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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CABO FRIO – 2018.1 CURSO DE DIREITO – PRÁTICA SIMULADA III – MESTRE RACQUEL NOGUEIRA AULA 5 - MEMORIAIS DA DEFESA - JÚRI - CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA - CORRIGIDO ALUNA: Kenia Serena Ungaretti dos Santos MATRÍCULA: 2014.02.19710-1 MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA ___ VARA DO JÚRI DA SESSÃO JUDICIÁRIA DA CAPITAL/XXXXX Processo nº ___ Ref. IP nº ___ TÍCIO, já qualificado no processo em epígrafe, por meio de seu advogado, que a esta subscreve, vem tempestiva e respeitosamente a este Egrégio Tribunal do Júri apresentar ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DEMEMORIAIS . com fulcro no Artigo 403, § 3º do CPP, pelas razões de fato e direito a seguir expostas. I. DOS FATOS O acusado foi denunciado pelo Ministério Público do Estado XXXXX como incurso na pena do Artigo 125 do CP, apresentando resposta escrita às fls. ___ e tendo sido pronunciado às fls. ___. No decorrer da instrução processual foram ouvidas a ofendida, as testemunhas de acusação e defesa, bem como interrogado foi o acusado. Dita a peça acusatória que, na data ___, após jornada de trabalho, o acusado ofereceu à ofendida carona para voltar para casa e que, em dada curva fechada do percurso, aquele perdeu o controle do veiculo causando seu capotamento. Ato contínuo, bombeiros socorreram a ofendida, encaminhando-a ao Hospital ___, mais próximo ao local do acidente, que se deu à ___. Constatou-se no primeiro atendimento a interrupção da gravidez da vítima, embora nenhuma lesão física da mesma tenha sido constatada nem no respectivo atendimento médico tampouco no laudo pericial lavrado pelo IML. Encerrada a instrução, o Parquet pugnou pela condenação do acusado pela prática de aborto causado por terceiro sem o consentimento da gestante, tendo este respondido ao processo em liberdade. UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – CABO FRIO – 2018.1 CURSO DE DIREITO – PRÁTICA SIMULADA III – MESTRE RACQUEL NOGUEIRA AULA 5 - MEMORIAIS DA DEFESA - JÚRI - CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA - CORRIGIDO ALUNA: Kenia Serena Ungaretti dos Santos MATRÍCULA: 2014.02.19710-1 II. DO DIREITO Não merece prosperar o pleito acusatório posto que a existência de fato típico não restou demonstrada nos autos, e deverá Vossa Excelência absolver sumariamente o acusado pois o fato não constitui infração penal, conforme Artigo 386, III do CPP. Ausente o dolo direto via dissentimento real da ofendida, bem como o dolo indireto eventual, afastada está a tipicidade da conduta, posto que não se admitirá o crime da modalidade culposa sem expressa previsão legal, conforme preceitos do Artigo 18, II, parágrafo único do CP. Como segundo efeito da ausência de dolo, temos que o procedimento adotado encontra-se imcompatível com o caso em tela, posto que ao Tribunal do Júri compete processar e julgar crimes dolosos contra a vida, consonante Artigo74 do CPP. III. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer-se a este MM Juízo a absolvição do acusado nos termos do Artigo 386, III do CPP. Subsidiariamente, pugna-se pela desclassificação do crime ora imputado, com o consequente declínio de competência e remessa dos autos ao Juízo Singular. Por necessário, ad argumentum, caso se entenda pela condenação pela prática do crime do Artigo 129, § 6º do CP, que seja feito aplicando-se a pena mínima prevista, convertendo-se a privação de liberdade em pena restritiva de direitos ou multa, na forma do Artigo 44, § 2º do CP. Mas, entendendo-se pela necessidade de segregação, que seja com o cumprimento inicial desta em regime aberto. O mesmo pede-se caso prospere a acusação pelo crime do Artigo 125 do CP. Ainda, em caso de condenação sob qual tipo for, pede-se que o acusado possa recorrer da decisão em liberdade, na forma do Artigo 283 do CPP. Assim se fará JUSTIÇA! Nestes termos, pede-se deferimento. LOCAL, 16 de fevereiro de 2017. Advogado, OAB/UF
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