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Proteínas Plasmáticas do Sangue, Coagulação e Fibrinólise Cap 45 Prévia Sangue → principal sistema de transporte do corpo. Transporte de oxigênio Outros componentes vitais, como nutrientes, metabólitos, eletrólitos e hormônios, são todos transportados na fração acelular do sangue, o plasma. Os componentes podem estar dissolvidos no plasma ou ligados a proteínas carreadoras Pressão Hidrostática: a água tende a deixar os capi lares e entra nos espaços extravasculares Pressão Osmótica: a principal força responsávelmpor trazer a água de volta, a partir dos tecidos As proteínas plasmáticas, em conjunto com as plaquetas, mantêm a integridade do sistema circulatório por meio do processo de coagulação O sangue → vasos sanguíneos → endotélio Vaso rompido → coágulo ( trombo (trombose)) → hemostasia Na hemostasia e na trombose → tampão hemostático primário → plaquetas agregadas e de um coágulo de fibrina → sítio de dano. As plaquetas são ligadas à camada subendotelial do vaso principalmente pelo fator de von Willebrand, e são ativadas para ligar fibrinogênio. O fibrinogênio → agregado de plaquetas → fibrina → trombina O dano ao endotélio e a exposição do fator tecidual → cascata de coagulação → ativa a trombina e o Fator XIII. Ligações cruzadas entre os monômeros de fibrina polimerizada → coágulo estável (tampão hemostático secundário). A cascata de coagulação → série de enzimas ( como o Fator X) → inativas até a clivagem proteolítica Outras proteínas (Fator V e Fator VIII) → proteínas de ligação Ca2+ e resíduos de 𝛄-carboxiglutamato nas proteínas → ligam complexos de fatores a fosfolipídeos expostos na membrana das plaquetas. PROTEÍNAS PLASMÁTICAS MANTEM A DISTRIBUIÇÃO APROPRIADA DE ÁGUA ENTRE O SANGUE E OS TECIDOS O plasma tem essencialmente a mesma composição eletrolítica que outros fluidos extracelulares e constitui cerca de 25% do fluido extracelular total do corpo. As proteínas plasmáticas possuem várias funções, as quais incluem a manutenção da distribuição apropriada de água entre o sangue e os tecidos, o transporte de nutrientes, de metabólitos e de hormônios pelo corpo, a defesa contra infecções e a manutenção da integridade da circulação por meio da coagulação. Manutenção do Fluido Corporal entre os Tecidos e o Sangue Sangue arterial → capilares Espaço intravascular → espaço intersticial (Forças de Starling) A pressão hidrostática na terminação arteriolar dos capilares (-37 mmHg) excede a soma da pressão tecidual (-1 mmHg) e a pressão osmótica das proteínas plasmáticas (-25 mmHg). A água tende a deixar os capilares e entra nos espaços extravasculares. No terminal venoso dos capilares, a pressão hidrostática cai para aproximadamente 17 mmHg, enquanto a pressão osmótica e a pressão tecidual permanecem constantes, resultando no movimento de retorno do fluido do espaço extravascular (intersticial) e para o sangue. A principal força responsável por trazer a água de volta, a partir dos tecidos, é a pressão osmótica mediada pela presença de proteínas no plasma. Albumina, a Principal Proteína Sérica Fígado produz várias proteínas de transporte ou de ligação e as secreta no sangue. A principal proteína sintetizada é a albumina (≈ 60% das proteínas plasmáticas totais) Contribui com 70 a 80% da pressão osmótica total do plasma. Transportador de ácidos graxos livres, cálcio, zinco, hormônios esteróides, cobre e bilirrubina. Muitos fármacos também se ligam à albumina O PLASMA CONTÉM PROTEÍNAS QUE AUXILIAM NA DEFESA IMUNOLÓGICA Imunoglobulinas e as proteínas do sistema complemento. Imunoglobulinas → células plasmáticas (subtipo de linfócitos B diferenciados) Complexo antígeno-anticorpo é formado → removido da circulação. Sistema complemento participa nessa função. Sistema complemento → ≈ 20 proteínas que se tornam ativas de duas maneiras. I → interação com complexos de antígeno-anticorpo II → interação de polissacarídeos da célula bacteriana com a proteína