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AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Aula 16: Doenças do intestino grosso AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SIPAHI et al., 2016) Qualquer processo inflamatório crônico envolvendo o trato gastrointestinal, em que 80 a 90% dos casos englobam a retocolite ulcerativa (RCU) e a doença de Crohn (DC). • RCU- conhecida desde o século XIX; • DC- descrita pela primeira vez como ileíte regional e em 1932 por Crohn e colaboradores. DC- Envolvimento Colônico RCU- Mucosa Inflamada AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SIPAHI et al., 2016) Epidemiologia Poucas publicações com casuística considerável descrevem esses dados em países em desenvolvimento, como o Brasil. AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SIPAHI et al., 2016) Interação de Diversos Fatores na Etiopatogenia da Doença Inflamatória Intestinal (DII) AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SIPAHI et al., 2016) Características da Retocolite Ulcerativa (RCU) e da Doença de Crohn (DC) Doença de Crohn Retocolite Ulcerativa Acomete qualquer parte do TGI (boca ao ânus) Acomete cólon e reto Inflamação transmural Inflamação limitada à camada mucosa Inflamação segmentar Inflamação contínua Íleo terminal é o local mais comum de ocorrência Envolve principalmente o reto Sintomas: diarreia, anorexia, perda de peso e dor abdominal Sintomas: diarréia sanguinolenta e dor abdominal TGI- trato gastrointestinal AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SILVA & VASCONCELOS, 2015) Deficiências Nutricionais na Doença de Crohn (DC) Comparadas às da Retocolite Ulcerativa (RCU) DC- doença de Crohn; RCU- retocolite ulcerativa Leitura cap. 31- Principais Déficits Nutricionais e seus Respectivos Mecanismos AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SILVA & VASCONCELOS, 2015) Principais Características das Anemias AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SILVA & VASCONCELOS, 2015) Principais Características das Anemias AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SIPAHI et al., 2016) Abordagem Tradicional (step-up): A retocolite ulcerativa (RCU) e B doença de Crohn (DC) AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SILVA & VASCONCELOS, 2015) Alterações Nutricionais Causadas pelas Drogas Utilizadas no Tratamento da DII DII- doença inflamatória intestinal AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença inflamatória intestinal (SILVA & VASCONCELOS, 2015) Alterações Nutricionais Causadas pelas Drogas Utilizadas no Tratamento da DII DII- doença inflamatória intestinal AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Recomendação nutricional- Doença inflamatória intestinal (SILVA & VASCONCELOS, 2015) AGCC- ácido graxo de cadeia curta; DIIs- doenças inflamatórias intestinais; DC- doença de Crohn; RCU- retocolite ulcerativa AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I TGF-B2 (SIPAHI et al., 2016) • O fator de crescimento transformador B2 (TGF-B2) é um polipeptídio encontrado normalmente no leite, capaz de enriquecer a dieta enteral, em razão de sua ação modular a imunidade intestinal, uma vez que antagoniza o TNF-alfa. TNF-fator de necrose tumoral AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Indicações da terapia nutricional na doença inflamatória intestinal (SILVA & VASCONCELOS, 2015) Enteral ou Parenteral • Crises graves e repetidas; • Prevenção e tratamento da desnutrição; • Preparo pré-operatório; • Fístulas digestivas; • Melhora da qualidade de vida; • Tratamento da remissão. AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença de Crohn (SOBRADO & CARDOZO, 2015) Indicação Cirúrgica AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença de Crohn- Tratamento cirúrgico (SOBRADO & CARDOZO, 2015) Doença de Crohn de Intestino Delgado Técnica de ressecção deve ser limitada à ressecção do segmento macroscopicamente acometido - risco da síndrome do intestino curto. Doença de Crohn de Intestino Grosso Ocorre em aproximadamente 20 a 25% dos casos; Técnicas mais utilizadas: colectomia segmentar, colectomia total com ileoretoanastomose e protocolectomia total com ileostomia definitiva; Escolha da técnica: grau de extensão do acometimento e segmento envolvido. A Doença de Crohn é caracterizada por períodos de agudização e remissão. AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Retocolite ulcerativa - Tratamento cirúrgico (TEIXEIRA, 2015) Indicação Cirúrgica Intratabilidade clínica; Suspeita ou presença de câncer; Retardo do crescimento; Hemorragia maciça; Obstrução; Megacólon Tóxico. Tratamento Cirúrgico Proctocolectomia total com ileostomia terminal; Proctocolectomia total com ileostomia contingente (bolsa de Kock); Proctocolectomia total com anastomose ileal de bolsa anal; Colectomia com anastomose ileorretal. AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Tratamento cirúrgico na retocolite ulcerativa (TEIXEIRA, 2015) Proctocolectomia Total com Ileostomia • Procedimento: remoção do cólon inteiro e reto com a criação de uma ileostomia permanente; • Vantagem: remoção de toda a mucosa doente, evitando inflamação adicional ou evolução para displasia ou carcinoma; • Desvantagem: necessidade de uma ileostomia permanente; taxa de mortalidade alta; • Candidatos: idosos, função esfincteriana deficiente, carcinoma no reto. Fonte: Pinterest AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Tratamento cirúrgico na retocolite ulcerativa (TEIXEIRA, 2015) Proctocolectomia Total com Ileostomia Contingente (Bolsa de Kock) • Procedimento: remoção do cólon inteiro, incluindo o reto e o esfíncter anal. É construído um reservatório interno que deve ser drenado ao inserir um cateter através de um estoma abdominal, várias vezes ao dia; • Desvantagem: alta taxa de complicação (inflamação da mucosa da bolsa ileal, formação de fístula e estreitamento do estoma). Fonte: Zazzle AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Tratamento cirúrgico na retocolite ulcerativa (TEIXEIRA, 2015) Proctocolectomia Total com Anastomose Ileal de Bolsa Anal • Procedimento: remoção do cólon com preservação do esfíncter anal. Esse procedimento preserva todos os nervos e músculos necessários para o controle e manutenção da continência. Utiliza-se a última porção do intestino delgado para construir uma bolsa interna. Fonte: Zazzle AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Tratamentocirúrgico na retocolite ulcerativa (TEIXEIRA, 2015) Colectomia com Anastomose Íleo Retal • Procedimento: Remoção completa do intestino grosso. O íleo se conecta depois com o reto. Desvantagens • Recorrência da enfermidade no reto; • Vigilância contínua para o risco de câncer retal. Fonte: Zazzle AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Ileostomia (BEYER, 2010) • A adaptação acontece após 7 a 15 dias, quando as perdas fecais diminuem e as fezes se tornam menos líquidas; • Pacientes com ileostomia têm necessidades acima da média de sal (perda de 1,4 g/dia) e água (1litro/dia) + débito da ileostomia; • Débito da ileostomia > 3 litros associar medicações antidiarreicas. AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença diverticular (ANDRADE, 2015) Caracterizada pela presença de protrusões através da mucosa e submucosa do cólon: • Diverticulose - anormalidade estrutural do cólon assintomática; • Doença Diverticular dos Cólons - diverticulose com sintomas; • Diverticulite Aguda - condição inflamatória dos divertículos, geralmente acompanhada de micro e macroperfurações; causa mais comum de dor no quadrante inferior esquerdo; • Diverticulite Complicada - abscesso, macroperfurações, estenoses, fístulas, sangramentos, obstruções. Fonte: www.cancercolorretal.com.br AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença diverticular (ANDRADE, 2015) Incidência de Diverticulose • Varia entre 33 % (30% dos indivíduos na quinta década e, 50 a 70% nos > 80 anos); • Estudos apontam acometimento cada vez maior de indivíduos jovens, inclusive quando se trata de diverticulite (18 a 34%); • Sem diferenças entre os gêneros. Maior mortalidade em mulheres; • Aumentada em países industrializados e