos de formação de professores 
têm se constituído em um aglomerado de disciplinas, que, muitas vezes, não são utilizados no 
campo da atuação profissional. Esta lacuna entre a teoria e prática nos deixa, em determinados 
momentos, com dificuldades de planejar situações de aprendizagens que, de fato, sejam 
executáveis no contexto das escolas públicas e tragam contribuições para o processo de 
ensino-aprendizagem. Porém, esta situação pode ser amenizada quando realizamos o contato 
in loco com a realidade do contexto sociocultural do aluno, alicerçado pelas teorias que 
estudamos e compartilhamos no interior das disciplinas e, principalmente, quando tornamos 
este momento objeto de reflexão. Diante deste contexto de reflexão, podemos propor 
atividades para contribuir com uma educação de qualidade. 
Torna-se importante, durante o processo de formação, que os estudantes vivenciem 
práticas interdisciplinares desde a universidade, pois somente assim poderão ter condições e 
coragem de transformar o ato pedagógico num ato de conhecimento da vida. Ao chegar à sala 
de aula, o professor deve ter propriedade do conhecimento científico e todo o seu processo de 
organização e didática a ser utilizada e, além disso, deve construir com seus alunos o alicerce 
do conhecimento, fazendo com que os educandos possam expressar seus sentimentos, desejos 
e saberes. 
14 
 
 
 
Neste sentido, muitas instituições de ensino estão assumindo um caráter 
interdisciplinar no que diz respeito aos cursos de Pedagogia, pois acreditam que as questões 
sociais e os problemas do cotidiano devem ser contemplados no trabalho curricular nas salas 
de aulas e escolas. Por isto, é de extrema importância que os alunos do curso de formação de 
professores tenham o contato com a realidade da sala de aula, sempre tentando propor o 
intercâmbio de ideias entre o que se diz e o que se faz, ou seja, entre a teoria e a prática. 
Os professores em processo de formação precisam estar disponíveis e envolvidos para 
trabalhar em sala de aula com uma proposta de ensino que faça uso da interdisciplinaridade, 
pois é a partir dela que é possível trabalhar do contexto geral ao particular e articular as 
disciplinas umas às outras. Como diz Libâneo, “o importante não é a transmissão do 
conhecimento específico, mas despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida” 
(LIBÂNEO, 1986, p.13). A prática educacional está muito além de compartilhar 
conhecimentos, ou seja, não deve permear apenas a transmissão sistematizada do saber, mas 
oferecer condições reais para que os alunos possam enfrentar os problemas e as questões 
postas pela sociedade. 
Segundo adverte Santomé (1988, p. 73), 
 
O ensino baseado na interdisciplinaridade tem um grande poder estruturador, pois 
os conceitos, contextos teóricos, procedimentos, etc., enfrentados pelos alunos 
encontram-se organizados em torno de unidade mais globais, de estruturas 
conceituais e metodológicas compartilhadas por várias disciplinas. 
 
É notório que, quando a escola trabalha com uma prática embasada pela 
interdisciplinaridade,os alunos têm mais facilidade de ultrapassar os limites da disciplina 
concreta, enfrentando desafios, analisando e solucionando problemas novos, tendo em vista 
que existe uma motivação para aprender que vai além dos conhecimentos apresentados nas 
disciplinas. 
 
Minhas memórias, meu processo formativo, o meu tornar-se professora: 
 
Iniciei meus estudos em 1987 quando tinha cinco anos, na turma do Jardim I, na 
Escola Família do Progresso. Era uma escola pequena com poucas turmas, mas o espaço era 
muito organizado. Lembro-me muito bem das brincadeiras, das músicas cantadas na sala de 
15 
 
 
 
aula, de alguns colegas que até hoje tenho contato, e não esqueço jamais da “cadeirinha feia”. 
Ela era verdinha e bem cuidada, por isso não a considerava tão feia. Assim era denominado o 
local para onde os alunos indisciplinados eram levados. O ruim estava em ficar olhando para a 
parede o tempo inteiro, mas graças ao meu bom comportamento nunca precisei ir para ela. 
Nesta época fazíamos atividades de pintura, recorte e colagem, cobríamos os pontilhados que 
levavam o coelhinho até a cenoura, entre outros. Estudei nesta escola por dois anos, depois fui 
para uma escola pública estadual. 
Aos sete anos fui para a Escola Estadual Cônego Luiz Wanderley, situada no Bairro 
Lagoa Azul, Zona Norte de Natal. Fiz uma prova e ingressei direto na 1ª série do ensino 
fundamental, pois a professora considerou que meu aprendizado já estava bem adiantado. Na 
1ª e 2ª série fui aluna de Marluce, que, diga-se de passagem, é minha tia de verdade. Foram 
anos maravilhosos, ela trazia atividades bem legais e divertidas. Lembro-me muito bem que 
eu adorava ler, estava sempre disposta a fazer a leitura em voz alta para toda turma, fazíamos 
ditados e redações. 
Já na 3ª série minha professora era Gildete. Destaco neste período as atividades de 
matemática. Ela trazia frutas para trabalhar as frações; tampinhas de garrafas e feijão para 
fazermos as atividades com as quatro operações. Considerava isso o máximo e minha 
aprendizagem neste período foi bastante. As atividades eram realizadas em grupos e podíamos 
nos ajudar, então aprendíamos brincando e compartilhando com o outro, momentos diversos 
de aprendizagens. 
O ano seguinte, na 4ª série, foi muito difícil, pois não me adaptei ao estilo da 
professora. Ela era totalmente diferente das demais, extremamente tradicional e grossa. Sofria 
ao pensar que estava se aproximando a segunda-feira, era uma tortura ir à escola. Tudo foi 
piorando com o passar do tempo, pois muitas das nossas possibilidades de aprendizagem eram 
reprimidas pela professora. 
Lembro-me de um episódio que me marca até hoje: o dia em que a mesma me 
envergonhou perante toda turma. Todo mês ela fazia a vistoria nos cadernos, observando a 
organização das matérias e realização das atividades. Algumas folhas do meu caderno, de uma 
ou outra disciplina, haviam acabado. Já havia solicitado a minha mãe para comprar outro, mas 
ela acabou esquecendo. Como eu sabia que a professora ia passar os vistos nos cadernos, fui 
então reorganizá-los. Peguei aquelas disciplinas que sobravam folhas e dividi para poder dar 
espaço as que já haviam acabado. Além disso, toda quinta-feira, tínhamos que 
16 
 
