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Crimes contra as Ordens Tributária e Econômica e Relações de Consumo Penal 4

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Crimes contra as Ordens Tributária e Econômica e Relações de Consumo
			Considerações Gerais
Diante da tendência acerca da conscientização social de que a arrecadação tributária não é um fim em si mesmo, mas sim um meio indispensável para que o Estado Democrático de Direito realize seus objetivos constitucionais, a obtenção de receitas tem como finalidade a consecução dos referidos objetivos que se referem a uma sociedade livre, justa e solidária e a erradicação da pobreza e da marginalização, além da redução das desigualdades sociais e regionais (art. 3.º da CRFB/1988).
A relação à incriminação de condutas lesivas ao Fisco, pode-se afirmar que há a pretensão de se formar uma consciência ética fiscal na sociedade, despertando a percepção social acerca das vantagens oriundas do cumprimento dos deveres fiscais e das contrapartidas estatais. É possível afirmar que a punição dos crimes fiscais pode ser identificada também com uma concepção sócio - personalista das relações entre o Estado e o contribuinte, segundo a qual a tributação se funda na figura do contribuinte, considerado ser social, possuidor de deveres contributivos ante a sociedade.
A incriminação dos crimes fiscais se justificaria na medida em que o inadimplemento da obrigação tributária do contribuinte pode gerar o risco de descumprimento das contrapartidas estatais, inviabilizando o cumprimento dos objetivos constitucionais.
			Objetividade Jurídica
A partir das premissas de subsidiariedade, intervenção mínima e fragmentariedade, para fins de legitimidade da intervenção do Direito Penal, é imprescindível que seja seletiva, proporcional e criteriosa, ou seja, quando o sujeito passivo da obrigação tributária se abstém do devido recolhimento do tributo, pratica uma infração fiscal que é sujeita a uma sanção de natureza administrativa (normalmente, a multa fiscal). Podemos considerar que há uma maior reprovação social na conduta do contribuinte que propositadamente emprega uma fraude para se omitir do recolhimento do tributo. Nesse caso, o fato pela sua maior gravidade caracteriza crime fiscal, ficando sujeito a uma sanção mais severa, de natureza penal.
O bem jurídico penal é instituído de difícil identificação, tendo e vista a heterogênea gama de bens, valores, relações e interesses sociais que o Direito Penal visa resguardar. A matéria não é pacífica, pois há grande divergência doutrinária em relação à delimitação do bem jurídico tutelado nos crimes contra a ordem tributária.
Importante destacar que a União está dispensada por lei de ajuizar ações de execução fiscal relativas a débitos de valor inferior ao patamar de R$ 10.000,00 (dez mil reais), nos termos do Art. 20 da Lei 10.522/2002 (com a redação da Lei 11.033/2004). Logo, a eventual supressão ou redução de crédito tributário até esse montante deve ser considerada crime de bagatela, pois esse fato deve ser considerado atípico por força da chamada teoria da insignificância na medida em que nem mesmo a Fazenda se interessa pela cobrança judicial do valor sonegado.
			
			
				Sujeitos
Caracteriza-se como sujeito ativo quem comete o fato punível descrito na norma penal – dos crimes tipificados nos Arts. 1 e 2 da Lei 8.137/1990, é o contribuinte pessoa natural ou física que normalmente também é o sujeito passivo da obrigação tributária. De fato, a Seção I do Capítulo I da Lei nº 8.137/1990.
Com relação ao sujeito passivo dos delitos dos arts. 1 e 2 da Lei nº 8.137/1990 – quem é titular do bem jurídico lesado pelo crime –, é o erário, ou, mais especificamente, a pessoa jurídica de direito público (União, Estado Federado, Distrito Federal, Autarquia ou Município) titular do crédito tributário sonegado. Quanto ao crime do art. 3.º da Lei nº 8.137/1990, o sujeito passivo é a Administração Pública.
Podemos concluir que nos crimes de sonegação fiscal a responsabilidade penal recai sobre os agentes que efetivamente empregam, de forma livre e consciente, fraude para fins de suprimir ou reduzir crédito tributário. É importante destacar que inexiste responsabilidade penal objetiva, por presunção, por fato de outrem ou por disposição estatutária.
			Da Pena de Multa
O art. 8º da Lei nº 8.137/1990 estabelece a aplicação da pena de multa às condutas previstas nos Arts. 1º a 3º, de modo que estas deverão ser fixadas entre 10 (dez) e 360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, em respeito ao princípio da proporcionalidade das penas, previsto no art. 59, do Código Penal. A fixação da pena de multa obedece ao critério bifásico, ou seja, na primeira fase o juiz estabelece a quantidade de dias-multa.
O Art. 10 da Lei nº 8.137/1990 apresenta-se como norma especial em relação ao art. 60, §1º, do Código Penal, ao estabelecer uma causa de diminuição de pena de até a décima parte, bem como a majoração de até o décuplo nos casos em que o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica do réu.
		Extinção de Punibilidade
Quando um agente pratica fato criminoso (típico, antijurídico e exercido por pessoa culpável), o abstrato poder-dever de punir do Estado se concretiza, autorizando este a aplicar ao agente uma punição penal, caso seja comprovada a prática desse fato no devido processo penal. A legislação estabelece, por razões de política criminal, algumas situações supervenientes à prática do crime cujo advento faz cessar a punibilidade da conduta do agente.
A possibilidade de o contribuinte fazer jus à extinção da sua punibilidade pelo pagamento do débito tributário é antiga em nosso ordenamento jurídico. A Lei nº 4.729/65, instituiu-se a extinção da punibilidade caso o agente promovesse o recolhimento do tributo antes de se iniciar na esfera administrativa a ação fiscal própria (art. 2.º). Quando do advento da Lei nº 8.137/90, havia previsão semelhante, prevendo a extinção da punibilidade caso o contribuinte adimplisse o débito e os acessórios até o momento do recebimento da denúncia (art. 14). No ano seguinte, o art. 98 da Lei nº 8.383/1991 revogou esse dispositivo. Dois anos depois, o art. 3.º da Lei nº 8.696/1993, que almejava restabelecer o pagamento como causa extintiva da punibilidade, foi vetado pelo presidente da República. O Art. 34 da Lei nº 9.249/1995 reintroduziu tal causa de extinção da punibilidade, em termos idênticos àqueles do revogado art. 14 da Lei nº 8.137/1990. A Lei do REFIS (Lei nº 9.964/2000) instituiu no seu art. 15, § 3º, a suspensão da punibilidade quando a pessoa efetuasse o pagamento integral dos débitos e acessórios que tivessem sido objeto de parcelamento, antes do recebimento da denúncia criminal.
O Art. 9.º, § 2º, da Lei do PAES (Lei nº 10.684/2003) eliminou o marco temporal-limite do recebimento da denúncia para que o pagamento do débito e acessórios pelo agente ensejasse a extinção da sua punibilidade.
		Crimes em Espécie Arts. 1º a 3º
O capítulo I da Lei nº 8.137/1990 trata dos crimes contra a ordem tributária e os classifica conforme o sujeito ativo seja particular ou funcionário público. Os artigos 1º e 2º relatam as condutas praticadas por particular e o art. 3º, por funcionário público.
	Dos crimes praticados por particulares: arts. 1º e 2º da Lei nº 80.137/1990
Os crimes elencados nos artigos 1º e 2º são praticados por particular, no caso o contribuinte, salvo o disposto no art. 2º, III e V, nos quais poderá ser outro particular, que não o contribuinte. A objetividade jurídica destas condutas recai sobre o erário público, a fé pública e sobre o normal funcionamento da Administração Pública e tem por fundamento constitucional o art. 145 CF de 1988. O objeto material dos delitos, será o tributo, contribuição social ou qualquer acessório.
• Art. 1º da Lei nº 8.137/1990. Supressão ou redução de tributo, contribuição social ou qualquer acessório. Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos e multa. A conduta de suprimir caracteriza o não pagamento integral do tributo, enquanto a conduta de reduzir, apenas descreve o pagamento incompleto do tributo.As condutas capazes de suprimir ou reduzir tributo, contribuição social ou qualquer acessório estão previstas nos incisos I a V, sendo dolosas, na medida em que podemos conceituar a sonegação fiscal como toda e qualquer ocultação ou supressão de tributos mediante fraude ou qualquer outro meio executório capaz de ocultar ou desviar os referidos tributos.
Classifica-se como crime próprio (no caso o contribuinte – pessoa física), doloso, unissubjetivo, comissivo ou omissivo e unissubjetivo e material, pois se consuma com a ocorrência do resultado naturalístico – supressão ou redução do tributo.
Ainda que configurem crime material, as condutas descritas no art. 1º da Lei nº 8.137/1990 não admitem tentativa, na medida em que seu iter criminis não é fracionável, bem como sob o fundamento de que se trata de delito condicionado, ou seja, somente se perfaz com a decisão definitiva no âmbito de processo administrativo de lançamento.
	A competência para processo e julgamento destas condutas poderá ser estadual ou federal, conforme a natureza do tributo sonegado (art.109, da CRFB/1988), e a ação penal, em qualquer caso, será pública incondicionada (art. 100 do Código Penal).
• Inciso I Prevê as condutas de omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. Por se tratar de crime material, não basta a omissão ou a declaração falsa, sendo imprescindível para a consumação do delito que haja a supressão ou redução do tributo.
• Inciso II Descreve as condutas de fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal. Norma penal do mandato em branco.
• Inciso III Prevê as condutas de falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento relativo à operação tributável. Tipo misto alternativo.
• Inciso IV Descreve as condutas de elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato. Admite a ocorrência de dolo direto ou indireto eventual, na medida em que o agente saiba ou deva saber sobre a falsidade ou inexatidão do documento (objeto material do delito).
• Inciso V Prevê as condutas de negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal (ou documento equivalente) relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. Norma penal do mandato em branco.
• Art. 2º da Lei nº 8.137/1990. Figuras equiparadas à supressão ou redução de tributo, contribuição social ou qualquer acessório.
Pena: detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.
A estas condutas aplica-se o instituto do SURSIS Processual (art. 89 da Lei nº 9.099/1995), bem como as medidas despenalizadoras da Lei dos Juizados Especiais Criminais, uma vez que a pena maxima abstrata cominada ser igual a 2 anos (art. 61 da Lei nº 9.099/95).
• Inciso I Esta conduta é formal. Logo, consuma-se com a falsa declaração ou a omissão sobre declaração de rendas, bens ou fatos com o especial fim de agir de suprimir ou reduzir o pagamento de tributos, ou seja, com o emprego da fraude.
	• Inciso II Prevê as condutas de deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos. Crime próprio, material, omissivo e que não admite a tentativa. Consuma-se no momento em que, expirado o prazo legal para o recolhimento do tributo, este não é realizado.
	• Inciso III Prevê as condutas de exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal. Crime comum, pois pode ser praticada por qualquer pessoa, ou seja, por possível agente intermediador. Ainda há a possibilidade de exigir ou solicitar, a conduta pode ser praticada mediante constrangimento ou mera solicitação. Além do Estado, também figura como sujeito passivo da conduta o particular lesado por esta conduta. Crime comum, doloso, formal (na conduta de exigir) e material (nas condutas de pagar ou receber).
	• Inciso IV As condutas de deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento. Crime próprio (o sujeito ativo é beneficiário do incentivo fiscal), doloso, instantâneo e de mera conduta (não admite a tentativa). Norma penal do mandato em branco, pois condiciona a tipicidade penal à legislação administrativa.
	• Inciso V Prevê as condutas de utilizar ou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública. Crime comum, pois pode ser praticado por qualquer pessoa, tanto o responsável pelo processamento de dados quanto o contribuinte, ou qualquer outra pessoa que divulgue o referido programa. Doloso e formal, pois se consuma com a divulgação ou utilização do programa de processamento de dados, independentemente da produção de qualquer resultado naturalístico.
	
		Dos crimes praticados por funcionários públicos: 			Art. 3º da Lei nº 8.137/1990
	Artigo 3º, incisos I, II e III, descreve as condutas típicas especiais de crime funcional em relação aos crimes funcionais contra a Administração Pública, em geral previstos no Código Penal. O caput do art. 3º somente salienta a especialidade destas condutas, sendo a descrição das figuras típicas realizada nos incisos. Da mesma forma que, nos crimes, previstos no Código Penal, o funcionário público age com desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e probidade administrativas.
	Podemos identificar como crimes próprios, desde que a função, cargo ou emprego público, por força do princípio da especialidade, tenha relação com o erário público. Com relação ao sujeito passivo, o Estado figura como sujeito passivo direto, podendo o particular, contribuinte ou não, também lesado figurar como sujeito passivo.
	• Inciso I. A conduta de extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento de que tenha a guarda em razão da função; sonegá-lo, ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social. Norma especial em relação à figura prevista no art. 314 do Código Penal e tem por objeto material “livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento de que tenha a guarda em razão da função”. Delito subjetivamente complexo, pois além do dolo genérico de extraviar, sonegar ou inutilizar, total ou parcialmente, o livro, processo ou qualquer documento, possui o especial fim de agir de acarretar pagamento indevido ou inexato de tributo ou contribuição social. Crime próprio, subjetivamente complexo, material, tipo misto alternativo, comissivo e omissivo impróprio (na conduta de sonegar) e unissubjetivo.
	• Inciso II A conduta de exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de iniciar seu exercício, mas, em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente.
Pena: reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos e multa.
	Tipo misto alternativo e contempla tanto as condutas decorrentes de constrangimento (exigir) como as condutas decorrentes de solicitação ou aceite de promessa oriunda de terceiro para fins de obtenção de vantagem indevida, sob o argumento de deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcialmente.
Estamos diante de um crime formal, cuja consumação ocorre com a exigência, solicitação ou aceite de promessa, sendo o recebimento da vantagem indevida mero exaurimento do delito. Crime próprio, subjetivamente complexo, formal, tipo misto alternativo, unissubjetivo (nas condutas de exigir, solicitar) ou de concursonecessário (nas condutas de receber ou aceitar promessa).
	• Inciso III As condutas de patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária, valendo-se da qualidade de funcionário público.
Pena: reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.
	Trata-se de figura especial em relação ao delito de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do Código Penal. Delito próprio, doloso (não há especial fim de agir de obtenção de qualquer vantagem indevida), tipo misto alternativo, formal, sendo irrelevante a obtenção ou êxito do interesse privado para a sua consumação. A pena abstrata mínima cominada não ultrapassa 1 ano de reclusão, de modo a permitir a aplicação do SURSIS Processual, previsto no art. 89 da Lei nº 9.099/1995.
		Crimes contra as Relações de Consumo
			
			Considerações gerais
	Pode-se genericamente definir o Direito Penal do Consumidor como o ramo do direito penal econômico que, ao sancionar certas condutas praticadas no mercado, visa garantir aos consumidores o respeito aos seus direitos, o que ajuda a orientar as relações com os fornecedores.
	Seu objetivo principal é sancionar como alavanca instrumental certas condutas desconformes que ocorrem no relacionamento entre o consumidor e o fornecedor. O Direito Penal do Consumidor protege não apenas o consumidor em si, mas a relação jurídica de consumo (CDC, art. 61), identificada como um bem jurídico autônomo (em relação a outros bens jurídicos), supraindividual e imaterial (não tem realidade material-naturalística).
				Objetividade jurídica
	O objeto mediato de proteção jurídica nas relações de consumo é a coletividade, a CF/88 é clara ao afirmar que o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor (art. 5º, XXXII, da CF/1988), sendo também princípio atrelado à ordem econômica enunciado no art. 170, V, da CF/1988.
	• Os tipos penais de relação de consumo protegem diretamente a relação jurídica de consumo, bem autônomo e imaterial, mas destinado à coletividade dos consumidores;
	• Os tipos penais de relação de consumo protegem indiretamente interesses primários do indivíduo consumidor, tal como a vida, a integridade psíquico-física, o patrimônio, entre outros;
	• Relativamente ao objeto material, consiste em ser o produto ou o serviço prestado. Já o seu elemento subjetivo constitui-se no dolo de perigo, na vontade livremente dirigida no sentido de expor o objeto jurídico a perigo de dano, cabendo-nos agora analisar os princípios constitucionais penais e a questão do direito administrativo sancionador como solução para o âmbito da relação de consumo, descriminalizando-se as condutas penais hoje existentes, restringindo-as à área do Direito Administrativo, reformulando sua estrutura, visando conferir-lhe eficácia.
				Crimes em espécie 
Os primeiros crimes de consumo afloraram no Brasil com o advento do Dec.-
Lei nº 869/38, que resultou de projeto de Nélson Hungria, havendo eles remanescido no mais importante diploma penal que àquele sobreveio, qual seja, a Lei nº 51 (LGL\1951\3), que ainda vigora, embora com diversos dispositivos revogados pela Lei nº 8.137/90. 
	Podemos descrever a criminalização das condutas contra as relações de consumo no Brasil da seguinte forma:
• Precedentes: fraudes no comércio e estelionato; crimes contra as marcas; concorrência desleal e economia popular e crimes contra a saúde pública;
• Legislação atual: Lei nº 8.078/1990 – art. 61 a 80 e Lei nº 8.137/1990 – art. 7º.
	A proteção dos consumidores envolve as práticas que atentam contra a integridade das relações de consumo, as quais se estabelecem entre consumidores e fornecedores. Os conceitos de consumidor e fornecedor, sujeitos da relação de consumo, estão previstos no Código de Defesa do Consumidor – Lei nº 8.078/90, arts. 2º e 3º.
	Os tipos penais de proteção ao consumidor, como regra e em razão da presunção de perigo que carreiam, não exigem, para sua consumação, a realização de qualquer dano físico, mental ou econômico ao indivíduo consumidor. Todavia, no caso brasileiro, uma vez presente qualquer destas consequências gravosas, impõe-se, como derivação da autonomia do bem jurídico de consumo (CDC, art. 61), o concurso com tipos comuns (os arts. 121, 129 e 171, p. ex.).
	As infrações de perigo abstrato – a regra absoluta nos crimes de consumo próprios – só mediatamente visam resguardar bens jurídicos individuais e materiais como a vida, o patrimônio e a liberdade, pois, não há dúvida, protegendo o supraindividual tutelam o individual.
			Lei nº 8.078/1990, Arts. 63 a 74 
	Inicialmente, destacamos a relação entre os crimes do CDC e o dever de informar (caveat venditor), conforme estabelece o art. 6º da Lei nº 8.078/1990, pois quase todos os tipos penais do CDC estão relacionados, sob os mais variados ângulos, com o tema da informação do consumidor. Isso ocorre porque o direito à informação é, talvez, o mais importante dos direitos do consumidor. O Código do Consumidor, de forma expressa, estatui que é direito básico do consumidor "a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem" (art. 6.º, III, CDC).
	Todas as figuras abaixo elencadas configuram infrações penais de menor potencial ofensivo, na medida em que a pena máxima não ultrapassa os dois anos de detenção (art. 61 da Lei nº 9.099/1995). Destacamos também que 
a pena de multa se apresenta em algumas figuras típicas como pena principal a 
ser aplicada cumulativamente com a pena de detenção. Nestas infrações, quando da aplicação imediata de penas, por meio da transação penal (art. 76 da Lei nº 9.099/1995), esta não poderá ser realizada por multa, mas tão somente nos casos em que será aplicada pena de detenção ou multa. 
Neste sentido, estabelece expressamente o art. 78 do CDC a possibilidade de aplicação, cumulativa ou alternadamente com a pena de multa, das penas de: interdição temporária de direitos; publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado, de notícia sobre os fatos e a condenação e prestação de serviços à comunidade.
	Ainda, é possível a aplicação do SURSIS Processual, previsto no art. 88 da Lei nº 9.099/1995.
	• Art. 63, Lei nº 8078/90 – Omissão de dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos.
	Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.
	Classifica-se como norma penal do mandato em branco homogênea a ser complementada pelo disposto no art. 9º do CDC. Admite condutas dolosas (caput e § 1º) e culposas (§ 2º). Possui como sujeito ativo o fornecedor (crime próprio), e passivos, a coletividade (direto) e o consumidor (indireto). Ainda, caracteriza-se como delito omissivo próprio. Logo, não admite a tentativa. Ainda, possui como elementares normativas as expressões “nocividade e periculosidade”. 
	• Art. 64, Lei nº 8.078/90 – Omissão na comunicação de nocividade ou 
periculosidade de produtos. 
	Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa. 
	Possui como sujeito ativo o fornecedor (crime próprio) e passivos, a coletividade (direto) e o consumidor (indireto). Caracteriza-se como delito omissivo próprio. Logo, não admite a tentativa. Assim como o delito anterior, possui como elementares normativas as expressões “nocividade e periculosidade”. Classifica-se como norma penal do mandato em branco homogênea a ser complementada pelo disposto no art. 10, §§ 1º e 2º do CDC. Só admite condutas dolosas. Tem por objeto material a “comunicação” e, por objeto jurídico, a relação de consumo. 
	• Art. 65, Lei nº 8.078/90 – Execução de serviço de alto grau de periculosidade.
	Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.
	 Classifica-se como norma penal do mandato em branco heterogênea, pois o CDC não especifica o que seja alto grau de periculosidade, cabendo à autoridade competente fazê-lo. Possui como elementar normativa a expressão “alto grau de periculosidade”.Só admite condutas dolosas e caracteriza-se como delito de mera conduta. Tem por objeto material o “serviço” e, por objeto jurídico, a relação de consumo.
	
	
	• Art. 66, Lei nº 8.078/90 – Oferta não publicitária enganosa. 
	 Pena: detenção de três meses a um ano e multa.
	Classifica-se como norma penal do mandato em branco homogênea a ser complementada pelo disposto no art. 6º, III, do CDC. Admite condutas dolosas (caput e § 1º) e culposas (§ 2º). Possui como sujeito ativo o fornecedor ou anunciante ou ainda, patrocinador e passivos, a coletividade (direto) e o consumidor (indireto). Prevê a prática de condutas comissivas e omissivas, sendo admissível a tentativa na conduta comissiva de fazer afirmação falsa ou enganosa.
	• Art. 67, Lei nº 8.078/90 – Oferta publicitária enganosa. 			Pena: detenção de três meses a um ano e multa. 
	Classifica-se como norma penal do mandato em branco homogênea a ser complementada pelo disposto no art. 6º, IV, do CDC. Admite condutas dolosas (caput e § 1º) e culposas (§ 2º). Possui como sujeito ativo o agente que faz ou promove publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva, e como passivos, a coletividade (direto) e o consumidor (indireto). Prevê a prática de condutas dolosas, seja pelo dolo direto ou pelo dolo indireto eventual, e se configura como delito formal, sendo, em tese, admissível a tentativa.
	• Art. 68, Lei nº 8.078/90 – Publicidade capaz de induzir o consumidor. 	Pena: detenção de seis meses a dois anos e multa.
	A norma penal complementadora é o art. 37, § 2º, do CDC. 	Caracteriza-se como crime doloso (dolo direto ou dolo indireto eventual) e se configura como delito formal, sendo, em tese, admissível a tentativa. 
	• Art. 69, Lei nº 8.078/90 – Omissão na organização de dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade. 					Pena: detenção de um a seis meses ou multa.
	Só admite a modalidade dolosa e se configura como delito omissivo próprio, de modo a não permitir a tentativa. 
	• Art. 70, Lei nº 8.078/90 – Emprego de peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor. 
	Pena: detenção de três meses a um ano e multa.
	Possui como elementar normativa a “ausência de autorização do consumidor”. Caso o prestador de serviços utilize de peça ou componentes de reposição usados, com a autorização do consumidor, sua conduta será atípica.
	• Art. 71, Lei nº 8.078/90 – Cobrança vexatória. 
	Pena: detenção de três meses a um ano e multa. 
	Possui como elementar normativa a expressão “injustificadamente”, uma vez que os meios de cobrança são explicitados pela lei. Configura-se, ainda, como delito doloso e de mera conduta.
	• Art. 72, Lei nº 8.078/90 – Impedimento de acesso às informações do consumidor. 
	Pena: detenção de seis meses a um ano ou multa. 
	Delito doloso e de mera conduta, não sendo admissível a tentativa. 
	• Art. 73, Lei nº 8.078/90 – Omissão na correção de informações inexatas. 
	Pena: detenção de um a seis meses ou multa.
	Crime omissivo próprio e possui como sujeito ativo o agente responsável pela correção de informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros. A conduta é dolosa e admite o dolo direto ou indireto eventual. Possui como elementar normativa a expressão “imediatamente”, sendo este prazo estabelecido no art. 43, § 3º, do CDC – 5 dias úteis. 
	• Art. 74, Lei nº 8.078/90 – Omissão na entrega de termo de garantia. 	Pena: detenção de um a seis meses ou multa.
	Tipo omissivo próprio, doloso e de mera conduta. Logo, consuma-se com a não entrega do termo de garantia, não sendo admissível a tentativa.
	Distinção entre garantia legal e garantia contratual.
	A garantia legal encontra-se prevista no art. 24 do CDC, e o consumidor não pode dispor dela; por outro lado, a garantia contratual, prevista no art. 50 do CDC, necessita de expresso acordo entre fornecedor e consumidor, sendo, portanto, disponível e acessória.
		
		
		Lavagem de Capitais (Lei nº 9.613/1998) 
			Considerações gerais 
	O crime de lavagem de capitais (ou dinheiro) se caracteriza como crime consequente ou derivado, pois necessita da prática de uma infração penal antecedente, conforme dispõe expressamente o art. 1º da Lei nº 9.613/1998. Desta forma, a conduta de lavagem de dinheiro visa ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal. 
	No Brasil, até a alteração da Lei nº 9.613/1998 pela Lei nº 12.683/2012, o rol de crimes antecedentes era taxativo e, com o advento desta lei, toda e qualquer infração penal passou a ser considerada conduta antecedente, como, por exemplo, a contravenção penal de jogo de azar (Jogo do Bicho). Entretanto, somente haverá a imputação da prática de lavagem de capitais, por exemplo, às condutas de contravenção penal praticadas após o advento da Lei nº 12.683/2012, por força do princípio da irretroatividade da lei penal.
			Objetividade jurídica 
	Tem por objetivo precípuo combater a criminalidade organizada, inclusive no âmbito transacional. Podemos sustentar que a objetividade jurídica recai não somente sobre a proteção do normal funcionamento da Administração da Justiça, mas também sobre o Sistema Financeiro Nacional e a ordem econômica.
			Conceitos, fases e técnicas
	• A conduta de lavagem de dinheiro apresenta três fases: conversão, dissimulação e integração. 
	• A fase da conversão se caracteriza pela transferência do dinheiro procedente de origem ilícita (infração penal antecedente) para outros locais. 	•A fase da dissimulação se caracteriza pela busca em dissociar a origem ilícita do dinheiro ou capital, seja através de contas fantasmas, mistura com 
dinheiro ou capitais de origem lícita ou de quaisquer outras transações financeiras que “mascarem” a origem ilícita.
	• A fase da integração se caracteriza pelo exaurimento da lavagem de dinheiro ou capitais, momento em que o(s) agente(s) “ostenta” o dinheiro auferido com a prática de condutas lícitas, como, por exemplo, a abertura de um restaurante ou loja “de fachada”, o qual aparentará ser lucrativo, quando, na verdade, apenas serve para integrar o dinheiro ou capital de origem ilícita ao patrimônio do(s) agente(s) ou organização criminosa. 
			Delação premiada 
	O parágrafo 5º do art. 1º estabelece uma causa especial de diminuição de pena que varia de um a dois terços, e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.
	Requisitos para a aplicação da referida causa de diminuição de pena: 
	• Se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das infrações penais, ou seja, é imprescindível que haja relação de causalidade entre a delação e a apuração das infrações penais; ou 
	• A identificação dos autores, coautores e partícipes; ou 
	• A localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime. 
	A delação premiada pode ocorrer em qualquer fase do processo, inclusive após o trânsito em julgado da sentença condenatória, razão pela qual o legislador apresentou opções de benefício ao delator, conforme o momento de sua colaboração espontânea, tais como a diminuição de pena e o cumprimento de pena em regime aberto ou semiaberto; a possibilidade da substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos ou até mesmo o perdão judicial. 
			Crimes em espécie 
		Art. 1º da Lei nº 9.613/1998 
	O rol taxativo previsto no art. 1º foi revogado em 2012. Desta forma, atualmente, o delito de lavagem de dinheiro, capitaisou valores pode ter como conduta antecedente qualquer infração penal, conforme prevê os §§ 1º e 2º do art. 1º da Lei nº 9.613/1998. 
	• Pena: reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos e multa; 
	• Classificação doutrinária: crime comum (admissível que seja, inclusive, o coautor ou partícipe do crime antecedente), doloso, formal, pois se consuma com a simples ocultação ou dissimulação de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal, independentemente da sua colocação em circulação e, por se tratar de delito plurissubsistente, admite a tentativa, conforme expressão prevista no § 3º do art. 1º.Classifica como crime permanente; 
	• Objetividade material: possui por objeto material bem, valor ou dinheiro proveniente da infração penal antecedente.
	• As figuras do § 1º do art. 1º da Lei nº 9.613/1998. Também denominada lavagem paralela, descreve as condutas de quem oculta ou dissimula a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal através da prática das seguintes condutas: 
	• Inciso I. Conversão em ativos lícitos; 
	• Inciso II. Aquisição, recebimento, troca, negociação, doação ou recebimento em garantia, guarda, depósito, movimentação ou transferência; 
	• Inciso III. Importação ou exportação de bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. 
	
	• As figuras do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.613/1998. Também denominada reciclagem, descreve as condutas de quem oculta ou dissimula a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal, através da prática das seguintes condutas: 
	• Inciso I. Utilização, na atividade econômica ou financeira, de bens, direitos ou valores provenientes de infração penal; 
	• Inciso II. Participação em grupo, associação ou escritório, tendo conhecimento de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática de crimes previstos na Lei nº 9.613/1998. 
		A punibilidade da tentativa 
	O parágrafo 3º do art. 1º prevê expressamente a punibilidade da tentativa em consonância com o disposto na regra geral prevista no art. 14, parágrafo único, do Código Penal. 
		Causas de aumento de pena 
	O parágrafo 4º do art.1º estabelece uma causa especial de aumento de pena que varia de um a dois terços, se os crimes definidos nesta Lei forem cometidos de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
		Crimes de Colarinho Branco – Lei nº 7.492/1986 
	Considerações gerais. Conceito de instituição financeira 
	Para que possamos identificar os denominados crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, também conhecidos como crimes do colarinho branco, é necessário reconhecermos alguns conceitos, tais como de Sistema Financeiro Nacional e instituição financeira. O Sistema Financeiro Nacional é regulado pela Lei 4.595, de 31 dezembro de 1964, recepcionada pela Constituição de 1988, segundo a qual em seu art. 1º o Sistema Financeiro Nacional será constituído pelos seguintes órgãos: Conselho Monetário Nacional; Banco Central do Brasil; Banco do Brasil S.A; Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e demais instituições financeiras públicas e privadas.
O Art. 1º da Lei nº 7.492/86 estabelece o conceito de instituição financeira: 
	Art. 1º: Considera-se como instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. 
	Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira: 
	I – a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros; 
	II – a pessoa natural que exerça quaisquer das atividades referidas neste artigo, ainda que de forma eventual.
	Desta forma, a partir do reconhecimento da relevância da gestão financeira e orçamentária no Estado Democrático de Direito, tornou-se necessária a seleção de condutas que, no contexto das atividades econômicas realizadas pelas instituições financeiras, instituições equiparadas e seus agentes, no mercado de capitais, viessem a lesionar ou expor a grave perigo de lesão o Sistema Financeiro Nacional, sendo, desta forma, adotadas medidas de Política Criminal pelo Estado, de modo a coibir e reprimir as referidas condutas e, para tanto, utilizou-se de técnicas legislativas como a antecipação da intervenção penal, por meio da tipificação de condutas de perigo, e a adoção de normas penais do mandato em branco. 
		Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional
		Objetividade jurídica 
	A delimitação do bem jurídico-penal se caracteriza como questão controvertida, de modo a gerar quatro entendimentos distintos:
	• 1º entendimento – No sentido de que o bem jurídico imediato é a tutela da política econômica do estado e, mediato, fé pública e o patrimônio (COSTA JR: 2002. p.99).
	• 2º entendimento – A política econômica do Governo Federal, cuidando para que as operações atribuídas às instituições financeiras, ou a entes assemelhados, e realizem de forma regular e honesta, zelando pela estabilidade e credibilidade do Sistema Financeiro Nacional (SILVA: 2006, p.172). 
	• 3º entendimento – Ordem econômica atrelada ao financiamento do estado e o desenvolvimento do país, sendo notadamente "supraindividual, e amplo, abrangendo, inclusive, a fé pública dos negócios em geral, não obstante, por via reflexa, acabe protegendo interesses individuais como o 
patrimônio de determinados investidores e sua circulação”. (DELMANTO: 2006. p.129) 
• 4º entendimento – A fé pública dos documentos comprobatórios de investimentos e o patrimônio dos investidores. (PRADO: 2007. p. 205)

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