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HISTÓRIA E AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA

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ANESTESIOLOGIA 
Marcia Kahvegian 
INTRODUÇÃO 
•  Anestesia 
– grego = anaisthaesia 
– insensibilidade, perda da sensação 
dolorosa de todo corpo ou parte dele 
– induzida por fármacos que deprimem a 
atividade local, regional ou geral 
•  Anestesiologia 
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IMPORTÂNCIA DA ANESTESIA 
•  Tratamento humanitário dos animais 
– abolição da dor e do estresse 
•  Promover condições cirúrgicas ideais 
– ausência resposta motora 
– Ausência de sensibilidade 
– relaxamento muscular 
•  Manutenção da vida 
História 
Idade Antiga 
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Idade Média 
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Hoje encarada como o 5° sinal vital 
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HISTÓRIA DIVERSAS TENTATIVAS DESDE A 
ANTIGUIDADE........ 
COM
PRE
SSÃ
O 
ART
ÉRI
AS 
Theophrastus Bombastus von Hohenheim (1493-1541) 
Suiço 
Médico, alquimista, botânico e astrólogo 
Educação humanista e teológica 
Pioneiro no uso de produtos químico e mineriais na medicina 
Deu nome ao Zinco 
1536: The Great Book Surgery 
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História da Anestesia 
1540: Paracelsus (éter, galinhas) 
1800: Humprey Davy: óxido nitroso (procedimentos cirúrgicos 
menores e alivio da dor) 
Neste período muitos viajavam pelos EUA demonstrando o uso do 
óxido nitroso (excitação inicial com posterior sedação e 
inconsciência) 
1844: Horace Wells (dentista) 
experimentou em vários pacientes 
1845: Horace Wells extraiu um dente molar 
de um pacientes sob efeito do óxido nitroso 
Com a retirada do 
equipamento de inalação 
precocemente o paciente 
apresentou sinais de 
excitação, entendidos como 
dor, apesar do rapaz ter 
afirmado não ter sentido nada. 
Wells foi desacreditado 
Wells solicitou apresentação pública no 
Massachusetts General Hospital 
Horace Wells 
Willian Thomas Green 
Morton (1846): 
administrou éter a um 
jovem chamado Gilbert 
Abbott para retirada de 
uma neoplasia no 
pescoço 
Cirurgião exclamou: 
“Senhores, isto não é uma 
farsa!!” 
DESCOBERTA OFICIAL 
DA ANESTESIA OU 
ETERIZAÇÃO 
História da 
Anestesia 
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ANESTESIA VETERINÁRIA 
“A contenção física era 
adotada com frequência em 
grandes animais” 
1847: Edward Mayhew: uso de éter em cães e gatos (em 1847: 15 vets em todo EUA) 
1847: éter para amputação de membro em bovino 
1852: Geoge Dadd utilizou éter e clorofórmio em 
procedimentos cirúrgicos de forma rotineira 
1878: utilização do hidrato de cloral em equinos 
(administração oral, IV, IP e retal – primeiro 
composto não inalatório usado na veterinária) 
1930: Desenvolvimento do pentobarbital sódico 
1934: Desenvolvimento do tiopental sódico 
1940-1950: Desenvolvimento da técnica de 
anestesia geral em pequenos animais 
1941: John George Wright publica 
Veterinary Anaesthesia (primeiro livro 
dedicado à anestesiologia veterinária) 
HALOGENADOS 
Bem estar animal 
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ANESTESIA VETERINÁRIA NO BRASIL 
1940: Contribuição para o estudo da anestesia intravenosa pelo 
thionembutal no cão (Matera, Tabarelli Neto) 
1940: Contribuição para o estudo da anestesia intravenosa no cão 
pelo pentobarbital sódico (Matera, Castrignamo) 
1973: Primeira disciplina de anestesiologia 
veterinária (FMVZ-UNESP-Botucatu) 
1983: Residência em anestesiologia veterinária (FMVZ-UNESP-Botucatu) 
1988: Anestesiologia Veterinária: Farmacologia e Técnicas (Flavio Massone) 
2002: Anestesia em cães e gatos (Fantoni & Cortopassi) 
CBCAV: associação de classe que congrega no Brasil os MV que 
atuam nas áreas de Anestesiologia e Cirurgia Veterinária (habilitado à 
conceder o Título de Especialista em Anestesilogia Veterinária) 
ANESTESIA LOCAL 
 1884: Karl Kolhler empregou a cocaína na anestesia 
tópica do globo ocular 
 1885: Primeira anestesia espinhal em cães (cocaína) 
 1898: August Bier: relatou a técnica da anestesia 
subaracnóide em animais e humanos 
 1904: Procaína (menor toxicidade que a cocaína) 
 1940: Anestesia paravertebral em bovinos 
 1943: Descoberta da lidocaína na Suécia 
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Entidades 
  American College of Veterinary Anesthesiologists (ACVA) – EUA 
  International Veterinary Academy of PainManagement (IVAPM) – 
EUA 
  Veterinary Emergence and Critical care Society (VECCS) – EUA 
  Association of Veterinary Anaesthetists (AVA) – Europa 
  European College of Veterinary Anaesthesia and Analgesia 
(ECVAA) – Europa 
  Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária (CBCAV) 
– Brasil 
Entidades 
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ANESTESIOLOGIA........... 
