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ATPS Etapa 3 E 4 Direito Penal III



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Grupo Composto por:
Ismael R. Rodrigues - RA:6653385463
Franciele Alves dos Santos - RA:6238207693
Gisela Ferreira Marques - RA:6277272414
Paola Gonçalves Dos Santos - RA:6818436119
Renato Luís Piva da Silva Jr - RA:7031516233
	
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................... 3
Dos crimes contra o patrimônio (Introdução).................................................................................... 4
Dos Crimes contra o Patrimônio (Texto 1) ...................................................................................6
 Dos Crimes Contra o Patrimônio (Conclusão).......................................................................... 13
	Julgado dos delitos contra o patrimônio.................................................................................14
	 Pareceres dos julgados............................................................................................................ 18
Dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos (Introdução)............................ 21
Dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos (Texto 2) ................................... 22
Dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos (Conclusão)..........................25
	Julgado dos delitos ..................................................................................................................26
	 Parecer dos julgados.............................................................................................................. 30
Referências.......................................................................................................................... 31
Apresentação
			 O presente trabalho visa analisar cada delito e aprofundar o conhecimento da equipe, assim, tornando salutar o aprendizado.
	O estudo aborda os crimes contra o patrimônio, os crimes contra o sentimento religioso bem como o respeito aos mortos, jurisprudências e pareceres, trazendo o entendimento que se obteve ao longo desta atividade. Os crimes em tela são abordados pelo Código Penal o qual dispõe as penas e multas a serem cumpridas pelo agente do delito.
Etapa 3 - Dos Crimes contra o Patrimônio.
Introdução	
	O Direito Penal tem por escopo reforçar a tutela do patrimônio, que já é realizada pelo Direito Civil por meio de seus institutos. No entanto, por vezes, a sanção civil não é suficiente para prevenir e repreender a prática dos ilícitos civis patrimoniais. Dessa forma, o Direito Penal selecionou as condutas mais reprováveis e passou a considera-las ilícito penal.Antes de objetivar a proteção individual da propriedade, almeja a lei penal impedir, com a ameaça a sansão penal, os atentados conta a propriedade, de modo a proteger o interesse social.
	A expressão patrimônio abrange para uns somente as relações aferíveis economicamente; já para outros o valor econômico é prescindível. O patrimônio em sentido amplo, segundo Carlos Roberto Gonçalves, é constituído pelo conjunto de bens, de qualquer ordem, pertencentes a um titular: “Em sentido estrito, tal expressão abrange apenas as relações jurídicas ativas e passivas de que a pessoa e titular, aferíveis economicamente. Restringe-se, assim, aos bens avaliáveis em dinheiro”
	O patrimônio abrange a propriedade material e outros direitos reais tais como a propriedade, a superfície, as servidões, o usufruto, o uso, a habitação, o direito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a hipoteca e a anticrese. Ademais, a propriedade imaterial no tocante do mesmo o direito autoral, privilégio de invenção, direito de marca. Os direitos obrigacionais e a posse.
	O legislador ao capitular os crimes contra o patrimônio utilizou como critério preponderante o interesse patrimonial sobre o demais interesse. Os crimes de peculato (CP, art. 312) e corrupção passiva (CP, art.317), não obstante constituírem crimes contra o patrimônio foram capitulados como “Crimes contra a Administração Pública”, uma vez que releva no caso a proteção dos interesses da Administração pública. Já o crime de roubo qualificado pelo resultado morte ou lesão corporal grave, por exemplo, em que pese a ofensa àvida e à integridade física, constitui crime contra o patrimônio, na medida em que, conforme ressalva Nélson Hungria: “é que em tais casos se apresentam crimes complexos (formando uma unidade jurídica), em que, com o ponto de vista lógico-jurídico, o crime fim (no caso, a lesão patrimonial), e não o crime-meio, decide da classificação”.
Texto 1
	O autor Fernando Capez destoa a respeito do furto sendo a subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel.
	Fernando declara que o objeto jurídico é a propriedade, mas também a posse. Logo, ambas se confundem em um mesmo titular, entretanto nada obsta que estejam dissociadas. Éo que ocorre, por exemplo, na locação, no usufruto, no penhor. O tipo penal protege diretamente a posse e indiretamente, a propriedade. A proteção da primeira é proeminente em relação a proteção da propriedade, mas ambas são protegidas pelo Direito Penal. Tutela-se também a mera detenção. Em sentido contrário, entendendo que o tipo penal protege principalmente a propriedade e só acessoriamente a posse, está a corrente liberada por Nélson Hungria, segundo a qual, na subtração da coisa móvel que esteja em poder de possuidor direto, quem, na realidade, tem o seu patrimônio desfalcado é o possuidor indireto, ou seja, o proprietário. 
	É salutar o elemento do tipo ação nuclear define como a subtração que implica sempre a retirada do bem sem o consentimento do possuidor ou proprietário. Podendo também acontecer à própria visão do titular do bem. Trata-se de crime de ação livre ou conteúdo variado.
	Capez também aborda sobre o elemento normativo, sendo coisa alheia isto é o patrimônio que se encontra em posse de outrem. Declara o autor que não pode ser objeto de furto, por não constituir propriedade e nem estar sob a posse de alguém. Aborda Capez a res nullius que é a coisa sem dono, a res derelicta por ser a coisa abandonada e a res depedita sendo a coisa perdida. Neste último caso, a propriedade da coisa perdia não é renunciada espontaneamente pelo dono (ao contrário do que ocorre com a abandonada) e o seu apoderamento por terceiro poderá constituir o crime de apropriação de coisa achada. A res deperdita não será objeto de furto, mas poderá sê-lo de outro delito contra o patrimônio, portanto. Existe também o Famulato que é o furto realizado pelo empregado que se encontra a serviço de seu patrão, em sua residência ou não, por exemplo, empregada doméstica, operário. Tais pessoas têm uma transitória disposição material dos bens. Daí por que o seu apoderamento não constitui o crime de apropriação indébita, mas o de furto.	O sujeito ativo para o delito de furto destoa Capez que qualquer pessoa pode praticá-lo, pois não exige a lei qualquer condição especial do sujeito ativo, ao contrário do crime de peculato impróprio ou peculato-furto, em que se exige a qualidade de funcionário público do sujeito ativo. O delito de furto trata-se de crime comum. Por outro lado tem-se o sujeito passivo que também pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, que tem a posse ou a propriedade do bem.
