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MINISTÉRIO PÚBLICO
 O Ministério Público é um organismo público, geralmente estatal, ao que se atribui, dentro de um Estado de direito democrático, a representação dos interesses da sociedade mediante o exercício das faculdades de direção da investigação dos fatos que revestem os caracteres de delito, de proteção às vítimas e testemunhas, e de titularidade e sustento da ação penal pública.
 Da mesma forma, está encarregado de contribuir para o estabelecimento dos critérios da política criminal ou da persecução penal dentro do Estado, à luz dos princípios orientadores do Direito penal moderno (como o de mínima intervenção e de seletividade).
INTERVENÇÃO COMO PARTE
 O Ministério Público surgiu como consequência da ampliação da intervenção estatal a partir da necessidade de se impedir a vingança privada, com a jurisdicionalização das soluções dos conflitos da sociedade. Por sua qualidade no procedimento e sua vinculação com os demais intervenientes no processo penal, é um sujeito processual e parte no mesmo, por sustentar uma posição oposta ao imputado e exercer a ação penal (em alguns países em forma monopólica). No entanto, é parte formal e não material, por carecer de interesse parcial (como um simples particular) e por possuir uma parcialidade que encarna à coletividade (ao Estado) e que exige, para tanto, que seja um fiel reflexo da máxima probidade e virtude cívica no exercício de suas atribuições e no cumprimento de seus deveres.
 O Ministério Público não deve ser considerado um órgão de acusação, mas sim um órgão legitimado para a acusação nas ações penais públicas, pois, não é por ser o titular desta e por estar ligado ao princípio da obrigatoriedade de oferecimento da denúncia que o parquet deve, fundamentalmente, fazê-lo.
Enquanto órgão estatal, o Ministério Público não deve primar pela acusação, mas sim pelo respeito à ordem jurídica, o que faz presumir pela sua imparcialidade na jurisdição penal, devendo ele, tão-somente, perquirir pelo efetivo respeito ao Direito.
MINISTÉRIO PÚBLICO COMO PARTE
        Entre outros, são casos em que o Ministério Público, segundo a legislação em vigor, age como parte:
Na ação de nulidade de casamento (art. 208, parágrafo único, CC);
Na ação de dissolução de sociedade civil (art. 670 do CPC);
Na ação rescisória de sentença fruto de colusão das partes para fraudar a Lei (art. 487, III, b - CPC), ou quando não foi ouvido no curso do processo em que era obrigatória a sua intervenção (art. 487, III, a - CPC);
Na ação direta de declaração de inconstitucionalidade (art. 129, IV – CF); 
Na ação de indenização da vítima pobre de delito (art. 68, CPP); bem como nas medidas cautelares destinadas a garantir a mesma indenização (arts. 127 e 142 - CPP);
No pedido de interdição (art. 1.177 - CPC), ou na defesa do interditando (art. 1.182, § lº - CPC);
No pedido de especialização de hipoteca legal, para garantir gestão de bens de incapaz (art. 1.188, parágrafo único – CPC);
Na ação civil pública, para defesa de interesses difusos (Lei n. 7.347/85).
        Alguns privilégios são assegurados ao Ministério Público, quando age como parte, a saber:
Não se sujeita ao pagamento antecipado de custas (art. 27 - CPC), favor que se aplica, igualmente, quando exerce apenas a função de custos legis;
O prazo de contestação é contado em quádruplo, e em dobro o de recorrer (art. 188);
NATUREZA JURÍDICA
 Discute-se na doutrina, quanto a posição constitucional, a natureza jurídica do Ministério Público, pois a Constituição Federal estabelece a tripartição dos poderes, prevista no capítulo IV, que trata da organização dos poderes. Assim, verifica-se o Ministério Público não faz parte de nenhum dos poderes, sendo alvo de questionamentos, visto que para alguns doutrinadores, pode ter o “status” de quarto poder, contudo, para outra corrente, o mesmo não pode ser considerado estritamente dessa forma.