 
 
individualmente falar em voz alta a tabuada, cada semana era uma diferente. Nunca aprendi e 
até hoje tenho dificuldades nessa área. 
É chegado o grande dia da revisão. Ao pegar meu caderno a professora notou que não 
estava organizado do jeito que ela havia determinado e disse – Será possível que sua mãe tem 
dinheiro para pagar empregada e ter telefone em casa, mas não pode comprar um caderno 
para você? Isso me doeu profundamente, nunca me esqueço deste dia, todos rindo e eu sendo 
humilhada diante da turma. Minha mãe trabalhava em uma escola do município e outra do 
estado como coordenadora, e sendo assim o seu tempo era bastante reduzido, pois as suas 
atribuições tomavam grande parte do seu dia. Isto não importava para a professora. Considero 
que ela teve um comportamento antiético e antiprofissional, minha vida particular não 
precisava ter sido exposta daquela maneira. No dia seguinte minha mãe foi à escola e 
conversou com a docente sobre o ocorrido. 
Acreditava que tudo havia sido resolvido naquela conversa, porém a situação piorava 
cada vez mais. Eu passei a ter mais pavor da professora e com isso tinha a sensação que seria 
o ano mais demorado da minha vida. Tornando-me assim uma criança reprimida por muitos e 
muitos anos, pelo menos na escola, tinha medo de falar e não participava das atividades. 
Assim foram meus últimos dias na educação infantil: uma criança calada, com medo da figura 
do professor e que não participava das atividades. Posso dizer que permaneci desta maneira 
por quase todo meu Ensino Fundamental e Médio. Somente depois que comecei a trabalhar e 
me envolver com grupos de jovens consegui vencer o trauma. Hoje falar em público, expor 
minhas opiniões e participar de qualquer atividade já não é mais um problema e o ingresso no 
curso de Pedagogia me fez perceber o quanto é importante à participação do aluno nas 
atividades desenvolvidas na escola. 
Nessa etapa da educação o desenvolvimento intelectual, emocional, social e motor da 
criança estar muito presente. A escola deve ser um ambiente acolhedor e estimulante. O afeto 
e a cognição andam lado a lado no que se diz respeito ao papel das emoções para o 
desenvolvimento e construção de um ser humano. Segundo a LDB 9394/96, em seu artigo 
29, preconiza-se que: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como 
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos 
físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da 
comunidade”. 
17 
 
 
 
Durante o meu estágio na Educação Infantil puder fazer diferente, pois acredito que a 
criança precisa se sentir segura e acolhida pelo professor. É necessário estabelecer um laço de 
afetividade entre professor e aluno. Somente assim a criança estará disposta a participar 
ativamente das atividades a serem desenvolvidas na escola. A criança deve sentir prazer em ir 
à escola e perceber que o professor acredita no potencial delas. 
A afetividade na educação infantil aparece como um fator a colaborar para a 
qualidade do ensino, já que está diretamente ligada ao processo de ensino-aprendizagem 
dos alunos. Wallon (apud Almeida, 1999, p.51) destaca que “a afetividade e a inteligência 
constituem um par inseparável na evolução psíquica, pois ambas têm funções bem definidas e, 
quando integradas, permitem à criança atingir níveis de evolução cada vez mais elevados”. 
A afetividade estabelecida entre professor e aluno é capaz de aproximar os sujeitos 
ao meio em que vivem, através das trocas estabelecidas, além de estimular a capacidade 
de desenvolver o conhecimento voltado para o conhecer e o aprender, de maneira que os 
vínculos e aprendizados vão se construindo. 
Hoje, como professora em processo de formação e por está realizando uma reflexão 
sobre o estágio, percebo mais claramente o quanto é importante adotar uma proposta 
educacional interdisciplinar, a partir do lúdico e partindo da motivação dos alunos. Trabalhar 
temas atuais onde as crianças possam interagir e entender o mundo em que vivem é 
primordial para uma educação de base sólida e de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
CONTEXTUALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA 
EDUCAÇÃO INFANTIL 
 
 
Fonte: Google imagens 
 
 
 
“O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de 
fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que as outras 
geraçõesfizeram”. 
Jean Piaget 
 
19 
 
 
 
A escola escolhida para fazermos o nosso estágio curricular obrigatório foi a Escola 
Municipal Prof.ª Maria Dalva Bezerra de Oliveira que fica localizada no conjunto Gramoré, 
bairro Lagoa Azul na zona norte de Natal/RN. As atividades no ambiente escolar foram 
realizadas no período de 10 de fevereiro a 20 de abril de 2013. A escola contempla Educação 
Infantil, atendendo aos níveis III e IV e o fundamental I, do 1º ao 5º ano. A faixa etária dos 
alunos é entre 04 e 12 anos. O total de alunos matriculados nos dois turnos, no ano de 2013 
(matutino e vespertino) foi de 563 alunos. 
Interessamo-nos em realizar o estágio nesta escola, pois é considerada uma das 
melhores da região, inclusive, contempla projetos da própria universidade. Por morar próximo 
da escola, já conhecia o trabalho que é desenvolvido na comunidade escolar que têm como 
proposta o desenvolvimento de uma educação que respeita a diversidade cultural promovendo 
o enriquecimento permanente do universo de conhecimentos. 
Durante toda a nossa vivência na instituição ficou claro que a equipe escolar se 
preocupa, de fato, com a qualidade da educação que oferecem. Este foi um dos pontos mais 
importantes para a realização do nosso trabalho, pois é uma preocupação que está registrada 
no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, como também é algo que vai de encontro 
com as necessidades que existem hoje na educação. 
Devido às mudanças ocorridas na última década do século XX, algumas questões 
relativas à educação, ganharam uma ênfase maior no que diz respeito ao acesso irrestrito e a 
permanência com qualidade das crianças nas escolas. Deixou-se de pensar em uma estrutura 
hierarquizada de administração, partindo para a descentralização de responsabilidades e 
tarefas, de modo que as instituições e seus envolvidos passassem a ser avaliados. Nesta 
perspectiva é de extrema importância mensurar o desempenho e exercer a prestação de contas 
à sociedade das políticas e programas implantados. 
As avaliações educacionais realizadas hoje em nosso país estão diretamente 
relacionadas ao desempenho destas e o seu real funcionamento dentro da educação. Com o 
intuito de aumentar o conteúdo informacional da avaliação e suas consequências sobre as 
escolas, foi implementado, a partir de 2005, a Prova Brasil, que permite agregar à perspectiva 
diagnóstica a noção de responsabilização (FERNANDES; GREMAUD, 2009). 
Hoje a realização desta prova nas escolas é considerada pelos educadores um 
mecanismo de extrema importância, pois é através dos resultados obtidos na Prova Brasil, que 
podem analisar a qualidade da educação em cada instituição, como também se sua prática está 
20 
 