desenvolvidos: perfil dietético (baixo consumo de fibras, alto teor de gorduras, açúcar e carne vermelha). Diagnóstico • História, achados clínicos, laboratoriais e de imagem. AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Doença diverticular (ANDRADE, 2015) Recomendação Nutricional • Dieta rica em fibras e ingestão adequada de água - formação regular do bolo fecal e peristalse; • Eliminação de sementes, pipoca e grãos da dieta habitual - visa diminuir o risco de impactação no divertículo e inflamação, não apresenta respaldo científico, na prevenção de recorrência dos episódios de diverticulite, melhora dos sintomas e necessidade de cirurgia; • O consumo de fibras insolúveis reduz o risco de doença diverticular em 37 % (ÜNLÜ et al., 2012) AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Câncer colorretal www.inca.gov.br Abrange tumores que acometem um segmento do IG (cólon) e o reto. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do IG. Epidemiologia • 3º mais frequente em homens e o 2º em mulheres; • 3º maior causa de morte por câncer no mundo; • Estimativa de novos casos: 34.280 (16.660 homens e 17.620 mulheres) (INCA/2016). Prevenção • Detecção e remoção dos pólipos antes de eles se tornarem malignos; • Tratável e curável ao ser detectado precocemente. IG-intestino grosso AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Câncer colorretal www.inca.gov.br Prevenção • Dieta rica em fibras ― frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes; • Atividade física ; • Evitar o consumo de bebidas alcoólicas, de carnes processadas e de > 300 g/semana de carne vermelha. Fatores de Risco • Idade > 50 anos, história familiar de CCR, doenças (ter tido câncer de ovário, útero ou mama), obesidade e inatividade física; • Doenças inflamatórias do intestino (RCU e DC); polipose adenomatosa familiar e CCR hereditário sem polipose. CCR- câncer colorretal; RCU- retocolite ulcerativa; DC- doença de Crohn AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Câncer colorretal www.inca.gov.br Diagnóstico • Pesquisa de sangue oculto nas fezes e colonoscopia ou retossigmoidoscopia*; • OMS preconiza o rastreamento sistemático - > 50 anos. Tratamento • Cirurgia - retirada da parte do intestino afetada e os nódulos linfáticos (pequenas estruturas que fazem parte do sistema imunológico) próximos à região; • Radioterapia, associada ou não à quimioterapia (reduzir possibilidade de volta do tumor); • Tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor; • Metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos - < chances de cura. OMS- Organização Mundial da Saúde *Pessoas com sinais e sintomas sugestivos de câncer colorretal e pertencentes a grupos de maior risco. AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • Avanços sob o ponto de vista da biologia molecular e da genética na prevenção das DIIs. Um dia será possível prever a doença. • Ainda não foi comprovado o benefício de fórmulas enterais especializadas (modificação do teor de lipídico, inclusão de glutamina, ácido graxo ômega-3 e TGF-beta) no tratamento das doenças inflamatórias intestinais; • O nutricionista deve orientar o paciente ileostomizado quanto à ação dos alimentos, segundo o seu efeito habitual no intestino e capacitá-lo a fazer substituições de alimentos no cardápio. DIIs- doenças inflamatórias intestinais Considerações finais AULA 16: DOENÇAS DO INTESTINO GROSSO Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I CARDOZO, W. S. & SOBRADO, C. W. Doença Inflamatória Intestinal. São Paulo: Manole, 2015. Cap.: 28 (págs.: 423-434); 29 (págs.: 435-468); 31 (págs.: 495-546). MAHAN, L. Kathleen; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Cap.: 27 (págs.: 689-694). MARTINS, M. A.; CARRILHO, F. J.; ALVES, V. A. F. et al. Clínica Médica, volume 4: doenças do aparelho digestivo, nutrição e doenças nutricionais. São Paulo: Manole, 2016. Cap.: 15 (págs.: 178- 199); 16 (págs.: 204- 208). WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2009. Bibliografia complementar
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