	E ao delito também é esboçado o elemento subjetivo, o dolo, consistente na vontade consciente de efetuar a subtração. Contudo não basta o dolo para que o tipo penal se configure; exige a lei que a subtração se efetue com a finalidade especial de assenhoramento definitivo, consubstanciado na expressão “para si ou para outrem”. Basta a finalidade especial de apoderamento definitivo do bem.
	A consumaçãodo furto ocorre com a inversão da posse, ou seja, no momento em que o bem passa da esfera de disponibilidade da vítima para a do autor. Basta, portanto, que o bem seja retirado do domínio de seu titular e transferido para o autor ou terceiro.
	Roll de hipóteses em que o crime de furto se reputa consumado: 
1. A perda do bem subtraído: com a perda do bem subtraído reputa-se o crime consumado, pois não mais há possibilidade de o ofendido exercer seu direito sobre a coisa, por exemplo, o agente, durante a perseguição, joga as joias na correnteza do rio.
2. Prisão em flagrante de um dos agentes e fuga dos demais com a “res”: nessa hipótese, em que pese a prisão de um dos agentes no local do crime, o delito se consumou para todos os coparticipantes, uma vez que alguns lograram fugir, detendo a posse tranquila da res.
3.Subtração de parte dos bens: se o agente se dispõe a subtrair uma pluralidade de bens, mas, após se apropriar de alguns e guarda-los em esconderijo próximo ao local do crime, é preso em flagrante ao tentar ao tentar apoderar-se dos bens restantes, o crime reputar-se dos bens restantes, o crime repua-se consumado, pois já houve anteriormente à prisão em flagrante à efetiva espoliação de bens, ainda que somente em parte.
4. Prisão em flagrante: a prisão em flagrante não é incompatível com a consumação do crime de furto. Assim, se o agente logra apoderar-se da res, mas é encontrado logo depois com instrumento, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração, a prisão em flagrante não terá o condão de interferir na consumação do crime,pois esta já se operou anteriormente com a retirada da res do domínio de seu titular.
Para a tentativa é perfeitamente possível, trata-se de crime material, que ocorrerá quando o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, não chega a retirar o bem do domínio de seu titular.
Ao que se reporta o autor sobre o furto famélico é aquele cometido por quem se encontra em situação de extrema miserabilidade, penúria, necessitando de alimento para saciar a sua fome e/ou de sua família. Não se configura crime nessa hipótese, pois o estado de necessidade exclui a ilicitude do crime dentro dos parâmetros do art.24 CP.
Quanto as formas do delito posto, existe a forma de furto simples o mesmo é disposto no art.155 em seu Caput e tem por pena de reclusão de 1 a 4 anos, e multa. O furto noturno previsto no §1° a pena aumenta-se de 1/3. O furto privilegiado previsto no §2° para esse o juiz pode substituir a pena de reclusão pela pena de detenção, diminuí-la de 1 a 2/3, ou aplicar somente a de multa. Tem-se também o furto de energia que está previsto no §3°. Já o §4° aborda o furto qualificado com pena de reclusão de 2 a 8 anos, multa; E o furto de veículo automotor previsto no §5° e tem por pena de reclusão 3 a 8 anos.
Quanto ao furto noturno o mesmo está previsto no art.155§1° do CP, como causa especial de aumento de pena (1/3). A majorante funda-se no maior a que é exposto o bem jurídico em virtude da diminuição da vigilância e dos meios de defesa daquele que se encontram recolhidos à noite para repouso, facilitando a prática delituosa. Procura-se, assim, repreender de forma mais drástica a conduta daquele que se encontram recolhidos à noite para repouso, facilitando a prática delituosa. Para o Supremo Tribunal Federal basta que a subtração ocorra durante o período noturno para que se configure a qualificadora, assim, não sendo necessário que o furto seja praticado em casa habitada.
Ao que reporta Capez acerca do furto privilegiado conforme descrito no Código Penal art.155§2° “Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.” Este trecho da lei cuida do chamado furto de pequeno porte ou furto mínimo.
 O furto privilegiadotem seus requisitos: a primariedade que é quando o agente já sofreu diversas condenações, mas não é considerado reincidente porque não praticou nenhum delito após ter sido condenado em definitivo, será considerado tecnicamente primário e fará jus ao benefício legal. E por prática de contravenção penal e que venha a praticar crime (CP, art.63). Logo, o transcurso do prazo de cinco anos entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração penal posterior (prescrição da reincidência-CP, art.64,I), uma vez comprovado, faz com que o agente readquira a condição de primário. Sendo esse o primeiro requisito para que se configure o privilégio, não sendo exigidos pela lei que sejam verificados os antecedentes do réu para a concessão do privilégio, de modo que a presença de maus antecedentes não impede a incidência dessa causa de diminuição.
Configura o segundo requisito a jurisprudência firmou o entendimento ao pequeno valor da coisa subtraída no sentido de que é o furto mínimo quando a coisa é subtraída não alcança o valor correspondente a um salário mínimo vigente à época do fato.
Quanto a aplicação da pena presentes os dois requisitos acima, o juiz está obrigado a conceder o privilégio legal. Em que pese a lei conter o verbo poder, detonando uma faculdade concedida ao juiz, é majoritário o entendimento de que se trata de um direito subjetivo do réu. Uma vez presentes os requisitos constantes supramencionados, o juiz estará obrigado a conceder o benefício. Assim, deverá substituir a pena de reclusão por detenção, diminuir a pena privativa de liberdade de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa.
