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SEMANA 7 PRATICA I

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ 
VARA CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE - PE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA, nacionalidade, viúva, profissão, portadora da cédula de 
identidade nºXXX, expedida pelo XXX, inscrita no CPF/MF sob nº XXX, 
usuária do endereço eletrônico XXX, residente e domiciliada na rua Bérgamo, 
Nº 123, apt. 205 – Araçatuba - SP, vem, respeitosamente perante V. Exa., por 
seu advogado XXX, OAB XXX que subscreve, com escritório na Rua XXX, 
XXX, XXX - para fins do artigo 77, V do Código de Processo Civil, vem a este 
juízo, propor: 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS 
 
Pelo Rito Ordinário, em face de ROBERTO, nacionalidade, estado 
civil, comerciante, portador da identidade nº XX, inscrito no CPF XX, usuário do 
endereço eletrônico XX, residente e domiciliado na Rua XX, bairro XX, - Cidade 
XX – Estado XX, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
A autora não possui condições financeiras para arcar com as custas 
processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua 
família. Nesse sentido, junta-se declaração de hipossuficiência (Doc. X). Por 
tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela 
Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC), artigo 98 
e seguintes. 
II - DA AUDIENCIA DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
A autora manifesta interesse favorável a realização da audiência de 
mediação e conciliação. 
 
III - DOS FATOS 
Ocorre que o até então marido da autora, Marcos, caminhava pela rua 
XX, em Recife – PE quando foi atingido por um aparelho de ar-condicionado 
manejado, de forma imprudente, pelo réu. 
Destaca-se que Marcos foi encaminhado a um hospital particular, porém 
este faleceu no dia seguinte. 
A autora, profundamente abalada pela perda trágica de seu esposo, 
deslocou-se até Recife – PE, e transportou o corpo para Araçatuba – SP, local 
do sepultamento. 
Salienta-se que Marcos era responsável pelo sustento próprio e de sua 
esposa e percebia mensalmente renda média de um salário mínimo como 
pedreiro. 
Insta observar que os gastos hospitalares somaram R$ 3.000,00 (três 
mil reais), e os gastos com transporte e funeral perfazem R$ 3.000,00 (três mil 
reais), conforme comprovantes anexos. 
Cumpre informar que, no inquérito policial, após o laudo da perícia 
técnica apontar como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da 
queda do aparelho de ar-condicionado, o réu foi indiciado, sendo 
posteriormente denunciado e condenado em primeira instância como autor de 
homicídio culposo. 
 
IV - DO DIREITO 
Segundo dispõe o art. 938 do código Civil, a responsabilidade pelo dano 
proveniente das coisas que caírem de prédio ou forem lançadas em lugar 
indevido é objetiva, ou seja, independe da demonstração de conduta culposa 
ou dolosa. 
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou 
parte dele, responde pelo dano proveniente das 
coisas que dele caírem ou forem lançadas em 
lugar indevido. 
O caso em tela se subsume perfeitamente no dispositivo citado, vez que 
o réu manejava um ar condicionado do prédio onde exerce suas atividades 
profissionais, ar condicionado este que, como se viu, caiu e atingiu de modo 
fatal o ente querido da autora. 
 