CONCEITOS 
Tranquilização 
  Estado de alteração do comportamento no qual o 
animal fica relaxado, livre de ansiedade e medo, 
porém sem perda da consciência 
Analgesia 
 abolição da sensação de dor 
 analgésico = fármaco capaz de produzir 
analgesia 
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CONCEITOS 
 Sedação 
–  estado caracterizado por depressão do SNC 
acompanhado de sonolência 
–  animal encontra-se indiferente ao meio 
 Neuroleptoanalgesia 
–  ato anestésico capaz de causar sonolência e 
analgesia sem perda da consciência 
–  estado de tranquilização com analgesia 
CONCEITOS 
 Hipnose 
–  é o sono artificialmente induzido por fármacos 
 Anestesia loco-regional 
–  perda total de sensibilidade numa parte localizada 
–  perda da sensibilidade e/ou motricidade de uma 
vasta porém limitada área corpórea (epidural) 
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CONCEITOS 
 Anestesia Geral 
–  Perda reversível da consciência e da sensibilidade 
induzido por fármacos 
–  Ato anestésico caracterizado por: 
• perda da consciência 
• analgesia 
• relaxamento muscular 
• ausência de resposta ao estímulo cirúrgico 
CONCEITOS 
 Anestesia balanceada 
–  técnica de anestesia geral baseada no conceito de 
que a associação de um ou mais fármacos 
anestésicos em menores quantidades reúne 
grandes vantagens 
–  analgésicos + anestésicos 
 Anestesia dissociativa 
–  é a anestesia capaz de dissociar o córtex cerebral 
de maneira seletiva causando analgesia e 
desligamento sem perda dos reflexos protetores 
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“Experiência sensorial e emocional 
desagradável que está associada a lesões 
reais ou potenciais”. 
Animais: reação comportamental a essa experiência 
ORGANIZAÇÃO DA 
ANESTESIA 
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Alta anestésica 
Recuperação pós-anestésica 
PÓS-OPERATÓRIO 
IMEDIATO 
TRANS-OPERATÓRIO 
PRÉ-OPERATÓRIO 
MPA - Preparo do animal 
 Planejamento do anestesia 
 Avaliação pré-anestésica 
Anamnese – prontuário do animal 
 Monitoração anestésica 
 Manutenção anestésica 
 Intubação 
 Indução anestésica 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
Principal objetivo é reduzir mortalidade e morbidade cirúrgica 
DEVE SER REALIZADA ANTES DE QUALQUER E 
TODA ANESTESIA 
  Determinar a condição física do paciente 
  Realizar planejamento anestésico (selecionar 
fármacos, tipo de anestesia, monitoração) 
  Escolher o protocolo anestésico 
  Estimar o risco anestésico-cirúrgico do procedimento 
  Obtenção do consentimento esclarecido 
O paciente está nas melhores condições possíveis para 
ser submetido à cirurgia proposta? 