Sobretudo, equiparou o legislador à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Configura o furto de energia elétrica, por exemplo, a captação de energia antes da passagem desta pelo aparelho mediadora (aplicação abusiva de fios derivativos sobre o fio condutor instalado pela empresa de eletricidade). A utilização de fraude de modo a induzir a vítima em erro poderá caracterizar o crime de estelionato (por exemplo, fazer retroceder o ponteiro do medidor, para diminuir o quantum já assinalado). Consoante interpretação analógica, também configura o crime em tela a subtração de energias atômica, térmica, solar etc. Pois têm valor econômico.
Ademais, o furto qualificado previsto no §§4° e 5° do art.155 do CP, em rol taxativo, compreende as circunstâncias relativas aos modos de execução do crime de furto que lhe imprimem um cunho de maior gravidade. Há, assim, maior desvalor da ação criminosa, a qual deverá ser rigorosamente sancionada. Constituem qualificadoras objetivas, e se comunicam aos demais agentes, com exceção daquela de natureza subjetiva prevista no inciso II, qual seja a do abuso de confiança. Basta a presença de uma das circunstâncias para que o crime se repute qualificado. Se presente mais do que uma qualificadora, a primeira servirá para qualificar o crime, elevando os limites mínimo e máximo da pena.
Além disso, o delito furto aborda o PLT acerca do furto de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior, o furto também será qualificado, passando sua pena para três a oito anos de reclusão, nos termos do §5° (acrescentado ao art. 155 por força da lei n.9.426/96. Essa qualificadora diz respeito, especificamente, à subtração de veículo automotor. Considera-se como tal os automóveis, ônibus, caminhões, motocicletas, aeronaves, lanchas, jet-skies etc.
E ao que se define como delito de roubo o conceito do autor diz que o roubo constitui crime complexo, pois é composto por fatos que individualmente constituem crimes. São eles: furto+ constrangimento ilegal+ lesão corporal leve, quando houver (as vias de fato ficam absolvidas pelo constrangimento ilegal). Em que pesem tais crimes contra a pessoa integrarem o crime de roubo, este foi inserido no capítulo relativo aos crimes patrimoniais, tendo em vista que o escopo final do agente é a subtração patrimonial.
Em virtude de o crime em estudo ser considerado complexo, tutela-se, além da posse a propriedade, a integridade física e a liberdadeindividual, esse como senta o objeto jurídico ao delito posto.
E ao elemento do tipo o autor destoa o roubo próprio e impróprio. Ação nuclear e meios executórios. Segundo o Código Penal roubo próprio, segundo o disposto no caput do art.157, é a subtração, para si ou para outrem, de coisa alheia móvel, mediante o emprego de grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. No roubo impróprio, consoante o §1° o agente, “logo depois de subtraída a coisa emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.”.
A ação nuclear do tipo, identicamente ao furto, consubstancia-se no verbo subtrair, que significa tirar, retirar de outrem, no caso, bem móvel.
Quanto ao sujeito ativo trata-se de crime comum. Qualquer pessoa pode praticá-lo, com exceção do possuidor ou proprietário do bem. Já o sujeito passivo, declara a ofensa perpetrada no crime de roubo pode ser: imediata ou mediata. A imediata é a perpetrada contra o titular do direito de propriedade ou posse. Como por exemplo, a violência empregada contra o dono da loja para que este entregue o dinheiro do caixa. De outro modo, a mediata é a empregada contra terceiro que não seja titular do direito de propriedade ou posse. O exemplo disso, o agente que ameaça com arma de fogo o empregado da loja para que este lhe entregue o dinheiro do caixa. Na primeira hipótese, temos um único sujeito passivo, enquanto na segunda o crime é de dupla subjetividade passiva, pois uma pessoa sofreu a grave ameaça e outra teve o deu patrimônio espoliado.
Fernando segue seu ensinamento mostrando o elemento subjetivo sendo o dolo, consubstanciado na vontade de subtrair coisa alheia móvel, com o fim especial de tê-la para si ou para outrem (animus rem sibi habendi).
Conforme alude o referido autor o princípio da insignificância. Roubo privilegiado. É inadmissível a incidência do princípio da insignificância no crime de roubo. Essa figura delituosa representa um dos mais graves atentados à segurança social, de modo que, ainda que ínfimo o valor subtraído, ou seja, ainda que a ofensa ao patrimônio seja mínima, que não afasta o desvalor da ação representado pelo emprego de violência ou grave ameaça à pessoa.
Já, as formas para esse delito encontram-se previstas no caput do art.157 ao que relata do roubo próprio e dispõe a pena de reclusão de 4 a 10 anos e multa, tendo como conceito o constrangimento que é empregado no início ou concomitantemente à subtração da coisa, ou seja, antes ou durante a retirada do bem. Finda essa ação, qualquer grave ameaça ou violência posterior caracterizará o roubo impróprio. Quanto o momento consumativo para esse delito existe duas posições, a primeira diz que o roubo se consuma no momento em que o agente subtrai o bem do ofendido. Subtrair é retirar contra a vontade do titular. Levando-se em conta esse raciocínio, o roubo estará consumado tão logo o sujeito, após o emprego de violência ou grave ameaça, retire o objeto material da esfera de disponibilidade da vítima, sendo irrelevante se chegou a ter a posse tranquila ou não da res furtiva. A segunda posição é a retirada do bem da esfera de disponibilidade da vítima + posse tranquila da res, ainda que por curto período de tempo. Assim como no crime de furto, há o entendimento de que apenas haverá a consumação quando o agente retirar o bem da esfera de disponibilidade da vítima e assegurar a posse tranquila do mesmo, ainda que por curto espaço de tempo. Desse modo, enquanto o agente sofre perseguição, há somente tentativa do crime, pois não chegou ainda a garantir a posse desvigiada do bem. E, o roubo impróprio no §1° do referido artigo que corrobora a mesma pena do roubo próprio, porém neste, o agente primeiro subtrai a coisa sem empregar qualquer constrangimento contra a vítima, e somente após efetuá-la emprega violência ou grave ameaça com o fim de garantir a sua posse ou assegurar a impunidade do crime, isto é, evitar a prisão em flagrante ou a sua identificação. 
