Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AO JUÍZO DA 30a VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO/SP Processo nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxx. ZILIO, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da carteira de identidade n° xxxx, inscrito no CPF sob o n° xxx, residente e domiciliado na ..., representado por seu advogado que subscreve a presente, com endereço profissional encontrado a ..., nos autos da Execução ao Cumprimento de Sentença Estrangeira, vem, na forma do artigo 525 e seguintes do CPC, apresentar sua IMPUGNAÇÃO AO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA Em face de DEUSTÊMIO, já qualificado nos autos, com as seguintes razões e fundamentos. DA PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO. A presente Execução foi proposta, após Acórdão devidamente homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Entretanto, a demanda foi proposta perante o Juízo incompetente, uma vez que o artigo 109, X da CR/88, claramente expõe que o Juízo Federal de primeira instância é competente para processar e julgar a sentença homologatória estrangeira. Desta forma, apresenta ilustre manifestação o doutrinador Daniel Amorim Assumpção Neves. “Quanto à execução da homologação da sentença estrangeira por meio de cumprimento, o artigo 965 do CPC prevê que será realizada perante o Juízo Federal competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional. Essa competência na realidade é prevista no artigo 109, X da CR/88. O parágrafo único do dispositivo prevê que o pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da decisão homologatória do exaquatur, conforme o caso”. (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de direito processual civil-volume único/ 9°. ed.- Salvador: Ed. Juspodivm, 2017. Página 1462). Diante da incompetência do presente Juízo, deve ser realizado o declínio dos autos ao Juízo Federal competente, na forma do artigo 64, § 3° do CPC. DA PENHORA IRREGULAR REALIZADA O bem penhorado na presente demanda, não poderia sofrer constrição do efeito da penhora, uma vez que o bem não é de propriedade do Executado. O automóvel objeto da penhora é de propriedade a empresa empregadora do Executo, o mesmo encontra-se somente na posse do bem, a fim de viabilizar o seu trabalho. O artigo 789 do CPC, dispõe que o devedor (executado) responderá com todos os seus bens presentes e futuros para realizar o cumprimento de suas obrigações. Ora, se o bem objeto de penhora não encontra-se em nome do Executado, está claro a irregularidade da penhora do bem móvel. (grifo nosso). Assim entendeu o TJRJ, em julgamento semelhante abaixo: 0048114-09.2016.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO Des(a). CESAR FELIPE CURY - Julgamento: 14/03/2018 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO. ARREMATAÇÃO. AVALIAÇÃO QUE DEVE CONSIDERAR OS DIREITOS EFETIVAMENTE CONSTRITOS. PENHORA SOBRE OS DIREITOS DO PROMITENTE COMPRADOR À AQUISIÇÃO DE IMÓVEL. HIPÓTESES ESPECÍFICAS DO ART. 1.499, VI, DO CÓDIGO CIVIL, ART. 130, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN, E ART. 908, § 1º, DO CPC, A QUE NÃO SE PODEM CONFERIR INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. IMPOSSIBILIDADE DA CONSTRIÇÃO DE BEM PERTENCENTE AO PATRIMÔNIO DE PESSOA QUE NÃO FAZ PARTE DA EXECUÇÃO, RESTANDO CABÍVEL APENAS A PENHORA DE BENS E DIREITOS QUE SE ENCONTREM DENTRO DA ESFERA DE DISPOSIÇÃO DO EXECUTADO. A PENHORA SOBRE O DIREITO E AÇÃO DO IMÓVEL DO EXECUTADO NÃO SE CONFUNDE COM AQUELA EFETUADA SOBRE O BEM EM SI. A CONSTRIÇÃO JUDICIAL SOBRE O DIREITO DO DEVEDOR EM RELAÇÃO AO IMÓVEL, ADQUIRIDO POR PROMESSA DE COMPRA E VENDA, RESTRINGE-SE NATURALMENTE AO DIREITO DO EXECUTADO DE ADQUIRIR O IMÓVEL PERANTE TERCEIRO, NOS LIMITES DE SEU CRÉDITO. PRECEDENTES DO EG. STJ: REsp 1.273.313/SP E REsp 1.440.780/RJ. PRINCÍPIOS DA CELERIDADE E DA ECONOMIA PROCESSUAL QUE NÃO PODEM SERVIR DE FUNDAMENTO PARA EXPUNGIR-SE, SUMARIAMENTE, OS DIREITOS DO DOMINUS - PROMITENTE VENDEDOR -, TERCEIRO ESTRANHO À EXECUÇÃO, SOB PENA DE VIOLAÇÃO DE OUTRO PRINCÍPIO, O DA SEGURANÇA JURÍDICA, EM SEU ASPECTO SUBJETIVO: O INSTITUTO DA PROTEÇÃO À CONFIANÇA. PRETENSÃO DE TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE PLENA, PELO ARREMATANTE, CORRETAMENTE DESACOLHIDA. DESPROVIMENTO DO RECURSO. Parte inferior do formulário O TRF-3 já proferiu decisões no mesmo sentido: PROCESSUAL CIVIL: EMBARGOS DE TERCEIRO. IMOVEL REGISTRADO EM NOME DE TERCEIRO NÃO EXECUTADO. PENHORA. IMPOSSIBILIDADE. 1 - A PENHORA EFETIVADA EM BEM IMOVEL REGISTRADO EM NOME DE PESSOA ESTRANHA A EXECUÇÃO E NULA DE PLENO DIREITO, ENSEJANDO A PROCEDENCIA DOS EMBARGOS DE TERCEIRO, ESPECIALMENTE QUANDO O EXEQUENTE NÃO CONSEGUE ELIDIR A PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DO RESPECTIVO REGISTRO NA MATRICULA. 2 - RECURSO DO IAPAS IMPROVIDO. (TRF-3 - AC: 4177 SP 91.03.004177-8, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL ARICE AMARAL, Data de Julgamento: 06/08/1996, SEGUNDA TURMA). Diante dos fundamentos, deve-se realizar a retirada da penhora do automóvel. DA INCOMPATIBILIDADE DA PLANILHA DE DÉBITOS APRESENTADA PELO EXEQUENTE. O Exequente apresentou planilha de débitos que estão em contradição com o título homologatório objeto da presente execução, conforme demonstrativos anexos. O Executado apresenta sua planilha de débitos em devida concordância com os termos da decisão homologada, conforme planilha anexa. DO PEDIDO Diante do exposto, requeiro de V. Exa., que: Seja acolhida a preliminar de incompetência absoluta do Juízo, bem como que se proceda o declínio dos autos ao Juízo Federal competente; Seja realizada a retirada da penhora do automóvel, uma vez que o mesmo não é de propriedade do Executado; Seja regularizado o débito objeto da presente Execução, conforme planilhas apresentadas. DAS PROVAS Protesta o Executado por todos os meios de prova admitidos em direito. Termos em que. Pede deferimento. Local, Data, ano. OAB/UF n° XXX—XX Advogado.
Compartilhar