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3/6/17 1 ANESTESIOLOGIA Marcia Kahvegian INTRODUÇÃO • Anestesia – grego = anaisthaesia – insensibilidade, perda da sensação dolorosa de todo corpo ou parte dele – induzida por fármacos que deprimem a atividade local, regional ou geral • Anestesiologia 3/6/17 2 IMPORTÂNCIA DA ANESTESIA • Tratamento humanitário dos animais – abolição da dor e do estresse • Promover condições cirúrgicas ideais – ausência resposta motora – Ausência de sensibilidade – relaxamento muscular • Manutenção da vida História Idade Antiga 3/6/17 3 Idade Média 3/6/17 4 Hoje encarada como o 5° sinal vital 3/6/17 5 HISTÓRIA DIVERSAS TENTATIVAS DESDE A ANTIGUIDADE........ COM PRE SSÃ O ART ÉRI AS Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1541) Suiço Médico, alquimista, botânico e astrólogo Educação humanista e teológica Pioneiro no uso de produtos químico e mineriais na medicina Deu nome ao Zinco 1536: The Great Book Surgery 3/6/17 6 História da Anestesia 1540: Paracelsus (éter, galinhas) 1800: Humprey Davy: óxido nitroso (procedimentos cirúrgicos menores e alivio da dor) Neste período muitos viajavam pelos EUA demonstrando o uso do óxido nitroso (excitação inicial com posterior sedação e inconsciência) 1844: Horace Wells (dentista) experimentou em vários pacientes 1845: Horace Wells extraiu um dente molar de um pacientes sob efeito do óxido nitroso Com a retirada do equipamento de inalação precocemente o paciente apresentou sinais de excitação, entendidos como dor, apesar do rapaz ter afirmado não ter sentido nada. Wells foi desacreditado Wells solicitou apresentação pública no Massachusetts General Hospital Horace Wells Willian Thomas Green Morton (1846): administrou éter a um jovem chamado Gilbert Abbott para retirada de uma neoplasia no pescoço Cirurgião exclamou: “Senhores, isto não é uma farsa!!” DESCOBERTA OFICIAL DA ANESTESIA OU ETERIZAÇÃO História da Anestesia 3/6/17 7 ANESTESIA VETERINÁRIA “A contenção física era adotada com frequência em grandes animais” 1847: Edward Mayhew: uso de éter em cães e gatos (em 1847: 15 vets em todo EUA) 1847: éter para amputação de membro em bovino 1852: Geoge Dadd utilizou éter e clorofórmio em procedimentos cirúrgicos de forma rotineira 1878: utilização do hidrato de cloral em equinos (administração oral, IV, IP e retal – primeiro composto não inalatório usado na veterinária) 1930: Desenvolvimento do pentobarbital sódico 1934: Desenvolvimento do tiopental sódico 1940-1950: Desenvolvimento da técnica de anestesia geral em pequenos animais 1941: John George Wright publica Veterinary Anaesthesia (primeiro livro dedicado à anestesiologia veterinária) HALOGENADOS Bem estar animal 3/6/17 8 ANESTESIA VETERINÁRIA NO BRASIL 1940: Contribuição para o estudo da anestesia intravenosa pelo thionembutal no cão (Matera, Tabarelli Neto) 1940: Contribuição para o estudo da anestesia intravenosa no cão pelo pentobarbital sódico (Matera, Castrignamo) 1973: Primeira disciplina de anestesiologia veterinária (FMVZ-UNESP-Botucatu) 1983: Residência em anestesiologia veterinária (FMVZ-UNESP-Botucatu) 1988: Anestesiologia Veterinária: Farmacologia e Técnicas (Flavio Massone) 2002: Anestesia em cães e gatos (Fantoni & Cortopassi) CBCAV: associação de classe que congrega no Brasil os MV que atuam nas áreas de Anestesiologia e Cirurgia Veterinária (habilitado à conceder o Título de Especialista em Anestesilogia Veterinária) ANESTESIA LOCAL 1884: Karl Kolhler empregou a cocaína na anestesia tópica do globo ocular 1885: Primeira anestesia espinhal em cães (cocaína) 1898: August Bier: relatou a técnica da anestesia subaracnóide em animais e humanos 1904: Procaína (menor toxicidade que a cocaína) 1940: Anestesia paravertebral em bovinos 1943: Descoberta da lidocaína na Suécia 3/6/17 9 Entidades American College of Veterinary Anesthesiologists (ACVA) – EUA International Veterinary Academy of PainManagement (IVAPM) – EUA Veterinary Emergence and Critical care Society (VECCS) – EUA Association of Veterinary Anaesthetists (AVA) – Europa European College of Veterinary Anaesthesia and Analgesia (ECVAA) – Europa Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária (CBCAV) – Brasil Entidades 3/6/17 10 ANESTESIOLOGIA........... CONCEITOS Tranquilização Estado de alteração do comportamento no qual o animal fica relaxado, livre de ansiedade e medo, porém sem perda da consciência Analgesia abolição da sensação de dor analgésico = fármaco capaz de produzir analgesia 3/6/17 11 CONCEITOS Sedação – estado caracterizado por depressão do SNC acompanhado de sonolência – animal encontra-se indiferente ao meio Neuroleptoanalgesia – ato anestésico capaz de causar sonolência e analgesia sem perda da consciência – estado de tranquilização com analgesia CONCEITOS Hipnose – é o sono artificialmente induzido por fármacos Anestesia loco-regional – perda total de sensibilidade numa parte localizada – perda da sensibilidade e/ou motricidade de uma vasta porém limitada área corpórea (epidural) 3/6/17 12 CONCEITOS Anestesia Geral – Perda reversível da consciência e da sensibilidade induzido por fármacos – Ato anestésico caracterizado por: • perda da consciência • analgesia • relaxamento muscular • ausência de resposta ao estímulo cirúrgico CONCEITOS Anestesia balanceada – técnica de anestesia geral baseada no conceito de que a associação de um ou mais fármacos anestésicos em menores quantidades reúne grandes vantagens – analgésicos + anestésicos Anestesia dissociativa – é a anestesia capaz de dissociar o córtex cerebral de maneira seletiva causando analgesia e desligamento sem perda dos reflexos protetores 3/6/17 13 “Experiência sensorial e emocional desagradável que está associada a lesões reais ou potenciais”. Animais: reação comportamental a essa experiência ORGANIZAÇÃO DA ANESTESIA 3/6/17 14 Alta anestésica Recuperação pós-anestésica PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO TRANS-OPERATÓRIO PRÉ-OPERATÓRIO MPA - Preparo do animal Planejamento do anestesia Avaliação pré-anestésica Anamnese – prontuário do animal Monitoração anestésica Manutenção anestésica Intubação Indução anestésica AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Principal objetivo é reduzir mortalidade e morbidade cirúrgica DEVE SER REALIZADA ANTES DE QUALQUER E TODA ANESTESIA Determinar a condição física do paciente Realizar planejamento anestésico (selecionar fármacos, tipo de anestesia, monitoração) Escolher o protocolo anestésico Estimar o risco anestésico-cirúrgico do procedimento Obtenção do consentimento esclarecido O paciente está nas melhores condições possíveis para ser submetido à cirurgia proposta? ANESTESIA Custo Benefício 3/6/17 15 AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Determinar a condição física do paciente – Identificação do paciente – Anamnese (medicações em uso, jejum, doenças concomitantes) – Exame físico,laboratoriais, RX, US – Avaliar procedimento cirúrgico • Estabelecer risco anestésico cirúrgico - Americam Society of Anesthesiologists (ASA) ClassificaçãoASA Descrição Exemplos I Paciente hígido Procedimentos eletivos (OSH) II Paciente com doença sistêmica leve Neonatos (<8sem), geriátricos, obesos, cardiopatas compensados, infecção localizada III Doença sistêmica moderada anemia, caquexia, desidratação, hipovolemia moderada, fraturas complicadas, hérnia, pneumotórax IV Doença sistêmica grave choque, uremia, desidratação severa, SDTVG, cardiopatas, nefropatas V Moribundos sem expectativa sobrev com ou sem ciru em 24h falência múltipla órgãos, trauma craniano, choque E Emergência II Paciente com doença sistêmica leve Neonatos (<8sem), geriátricos, obesos, cardiopatas compensados, infecção localizada 3/6/17 16 Classificação ASA Descrição Exemplos I Paciente hígido Procedimentos eletivos (OSH) II Paciente com doença sistêmica leve Neonatos (<8sem), geriátricos, obesos, cardiopatas compensados, infecção localizada III Doença sistêmica moderada anemia, caquexia, desidratação, hipovolemia moderada, fraturas complicadas, hérnia, pneumotórax IV Doença sistêmica grave choque, uremia, desidratação severa, SDTVG, cardiopatas, nefropatas V Moribundos sem expectativa sobrev com ou sem ciru em 24h falência múltipla órgãos, trauma craniano, choque E Emergência II Paciente com doença sistêmica leve Neonatos (<8sem), geriátricos, obesos, cardiopatas compensados, infecção localizada Identificação do Paciente Dados do paciente (espécie, raça, temperamento, idade, sexo, estado reprodutivo) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA ≠ Espécie Raça Idade ≠ 3/6/17 17 Anamnese Jejum prévio? Alimentar • cães e gatos – 8 a 12 horas • eqüinos – 12 a 16 horas • ruminantes – 3 dias pré (meia ração), 2 dias pré (meia ração), 24 h antes (total) Hídrico • cães, gatos, eqüinos – 4 horas • ruminantes – 6 horas Fêmeas em aleitamento: alimentar de 6 hs Cães e gatos < 8 semanas: jejum de até 4 hs AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA ? Sistema respiratório (tosse, dispnéia, secreção) Sistema cardiovascular (tosse, síncopes, cansaço fácil, ascite) Sistema gastrointestinal (vômitos, diarréia) Sistema nervoso central (convulsões) Sistema endócrino (diabetes, hipotireoidismo, hipoadrenocorticismo) Sistema hematológico (anemia, transfusão recente) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Anamnese 3/6/17 18 Anestesia Prévias (complicações, recuperação prolongada) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Anamnese ALÉM DESSE PROBLEMA PARA QUAL SEU ANIMAL IRÁ SER OPERADO, ELE APRESENTA OUTRA DOENÇA? Eletrocardiograma e Ecocardiograma Radiológico Ultrasonográfico Exames laboratoriais – Hemograma, FR, FH, Eletrólitos, Gasometria AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA Exames Complementares Solicitação de exames conforme idade e categoria de risco 3/6/17 19 AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA • Discussão com o proprietário – termo de ciência Eu,..............., portador do RG ......, proprietário (a) do animal........da espécie..............., prontuário....., estou ciente dos riscos anestésicos-cirúrgicos aos quais o animal de minha propriedade será submetido. Consentimento esclarecido Reflexão e planejamento anestesia • Estado geral do paciente • Tipo de procedimento cirúrgico • Duração do procedimento cirúrgico • Fármacos e equipamentos disponíveis (3M – Materiais, Medicamentos e Máquinas) AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 3/6/17 20 Risco Anestésico-Cirúrgico Determinado pelo análise do paciente, anestesia e cirurgia Paciente: estado físico Anestesia: seleção da técnica e agentes, duração procedimento, equipamentos, experiência do anestesista, fadiga Cirurgia: cirurgias extensas, órgãos vitais, cirurgias de emergência, sangramento, habilidade cirurgião, instalações Referências... FANTONI DT, CORTOPASSI SRG. Anestesia em cães e gatos. 2 ed. São Paulo: Roca, 2009. MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária: Farmacologia e Técnicas, 4ed, São Paulo: Guanabara Koogan, 2003 THURMON, J. C.; TRANQUILLI, W. J.; GRIMM, K. Lumb & Jones´ veterinary anesthesia. 4ed. London: Lea & Fibiger, 2007. HALL, L. W.; CLARCK, K. W.; TRIM, C. M. Veterinary anaesthesia. 10. ed. London: W. B. Saunders, 2001. MANICA, J. Anestesiologia - Princípios e Técnicas. 2ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.
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