As causas de aumento de pena são expressas no § 2°, I a V do artigo supramencionado, porém a pena é aumentada de 1/3 até a metade a nesses casos. O roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave está previsto §3°. Se da violência resulta lesão corporal grave: a pena será a de reclusão, de 7 a 15 anos, além da multa. Trata-se de crime complexo, resultante da somatória de roubo + lesões graves, ocorrendo quando houver emprego de violência física contra a pessoa, com o fim de subtrair a res, de assegurar a sua posse ou de garanti a impunidade do crime, decorrem lesões corporais graves. Referido resultado agravador pode derivar de culpa, quando o sujeito emprega a violência sem o intuito de lesionar a vítima com gravidade, mas, por imprudência exceder-se. Já ao que dispõe o artigo sobre o roubo qualificado pelo resultado morte (latrocínio), §3°. Se da violência resulta morte: a pena será a de reclusão de 20 a 30 anos, sem prejuízo da multa. Ocorre quando, do emprego de violência física contra a pessoa com o fim de subtrair a res, ou para assegurar a sua posse ou a impunidade do crime, decorre a morte da vítima. Trata-se de crime complexo, formado pela junção de roubo+ homicídio (doloso ou culposo), constituindo uma unidade distinta e autônoma dos crimes que o compõem. Há assim um crime contra o patrimônio + um crime contra a vida. Em que pese à presença de crime contra a pessoa, o latrocínio é precipuamente um delito contra o patrimônio, já que a finalidade última do agente é a subtração de bens mediante o emprego de violência do qual decorre o óbito da vítima ou de terceira que não coautor.
Conclusão
Contudo, o caráter patrimonialista do Direito Penal decorre de todo o complexo de relações e construção/imposição de valores e interesses particulares dominantes que se refletem nas três acepções da expressão "Direito Penal": como um conjunto de normas jurídicas que estatuem crimes e cominam penas (direito objetivo); enquanto faculdade do Estado para cominar, aplicar e executar penas (direito subjetivo); e como ciência que possui o mesmo nome do seu objeto de estudo, Direito Penal. Portanto, o patrimonialismo possui três planos, o normativo, o político e o científico.
A severa punição dada aos crimes contra o patrimônio, em especial ao crime de latrocínio confirma as considerações anteriores, e percebemos, que, na verdade, o bem jurídico vida possui um valor. E a depender do detentor da mesma ela terá um valor irrisório para alguns.
Julgado dos Delitos contra o patrimônio:
Favorável a defesa
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 203.666 - SP (2011/0083514-0)RELATOR:MINISTROADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADORCONVOCADO DO TJ/RJ)IMPETRANTE: MARIANA SALOMÃO CARRARA - DEFENSORA PÚBLICA
IMPETRADO: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE: PAULO HENRIQUE SILVA GOLDONI (PRESO)
EMENTA:
HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO.ROUBO MAJORADO. ALEGAÇÃO DECONSTRANGIMENTO ILEGAL. PLEITO PELORECONHECIMENTO DE NULIDADE. ARGUMENTO DEVIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA PARIDADE DE ARMASENTRE AS PARTES. INOCORRÊNCIA. PRETENSÃO DEREGIME INICIAL MAIS BRANDO. PENA-BASE FIXADA NOMÍNIMO LEGAL. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAISFAVORÁVEIS PRESENTES. INOBSERVÂNCIA DODISPOSTO NO ART. 33, § 2.º, ALÍNEA B, E § 3.º, DOCÓDIGO PENAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 718/STF,719/STF e 440/STJ. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
1. As Cortes Superiores entendem que a emissão deparecer pelo Ministério Público, em segundo grau dejurisdição, como custos legis, não vulnera a garantia docontraditório.
2. Não há que se falar em nulidade de julgamento, porofensa aos princípios do contraditório, da igualdade entre aspartes e da ampla defesa, porquanto, após a manifestaçãodo Ministério Público, como fiscal da lei, inexistecontraditório a ser assegurado. Assim, o parecer exaradopelo Parquet, em segundo grau de jurisdição, não gera vícioprocedimental, mesmo porquea parte contrária restouintimada, em razão da publicação da pauta de julgamentono Diário de Justiça.
3. O Supremo Tribunal Federal sedimentou o entendimentode que o decisum que impõe regime de cumprimento maissevero do que prevê a lei, requer motivação respaldada emelementos concretos, não sendo suficiente a gravidade emabstrato do delito. Súmulas nº 718 e nº 719/STF.
4. Na mesma esteira, o Superior Tribunal de Justiça editou aSúmula nº 440, pacificando a orientação de que, fixada apena-base no mínimo, inadmissível o estabelecimento deregime inicial diverso do permissivo legal, em razão doquantum da reprimenda.
5. In casu, na primeira fase, as vias ordináriasestabeleceram a pena no mínimo legal, sem que seconstituísse motivação idônea para a fixação de regimediverso do previsto no art. 33, § 2º e § 3º, do Código Penal.
6. Ordem concedida, em parte, para fixar o regime inicial.
Desfavorável à defesa:
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 238.869 - SP (2012/0072567-0)
RELATOR: MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE
IMPETRANTE: WAGNER NASCIMENTO JAYME
IMPETRADO: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE: DOUGLAS RIBEIRO XAVIER (PRESO)
EMENTA:
HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO PREVISTO NOORDENAMENTO JURÍDICO. 1. NÃO CABIMENTO. MODIFICAÇÃO DE ENTENDIMENTOJURISPRUDENCIAL. EXAME EXCEPCIONAL QUE VISA PRIVILEGIAR A AMPLA DEFESA EO DEVIDO PROCESSO LEGAL. 2. ROUBO CIRCUNSTANCIADO E QUADRILHA ARMADA.EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA. INEXISTÊNCIA. AÇÃO PENALCOMPLEXA. PLURALIDADE DE RÉUS. EXPEDIÇÃO DE CARTAS PRECATÓRIAS.INSTRUÇÃO CRIMINAL ENCERRADA. ENUNCIADO Nº 52 DA SÚMULA DESTA CORTE. 3.CUSTÓDIA CAUTELAR. NECESSIDADE. MODUS OPERANDI DO CRIME. ESPECIALGRAVIDADE DA CONDUTA E PERICULOSIDADE CONCRETA DO PACIENTE. AUSÊNCIADE ILEGALIDADE MANIFESTA. 4. ORDEM NÃO CONHECIDA.
