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Teoria da Gestalt e Dinâmicas
de Grupo
Processos Grupais
Profª Valeria Telles
Gestalt
o A Teoria da Gestalt surgiu em meados do
século XX.
o A palavra, de origem germânica, significa o
modo como os elementos (partes) estão
agrupados juntos.
o Se originou nos estudos dos fenômenos da
percepção.
o Fenômeno phi – ilusão do movimento.
Pilar da Teoria Gestáltica
“A noção de que o todo é maior do que
suas partes constituintes e de que seus
atributos (do todo) não podem ser
deduzíveis a partir do exame isolado das
partes constituintes”.
Lewin – Teoria do Funcionamento
Grupal
o Partiu do referencial gestáltico.
o Constatou que as ações e percepções dos
membros de um grupo são elementos de uma
estrutura mais complexa.
o E estas não são compreensíveis fora desta
estrutura grupal.
o A integração no interior de um grupo só se dará
quando as relações interpessoais estiverem
baseadas na autenticidade de suas comunicações.
o Essa autenticidade é uma atitude passível de
aprendizado no e pelo grupo.
o Lewin estudou a autoridade e tipos de liderança
nos pequenos grupos.
o Descreveu três estilos básicos:
Autocrático,
Laissez-faire e o
Democrático
oDescreveu as várias etapas do processo de
solução de problemas em grupo:
Definição dos problemas
Promoção das ideias
Verificação das mesmas
Tomada de decisão
Execução
o Basic Skill Training Group (ou Grupo de
Treinamento das Técnicas de Base) e Grupos de
Discussão. Eram grupos de discussão, com seu
respectivo observador, que também era o
animador do grupo.
o Nestes grupos eram debatidos os problemas
concretos que surgiam.
o Vieram a se constituir os dois pilares do processo
de aprendizagem da dinâmica de grupos nos seus
primórdios.
o A partir de 1956, mudam-se estes grupos para Skill
Group (SG) e Traning Group (TG), este, mais tarde,
passando a se chamar F de free.
o Vê-se aí ocorrerem os fenômenos que se repetem
sempre que se encontra em grupo:
Busca pela afirmação pessoal
Rivalidades e alianças
Disputas pela liderança
Alternância de momentos de coesão e
dasagregação
Reativação de preconceitos ao lado
de sua superação
Resistência ou disposição à
mudança
Surgimento de mal-entendidos a
par de esforços para se fazer
entendidos
Teoria de Campo
o A teoria de campo determina que
todo fenômeno psicológico ocorre em um
determinado campo — o campo vital do
indivíduo.
o São as forças do ambiente que levam indivíduos
diferentes a reagirem de forma diferente ao
mesmo tipo de estimulo.
o Porém, a influência dessas forças sobre o
indivíduo dependeria das próprias necessidades,
atitudes, sentimentos e expectativas do mesmo.
Teoria de Campo de Lewin
o Diz que o comportamento do ser humano deriva
de dois fatores fundamentais:
Da soma total dos fatos ocorridos e coexistentes
em determinada situação
E da situação total gerada
Isso tudo é o que gera o comportamento nas
pessoas.
o Esses fatos ocorrem de maneira dinâmica e
interativa, onde cada fato influencia e é
influenciado pelos outros, pelo todo e pela
própria pessoa.
o Esse campo dinâmico é o conhecido campo
psicológico da pessoa e é o que ajusta e modifica
o modo de ver e entender as coisas ao seu redor.
• O “Campo Psicológico" é o espaço
que contém a pessoa e seu
“ambiente psicológico".
• O "Ambiente Psicológico" é o modo
dessa pessoa ver e entender seu
ambiente externo e a relação que
percebe entre este e suas
necessidades.
Grupos Operativos
oA Teoria dos Grupos Operativos foi
elaborada por Pichon-Rivière, a
partir dos referenciais teóricos da
Psicanálise e da Dinâmica de Grupos.
Enrique Pichon-Rivière
o1907-1977 – Suíço, viveu na
Argentina desde os quatro anos e
notabilizou-se como um dos mais
talentosos e criativos psicanalistas do
hemisfério sul.
Grupos Operativos
o Se definem como:
“Grupos Centrados na Tarefa”
Há técnicas grupais centradas no indivíduo:
São os chamados grupos psicanalíticos ou de
terapia, nos quais a tarefa está centrada sobre
aquele a quem chamamos de porta-voz.
Há outro tipo de técnica, que é a do grupo
centrado no grupo:
Análise de sua própria dinâmica, que considera o
grupo como uma totalidade.
o Nos Grupos Operativos:
A tarefa é o essencial do processo grupal
O que o caracteriza é a relação que seus
integrantes mantém com a tarefa, que poderá ser
a obtenção da “cura”, se for um grupo
terapêutico ou a aquisição de conhecimentos, se
for um grupo de aprendizagem.