 Dentro da corrente que não comporta esta posição, está José Afonso da Silva que assevera acerca do tema:
 “Não é aceita a tese de alguns que querem ver na instituição um quarto poder do Estado, porque suas atribuições [...] são ontologicamente de natureza executiva, sendo, pois, uma instituição vinculada ao Poder Executivo, funcionalmente independente”.
 Contudo, em outra corrente, nos valemos das lições de Hugo Mazzilli, que acerca do tema, é enfático:
 “O Ministério Público é um órgão do Estado (não do governo), dotado de especiais garantias, ao qual a Constituição Federal e as Leis cometem algumas funções ativa ou interativas, em juízo ou fora dele, para a defesa de interesse da coletividade, principalmente os indisponíveis e os de larga abrangência social”.
 Com o advento da Constituição Federal de 1988, a posição do Ministério Público passou a ter de independência e autonomia diante dos Poderes do Estado, pois está dotado de garantias fundamentais. Para o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, ser um órgão independente para o Ministério Público é:
 “A possibilidade, em inúmeras situações, de maior desenvoltura do Órgão em relação às demais esferas do poder público, assegurando maior efetividade na elucidação de irregularidades passíveis de sanção penal, notadamente em casos que envolvam grave violação de direitos humanos”.
 Diante desta divisão e gozar de independência funcional e administrativa o Ministério Público não é e nem pode ser considerado órgão auxiliar desse ou daquele Poder especialmente do Judiciário, pois, junto ao qual, simplesmente oficia.
FUNÇÕES INTITUCIONAIS
 Examinando-se as últimas três décadas, percebe-se que a consciência social sobre o conceito da referida instituição tem se aperfeiçoado, despindo-se daquela visão limitada e simplista de um “Promotor de acusação” no processo penal. Tal aperfeiçoamento concretiza a típica instituição pública como uma organização aceita universalmente pelos povos como defensora e guardiã dos valores mais relevantes da sociedade do direito. De fato, sendo o Ministério Público titular privativo da ação penal pública, seu mister acusatório é pioneiro na defesa das liberdades individuais, ao assegurar o contraditório na acusação, possibilitando um juízo imparcial.
 Atualmente, inspirado pelas novas necessidades tangíveis da sociedade, valendo-se da nova ordem constitucional trazida pelo constituinte de 1988, e pelo avanço da salva-guarda dos direitos humanos, exigida por todas as culturas, o Ministério Público é instituição ampla, preocupada com a concretização do bem-comum, funcionando na proteção da ordem jurídica, do regime democrático, e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, provocando o judiciário em inúmeras ações, em defesa do meio ambiente, do idoso, do consumidor, do patrimônio público, do patrimônio histórico-cultural, da legalidade, eficiência e moralidade na administração pública, zelando, sobretudo, pela sociedade e seu bem-estar. Pode ainda, visto seu caráter interveniente, atuar como custos legis, defendendo, seja a indisponibilidade dos interesses de determinada comunidade (devido a qualidade de uma parte), seja o interesse público (devido a natureza da lide).
 Essa missão materializa-se no art. 129 da Lei Fundamental, que preconizou o zelo pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de relevância pública aos assegurados na Constituição, promovendo as medidas necessárias à sua garantia; o inquérito civil e a ação civil pública; a ação de inconstitucionalidade ou a representação para fins de intervenção da União e dos Estados; o direito-dever de expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos para instruí-los; o controle externo da atividade policial; o direito de requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial; além de exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade(vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas), estabelecendo, por conseguinte, atuação direita e independente do órgão ministerial junto à atividade social e estatal, sustentando seu papel no cenário constitucional.
MINISTÉRIO PÚBLICO COMO FISCAL DA LEI
O Ministério Público atua, ora como parte (art. 81 - CPC), ora como fiscal da lei (custus legis - art. 82 - CPC).
        No processo civil, mesmo quando se comete ao Ministério Público a tutela de interesses particulares de outras pessoas, como os interditos, a Fazenda Pública, a vítima pobre do delito etc., a sua função processual nunca é a de um representante da parte material.

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