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, buscando a racionalidade do ordenamentojurídico e a funcionalidade do sistema recursal, vinha se firmando no sentido de ser imperiosaa restrição do cabimento do remédio constitucional às hipóteses previstas na ConstituiçãoFederal e no Código de Processo Penal. Atento a essa evolução hermenêutica, o SupremoTribunal Federal passou a proferir decisões no sentido de não mais admitir habeas corpusque tenha por objetivo substituir o recurso ordinariamente cabível para a espécie. Precedentes.Contudo, devem ser analisadas as questões suscitadas na inicial no afã de verificar aexistência de constrangimento ilegal evidente, a ser sanado mediante a concessão de habeascorpus de ofício, evitando-se, assim, prejuízos à ampla defesa e ao devido processo legal.
2. Na espécie, inexiste excesso de prazo a ser sanado mediante a concessão, excepcional, dehabeas corpus de ofício. Primeiro, porque as peculiaridades da causa justificam uma maiordelonga no término da instrução, pois trata-se de ação penal complexa - que apura a práticados crimes de roubo circunstanciado e quadrilha armada -, envolvendo 6 (seis) réus, sendoque houve a necessidade de expedição de várias cartas precatórias - medida sabidamentemorosa - tanto para a oitiva de testemunha de defesa quanto para a colheita dosinterrogatórios dos diversos réus do processo, de forma que eventual retardamento dainstrução não pode ser atribuído ao Juízo, que, pelo que se depreende, vem atuando demaneira diligente. Segundo, porque o feito se encontra em fase de alegações finais, o queatrai a incidência do enunciado nº 52 da Súmula desta Corte, o qual dispõe que "encerrada ainstrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo".
3. Também não se vislumbra constrangimento ilegal manifesto na manutenção da custódiacautelar, pois a medida extrema é imperiosa parao resguardo da ordem pública, nos moldesinsculpidos no art. 312 do Código de Processo Penal, uma vez que do modus operandi dosuposto crime praticado se extrai a especialgravidade da conduta, bem como a periculosidadeconcreta do paciente, que teria, segundo a denúncia, se associado em quadrilha armada aoutros corréus para a prática de crimes contra o patrimônio, dentre eles, um roubo em umafazenda de "58 (cinquenta e oito) cabeças de gado da raça Nelore, avaliadas em R$ 50.000,00(cinquenta mil reais)", cometido mediante ameaça exercida com emprego de arma de fogo àfuncionária da aludida propriedade e seus familiares, os quais permaneceram em poder dobando por considerável tempo.
4. Habeas corpus não conhecido.
Pareceres dos Julgados:
Favorável à defesa:
 O referido julgado trata de crime contra o patrimônio, abordando o roubo majorado e alegando o constrangimento ilegal. Sendo pleiteado o reconhecimento de nulidade. Em que se argumenta a violação do princípio da paridade de armas entre as partes, inocorrência.
 A pretensão é de regime inicial mais brando, e a pena-base fixada no mínimo legal. Existindo circunstâncias judiciais favoráveis por inobservância no disposto no art.33, §2°. Alínea b e §3° do Código Penal, assim como incidência das Súmulas 718 e 719 do Superior Tribunal Federal e subsequente a Súmula 440 do Superior Tribunal de Justiça. Obtendo a possibilidade e precedentes.
 Logo as Cortes Superiores entendem que a emissão de parecer pelo Ministério Público, em segundo grau de jurisdição, como custos legis, não vulnera a garantia do contraditório.
 Quanto a nulidade não se opera segundo a corte por ofensa aos princípios do contraditório, da igualdade entre as partes e da ampla defesa, porquanto, após a manifestação do Ministério Público, como fiscal da lei, inexiste contraditório a ser assegurado. Portanto, o STFsedimentou o entendimento de que o decisum que impõe regime de cumprimento mais severo do que prevê a lei, requer motivação respaldada em elementos concretos, não sendo suficiente a gravidade em abstrato do delito. Súmulas nº 718 e nº 719/STF.
 Logo em seguida, o entendimento segundo o STJ que editou a Súmula nº 440, pacificando a orientação de que, fixada a pena-base no mínimo, inadmissível o estabelecimento de regime inicial diverso do permissivo legal, em razão do quantum da reprimenda.
 Outrora, na primeira fase, as vias ordinárias estabeleceram a pena no mínimo legal, sem que se constituísse motivação idônea para a fixação de regime diverso do previsto no art. 33, § 2º e § 3º, do Código Penal. Tendo a ordem concedida, em parte, para fixar o regime inicial.
Desfavorável à defesa:
O segundo julgado corrobora o habeas corpus impetrado em substituição ao recurso composto na lei. Quanto ao não cabimento e a mudança no entendimento do tribunal. Devido ao exame excepcional que visa privilegiar a ampla e o defesa e o devido processo legal. Tal julgado aborda o roubo circunstanciado e quadrilha armada, o excesso de prazo na formação da culpa, inexistência, ação penal complexa, pluralidade de réus, expedição de cartas precatórias. Tendo a instrução criminal encerrada.Assim, o enunciado de número 52(cinquenta e dois) da Súmula do STJ, visando a custódia cautelar, por necessidade, gravidade da conduta e periculosidade concreta do paciente. Muito embora a corte alude a ausência de ilegalidade manifesta e não reconheceu. Por buscar a racionalidade do ordenamento jurídico e a funcionalidade do sistema recursal, vinha se firmando no sentido de ser imperiosa a restrição do cabimento do remédio constitucional às hipóteses previstas na Constituição Federal e no Código de Processo Penal.