Dialética
oA dialética é central na visão de processo
grupal de Pichon-Rivière
oGrupo é lugar de conversa e de um
conhecimento ("aprendizagem", diria
Pichon-Rivière) que se produz no encontro
com o outro.
o Formar um grupo é, então, dar possibilidade
para a conversa e a tensão entre as
contradições.
O Que é Dialética?
o Em sentido amplo, diz-se que "[...] a
dialética é a arte de discutir; tensão entre
opostos" (ARANHA, M. L.; MARTINS, M. .H.
P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São
Paulo: Moderna, 1993.).
oPara Platão, a dialética era um modo de
conhecimento. Argumentos inicialmente
contraditórios eram confrontados através
do diálogo e da conversa, podendo-se
chegar a uma conclusão satisfatória para
todas as partes envolvidas.
oPara Platão, a dialética era um modo de
conhecimento.
oArgumentos inicialmente contraditórios
eram confrontados através do diálogo e
da conversa, podendo-se chegar a uma
conclusão satisfatória para todas as
partes envolvidas.
oA dialética é movimento, a enfermidade é a
negação desse movimento.
oO movimento dialético pode ser
interrompido dando origem ao que Pichon-
Rivière chama de estereotipia.
o Fazer com que os papéis circulem dentro do
grupo, superar as estereotipias, gerar novas
possibilidades de compreensão: essas são as
formas que assume a promoção da saúde
dentro do grupo operativo.
Mas o que leva à paralisação da
espiral?
Para Pichon-Rivière é a fantasia
inconsciente que impede o desenrolar
do processo.
o Fantasia inconsciente que remeteria, em
última análise, a angústias depressivas e
paranóides relativas à mudança.
oAs depressivas existiriam porque todo salto
qualitativo da dialética implica na perda de
uma situação anterior (e de um tipo de
vínculo com o mundo construído nela);
oAs paranóides, porque entramos em uma
situação psiquicamente nova, para a qual
não nos sentimos preparados.
Grupo Operativo
o O termo "aprendizagem", em
Pichon-Rivière, corresponde ao
movimento da espiral dialética.
Grupo Operativo
o Como qualquer grupo, o grupo operativo de
aprendizagem reúne-se para a realização de uma
tarefa, um objetivo a ser realizado, compartilhado
por todos.
o As tarefas podem ser coisas muito diversas, como
a realização de um trabalho, o estudo ou a
terapia.
o A técnica de grupo operativo caracteriza-se como
terapia quando a tarefa explícita do grupo é essa.
o Em todos os outros casos o grupo operativo
também pode ser realizado com ganhos
psíquicos para seus membros.
oNão existe, para Pichon-Rivière, uma
incompatibilidade a priori entre fazer algo,
realizar um trabalho e o desenvolvimento
psíquico.
“ Afirmamos y sostenemos operativa,
prácticamente, que el más alto grado de
eficiencia en una tarea se logra cuando se
incorpora sistemáticamente a la misma al serhumano total”. (BLEGER, J. 1999b, Grupos
operativos en la enseñanza en Temas de
Psicologia (Entrevista y Grupos). Buenos Aires.
Nueva Visión, 1999b. p. 57)
Segundo Bleger,
A Tarefa como um "Disparador" de
Pensamentos, Sentimentos e Ações
o Isto não significa dizer que qualquer
"fazer" tenha efeitos terapêuticos.
oMuitas pessoas acham que, se o grupo
realiza a tarefa explicitamente colocada,
então o grupo trabalhou de modo
operativo e a saúde mental de seus
membros está sendo promovida.
oPichon-Rivière reserva o termo "tarefa"
somente para quando houver elaboração
psíquica.
o É interessante pensar que, quando
propomos uma atividade lúdica ou
expressiva em um grupo, estar em tarefa
não é somente realizar o proposto; de fato,
por vezes a proposta é apenas um meio
para que se trabalhem determinados
aspectos internos e vinculares.
oPichon-Rivière acredita que as fantasias
inconscientes seriam os obstáculos ao
movimento de permitir o aparecimento e a
superação das contradições (espiral
dialética), tanto em seus aspectos racionais
quanto emotivos;
oNessa perspectiva, a explicitação dos
conteúdos latentes seria uma forma
privilegiada de atuação do coordenador.
o E o que caracteriza a intervenção
adequada é seu caráter operativo,
ou seja, a possibilidade de restituir o
movimento dialético ao grupo,
independentemente do modo ou
conteúdo da intervenção.