ANESTESIA 
Custo Benefício 
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AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
Determinar a condição física do paciente 
– Identificação do paciente 
– Anamnese (medicações em uso, jejum, 
doenças concomitantes) 
– Exame físico,laboratoriais, RX, US 
– Avaliar procedimento cirúrgico 
•  Estabelecer risco anestésico cirúrgico - 
Americam Society of Anesthesiologists (ASA) 
ClassificaçãoASA Descrição Exemplos 
I Paciente hígido Procedimentos eletivos 
(OSH) 
II Paciente com 
doença sistêmica 
leve 
Neonatos (<8sem), 
geriátricos, obesos, 
cardiopatas compensados, 
infecção localizada 
III Doença sistêmica 
moderada 
anemia, caquexia, 
desidratação, hipovolemia 
moderada, fraturas 
complicadas, hérnia, 
pneumotórax 
IV Doença sistêmica 
grave 
choque, uremia, 
desidratação severa, 
SDTVG, cardiopatas, 
nefropatas 
V Moribundos sem 
expectativa 
sobrev com ou 
sem ciru em 24h 
falência múltipla órgãos, 
trauma craniano, choque 
E Emergência 
II Paciente com 
doença sistêmica 
leve 
Neonatos (<8sem), 
geriátricos, obesos, 
cardiopatas compensados, 
infecção localizada 
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Classificação ASA Descrição Exemplos 
I Paciente hígido Procedimentos eletivos 
(OSH) 
II Paciente com 
doença sistêmica 
leve 
Neonatos (<8sem), 
geriátricos, obesos, 
cardiopatas compensados, 
infecção localizada 
III Doença sistêmica 
moderada 
anemia, caquexia, 
desidratação, hipovolemia 
moderada, fraturas 
complicadas, hérnia, 
pneumotórax 
IV Doença sistêmica 
grave 
choque, uremia, 
desidratação severa, 
SDTVG, cardiopatas, 
nefropatas 
V Moribundos sem 
expectativa 
sobrev com ou 
sem ciru em 24h 
falência múltipla órgãos, 
trauma craniano, choque 
E Emergência 
II Paciente com 
doença sistêmica 
leve 
Neonatos (<8sem), 
geriátricos, obesos, 
cardiopatas compensados, 
infecção localizada 
Identificação do Paciente 
Dados do paciente (espécie, raça, 
temperamento, idade, sexo, estado 
reprodutivo) 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
≠ Espécie 
Raça 
Idade ≠ 
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Anamnese 
Jejum prévio? 
 Alimentar 
•  cães e gatos – 8 a 12 horas 
•  eqüinos – 12 a 16 horas 
•  ruminantes – 3 dias pré (meia ração), 2 dias pré 
(meia ração), 24 h antes (total) 
Hídrico 
•  cães, gatos, eqüinos – 4 horas 
•  ruminantes – 6 horas 
Fêmeas em aleitamento: alimentar de 6 hs 
Cães e gatos < 8 semanas: jejum de até 4 hs 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
?
 Sistema respiratório (tosse, dispnéia, secreção) 
 Sistema cardiovascular (tosse, síncopes, 
cansaço fácil, ascite) 
 Sistema gastrointestinal (vômitos, diarréia) 
 Sistema nervoso central (convulsões) 
 Sistema endócrino (diabetes, hipotireoidismo, 
hipoadrenocorticismo) 
 Sistema hematológico (anemia, transfusão 
recente) 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
Anamnese 
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Anestesia Prévias (complicações, recuperação prolongada) 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
Anamnese 
ALÉM DESSE PROBLEMA PARA 
QUAL SEU ANIMAL IRÁ SER 
OPERADO, ELE APRESENTA 
OUTRA DOENÇA? 
 Eletrocardiograma e Ecocardiograma 
 Radiológico 
 Ultrasonográfico 
 Exames laboratoriais 
–  Hemograma, FR, FH, Eletrólitos, Gasometria 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
Exames Complementares 
Solicitação de 
exames conforme 
idade e categoria 
de risco 
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AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
•  Discussão com o proprietário 
– termo de ciência 
 Eu,..............., portador do RG ......, 
proprietário (a) do animal........da 
espécie..............., prontuário....., estou 
ciente dos riscos anestésicos-cirúrgicos aos 
quais o animal de minha propriedade será 
submetido. 
Consentimento esclarecido 
Reflexão e planejamento anestesia 
•  Estado geral do paciente 
•  Tipo de procedimento cirúrgico 
•  Duração do procedimento cirúrgico 
•  Fármacos e equipamentos disponíveis (3M – 
Materiais, Medicamentos e Máquinas) 
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA 
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Risco Anestésico-Cirúrgico 
Determinado pelo análise do paciente, anestesia 
e cirurgia 
 Paciente: estado físico 
 Anestesia: seleção da técnica e agentes, duração 
procedimento, equipamentos, experiência do 
anestesista, fadiga 
 Cirurgia: cirurgias extensas, órgãos vitais, 
cirurgias de emergência, sangramento, habilidade 
cirurgião, instalações 
Referências... 
FANTONI DT, CORTOPASSI SRG. Anestesia em cães e 
gatos. 2 ed. São Paulo: Roca, 2009. 
MASSONE, F. Anestesiologia Veterinária: Farmacologia 
e Técnicas, 4ed, São Paulo: Guanabara Koogan, 2003 
THURMON, J. C.; TRANQUILLI, W. J.; GRIMM, K. Lumb 
& Jones´ veterinary anesthesia. 4ed. London: Lea & 
Fibiger, 2007. 
HALL, L. W.; CLARCK, K. W.; TRIM, C. M. Veterinary 
anaesthesia. 10. ed. London: W. B. Saunders, 2001. 
MANICA, J. Anestesiologia - Princípios e Técnicas. 2ed. 
Porto Alegre: Artes Médicas, 2004.

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