Ademais, por estar ciente dessa evolução hermenêutica, o Supremo Tribunal Federal passou a proferir decisões no sentido de não mais admitir habeas corpus que tenha por objetivo substituir o recurso ordinariamente cabível para a espécie. Precedentes. Contudo, devem ser observadas questões suscitadas na inicial com o intuito de averiguar a existência de constrangimento ilegal evidente, a ser sanado mediante a concessão de habeas corpus de ofício, evitando-se, assim, prejuízos à ampla defesa e ao devido processo legal.
Assim entendeu a corte quepara essa espécie, inexiste excesso de prazo a ser sanado mediante a concessão, excepcional, de habeas corpus de ofício. Porque as peculiaridades da causa justificam uma maior delonga no término da instrução, pois trata-se de ação penal complexa a qual apura a prática dos crimes de roubo circunstanciado e quadrilha armada, para essa situação que envolve 6 (seis) réus, sendo que houve a necessidade de expedição de várias cartas precatórias. Logo, usando dessa medida sabidamente morosa, a oitiva de testemunha de defesa quanto para a colheita dos interrogatórios dos diversos réus do processo, de forma que eventual retardamento da instrução não pode ser atribuído ao Juízo.
Nos moldes insculpidos no art. 312 do Código de Processo Penal, uma vez que do modus operandi do suposto crime praticado se extrai a especial gravidade da conduta, bem como a periculosidade concreta do paciente, que teria, segundo a denúncia, se associado em quadrilha armada a outros corréus para a prática de crimes contra o patrimônio, dentre eles, um roubo em uma fazenda de "58 (cinquenta e oito) cabeças de gado da raça Nelore, avaliadas em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)", cometido mediante ameaça exercida com emprego de arma de fogo à funcionária da aludida propriedade e seus familiares, os quais permaneceram em poder do bando por considerável tempo. Por isso, a corte decide pelo não conhecimento do Habeas corpus.
Etapa 4– Dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos
Introdução
O estudo presente tem o intuito de tornar cristalino o entendimento do grupo, os assuntos referentes, aos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos e suas peculiaridades jurídicas posicionadas na doutrina e na jurisprudência.
 Ademais, desmistificando e transpondo ao conhecimento o que se reporta sobre os crimes contra o sentimento religioso – ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo: conceito, escárnio de alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa, objeto jurídico, ação nuclear, sujeito ativo e sujeito passivo, elemento subjetivo, consumação e tentativa; impedimento ou perturbação de cerimônia ou prática de culto religioso: objeto jurídico, ação nuclear, sujeito ativo e sujeito passivo; vilipêndio público de ato ou objeto de culto religioso: objeto jurídico, ação nuclear, objeto material, elemento subjetivo, consumação e tentativa; violação de sepultura: conceito, objeto jurídico, elemento normativo, ação nuclear, sujeito ativo e sujeito passivo, elemento subjetivo, consumação e tentativa, causas excludentes de ilicitude; destruição, subtração ou ocultação de cadáver: conceito, objeto jurídico, ação nuclear, sujeito ativo e sujeito passivo, elemento subjetivo, consumação e tentativa e remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento (Lei 9434/97).
Texto 2
“Para Fernando Capez, ele declara que o art. 208, caput, do Código Penal determina:” Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa”.
Ao escárnio de alguém publicamente por motivo de crença ou função religiosa, Capez dispõe o objeto jurídico ao que tutela-se a liberdade individual do homem de ter uma crença, bem como exercer o ministério religioso. Tal direito, aliás, é assegurado constitucionalmente, pois o art.5° VI, da Constituição Federal dispõe: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias”. Tutela-se também a própria religião contra o escárnio.
A ação nuclear típica da primeira parte do art. 208 consubstancia-se no verbo escarnecer, que significa zombar, ridicularizar, de forma a ofender alguém, em virtude de crença ou função religiosa. 
O autor também alude que o sujeito ativo possa ser qualquer pessoa, inclusive aquelas que creem em determinada religião e os seus ministros. E ao sujeito passivo é a pessoa que crê em determinada religião ou que exerce o ministério religioso (padre, pastor, freira etc.). Deve necessariamente ser pessoa determinada.
O dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de escarnecer de alguém, por motivo de crença ou função religiosa. Ausente essa motivação outro crime poderá configurar-se, por exemplo, injúria. Isso posto, ao que diz respeito ao elemento subjetivo.
A consumação de acordo com Capez que diz que se consuma com o ato de escarnecer publicamente. A tentativa somenteinadmissível na forma verbal do escárnio.
Quanto ao impedimento ou perturbação de cerimônia ou prática de culto religioso, tutela-se também na forma de objeto jurídico a liberdade individual de professar uma crença religiosa e a liberdade de culto, as quais estão plenamente asseguradas na Constituição Federal (art.5° VI). A liberdade de culto protegida é a permitida pelo Estado, por não atentar contra a moral ou aos bons costumes. Por se tratar de crime contra a cerimônia ou prática de culto religioso, protege-se a ordem pública.
As ações nucleares da segunda parte do art.208 consubstanciam-se nos verbos: impedir e perturbar.Ademais o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, estando ou não na eminência da cerimônia ou da prática de culto religioso. Já o sujeito passivo são os fiéis presentes na cerimônia ou prática de culto religioso, bem como aqueles que realizam a sua celebração.
O vilipêndio público de ato ou objeto de culto religioso, por objeto jurídico tutela-se, mais uma vez, a liberdade individual de crença e de culto religioso. A ação nuclear típica da parte final do art.208 consubstancia-se no verbo vilipendiar, isto é, tratar com desprezo, desdém, de modo ultrajante o ato ou objeto de culto religioso. 
O objeto material do crime é, portanto, o ato ou objeto de culto religioso. E o elemento subjetivo é o dolo, isto é, a vontade livre e consciente de vilipendiar o ato ou objeto de culto religioso. Logo, consuma-se o crime com a prática do ato ultrajante.