 
 
coerente. Acredito que esta prova, não traga uma real situação da educação brasileira, tendo 
em vista que na correção destas avaliações, não é considerado o contexto como um todo, além 
de apresentar um peso maior do aspecto quantitativo sobre o qualitativo. Penso que o 
professor não pode depender exclusivamente deste tipo de instrumento para avaliar seus 
alunos, tendo em vista que a avaliação deva acontecer de forma contínua, observando todos os 
aspectos do educando e seu tempo de aprendizagem. 
Ao chegar à escola todos nos receberam muito bem, desde a diretoria, ao pessoal do 
suporte pedagógico e os professores. Isso contribuiu bastante para o fácil acesso aos 
documentos da escola, como o PPP e as pessoas que fazem parte da gestão escolar, o que foi 
de extrema importância para realização das atividades na escola, já que poderíamos nortear 
nossas atividades baseadas no projeto da escola. 
Considero que o PPP foi muito bem elaborado, pois toma por base as necessidades 
encontradas na realidade da instituição e dos educandos, atrelados aos documentos oficiais 
nacionais direcionados a Educação Infantil e as teorias abordadas nas diferentes disciplinas do 
curso de pedagogia. Um dos documentos importantes para a realização do projeto foi o 
Parâmetro de Qualidade da Educação Infantil proposto pelo Ministério da Educação. 
Em síntese, para propor parâmetros de qualidade para a Educação 
infantil, é imprescindível levar em conta que as crianças desde que 
nascem são: cidadãos de direitos; indivíduos únicos, singulares; 
seres sociais e históricos; seres competentes, produtores de cultura; 
indivíduos humanos, parte da natureza animal, vegetal e mineral. 
(BRASIL, 2006, p.18) 
 
É com base nestes princípios e fundamentos primordiais para a qualidade da educação 
infantil que a instituição escolhida trabalha. 
Figura 01 – Fachada da Escola Municipal Maria Dalva Bezerra de Oliveira 
 
 
 
 
Fonte: acervo da autora 
21 
 
 
 
A instituição fica localizada em uma comunidade de classe média baixa com uma 
população estimada de 61.289 habitantes desses, 15.966 são de pessoas entre 0 a 14 anos, essa 
faixa etária representa 26,05% da população do bairro. Essa faixa de 0 a 14 anos é exatamente 
a população que a escola atende. 
A instituição possui uma estrutura física bem conservada, como podemos perceber nas 
fotos abaixo. Em suas dependências encontramos: 20 salas de aula, sendo quatro delas com 2 
banheiros (destinadas a educação infantil); 1 cozinha; 1 laboratório de informática com 19 
computadores, mas sem uso (por falta de instalações elétricas); 1 quadra de esportes; 1 
biblioteca; 1 diretoria; 1 secretaria; 1 almoxarifado; 1 sala multifuncional; 1 sala dos 
professores e 13 banheiros divididos da seguinte forma: 6 para os alunos e 3 administrativos. 
 
Figura 02 – Estrutura física 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
Como podemos verificar pelas fotos da figura 02 a infraestrutura da escola é de boa 
qualidade, porém existem algumas salas que não possuem ventiladores, o que dificulta um 
pouco um bom andamento das aulas. Apesar de ser uma escola com boa ventilação natural, o 
calor ainda é um grande obstáculo para que se possa ter um ambiente favorável para o 
desenvolvimento de uma aprendizagem efetiva. 
A escola, também, possui o Conselho Escolar que é constituído por representantes de 
pais, estudantes, professores, demais funcionários, membros da comunidade local e o diretor 
da escola. Segundo a diretora todos participam das decisões da gestão administrativa, 
22 
 
 
 
pedagógica e financeira da escola, contribuindo com a melhoria da qualidade do ensino, como 
também das funções deliberativas, consultivas, fiscais, mobilizadoras e pedagógicas. 
O Projeto Político Pedagógico da escola explícita a importância da participação de 
todos para construir uma escola com educação de qualidade. A instituição apresenta uma 
gestão democrática que possibilita uma interação entre família, docentes e discentes. Juntos 
unem forças para propor um ambiente de formação, seja na escola, em casa ou na 
comunidade. Segundo Veiga (1995), é necessário decidir, coletivamente, o que se quer 
reforçar dentro da escola e como detalhar as finalidades para se atingir a almejada cidadania. 
Para que isto aconteça à educação infantil deve estar fundamentada na função indissociável do 
cuidar e educar, como também atender os direitos e necessidades próprias das crianças no que 
se refere à saúde, alimentação, higiene, proteção e acesso ao conhecimento sistematizado. 
Na Educação Infantil o Cuidar e Educar estão entrelaçados. O desenvolvimento, a 
construção dos saberes, a constituição do ser não ocorre em momentos estanques e de maneira 
compartimentada, tudo isto acontece de forma conjunta. É necessário, portanto, ter uma visão 
integrada do desenvolvimento da criança. 
O cuidado preciso considerar, principalmente, as necessidades das 
crianças,que quando observadas, ouvidas e respeitadas, podem dar 
pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Os 
procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios de 
promoção da saúde. Para se atingir os objetivos dos cuidados com a 
preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades 
humanas, é necessário que as atitudes e procedimentos estejam 
baseados em conhecimentos específicos sobre desenvolvimento 
biológico, emocional e intelectual das crianças, levando em conta 
diferentes realidades socioculturais. (BRASIL, 1998, p. 25). 
 
Na educação infantil o cuidar está inserido na educação e precisa estar acompanhado 
do verbo educar. O tempo de aprendizagem nesta etapa acontece de maneira diferenciada, por 
isso é importante estar atento a esta questão. É necessária a articulação de vários campos do 
conhecimento e cooperação de profissionais de diferentes áreas de atuação, Fonoaudiólogos, 
Psicólogos, entre outros. 
O educar na educação Infantil deve propiciar as crianças situações real de 
aprendizagem baseadas nas concepções de desenvolvimento que consideram os educandos 
nos seus contextos sociais, ambientais, culturais. 
A instituição de educação infantil deve tornar acessível a todas as 
crianças que a frequentam, indiscriminadamente, elementos da 
cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. 
Cumpre um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da 
23 
 
 
 
identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, 
realizadas em situações de interação (BRASIL, 1998, p. 23). 
 