C3b do sistema complemento Desencadeia a cascata de ativação proteolítica → liberação de peptídeos biologicamente ativos ou fragmentos polipeptídicos. Medeiam a resposta inflamatória, atraem células fagocíticas para a área, iniciam a desgranulação de granulócitos e promovem a depuração de complexos de antígeno-anticorpo. Os inibidores de protease plasmáticos → controlar a resposta inflamatória. Os neutrófilos ativados → proteases lisossomais Poderiam agredir a elastina, os vários tipos de colágeno e outras proteínas da matriz extracelular. As proteínas plasmáticas a 𝛂1-antiproteinase e a 2-macroglobulina limitam o dano proteolítico por formarem complexos não-covalentescom as proteases, portanto inativando-as. O produto da mieloperoxidase de neutrófilos, HOCl, inativa os inibidores de proteases, assegurando, assim, que as proteases estejam ativas no sítio de infecção. PROTEÍNAS PLASMÁTICAS MANTÊM A INTEGRIDADE DO SISTEMA CIRCULATÓRIO Quando camada endotelial dos vasos é danificada/parede dos vasos é parcial ou totalmente rompida → sangue é perdido Camada de células subendoteliais exposta (membrana basal de células endoteliais e células musculares lisas) Resposta ao dano → o tampão hemostático (coágulo de fibrina) As proteínas plasmáticas são necessárias para que esses processos aconteçam. Formação do Tampão Hemostático Plaquetas → células anucleadas → formar tampões mecânicos no sítio de dano vascular e secretar reguladores do processo de coagulação e do reparo vascular. Plaqueta não-ativada → membrana plasmática invagina extensivamente para o interior da célula → sistema canalicular de membrana aberta Interior da plaqueta contém microfilamentos e um amplo sistema actina/miosina Ativação plaquetária → mudanças Ca2+-dependentes → alteram forma da membrana plasmática 3 tipos de grânulos: I) Grânulos eletrodensos → cálcio, ADP, ATP e serotonina. II) Grânulo 𝛂 → antagonista de heparina, fator de crescimento derivado de plaquetas, β- tromboglobulina, fibrinogênio, fator von Willebrancl e outros fatores de coagulação. III) Grânulo lisossomal → enzimas hidrolíticas ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA 3 mecanismos: adesão, agregação e secreção A adesão inicia de uma série de reações → leva à agregação plaquetária e à secreção do conteúdo dos grânulos plaquetários. Adesão → interação subendotelial-plaqueta → aderencia aos sítios de dano vascular O dano vascular → expõe colágeno, vWF ligado à matriz subendotelial e outros componentes ela matriz. A membrana célula plaquetária → glicoproteínas (GP) que se ligam ao colágeno e ao vWF → promovem a adesão da plaqueta ao subendotélio. A ligação de GPIa (integrina 𝛂2β1) ao colágeno → plaqueta de um disco plano para uma célula esférica. A ligação de GPlb ao vWF subendotelial → altera membrana plaquetária, expondo os sítios de ligação GPIIb/Illa (integrina 𝛂2β3) ao fibrinogênio e ao vWF. Após a aderência inicial → plaquetas liberam o conteúdo de seus grânulos densos e de seus grânulos 𝛂 → liberação de ADP ADP liberado pelas plaquetas e células sanguíneas vermelhas → P2Y12 → exposição adicional de sítios de ligação GPIIb/Illa. ADP → inchamento das plaquetas ativadas → o contato plaqueta/plaqueta A ligação de fibrinogênio a plaquetas ativadas é necessária para a agregação A clivagem do fibrinogênio pela trombina → monômeros de fibrina que polimerizam → "coágulo frouxo" (fibrina + plaquetas). Cascata de Coagulação Sanguínea Formação do trombo (coágulo) → ativação da trombina → interação complexa → cascata de coagulação sanguínea. Consiste em proteínas → enzimas ou co-fatores → formação de trombina e localizá-la no sítio de dano. Presentes no plasma como pró-proteínas (zimogênios) Ativadas pela clivagem da cadeia polipeptídica A formação apropriada do trombo é a regulada por proteases que ativam esses zimogênios. Pró-enzimas (Fatores VII, XI, IX, X e XII e pró-trombina) são serina-proteases que, quando ativadas por clivagem, clivam apróxima pró-enzima na cascata. Ativação sequencial → aceleração e amplificação da resposta Se a clivagem e a ativação ocorrem → indicado pela adição de um "a" ao nome da pró-enzima (p. ex., o Fator IX é clivado para formar o Fator IXa ativo). Proteínas co-fatores (fator tecidual , Fatores V e VIII) servem como sítios de ligação para outros fatores. O fator tecidual → proteína integral de membrana que não requer clivagem para ativar a função. Os Fatores V e VIII → pró-co-fatores → ativados por clivagem → sítios de ligação para outros fatores. 