Ao estudo, também se detalha o conceito da violação de sepultura que é corroborado no art. 210 do Código Penal: “violar ou profanar sepultura ou urna funerária: Pena- reclusão, de um a três anos, e multa.”.
O objeto jurídico é o mesmo do artigo antecedente: protege-se o sentimento de respeito pelos mortos. E ao elemento do tipo quanta ação nucleares do tipo estáconsubstanciado nos verbos violar e profanar.
Por sujeito ativo Capez relata ser qualquer pessoa pode praticar o delito em tela. Quanto ao sujeito passivo, trata-se de crime vago, sendo a coletividade a família e os amigos do falecido.
Tem como elemento subjetivo o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de violar ou profanar sepultura ou uma funerária. Assim dá-se a consumação com a violação ou profanação.
A esse delito, as causas excludentes da ilicitude corroboram-se pelo art.163 do Código de Processo Penal autoriza a exumação para exame cadavérico.
Capez também alude sobre a destruição, subtração ou ocultação de cadáver, conceituando pelo art.211 do Código Penal: “Destruir, subtrair ou ocultar cadáver ou parte dele: Pena- reclusão, de um a três anos, e multa”.
O objeto jurídico é o mesmo artigo antecedente: protege-se o sentimento de respeito pelos mortos. Ao elemento do tipo ação nuclear, trata-se de crime de ação múltipla ou conteúdo variado, de forma que a prática de qualquer uma das ações previstas na figura típica configura o delito em estudo. As ações nucleares consubstanciam-se nos seguintes verbos: destruir, subtrair e ocultar.
Tendo como sujeito ativo, qualquer pessoa poderá praticar o delito em tela, inclusive a própria família do morto. E ao sujeito passivo, trata-se de crime vago. Sujeito passivo é a coletividade, a família e os amigos do falecido.
Odolo, como elemento subjetivo é a consistente vontade livre e consciente de praticar qualquer uma das ações nucleares do tipo. Não se exige o chamado elemento subjetivo. Contudo, a consumação do delito posto, dá-se com a destruição total ou parcial do cadáver.
Além disso, Fernando Capez relata sobre a remoção de órgão, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento (LEI N.9.434/97), estabelece a lei em seu art.1°: “A disposição gratuita de tecidos, órgãos e partes do corpo humano, em vida ou post mortem, para fins de transplante e tratamento, é permitida na forma desta Lei.” Os arts. 14 a 20 do mencionado diploma legal preveem condutas criminosas relacionadas à disposição de órgãos e partes do corpo humano em desacordo com seus preceitos.
Conclusão
	Ao finalizar este estudo compreende-se que o sentimento religioso é a convicção, acentuada pelo sentimento, da existência de uma ordem universal que se eleva acima do homem. Logo em seguida, o respeito aos mortos reveste-se de cunho religioso.
Portanto, o entendimento alcançado pelo grupo sobre os temas supramencionados é que o Brasil é um Estado laico, que admite e respeita todas as vocações religiosas. Além disso, a Constituição Federal estabelece ser inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias. Com efeito, o Código Penal tipifica no Título V da Parte especial os crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos.
Julgados dos delitos:
Contra o sentimento religioso:
Superior Tribunal de Justiça
HABEAS CORPUS Nº 277.626 - SP (2013/0317384-9)
RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI
IMPETRANTE:DANIEL DEL CID GONCALVES
ADVOGADO: DANIEL DEL CID GONCALVES
IMPETRADO:TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
PACIENTE: LEANDRO DA SILVA MACHADO (PRESO)
EMENTA:
HABEAS CORPUS, IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA.SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ORDINÁRIO.IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSALPREVISTO NA CARTA MAGNA. NÃO CONHECIMENTO.
1. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, buscando darefetividade às normas previstas na Constituição Federal e na Lei8.038/1990, passou a não mais admitir o manejo do habeascorpus originário em substituição ao recurso ordinário cabível,entendimento que deve ser adotado por este Superior Tribunal deJustiça, a fim de que seja restabelecida a organicidade daprestação jurisdicional que envolve a tutela do direito delocomoção.
2. O constrangimento apontado na inicial será analisado, a fim deque se verifique a existência de flagrante ilegalidade que justifiquea atuação de ofício por este Superior Tribunal de Justiça.
FURTO QUALIFICADOTENTADO (ARTIGO 155, § 4º, INCISO II,COMBINADO COM O ARTIGO 14, INCISO II, AMBOS DOCÓDIGO PENAL). DEFENSOR DATIVO. INTIMAÇÃO DASENTENÇA CONDENATÓRIA PELA IMPRENSA OFICIAL.ADVOGADO QUE OPTA EXPRESSAMENTE PELA VIAREGULAR DE COMUNICAÇÃO DOS ATOS. PECULIARIDADEQUE AFASTA ORECONHECIMENTO DA NULIDADEPRETENDIDA.
1. Não se desconhece o entendimento predominante nesteSodalício no sentido de que a ausência de intimação pessoaldaDefensoria Pública ou do defensor dativo sobre os atos doprocesso, a teor do disposto no artigo 370 do Código de ProcessoPenal e do artigo 5º, § 5º, da Lei 1.060/1950, gera, via de regra, asua nulidade.
2. No caso dos autos, como destacado pela pelo Juízo da 2ª VaraCriminal e de Crimes contra a Vida de São Caetano do Sul/SP, odefensor dativo foi intimado da sentença condenatória pelaimprensa oficial, o que, em tese, poderia ensejar a anulação dacertidão de trânsito em julgado do édito repressivo.
3. Contudo, a hipótese em apreço possui peculiaridade relevanteque impede o reconhecimento da mencionada mácula, pois opróprio defensor dativo optou por ser intimado pela imprensaoficial, declinando da prerrogativa de ser pessoalmentecientificado dos atos processuais. Incidência da norma contida noartigo 565 do Código de Processo Penal.