As situações de aprendizagem devem ocorrer de forma integrada, contribuindo de fato 
para o seu desenvolvimento e basear-se em atividades intencionais integradas e que permeiem 
as relações interpessoais, propiciando o conhecimento a partir do contexto social. 
 
Recursos humanos da escola – corpo docentes e demais profissionais 
 
A escola funciona há dezenove anos e por ela já passaram quatro gestões, segundo o 
PPP a primeira direção foi uma indicação da Secretaria Municipal de Educação, no período de 
1993 a 1994. As demais aconteceram por eleições diretas. A atual gestão está no cargo há dois 
anos, nesse caso em 2013, no período que as nossas atividades foram realizadas na escola. 
Através de dados obtidos pelo PPP da escola, o quadro de funcionários, em 2010 que 
foi o ano de construção do projeto, contavam com 68 servidores, dos quais 33 eram 
professores, 04 coordenadores pedagógicos, 03 bibliotecários, 02 gestores, 01 inspetor escolar 
e mais 25 funcionários. 
Atualmente, esse quadro foi reduzido, pois através da nossa pesquisa podemos 
perceber que só têm na escola 26 professores com no mínimo graduação; 2 coordenadoras 
pedagógicas e 12 funcionários distribuídos em vários setores da escola. Além das 2 gestoras 
que ocupam o cargo de direção e vice-direção. A escola, não tem mais bibliotecário em 
nenhum dos turnos. Somente um professor em desvio de função que fica no horário da tarde, 
mas no período do nosso estágio não estava na escola, pois se encontrava de licença médica. 
No momento da nossa pesquisa no ano de 2013 ainda existiam turmas sem 
professores. Infelizmente essa foi a realidade encontrada nesta escola que iniciou o ano letivo 
com esse déficit, por este motivo algumas turmas só começaram as aulas após um mês das 
demais. Esta situação não acontece apenas nesta escola, sabemos o quanto o déficit de 
professores na rede pública de ensino é comum. 
24 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: 
DA OBSERVAÇÃO À REGÊNCIA 
 
 
 
 
Fonte: Google imagens 
 
 
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as 
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. 
Paulo Freire 
 
 
 
25 
 
 
 
Na idade medieval, a criança era vista como um adulto em miniatura, e desde muito 
cedo enviadas para o trabalho, muitas não tinham nem condições de brincar, e logo que 
entravam na infância, não precisavam mais de cuidados básicos, pois eram obrigadas a 
realizarem atividades de adulto. Isso pode ser verificado nos desenhos e pinturas da época que 
enfatizavam essas concepções e não respeitavam as devidas proporções entre criança e um 
adulto, muito menos os fatores intrínsecos eram respeitados (como os hormonais), 
principalmente, a maneira como as crianças viam o mundo, desta forma observamos também 
que as crianças se vestiam e tinham comportamentos de adultos (Figura 03). 
Neste período, eram poucas as crianças que iam à escola. A educação acontecia nas 
paróquias ou mosteiros. O momento da brincadeira era visto como fútil com uma única 
utilidade, a distração. Mulheres e crianças eram consideradas seres inferiores que não 
mereciam nenhum tipo de tratamento diferenciado, sendo inclusive a duração da infância 
reduzida. De acordo com Ariès (1978), por volta do século XII era provável que não houvesse 
lugar para a infância, uma vez que a arte medieval a desconhecia. Os estágios da infância 
eram desconsiderados, sua socialização não era controlada pela família e a educação era 
garantida pela aprendizagem de tarefas realizadas juntamente com os adultos. 
Por volta do século XVII, consolidaram os primeiros conceitos de que a infância era 
uma etapa da vida que necessitava de cuidados próprios. Desde então a infância passou a ser 
analisada de outra forma. Essa concepção teve como principal representante o pensador Jean 
Jacques Rousseau, considerado o “pai da pedagogia contemporânea”. 
Além disso, Rousseau também criou inúmeros brinquedos educativos. A princípio 
estes brinquedos eram para estudar crianças com deficiência mental, mas, depois foram 
utilizados para o ensino das crianças ditas “normais”. Por isso, ele tem até hoje grande 
importância para a pedagogia. 
Recentemente, depois da década de 70, as escolas brasileiras começaram a trabalhar 
com materiais lúdicos, brinquedos pedagógicos e materiais didáticos. Algumas escolas já 
deixaram de lado a metodologia de repetição na pré-escola. Porém não são todas as escolas 
que trabalham com as brincadeiras para desenvolver o cognitivo das crianças. Segundo 
Fontana (1997), nos últimos anos, a psicologia, tem mostrado que a brincadeira tem um papel 
importante no desenvolvimento da criança e que ela satisfaz algumas de suas necessidades. 
 
 
26 
 
 
 
Figura 03 - Crianças Trabalhando e Crianças brincando no século XVII 
 
 
 
 
Fonte: http://nanamada.blogspot.com/ 
 
No Brasil, as leis recentes para Educação Infantil são reflexos da nossa atual 
Constituição que foi promulgada em 1988. A partir dela as crianças no Brasil passaram a 
serem consideradas, de fato, sujeitos de direito. 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao 
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, 
à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, 
à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo 
de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência e 
opressão (BRASIL, 1988). 
 
Oito anos após a Constituição de 1988, tivemos a Lei de Diretrizes de Bases em 1996 
que também estabeleceu novas diretrizes para Educação Infantil. A inserção da educação 
infantil na educação básica, afirmada no Art. 22 da Lei: “a educação básica tem por finalidade 
desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da 
cidadania e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores” 
forneceu a esta etapa de ensino mais ênfase e importância. 
Estabelecida como primeira etapa da educação,a LDB apresenta em seu Art. 29 que 
“A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o 
desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, 
psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”. Logo, 
esta etapa passa a ser o reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos de vida 
e é essencial para o cumprimento de sua finalidade. 
Segundo Craidy e Kaercher (2001), nem os pais, nem as instituições de atendimento, 
nem qualquer setor da sociedade ou do governo poderão fazer com as crianças o que bem 
entenderem ou o que considerarem válido. Todos são obrigados a respeitar os direitos 
definidos pela Constituição e LDB. 
27 
 
 
 
Quando cursamos a disciplina de Educação Infantil, percebemos na teoria como de 
fato deve ser a postura de um professor lotado nesta etapa de ensino. Sua prática deve ser 
organizada de modo que as crianças possam desenvolver com confiança sua capacidade e 
percepção das limitações. Conhecer seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, 
desenvolvendo hábitos de higiene pessoal. Ampliar suas relações sociais por meio de vínculos 
com outras crianças e adultos. Saber utilizar diferentes linguagens, entender as diversidades e 
expressar suas emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades. 
Durante os momentos em sala de aula pude perceber que os estudos realizados nesta 
disciplina foram primordiais para a realização do planejamento e das aulas no período da 
regência. Acredito na importância da realização da atividade de estágio para nossa formação, 
pois é o ponto de partida para vivenciar, na prática, as experiências da sala de aula e como 
parte integrante de uma comunidade escolar. Além de poder analisar a prática à luz da teoria 
estudada na academia e pensar nossa futura atuação enquanto professores. 
 
O olhar cuidadoso 
 
O primeiro encontro para desenvolver as atividades do plano de ação foi no dia 11 de 
março de 2013. Foram realizados registros fotográficos do espaço interno da escola e das 
dependências, que no período da realização do plano de ação I não foi possível. Nos dias 18 e 
25 do corrente mês, em sala de aula continuamos as observações. Este foi o momento apenas 
de observar o cotidiano em sala de aula e fazer as anotações que considerássemos 
importantes. 
A professora foi bastante atenciosa, mas deixou claro no primeiro encontro que sua 
intenção era estar no ensino fundamental, mas que por falta de escolha teve que assumir a 
turma de educação infantil. Apresentei-me as crianças e percebi que estavam um pouco 
tímidas, mas com o decorrer do dia foram se familiarizando. 
O processo de familiarização da professora com os alunos durou duas semanas. A 
docente buscou conhecer as crianças, onde moravam, quantos anos tinham o que gostavam de 
fazer, entre outros. Em seguida iniciou uma atividade de sondagem para perceber o nível de 
desenvolvimento das crianças, pelo menos foi o que percebemos, mas só tivemos uma 
resposta concreta nas próximas visitas. 
28 
 
 
 
Nesta turma, onde foi realizado o estágio as aulas começaram um pouco depois da 
data prevista no calendário letivo oficial, já que não havia professor. Esta realidade no 
presente ano foi muito comum. Fazia parte do nosso cotidiano, ouvir relatos de colegas que já 
atuavam na área da educação no âmbito municipal, as deficiências se encontravam nas 
escolas, desde a falta de professores até a de materiais para se trabalhar. 
Estes momentos foram importantes para que pudéssemos analisar e planejar as aulas e 
projetos para turma. Além disso, verificamos a real necessidade dos alunos do nível IV da 
educação infantil que foi a turma escolhida por nós para fazermos nosso primeiro estágio 
curricular obrigatório na educação infantil. Lembramos que essas crianças tinham entre 5 e 6 
anos de idade. Escolhemos esta turma para fazer as observações e regência, pois já havíamos 
cursado a disciplina de Alfabetização e Letramento I no semestre anterior e estávamos 
cursando a disciplina de Alfabetização e Letramento II. Consideramos que esta turma seria 
ideal para colocar em prática o que já havíamos aprendido em tal disciplina. De fato, a 
escolha foi bastante certa, no sentido que as atividades propostas desenvolvidas tiveram uma 
repercussão bastante significativa para o aprendizado dos alunos, baseada nesta perspectiva, 
começamos a articulação para nossa próxima etapa que seria a regência. 
 
A regência 
 
Tomando como base todas as informações da turma escolhida decidimos que nossa 
prática pedagógica seria realizada através do projeto: alfabetizar com o lúdico. Foi por meio 
de brincadeiras que realizamos as atividades em sala de aula no período de 19 de fevereiro a 
20 de maio de 2013. Sentamos com a professora titular, para realizar o planejamento de 
nossas atividades na regência. Conforme estabelecido pela professora tutora, não poderíamos 
deixar de trazer um filme, pois na segunda-feira, que foi o dia escolhido para o estágio, já era 
uma atividade permanente, mas deixou a nosso critério as escolhas dos vídeos. Então, diante 
da liberdade que tivemos para planejar nossas atividades e a escolha do vídeo começamos a 
idealizar nossas atividades de alfabetização para aquela turma. 
Figura 04 – Alunos assistindo a um vídeo 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
 
29 
 
 
 
Nos dias de observação percebemos que a professora em sua prática trabalhava com as 
famílias das letras. Isso pode ser demonstrado na fala da docente: - “hoje vamos trabalhar a 
família do B - ba, be, bi, bo, bu”. Minha intenção neste trabalho não é criticar ou desfazer da 
metodologia adotada pela docente, porém considero ser mais significativo trabalhar com as 
letras dentro de um contexto mais amplo e fazendo relação com aquilo que a criança vivencia, 
trazendo significado para o alfabetizando. Para isso, o professor tem que fazer uma 
investigação inicial sobre os conhecimentos prévios dos seus alunos. 
 
Desta forma, as atividades pedagógicas devem ser focadas no 
desenvolvimento das capacidades fundamentais às práticas da linguagem oral 
e escrita. No contexto da sala de aula, as crianças precisam ouvir e falar, ler e 
escrever os mais variados textos. A prática pedagógica organizada em torno 
do uso da língua e sua reflexão deve visar não só ao processo de 
alfabetização em si mesmo, mas também à possibilidade de inserção e 
participação ativa dos alunos na cultura escrita, nas práticas sociais que 
envolvem a escrita, na produção e compreensão de diferentes gêneros 
textuais. (LOPES E VIEIRA, 2011, p. 10). 
 
Esta perspectiva estabelece um novo caminho a ser seguido pelas escolas, o de rever 
as práticas pedagógicas para o ensino das séries iniciais, trazendo um desafio maior aos 
profissionais de educação. É neste sentido que a relevância da prática pedagógica se torna 
preponderante, pois busca alfabetizar mantendo um equilíbrio entre o trabalho de aquisição do 
código, articulado ao domínio da leitura e escrita, contextualizando com os temas trabalhados 
em sala de aula a partir de discussões e necessidades atuais, além de propor aos alunos 
situações reais de alfabetização e letramento. Sabemos que isso não é tarefa fácil, já que no 
Brasil a teoria do conhecimento empirista dominou tudo que se fez em alfabetização até a 
década de 70, onde considerava que o aprendizado da leitura e da escrita se dava por meio de 
um processo de associação entre grafema e fonema, onde a criança evoluiria por receber e 
fixar informações transmitidas pelos adultos. 
Infelizmente, mesmo depois de passado tantos anos, podemos observar fortemente napratica pedagógica da professora titular da turma que estagiamos, o enraizamento desta teoria 
nos dias atuais. Talvez em sua formação a disciplina de alfabetização não tenha 
problematizado estas questões. Mas, embora compreendamos a dificuldade, acreditamos na 
possibilidade de mudança, pois “o saber dos professores não provém de uma fonte única, mas 
de várias fontes e de diferentes momentos da história de vida e da carreira profissional” o que 
possibilita a compreensão desse conceito. (TARDIF, P.18, 2004) 
 
30 
 
 
 
Figura 05 – Professora titular e os alunos em uma atividade de pintura 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
 
Planejando o trabalho docente 
 
Nossa primeira atividade foi planejada diante da dificuldade dos alunos escrevem seu 
próprio nome. Fazer os crachás e o mural para colocar o nome deles foi o ponto de partida 
para conhecermos melhor o nível em que as crianças se encontravam, sempre pensando em 
trabalhar de forma lúdica e considerando os interesses e necessidades deles. Por isso, tivemos 
um momento de investigação de interesses das crianças. Daí então, começamos nosso 
trabalho de regência. Segundo Lopes apud Leal (2011), a brincadeira é um poderoso 
instrumento que pode auxiliar nas práticas de alfabetização e letramento. Diante desse 
pressuposto buscamos alicerçar todo nosso projeto com base lúdica. 
Desse modo, confirma que o brincar com a língua faz parte das atividades 
sociais que a criança realiza quando canta cantigas de roda, recitam poemas, 
quadrinhas e adivinhações, quando lê contos de fadas, faz palavras cruzadas 
ou brinca de adedonha. Essas atividades lúdicas que envolvem a formação de 
palavras permitem à criança o entendimento do sistema de escrita alfabética, 
ao mesmo tempo, que se constituem em momentos prazerosos de utilização 
da leitura, escrita e oralidade nas práticas sociais (Lopes apud Leal, p13, 
2011). 
 
Foi nesta perspectiva que buscamos desenvolver as atividades em sala de aula na 
prática de estágio tendo em vista que articular os jogos e as brincadeiras aos conteúdos 
escolares propicia às crianças o conhecimento sobre o uso social da leitura e da escrita. Essa 
forma lúdica de se trabalhar é de fundamental importância para o desenvolvimento da criança, 
pois, adquirem diversas experiências, interagem com outras pessoas, organizam seu 
pensamento, tomam decisões e criam maneiras diversificadas de jogar, brincar e produzir 
conhecimentos. Ressaltamos ainda que os processos de desenvolvimento e de aprendizagem 
31 
 
 
 
envolvidos no jogar e no brincar contribuíram de forma significativa nos processos de 
apropriação do conhecimento, além de desenvolver as habilidades físicas, cognitivas, afetivas 
e sociais. Para Vygotsky, 
“O lúdico influencia enormemente o desenvolvimento da criança. É através 
do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é estimulada, adquire 
iniciativa e autoconfiança, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do 
pensamento e da concentração.” (Vygotsky, 1998). 
 
 
A falta da intencionalidade e situações reais de alfabetização, nas brincadeiras 
realizadas na sala de aula nos motivou a desenvolver nosso planejamento nessa perspectiva. 
Preencher esta lacuna foi um dos maiores desafios enfrentados por nós, já que passaríamos 
dar uma importância maior ao lúdico, trabalhando de maneira intencional, para que as 
atividades realizadas fizessem sentido para nós e para as crianças. Acredito que escolhemos o 
caminho certo, pois era notória a felicidade das crianças ao estarem conosco e realizando as 
atividades, além de terem conseguido grandes avanços no processo de alfabetização. 
 
Primeira Intervenção 
 
Quando chegamos à sala as 07h da manhã, esperamos as crianças chegarem até as 
07h15min. Inicialmente a professora titular faz a contagem dos alunos para poder saber 
quantos alunos vieram para informar ao pessoal da merenda. Nesse momento não 
interferimos. Após esse primeiro contato, a professora informou para as crianças que seriam 
nós que conduziríamos a aula naquele dia. 
Como planejado, fizemos uma roda da conversa, que não era um procedimento 
adotado pela professora, pelo menos nas segundas, pois nunca tínhamos presenciado. 
Convidamos os alunos para sentarem no chão formando um círculo, iniciamos as perguntas: 
Como foi seu final de semana? Brincaram de quê? O que comeram? Enfim, tentávamos 
trabalhar a oralidade com eles, enquanto aproximávamos do contexto social daqueles alunos. 
Logo após a roda da conversa, fomos trabalhar os crachás que fizemos para eles e 
buscamos fazê-lo de forma lúdica para que não fosse algo cansativo. Espalhamos os crachás 
no chão e oferecemos a oportunidade dos alunos procurarem seus próprios crachás e o dos 
colegas. Dessa forma podemos perceber quais as crianças precisavam de uma atenção maior 
nas atividades de alfabetização diante das dificuldades encontradas durante a brincadeira, 
além de trabalhar a socialização entre eles. 
32 
 
 
 
O sentimento de angústia e tristeza se fizeram presentes dentro de mim, pois era 
notório que muitas crianças não sabiam nem a letra que começava seu próprio nome. Diante 
disto, todo o processo de planejar, executar e avaliar foi extremamente importante para o 
nosso aprendizado. Nesse momento aprendíamos mais do que ensinávamos. 
 
Figura 06 – Atividade de confecção do mural e crachás 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
 
No momento seguinte fomos trabalhar com os nomes das crianças. Na primeira etapa 
trabalhamos a leitura e depois a escrita. 
 
 
Figura 07 – Registro: escrita das crianças 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora. 
 
Como as crianças têm muita resistência a escrever no caderno, pensamos então em 
colocá-los para escrever no quadro. Como em uma brincadeira, todos adoraram a ideia e desta 
forma, escreveram o seu nome e dos seus colegas. 
33 
 
 
 
A partir desse principio de que o brincar é uma prática cultural de construção 
de conhecimentos na infância, defendemos que as práticas de alfabetização 
na perspectiva do letramento levem em conta que a brincadeira é uma prática 
cultural e histórica, dotada de múltiplas significações, que permite à criança a 
assimilação de conhecimento sobre a língua, suas formas de organização e 
seus usos sociais (LOPES, p13, 2011). 
 