Os requisitos para a configuração da responsabilidade civil – conduta, 
dano e nexo de causalidade – estão, dessa forma, configurados, não sendo o 
caso de se discutir se houve dolo ou culpa por parte do réu. 
De qualquer forma, e considerando o princípio da eventualidade, o autor 
também responderia caso fosse necessário enquadrar o caso presente na 
responsabilidade subjetiva. 
 Com efeito, o art. 927 do Código Civil é claro no sentido de: 
Art. 927 - aquele que, por ato ilícito 
(arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo. 
A jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do RJ também é 
pacífica ao determinar: 
PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE 
RESPONSABILIDADE CIVIL. QUEDA DE 
APARELHO DE AR CONDIDIONADO. 
RESPONSABILIDADE DA EMPRESA 
PROPRIETÁRIA EM RAZÃO DE SUA 
NEGLIGÊNCIA NA CONSERVAÇÃO. 
DAMNUM IN RE IPSA. VALOR 
INDENIZATÓRIO QUE, ALÉM DOS 
ASPECTOS REPARATÓRIOS, TRAZ EM SEU 
BOJO O SENTIDO PEDAGÓGICO, A 
TENTATIVA DA PRÁTICA. PROVIMENTO AO 
RECURSO PRINCIPAL, IMPROVENDO-SE O 
RECURSO ADESIVO. I. Nos termos do art. 
938 do Código Civil, aquele que habitar prédio, 
ou parte dele, responde pelo dano proveniente 
das coisas que dele caírem ou forem lançadas 
em lugar indevido, consagrando, assim, a 
responsabilidade objetiva do proprietário; II – 
Induvidosa a responsabilidade do ocupante de 
sala pela queda de aparelho de ar 
condicionado que lhe provoca ferimentos os 
quais, ainda que leves, autorizam a 
condenação pelo dano moral. III. O simples fato 
de o Autor ter que se submeter a atendimento 
médico-hospitalar em hospital público já é um 
fator de desestabilização emocional, dadas as 
precárias condições dos estabelecimentos que 
sobrevivem, ainda, graças a abnegação dos 
discípulos de Hipócrates que realizam 
verdadeiros milagres em que pese a 
indignidade de seus salários e as péssimas 
condições de trabalho; IV. A composição do 
dano moral realiza-se através desse conceito – 
compensação – que, além de diversos 
ressarcimentos, baseia-se naquilo que Ripert 
chamava substituição do prazer, que 
desaparece, por um novo. Por outro lado, não 
se pode ignorar a necessidade de se impor 
uma pena ao causador do dano moral, para 
não passar impune a infração e, assim, 
estimular novas agressões. A indenização 
funcionará também como uma espécie de pena 
privada em benefício da vítima; V. Provimento 
ao recurso principal, negando-se provimento ao 
recurso adesivo. 
Os fatos narrados na petição inicial enquadram-se também na hipótese 
de incidência prevista no dispositivo citado, pelos seguintes motivos: a) o 
requerido, de maneira imprudente, deixou cair um aparelho de ar-condicionado 
na rua; b) a queda do aparelho causou a morte de Marcos, conforme restou 
comprovado pelas conclusões do laudo da perícia técnica; c) a morte de 
Marcos em razão da conduta imprudente do requerido causou danos de ordem 
material e moral na autora. 
Por outro lado, não ocorre no caso presente qualquer das causas 
excludentes da responsabilidade, eis que restou clara a conduta imprudente do 
réu, fato que restou reforçado pelo seu indiciamento no crime de homicídio 
culposo. 
Demonstrada a culpa, o nexo causal e os danos, que são presumidos 
em casos como esses, de rigor, agora, tratar das verbas indenizatórias devidas 
a autora. 
• Das verbas indenizatórias devidas: 
O art. 948 do Código Civil tem o seguinte teor: 
“Art. 948. No caso de homicídio, a 
indenização consiste, sem excluir outras 
reparações: 
I – no pagamento das despesas com o 
tratamento da vítima, seu funeral e o luto da 
família; 
II – na prestação de alimentos às 
pessoas a quem o morto os devia, levando-se 
em conta a duração possível da vida da vítima.” 
Por outro lado, a Constituição Federal, em seu art. 5º., V e X, e o Código 
Civil, em seus arts. 186 (ato ilícito) e 944 (“a indenização mede-se pela 
extensão do dano”) impõe que os danos morais também devem ser 
indenizados. 
Considerando que houve despesas comprovadas de funeral, que os 
autores dependiam economicamente do falecido e que o dano moral é 
conseqüência natural e imediata do falecimento do marido e do pai dos 
autores, independendo de comprovação, segundo a jurisprudência, a autora 
faz jus às seguintes verbas indenizatórias: 
a) danos materiais, consistentes no ressarcimento das despesas de 
hospital, funeral e na fixação de pensão a autora; 
b) danos morais, devido a autora; 
• Da pensão 
A pensão devida à esposa, deve ser paga até que esta perfaça 70 anos, 
tendo em vista o aumentoda expectativa de vida do brasileiro, que hoje é, em 
média, de 71,9 anos. Confira: 
“Possibilidade de determinar como termo 
final do pagamento da pensão, a data em que a 
vítima completaria 70 (setenta) anos de idade, 
em função do caso concreto. Precedentes: 
REsp 164.824/RS e REsp 705.859/SP” (REsp 
859.225/RN, Rel. Min. Francisco Falcão, 
Primeira Turma, julgado em 13.03.2007, DJ 
09.04.2007, p. 242). 
Já quanto ao quantum devido, as decisões do STJ vêm fixando a 
pensão em 2/3 da remuneração que recebia o de cujus. Confira: 
“Responsabilidade civil do Estado. 
Acidente de trânsito com vítima fatal. Adequada 
a fixação do valor da pensão em 2/3 (dois 
terços) dos rendimentos da vítima, deduzindo 
que o restante seria gasto com seu sustento 
próprio” (STJ, REsp 603.984/MT, rel. Min. 
Francisco Falcão, DJ de 16/11/2004). 
Por fim, é importante ressaltar que tanto a correção monetária como os 
juros moratórios das parcelas devidas a título de indenização por danos 
materiais devem incidir desde a data do evento danoso (STJ, REsp 
705.859/SP, rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ de 21/03/2005). 
Como o art. 406 do Código Civil 
determina a aplicação da taxa Selic e esta 
abarca juros e correção monetária, estes 
incidirão com a simples aplicação da taxa 
referencial (STJ, REsp 897.043/RN, rel. Min. 
Eliana Calmon, 2ª T., j. 03-05-2007,p.392). 
• Dos danos morais 
O STJ vem entendendo que não se pode mais fixar o valor do dano 
moral tomando como critério o salário mínimo. Deve-se fixar esta verba certo, 
valor esse que, em caso de homicídio, vem sendo fixado na quantia de R$ 
190.000,00 (cento e noventa mil reais). Confira o seguinte caso: 
 
“CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO. ACIDENTE DE TRÂNSITO 
COM VÍTIMA FATAL, ESPOSO E PAI DOS 
AUTORES. DANO MORAL. FIXAÇÃO. 
MAJORAÇÃO. Dano moral aumentado, para 
amoldar-se aos parâmetros usualmente 
adotados pela Turma. R$ 190 mil para esposa 
e filhas” (STJ, REsp 625.161/RJ, rel. Min. Aldir 
Passarinho Júnior, DJ 17/12/07). 
 
Em matéria de dano moral, a correção 
monetária é devida desde a data da fixação de 
seu valor, ou seja, desde da decisão judicial 
que fixa a indenização por dano moral. Já os 
juros moratórios são calculados tendo-se em 
conta a data do evento danoso (Súmula 54 do 
STJ: “os juros moratórios fluem a partir do 
evento danoso, em caso de responsabilidade 
extracontratual”). 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, é o presente para presente para requerer a Vossa 
Excelência o quanto segue: 
1 – A citação do réu, no endereço declinado no pórtico desta inicial, 
para, querendo, contestar a presente ação no prazo legal, sob as penas da lei 
processual civil. 
2 – A procedência da ação para condenar o réu no pagamento da 
quantia de R$ 3.000,00 (três mil reais) relativa às despesas hospitalares, 
corrigido e atualizado; 
3 – A condenação do réu em R$ 3.000,00 (três mil reais), relativa às 
despesas com funeral, corrigido e atualizado; 
4 - de pensão mensal de R$ XX (valor por extenso), devida a autora 
desde o evento danoso, 
5 – a condenação a indenização por dano moral no valor de R$ 
190.000,00 (cento e noventa mil), para a autora; 
6 - Honorários advocatícios de 20%, incidentes sobre o somatório de 
todas as prestações vencidas, além das demais verbas já definidas (dano 
moral, pensão, juros etc.). 
O protesto pela produção de prova documental e pericial, e de todos os 
meios probatórios em direito admitidos, ainda que não especificados no CPC, 
desde que moralmente legítimos (CPC, art. 369). 
Dá-se à causa o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil 
reais). 
Nestes termos, pede deferimento 
 
Local / Data 
 
 
Advogado 
OAB

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