DOSIMETRIA. PENA-BASE. FIXAÇÃO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. MAIOR REPROVABILIDADE DO DELITO. PECULIARIDADE DO CASO CONCRETO. IMPOSSIBILIDADE DE MAJORAÇÃO EM RAZÃO DO PROSSEGUIMENTO DA PRÁTICA CRIMINOSA APÓS O DISPARO DE ALARME NO LOCAL. INVIABILIDADE DE ELEVAÇÃO DA SANÇÃO EM RAZÃO DA CUPIDEZ E MERCENARISMO. CIRCUNSTÂNCIAS INERENTES AO TIPO PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO.
1. De acordo com a jurisprudência pacífica deste Superior Tribunal de Justiça, o exame da dosimetria da pena por meio de habeas corpus somente é possível quando evidenciado de plano, sem a necessidade de exame de provas, flagrante ilegalidade e prejuízo ao réu.
2. Embora o furto a uma igreja efetivamente possua maior censurabilidade social, agredindo não apenas o patrimônio particular, mas também a fé e o sentimento religioso de parcela da comunidade, o fato de o paciente haver prosseguido na prática criminosa mesmo depois de o alarme do templo soar não constitui fundamento idôneo apto a justificar a elevação da reprimenda na primeira fase da dosimetria, uma vez que inerente ao tipo penal infringido.
3. Os motivos do crime, por sua vez, são as razões que levaram o agente a cometer o crime, sendo que, no caso em tela, o mercenarismo e a cupidez são inerentes à prática do delito de furto, não revelando, por conseguinte, a maior reprovabilidade da conduta imputada ao paciente.
REGIME INICIAL FECHADO. ACUSADO REINCIDENTE. PLEITO
DE ESTABELECIMENTO DE MODO MENOS GRAVOSO PARA O RESGATE DA SANÇÃO. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO 269 DA SÚMULA DESTE SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1. Ao réu reincidente somente é possível a fixação do regime semiaberto quando, a teor do verbete 269 da Súmula deste Superior Tribunal de Justiça, as circunstâncias judiciais forem favoráveis, o que não se verifica na hipótese dos autos.
2. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício apenas para reduzir a pena imposta ao paciente para 1 (um) ano e 9 (nove) meses de reclusão, a ser cumprida no regime inicial fechado, além do pagamento de 4 (quatro) dias-multa. 
Contra o respeito aos mortos:
Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL N° 212.923 - GOIAS (1999/0039765-7)
RELATOR: MIN. VICENTE LEAL
RECTE: MINISTERIO PUBLICO DO ESTADO DE GOIAS
RECDO:OSMARIO JACINTO
ADVOGADO: HENRIQUE BARBACENA NETO
EMENTA:
EMENTAPENAL. PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. QUESTÃO DEDIREITO FEDERAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO SUPRIDA.SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO. LEI N° 9099/95. DIREITOSUBJETIVO DO RÉU.
- Se nos embargos de declaração foram debatidos os pontos omissos noacórdão confirmatório da sentença condenatória, não se vislumbra violação ao art.619, do Código de Processo Penal.
- A suspensão condicional do processo, solução extrapenal para ocontrole social de crimes de menor potencial ofensivo, é um direito subjetivo doréu, desde que presentes os pressupostos objetivos.
-Não fica ao alvedrio do Ministério Público oferecer ou não a proposta. Aodeixar de oferecê-la, mesmo presentes os pressupostos próprios para aplicaçãono instituto da suspensão do processo, deve o juiz não sesubstituir ao órgão doMinistério Público, mas deve ele decidir
- Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.
- Recurso Especial conhecido, mas desprovido.
Parecer:
A jurisprudência aborda o habeas corpus, impetração originária, substituição ao recurso ordinário, impossibilidade, respeito ao sistema recursal previsto na carta magna e não conhecimento pela corte.
 O STJ, declara ser somente possível o exame de dosimetria da pena por meio de habeas corpus quando evidenciado de plano, sem a necessidade de exame de provas, flagrante ilegalidade e prejuízo ao réu. Entretanto, o furto a uma igreja efetivamente possua grande censurabilidade social, agredindo não apenas o patrimônio particular, mas também a fé e o sentimentoreligioso de parte da comunidade, o fato de o paciente haver prosseguido na prática criminosa mesmo depois de o alarme do templo soar não constitui fundamento idôneo apto a justificar a elevação da reprimenda na primeira fase da dosimetria, uma vez que inerente ao tipo penal infringido. Logo, os motivos do crime, o mercenarismo e a cupidez são inerentes à prática do delito de furto, não revelando, a maior reprovabilidade da conduta imputada ao paciente.
 Contudo a corte definiu o regime fechado ao acusado por reincidência, tendo o pleito de estabelecimento de modo menos gravoso para o resgate da sansão pelas circunstâncias judiciais desfavoráveis. E pala inaplicabilidade do enunciado 269 da Súmula do STJ.
Ao que relata segunda jurisprudência trata-se de embargos de declaração os quais foram debatidos os pontos omissos no acórdão confirmatório da sentença condenatória, e consta que não se vislumbra violação ao art. 619, do Código de Processo Penal. Logo, a suspensão condicional do processo, solução extrapenal para o controle social de crimes de menor potencial ofensivo, é um direito subjetivo do réu, desde que presentes os pressupostos objetivos. Assim, independe do Ministério Público oferecer ou não a proposta. Ao deixar de oferecê-la, mesmo presentes os pressupostos próprios para aplicação no instituto da suspensão do processo, deve o juiz não se substituir ao órgão do Ministério Público, mas deve ele decidir. Tendo essa corte precedido e conhecido o recurso Especial, mas dando o desprovimento ao mesmo.
Referências Bibliográficas:
- Capez, Fernando curso de direito penal, volume 2, parte especial: dos crimes contra a pessoa e dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos (arts. 121 a 212) / Fernando Capez. – 3. Ed.- São Paulo: Saraiva, 2012.
-http://www.stj.jus.br/portal/site/STJ
1 de novembro de 2015
ATPS direito penal III - EtapaS 3 e 4
docente: Esp. elione LUIZ Lopes
Faculdade Anhanguera Educacional de Rio Grande-RS 
dOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
E DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO