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Ensaio acadêmico COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR

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FACULDADE JK MICHELANGELO DE TAGUATINGA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE LINGUÍSTICA, ESCRITA E TEXTO
CARLA REJANE OLIVEIRA
COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR
 
TAGUATINGA – DF
DEZEMBRO DE 2017
GRUPO JK
FACULDADE JK MICHELANGELO DE TAGUATINGA
PÓS-GRADUAÇÃO EM ANÁLISE LINGUÍSTICA, ESCRITA E TEXTO
CARLA REJANE OLIVEIRA
COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR
Ensaio Acadêmico apresentado à disciplina de Docência de Ensino Superior de Curso da Faculdade Michelangelo de Taguatinga do Grupo JK Educacional, como parte de requisitos exigidos pelo Curso de Pós-graduação em Análise Linguística para a obtenção do grau de Especialista sob a orientação do Prof. Raimundo Damasceno Júnior.
TAGUATINGA – DF
DEZEMBRO DE 2017
COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR
Carla Rejane Oliveira[1: Pós-graduanda do Curso de Análise Linguística, texto e escrita da Faculdade JK Michelângelo. Graduada em Letras. E-mail: rejanebijux@hotmail.com]
Raimundo Damasceno Júnior[2: Professor orientador. ]
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo pretende refletir sobre o processo de ensino-aprendizagem na área de docência de ensino superior. Sabe-se que o ensino teve mudanças profundas, o que passou a exigir dos educadores maiores competências que ultrapassam a técnica e aborda também a prática, já que muitos profissionais dessa fazem graduação, mas não se especializam a ensinar para as práticas pedagógicas entre outras, porque muitos não realizam cursos de capacitação e de pós-graduação no ensino, antes de iniciarem suas atividades na docência. 
De acordo com Schon (2012), o professor que vai ensinar no nível superior possui desafios, pois necessitam assumir o papel de professor e muitos não estão devidamente preparados e assim alguns ministram aula pelo salário e algumas instituições não exigem as competências necessárias. 
Segundo Lévy (2000, p. 161), não cabe apenas à escola transmitir o conhecimento, pois “deve orientar o caminho na busca pelo saber”. O professor deve estar aberto as contínuas mudanças, estar disposto a ser um bom transmissor de conhecimentos.
A aprendizagem está relacionada aos professores e que estes tem que procurar a melhor forma de passar o conteúdo, assim como a educação necessária para que o aluno aprenda de forma satisfatória. Os bons professores são capazes de ensinar com imensa vontade, com prazer e assim marcar a vida de seus alunos.
A sociedade atual vive a era do conhecimento, onde o ensino e a formação tomam uma importância nunca antes experimentada na história da civilização, pois o mercado de trabalho, cada vez mais, exige profissionais capazes e dotados de competências. 
A educação formal procura formar cidadãos críticos, criativos e especializados em aprender para enfrentarem uma realidade social em constantes transformações devido à grande velocidade com que as informações circulam, provocando um conhecimento em desenvolvimento em meio a um mundo globalizado conduzido pelas novas tecnologias da informação e da comunicação. 
Diante da formação do professor percebe-se, frequentemente, o problema das metodologias mais adequadas ao ensino, na concepção de regras e métodos prescrevidos pela didática tradicional, exigindo apenas dóceis e hábeis docentes em práticas predefinidas por outros. 
O profissional docente trabalha diretamente com a formação de pessoas que buscam preparar-se para uma vida dedicada ao compartilhamento de conhecimentos e experiências. Portanto, trata-se do profissional que atuará na docência como formador de opiniões, de profissionais que nunca deixarão de serem aprendizes motivados em buscar o conhecimento e manter-se motivados para dedicar-se ao seu ofício.
A presente pesquisa teve como foco descrever a relevância das competências do professor no ensino superior, bem como discutir a responsabilidade do profissional docente no contexto da sociedade contemporânea.
2 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E SUAS COMPETÊNCIAS
A formação continuada na docência do ensino superior é muito importante para os professores de qualquer área, porque os ajudam a obter conhecimento. Porém, é necessário valorizar o cotidiano pedagógico e discutir a importância que as práticas de ensino têm na formação docente, porque assim os professores acabam refletindo sobre a sua carreira e sobre como percebem o lado profissional e o pessoal. Aos poucos, eles podem construir sua identidade através de suas experiências. Mas, Nóvoa (2012, p. 25) comenta que:
A formação não se constrói por acumulação (de cursos, de conhecimentos ou de técnicas), mas sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. Por isso é tão importante investir a pessoa e dar estatuto ao saber da experiência. 
	Por isso, os professores devem analisar os aspectos que favorecem a formação continuada, porque eles são muito importantes para o melhor desempenho do ensino e da aprendizagem de seus alunos. Obter conhecimentos e novas técnicas é importante, porém, é mais relevante reconstruir a identidade pessoal, avaliando seus conceitos, seu ensino, a aprendizagem dos alunos, se auto avaliar. As experiências com os alunos ensinam muito, porque até o professor aprende, além, de se produzir experiências no cotidiano diário na escola, pois cada uma das mesmas é uma oportunidade de refletir sobre a sua prática.
Para Nóvoa (2012), o professor deve manter uma boa relação com seus alunos para que haja afetividade, interesse por parte dos alunos e principalmente a busca de praticidade, pois essa relação deixa marcas, por isso requer amor e habilidade. A relação entre professor e alunos ultrapassa os limites profissionais. Quem não se lembra de um bom professor que marcou a sua vida em um dado momento?
Quando um professor marca a vida das pessoas é porque ele foi um bom professor ou um professor ruim. Mas, geralmente, as pessoas se lembram de um professor por ter sido bom. Tardif (2010, p. 39) diz que o bom professor "deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos". O professor tem que ter prazer em ensinar, de detectar problemas que ocorrem na sala de aula, no seu ensino e precisa acima de tudo solucioná-los. O professor não deve só transmitir conhecimento já constituídos, pois sua prática integra diferente saberes, com os quais o corpo docente mantém diferentes relações. 
Os professores, ao longo de suas carreiras, precisam apropriar-se de saberes que podem chamar de curriculares, eles correspondem aos discursos, objetivos, conteúdos e métodos que a escola prepara e apresenta aos professores, estes devem estar preparados para mudanças na forma de ensinar e trabalhar de acordo, com a instituição e com seus conhecimentos para que o aprendizado das crianças seja alcançado. 
Os professores também, no exercício de sua profissão, desenvolvem saberes específicos, baseados em seu trabalho cotidiano e no conhecimento de seu meio. Na verdade, esses saberes vêm de sua experiência e por ela são validados. Para Nóvoa (2012, p.26): “a troca de experiências e a partilha de saberes consolidam espaços de formação mútua, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, simultaneamente, o papel de formador e de formando. ”
O bom professor, ocupa um espaço estrategicamente importante, embora desvalorizado, entre os grupos que atuam, pois eles são fonte do saber e ajudam as crianças, adolescentes e adultos a obterem conhecimento, porque eles são os transmissores do saber e contribuem de forma contínua para o engrandecimento do ensino e da educação. Para que o profissional possa ter um bom desempenho é necessário refletir no modo de interação entre professores e alunos no processo ensino-aprendizagem. O professor tem o dever de criar condições para que seus alunosse tornem cidadãos, ele contribui significativamente na vida das crianças em fase escolar, porque ensina e incentiva os alunos a pensar, a produzir e a agir. 
Segundo Veiga et al (2010), a formação docente precisa preocupar com a atualização científica e pedagógica e caminhar para a superação papel do professor como instrumento de reprodução social, tradutor do saber, tecnólogo do ensino, e assim evitará a extinção ou a substituição da categoria. Infelizmente, as escolas não acompanham o ritmo acelerado das mudanças e não responde satisfatoriamente às mudanças do mercado. 