Segundo Lopes (2011), atividades com os nomes próprios são referências estáveis de 
escrita e têm valor afetivo, de identidade. Sua exploração em sala, tanto na leitura, como na 
escrita, proporciona aprendizagem de diversos aspectos da escrita (gráficos e conceitos) que 
são altamente relevantes no início da alfabetização. 
Na volta do intervalo era a hora do vídeo, assim é a rotina da professora titular nas 
segundas-feiras. Pensávamos em outra proposta, mas a professora não abriu mão do vídeo, 
mas nos deixou escolher o que passaríamos nos dias das nossas regências. A partir deste 
momento poderíamos explorar vídeos intencionais, que de fato estivesse inserido em uma 
proposta real de alfabetização, já que antes, pelo que percebemos no período da observação, 
este era apenas para passar o tempo e acalmar as crianças na volta do recreio. Além disso, as 
atividades propostas após o vídeo nem sempre tinham relação com o mesmo. 
 
Figura 08 – Momento do vídeo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
 
Neste sentido levamos um vídeo curto, que tinha uma “musiquinha” animada com 
frutas dançarinas que diziam seus nomes e sua função na alimentação das crianças. Eles 
adoraram e prestaram bastante atenção. Assim poderíamos utilizar comutilidade a volta do 
recreio. Propomos atividades por meio da produção de listas com o nome das frutas, desta 
forma trabalhamos a leitura e a escrita com eles. Para a realização desta atividade buscamos 
34 
 
 
 
também, por meio da oralidade, enfatizar a importância da alimentação saudável para o 
desenvolvimento do ser humano. 
É chegada a hora da sistematização dos temas trabalhados. Neste momento 
trabalhamos a atividade de leitura e escrita, sempre fazendo a relação das letras encontradas 
no nome das frutas com seus próprios nomes. 
 
Figura 09 – Atividade de leitura e escrita no quadro sobre o conteúdo do vídeo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
 
Assim percebemos que as crianças gostavam muito de escrever no quadro e tinham 
uma participação mais efetiva nestas atividades. Este momento foi bastante significativo, pois 
as crianças apresentavam um interesse maior e com isso pudemos perceber que não é só com 
lápis e papel que se aprende a ler e escrever. O professor precisa estar atento ao que realmente 
é de interesse dos alunos, somente desta maneira poderá desenvolver atividades motivadoras e 
diferenciadas, trazendo outras propostas que ultrapassam um ensino tradicional. 
 
Figura 10 – Atividade de sistematização sobre os assuntos abordados em sala 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
35 
 
 
 
A foto acima apresenta uma das atividades propostas por nós para casa, que foi 
aprovada pela professora titular e corrigida por ela. Acreditamos que esta atividade tenha sido 
fundamental para a sistematização do conhecimento, a partir dela foi possível compreender, 
de fato, o que os alunos aprenderam após a exposição do vídeo e do conteúdo. 
 
Segunda intervenção 
 
Como de costume iniciamos a aula com a roda de conversa. Em seguida realizamos as 
atividades que estavam inseridas dentro do nosso projeto que era alfabetizar de forma lúdica. 
Levamos para sala de aula um jogo com as letras, algo que eles pudessem interagir brincando 
e ao mesmo tempo para fazer relação com as letras do alfabeto e dos seus nomes. Foi 
idealizado então o Bingo do Alfabeto. 
Figura 11 – O bingo do alfabeto 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
Para o desenvolvimento desta atividade buscamos trabalhar as letras de forma 
diferenciadas e não isoladas, uma vez que, levamos para sala de aula figuras que faziam parte 
do cotidiano dos alunos e solicitamos que nos falassem o que era aquela figura e que letra 
começava e terminava a palavra. 
Com esta proposta foi possível trabalhar as relações entre eles, além da atividade de 
leitura e escrita. Segundo Lopes (2011), a exploração específica da forma e nome das letras, 
se configuram como jogos e podem ser montadas e desenvolvidas, como bingos com letras e 
nomes para identificação e memorização das letras, seus nomes e valores sonoros, dados, 
entre outros. 
O desenvolvimento desta atividade trouxe a oportunidade de vivenciar de forma 
diferenciada o ensinar e o aprender. Neste momento pudemos perceber que a brincadeira em 
sala de aula é bastante instigante e motivadora para todos os envolvidos. Os alunos interagem, 
36 
 
 
 
se expressam, testam seu conhecimento de mundo. Para nós fica a importância destas 
atividades para o desenvolvimento dos alunos. 
Outro momento de aprendizagem envolvendo as brincadeiras e o lúdico é a hora do 
recreio, no qual as crianças podem brincar em um parque que foi adquirido pela escola no ano 
de 2012, conforme figura 12. 
 
Figura 12 – Crianças no parque 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
 
Quando voltamos do intervalo as crianças realizaram uma atividade de caça palavras. 
De início seria uma atividade para casa, porém a professora nos informou que seria muito 
complexa para que eles fizessem sozinhos, segundo ela exigia muito das crianças e alguns 
pais poderiam não conseguir ajudá-los. Então trabalhamos a atividade em sala de aula, antes 
do vídeo. Este momento foi de fundamental importância para nós, pois remeteu-nos as aulas 
de didática quando a professora enfatizava a discussão trazida por vários autores de que Não 
existe planejamento rígido! 
Todos nós discutimos durante o curso de pedagogia a ideia de que o planejamento 
flexível permeia as ações pedagógicas desenvolvidas no contexto escolar, por isto devemos 
estar atentos a esta tal flexibilidade. 
Precisamos distinguir a flexibilidade de frouxidão: é certo que o 
projeto não pode se tornar uma camisa de força, obrigando o 
professor a realizá-lo mesmo que as circunstâncias tenham mudado 
radicalmente, mas isto também não pode significar que por qualquer 
coisa o professor estará desprezando o que foi planejado. 
(VASCONCELLOS, 2000, P.159) 
 
 Como diz Vasconcelos não podemos ter o planejamento como uma camisa de força. 
Precisamos ter consciência de assumi-lo como um dispositivo norteador das atividades. Não 
37 
 
 
 
podemos deixar de lado, por completo, o que foi planejado sem procurar uma explicação para 
o ocorrido. É necessária uma reflexão por parte do professor quando a atividade que foi 
prevista não foi concretizada. Acima de tudo o comprometimento deve ser assumido, pelo 
professor, no intuito de prever as possíveis mudanças no decorrer do caminho. 
 