2 proteínas adicionais (parte da cascata de coagulação sanguínea) A proteína S e a proteína C → são proteínas regulatórias. O Processo de Coagulação Sanguínea Ativação da cascata de coagulação → reação de proteínas plasmáticas com o subendotélio +plaquetas estão se aderindo à camada subendotelial. 2 vias diferentes: extrínseca e intrínseca Há uma superposição entre as vias Trauma externo → o fator tecidual exposto para o sangue → desencadeando a fase extrínseca da coagulação sanguínea. O Fator VII circulante se liga ao fator tecidual → aulocatalisa → Fator Vlla → Fator X (em Xa) na via extrínseca + Fator IX (em IXa) na via intrínseca. A ativação de ambas as vias (extrínseca e intrínseca) → conversão do Fator X em Fator Xa. Todas essas conversões requerem o acesso à membranas e ao cálcio Os co-fatores proteicos Vllla e Va → sítios para a montagem dos complexos enzima-co-fator na superfície das plaquetas O resultado é a formação de trombina (por converter os Fatores V, VIII e XI em fatores ativados e por estimulação a desgranulação das plaquetas) O Fator XIIIa catalisa a reação nos monômeros de fibrina adjacentes Em muitos dos passos essenciais da cascata de coagulação sanguínea, a protease ativada é ligada a um complexo ligado à superfície das plaquetas que estão agregadas no sítio de dano. Os Fatores VII, IX, X e a protrombina → resíduos de glutamato são carboxilados a carboxiglutamato 𝛄 → vitamina K A protrombina e o Fator X → resíduos de carboxiglutamato 𝛄 → Ca2+ O ca2+ → fosfolipídeos da membrana e os carboxiglutamatos "𝛄 O co-fator Va → um sítio de ligação para o Fator Xa e a protrombina Fator Va-plaqueta → protrombina mais suscetível à clivagem enzimática. Fator Xa ao complexo Fator Va-protrombina-plaqueta permite a conversão de protrombina em trombina O Fator VIIIa → o Fator IXa e o Fator X O fator tecidual → o Fator Vlla e inicia a formação do complexo A formação do complexo tem duas importantes conseqüências fisiológicas. I) aumenta a taxa de formação de trombina em centenas de milhares de vezes II) a formação de trombina é localizada no local do dano REQUERIMENTO DE VITAMINA K PARA A COAGULAÇÃO SANGUÍNEA A formação de resíduos de 𝛄-carboxiglutamato em fatores de coagulação sanguinea → hepatócitos No interior do hepatócito, a vitamina K é reduzida para formar vitamina KH2 A vitamina KH2 é um co-fator para carboxilases que adicionam um grupo carboxila nos resíduos apropriados de glutamato na pró-enzima Regulação pela Amplificação e Inibição do Feedback A trombina tem um papel regulatório pró-trombótico (amplificação do feedback) e um papel regulatório antitrombótico (inibição do feedback). A ação pró-trombótica é iniciada quando ativa os Fatores V, VIII e XI Promove a formação do coágulo por ativar a agregação plaquetária, estimulando a liberação do Fator VIII a partir do vWF e clivar o Fator XIII em Fator XIIIa Efeitos antitrombóticos da trombina → ligação a um receptor de célula endotelial (trombomodulina) A trombomodulina suprime a função de coagulação da trombina e permite à trombina ativar a proteína C A proteína C e seu co-fator (a proteína S) → suprimir a atividade da cascata de coagulação A proteína C forma um complexo com a proteína S. A proteína S ancora o complexo de proteína C ativada (APC) ao coágulo pela ligação de Ca2+/ 𝛄-carboxiglutamato aos fosfolipídeos plaquetários. APC destrói os co-fatores ativos da coagulação sanguínea, Fator VIla e Fator Va