Os alunos precisam fazer pesquisas no computador de casa e levar para a escola e outros. É óbvio que o papel do professor não pode ser substituído por uma máquina, pois o compromisso com a educação é sério. O bom professor pode e deve usar os recursos tecnológicos para facilitar o acesso ao conhecimento e à sua produção, mas por si só, não terá condições de desempenhar sozinhos os papéis de formadores de massa crítica.
Sacristán (2009, p. 74) menciona que “o professor não é um técnico nem um improvisador, mas sim um profissional que pode utilizar o seu conhecimento e a sua experiência para se desenvolver em contextos pedagógicos preexistentes”. Para que isso aconteça, o professor necessita se dotado de conhecimentos educacionais e culturais amplos para atuar com desenvoltura em situações inusitadas, desafiadoras, porque a realidade é dinâmica e imprevisível. O professor comprometido com uma educação emancipatória é detentor de saberem acadêmicos e profissionais que vão além de da sala de aula, porque ele é capaz de superar o que ensina.
De acordo com Veiga et al (2010), o professor deve ser um estudante permanente, um leitor atento, um pesquisador inquieto, pois ele precisa buscar constantemente informação atualizada e à produção de conhecimentos novos e significativos no campo da atuação profissional, em um movimento que engloba os contextos sociais, econômicos, políticos e culturais. Por isso, o bom professor deve possuir características como estas citadas acima para que suas aulas sejam inovadoras e não sejam tradicionais, é necessário investir para ser reconhecido como um bom professor.
Na visão de Freire (1996), o educador não pode ser apenas um transferidor de conhecimentos e o aluno um mero receptáculo de conteúdo decorado, pois não basta ao educador ter boa vontade de atuar no magistério, mas possuir rigorosidade metódica no sentido de garantir um aprendizado dinâmico e crítico.
E esta rigorosidade metódica não tem nada que ver com o discurso “bancário” meramente transferidor do perfil do objeto ou do conteúdo. É exatamente neste sentido que ensinar não se esgota no “tratamento” do objeto ou do conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção das condições em que aprender criticamente é possível. E essas condições implicam ou exigem a presença de educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. (FREIRE, 1996, p. 26)
O processo de ensino/aprendizagem requer criatividade, curiosidade, inquietação, humildade, persistência de seus atores: dos educadores e dos educandos e para isso a metodologia tem que estar sincronizada com a realidade social dos alunos. Hoje as aulas tradicionais são poucas atrativas, o professor deve rever o seu metodo de ensino buscando visar á valorização do conhecimento, o aumento da autoestima e, consequentemente o interesse pela leitura. 
Deste modo, o educador necessita reconhecer o ensino e o ambiente escolar como sua forma mutável e produtiva, acompanhando as necessidades e contagiando os alunos com o desejo e prazer pelo conhecimento em movimento. pORTANTO, O O professor deve primar uma metodologia que atenda os propósitos da educação, a fim de atingir um desempenho positivo, o planejamento deve representar um ciclo de relações entre todos componentes didáticos. 
3 CONCLUSÃO
A reflexão sobre a formação dos profissionais da educação passa pela sociedade e sempre retorna a ela porque é formada por pessoas que têm na formação e na educação a oportunidade de inserir-se como cidadãos conhecedores dos seus direitos e praticantes de seus deveres. 
Os discentes são capazes de mudar, de construir, de transformar, descobrir coisas novas, o educador não pode estar num pedestal, pois ele é tido como modelo em todos os aspectos sociais. Para se desenvolver o senso de responsabilidade dos alunos, o professor precisa respeitar a individualidade e a liberdade, com isso combinar a autoridade, respeito e afetividade.
	O professor tem que ser claro e tem que agir com ética, porque é uma figura bastante importante na condução dos alunos para o caminho da criticidade que é própria da aprendizagem. 
O professor é o profissional que tende a desenvolver capacidades intelectuais e afetivas através de adequações nas literaturas, leituras, interpretação textual e produção de textos baseadas no contexto histórico e social de seus alunos, portanto a sua formação tem que ser voltada para ética profissional para que seu desenvolvimento em sala de aula surta o efeito para a formação de novos cidadãos. O cidadão é formado a partir dos princípios éticos de sua sociedade, podendo adquirir autonomia para criar e pensar de forma crítica sobre o meio em que vive. 