Figura 13 – Atividade complementar de caça palavras 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Acervo da autora 
 
Podemos vivenciar de fato a teoria na prática quando nos deparamos com esta 
realidade. Embora o plano de aula e as atividades propostas, tivessem sido passados e 
aprovado pela professora na hora houve algumas mudanças. Tivemos que readequar o 
momento de realização da atividade. 
Nesta semana não trabalhamos com a exposição do vídeo, pois era uma semana 
atípica. A comemoração do dia das mães estava se aproximando e a professora solicitou que 
destinássemos o segundo momento da aula a uma atividade que pudesse contemplar essa 
temática. 
Foi então trabalhado atividades de artes. As crianças confeccionaram um cartão 
desenhando suas mãos e recortando. Propomos que colocassem seus nomes e deixamos os 
desenhos e pinturas livres. Esta atividade proporcionou para nós a compreensão de que com 
poucos recursos podemos fazer uma aula diferenciada, além de envolver a disciplina das artes 
no contexto da sala de aula. Para esta atividade foi usado apenas, papel A4, tesoura, giz de 
cera e coleção de madeira. 
Realizamos esta atividade por acreditar que o desenho na educação infantil tem um 
papel fundamental. Ao desenhar a criança expressa seu pensamento, conta sua história, realiza 
38 
 
 
 
suas fantasias, expõem seus medos, alegrias, tristezas e interagem com seu corpo e como 
meio. 
De acordo com os Parâmetros Curriculares da Educação Infantil (1988): 
 
Na garatuja, a criança tem como hipótese que o desenho é 
simplesmente uma ação sobre uma superfície, e ela sente prazer ao 
constatar os efeitos visuais que essa ação produziu. A percepção de 
que os gestos, gradativamente, produzem marcas e representações 
mais organizadas permite à criança o reconhecimento dos seus 
registros. (BRASIL, 1988, p.92) 
 
A presença das artes na Educação Infantil é essencial. Por meio do desenho as crianças 
expressam suas emoções desenvolvendo seus sentimentos e através dele o professor pode 
perceber dificuldades de aprendizagem, de interação, entre outros. Mas não basta só o 
desenho pelo desenho, o professor deve estar sempre atento e procurar informações para 
entender as produções dos seus alunos. 
Optamos por trabalhar de forma lúdica, pois segundo Oliveira (1985, p. 74),o lúdico é 
“(...) um recurso metodológico capaz de propiciar uma aprendizagem espontânea e natural. 
Estimula à crítica, a criatividade, a sociabilização, sendo, portanto reconhecidos como uma 
das atividades mais significativas pelo seu conteúdo pedagógico social”. 
Foi desta maneira que os nossos educandos vivenciaram momentos de aprendizagem 
significativa por meio de brincadeiras e das artes com situações reais de aprendizagem. 
Interagiram com os colegas, afloraram suas emoções e desenvolveram habilidades motoras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Fonte: Google imagens 
 
 
“A educação pode ajudar a nos tornarmos melhores, se não mais 
felizes, e nos ensinar a assumir a parte prosaica e viver a parte 
poética de nossas vidas”. 
Edgar Morin 
 
 
40 
 
 
 
A universalização do ensino, as transformações sociais e o aumento dos anos da 
escolarização fizeram crescer a expectativa de outras exigências em relação aos professores e 
a escola, temos um papel fundamental neste processo por isso devemos trabalhar em conjunto 
para atender as necessidades deste novo modelo de ensinar, adquirindo assim mais autonomia 
e controle. 
O presente trabalho trouxe uma análise sobre o estágio obrigatório na Educação 
Infantil. Pensar e elaborar o projeto e os planos de aula como uma professora titular tendo 
como suporte os referenciais teóricos já estudados e as disciplinas, já cursadas, como a 
disciplina de Didática e Alfabetização e Letramento e tantas outras foi primordial para o 
sucesso do nosso estágio obrigatório e para execução das atividades propostas em sala de 
aula. 
Experiências como essas são extremamente importantes para construção do 
conhecimento do pedagogo, sem esses momentos não podemos colocar em prática toda a 
bagagem intelectual aprendida e apreendida durante os cinco anos dos cursos de pedagogia da 
UFRN. Foi possível articular diversos saberes, conhecimentos e experiências. Nosso estágio 
foi bastante rico de aprendizagem, pois nos possibilitou fazer articulações com a teoria 
estudada. 
Acredito que a atividade de estágio nos trouxe a aproximação de relacionar a teoria 
com a prática estudada, revelou-se também como oportunidade para responder vários 
questionamentos indagados por nós durante o curso. As dúvidas ficaram para trás, já que a 
vivência nos proporcionou uma satisfação ímpar, a de dever cumprido. O planejamento 
pensado por nós, para a realização do estágio foi concretizado, mas isso só foi conseguido, 
pois tivemos uma base sólida quanto às disciplinas estudadas e a orientação que nos foi dada, 
como também total liberdade para planejar as aulas e desenvolver as atividades na sala de 
aula. 
O estágio curricular obrigatório veio para mim como mais um desafio entre tantos 
outros do curso de Pedagogia, acredito que este tenha sido o mais difícil, mas também o mais 
prazeroso e real. Digo real, pois é neste momento que colocamos em prática boa parte do que 
aprendemos. O processo vivido nesse percurso me fez compreender a importância deste 
momento para a formação docente. Já que são hora de resinificar os saberes, refletir sobre a 
nossa conduta e construir a nossa identidade enquanto pedagogos. 
41 
 
 
 
Ser professor é uma satisfação muito grande. Sentir o carinho das crianças e perceber a 
evolução no processo de aprendizagem é um momento de muita felicidade, principalmente 
quando percebemos a nossa importância para a construção da identidade e da cidadania dos 
educandos. 
Quanto aos educandos, ficou claro o prazer e comprometimento deles quanto à 
participação nas atividades. Muitos diziam: - Tia, adoramos a segunda-feira! Nem era preciso 
perguntar o motivo, pois o brilho nos olhos e o entusiasmo com as brincadeiras deixava claro, 
que além da nossa presença, as atividades realizadas nestes dias eram diferenciadas. Acredito 
que as dinâmicas realizadas por nós contribuíram para melhorar as relações interpessoais, o 
respeito às diversidades, apropriar-se dos diversos tipos de linguagem e estabelecer relações 
entre os assuntos abordados e o contexto em que vivem. 
Penso que quando há comprometimento do profissional, planejamento das aulas e 
metas a ser alcançada, a atividade de estágio passa a ser um prazer e não apenas mais uma 
disciplina a ser estudada. Posso dizer, ao final deste processo, que esta é uma das disciplinas 
primordiais para o processo de formação do pedagogo. 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
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