APC também estimula as células endoteliais a aumentarem a secreção de prostaglandina PGI2, a qual reduz a agregação plaquetária. As serpinas (inibidores de serina-protease) são um grupo de proteínas inibitórias que ocorrem naturalmente e estão presentes no plasma em concentrações elevadas (cerca de 10%) 8 inibidores principais → compartilham um mecanismo de ação comum e inibem as proteases envolvidas na coagulação e na dissolução do coágulo (fibrinólise) Cada inibidor possui um sítio reativo → substrato ideal para uma serina-protease específica A atividade da trombina é controlada pela ATIII. A regulação da cascata de coagulação sanguínea no nível da trombina é crítica ATIII inativa irreversivelmente a trombina A formação do complexo ATIII-trombina é muito aumentada na presença de heparina A heparina acelera significativamente a velocidade de ligação à trombina O complexo ATIII-heparina também pode inativair as serina-proteases Fatores XIIIa, Xla, IXa e Xa, mas não tem efeito sobre o Fator VIIa ou sobre a proteína C-ativada. Tromborresistência do Endotélio Vascular As células endoteliais dos vasos sanguíneos fornecem uma barreira seletiva Superfície não-trombogênica Várias propriedades contribuem para a tromborresistência do endotélio vascular normal São altamente carregadas de forma negativa, repelindo as plaquetas carregadas negativamente Sintetizam prostaglandina I2 (PGI2) e óxido nítrico Sintetizam dois co-fatores que inibem a ação da trombina, trombomodulina e heparan-sulfato Fibrinólise A fibrinólise envolve a degradação da fibrina e m um coágulo pela plasmina, que é formada a partir do plasminogênio A atividade do plasminogênio é mediada por proteínas conhecidas como ativadores de plasminogênio. A conversão de plasminogenio em plasmina pode ocorrer na fase líquida do angue e na superfície do coágulo A proteína C -ativada (APC). além de inativar a cascata de coagu lação sanguínea, estimula a liberação do ativador de plasminogênio a partir dos tecidos e simultaneamente inativa um inibidor do ativador de plasminogênio (PAI-I) A liberação do ativador de plasminogênio pode conduzir à formação de plasmina na circulação. Entretanto, a plasmina circulante é rapidamente inativada pela ligação com 𝛂2-antiplasmina, um inibidor de protease circulante. A plasmina ligada ao coágulo não é prontamente inativada pela 𝛂2-antiplasmina. O plasminogênio ligado à fibrina facilita sua ativação em plasmina, protege-a de serpinas sanguineas e a localiza no substrato de fibrina, para subsequente ataque proteolítico eficiente. Esse mecanismo permite a dissolução da fibrina em trombos patológicos ou tampões hemostáticos grandes e, ao mesmo tempo, previne a degradação do fibrinogênio no sangue circulante. Dois ativadores endógenos do plasminogênio são mais importantes: O ativador tecidual de plasminogênio (t-PA, células endoteliais vasculares), tem uma alta afinidade por fibrina A uroquinase de cadeia simples (scu-PA, maioria das células e dos tecidos), tem uma afinidade moderada por fibrina Diversos fatores promovem o aumento da síntese e da liberação de t-PA e de scu-PA a partir dos tecidos para o sangue. O balanço entre a liberação de ativadores de plasminogênio, a disponibilidade de fibrina e inibidores de ativadores e plasmina determina a regulação da resposta fibrinolítica Regulação da Fibrinólise Os antiativadores regulam a interação entre plasminogênio no sangue com ativadores de plasminogênio em um equilíbrio dinâmico. Com a ativação do sistema de coagulação sanguínea, um coágulo de fibrina é formado, o qual não apenas liga fortemente t-PA e plasminogênio a partir do sangue, mas também acelera a taxa de ativação da plasmina. A plasmina ligada ao coágulo é protegida de inibidores enquanto estiver ligada à fibrina. A enzima é inativada por 𝛂2-antiplasmina e 𝛂2-macroglobulina apósa dissolução proteolítica da fibrina e sua liberação na fase líquida do sangue.
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