A cidadania é conquistada com o nascimento do indivíduo, mas é alicerçada nos bancos escolares, apreendendo o conhecimento que vai possibilitar a profissionalização e uma preparação de uma vida digna com qualidade e plena de bem-estar. A educação pode propiciar oportunidades de desenvolvimento intelectual e desenvolvimento socioeconômico de indivíduos saudáveis de corpo e de alma, ou seja, emocionalmente equilibrados.
 Sobre a formação didático-pedagógica do professor é necessário saber que para que garantir uma estrutura de ensino alicerçada no poder que o profissional da educação tem na formação de cidadãos capacitados, para inovar e criar maneiras de viver em uma sociedade que está em constante mudança. Para isso trabalha-se a autonomia discente focando na construção crítica e no desenvolvimento do conhecimento.
A autoestima do professor precisa ser estimulada para que ele se sinta valorizado. Também precisa se interagir com os colegas e falar de vários assuntos para aprender e aumentar os seus conhecimentos. Precisa se sensibilizar ao uso das novas tecnologias, motivar seus alunos e principalmente, se preparar para atuar no campo profissional, aumentar o seu currículo e o mais importante, aumentar o seu conhecimento, ser criativo e não deixar que aula se torne uma coisa chata. 
As mudanças econômicas, sociais e culturais atualmente, proporcionam novas questões para o ensino superior e para os métodos dos professores. Com isso, é necessário ter conhecimento e sempre estar buscando acompanhar o mercado de trabalho. Além do mais, os professores necessitam estar envolvidos com toda a comunidade escolar.
Procurou-se deixar claro que o principal desafio docente e da universidade nos dias atuais não é a falta de conhecimento. Mas, sim, como trabalhar o conhecimento positivamente para o crescimento do ser humano e da sociedade.
Descobriu-se que a didática, vista como ciência e a arte de ensinar, aplicada com padrões metodológicos contextualizados e eficientes, construirá por meio da difusão do conhecimento existente, seres humanos realmente inteligentes, integralizados e socialmente bem definidos. Logo, percebeu-se que a didática, quando conhecida e aplicada efetivamente, torna-se veículo de validação da necessidade do corpo docente como elemento facilitador do
Conclui-se que é na formação do docente que começa o trabalho para a formação do novo cidadão. A formação didático-pedagógica é fundamental para formar verdadeiros conhecedores da dignidade humana que farão despertar em seus educandos a criticidade tão importante para crescer em sociedade sabendo distinguir o certo do errado, o justo do injusto, com uma boa formação cognitiva e um desenvolvimento do indivíduo rumo à autonomiaresponsável. É preciso trabalhar, reconhecer e a conviver sob diversos pontos de vista.
4 REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 20ª ed. Paz e Terra, São Paulo, 1996.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. Tradução de Carlos Irineu da Costa. (Coleção Trans). São Paulo: 34, 2000.  Disponível m: 
<http://www.webartigos.com/artigos/o- relacionamento-entre-professor-e-aluno-no-processo-de-ensinoaprendizagem/65502/#ixzz45OWPM5B0> Acesso em 17 de dezembro de 2017. 
NÓVOA, Antônio (org.). Professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 2012.
SACRISTÁN, J. G. Poderes instáveis em educação. Tradução. Beatriz Afonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2009. Original em espanhol.
SCHON, Donald. Os professores e sua formação. Coord. De Nóvoa; Lisboa, Dom Quixote, Portugal, 2012.
TARDIF, Maurice. Saberes docente e formação profissional. 10ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro, 2010.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro, ARAÚJO, José Carlos Souza e KAPUZINIAK, Célia. A profissionalização docente: uma construção histórica e ética. In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro, ARAÚJO, José Carlos Souza e KAPUZINIAK, Célia. Docência: uma construção ético-profissional. Papirus, São Paulo, 2010.