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Diagnostico Clinico

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BIOQUÍMICA NO DIAGNÓSTICO CLÍNICO: PARÂMETROS MAIS 
RELEVANTES 
 
1. COLHEITA DE SANGUE 
Conforme o fim a que se destina, o sangue pode ser recolhido para um tubo com um 
anticoagulante, como a heparina, ou sem anticoagulante. A maioria das análises de 
rotina é feita de manhã, em jejum. As análises podem ser feitas em sangue total, plasma 
ou soro. 
Para separar o plasma, o sangue é recolhido para um tubo com anticoagulante. 
Posteriormente centrifuga-se, de modo que as células depositam e o sobrenadante 
corresponde ao plasma. 
Para se obter soro a colheita é feita sem anticoagulante; deixa-se coagular o sangue no 
tubo com a amostra de sangue (no frio, para não haver degradação dos elementos a 
analisar), ficando o soro sobre o coágulo. Portanto o soro é o plasma sem os factores de 
coagulação, como a fibrina. 
 
2. HEMATÓCRITO 
É possível separar o plasma sanguíneo das células. Por centrifugação obtém-se duas 
fases, uma contendo plasma e outra as células. O hematócrito é a percentagem do 
volume total do sangue (células + plasma) ocupado pelas células sanguíneas. O 
hematócrito é, muitas vezes, uma indicação da alteração no número de glóbulos 
vermelhos na circulação. 
 
 
 
 
3. IONOGRAMA (IÕES NO PLASMA OU SORO) 
No plasma existem diversos electrólitos, positivos como o Na+, K+, Ca2+, Mg2+, ou 
negativos como o Cl-, HCO3-, fosfatos e proteínas. Os seus valores são mantidos em 
níveis relativamente constantes, e sobretudo a electroneutralidade, pelo que alterações 
aos valores normais podem indicar situações patológicas. 
 
 comprimento ocupado pelos glóbulos 
HEMATÓCRITO = -------------------------------------------------- x 100 
 comprimento ocupado pelo sangue 
Natrémia (Na+) 
O sódio é o principal responsável pela manutenção da osmolaridade extracelular. 
1- Hipernatrémia (excesso de Na+) 
Pode resultar de um fornecimento excessivo de sódio (por exemplo, por ingestão 
de água do mar), mas em geral reflecte uma desidratação, isto é, deve-se a perdas 
de água. 
2- Hiponatrémia (valor baixo de Na+) 
Pode ser devida a perdas urinárias (por exemplo, dosagem excessiva de diuréticos) 
ou digestivas (vómitos repetidos, diarreia abundante). 
 
Clorémia (Cl-) 
O cloro e o bicarbonato são os dois aniões mais importantes do plasma; as suas 
variações estão frequentemente ligadas. 
1- Hiperclorémia (excesso de Cl-) 
Quando há excesso de Na+ (hipernatrémia), o Cl- aumenta proporcionalmente. No 
entanto o Cl- pode estar anormalmente elevado e o Na+ normal, por exemplo para 
compensar perdas do ião bicarbonato (HCO3-), por exemplo se houver uma perda 
digestiva de bicarbonatos (diarreias abundantes, aspirações digestivas). 
2- Hipoclorémia (valor baixo de Cl-) 
Pode estar associada a uma baixa de Na+ (hiponatrémia). Mas também pode existir 
independentemente, por exemplo quando há acidose metabólica devido ao 
aumento de outros aniões (ex., lactato, acetoacetato). 
Caliémia (K+) 
O potássio intervém em grande número de processos bioquímicos da célula e é 
indispensável à manutenção da pressão osmótica celular. 
1- Hipercaliémia (excesso de K+) 
Resulta quer de uma diminuição da excreção urinária do potássio, quer de uma 
transferência do potássio celular para o plasma. A causa mais frequente é a 
insuficiência renal aguda, qualquer que seja a sua origem. 
2- Hipocaliémia (valor baixo de K+) 
Resulta ou de uma deplecção de potássica devida a perdas digestivas (p.ex., 
vómitos, aspirações gástricas, tumores vilosos) ou urinárias (p. ex., por toma de 
diuréticos em excesso). Mais raramente, podem dever-se a carências no 
fornecimento, em geral observáveis apenas em grandes alcoólicos ou em casos de 
anorexia nervosa. 
 
4. PARÂMETROS BIOQUÍMICOS 
 
COLESTEROL TOTAL 
O colesterol é sintetizado a partir de Acetil-CoA e faz parte da estrutura das membranas 
celulares, sendo também o precursor das hormonas esteróides e dos sais biliares. Em 
excesso, pode formar placas ateroscleróticas que podem provocar doenças 
cardiovasculares isquémicas como acidentes vasculares cerebrais e enfartes de 
miocárdio, entre outros. Para além de ser um indicador do risco de se ter estas doenças, 
pode ter origens diversas: 
1. Hipercolesterolémia 
Hipotiroidismo, obesidade, diabetes, de origem hereditária, familiar (diferentes 
tipos) excesso de consumo de álcool, má alimentação e estilo de vida sedentário. 
2. Hipocolesterolémia 
Insuficiência hepática (diminuição dos ésteres de colesterol), hipertiroidismo, 
hereditária. 
 
COLESTEROL HDL e LDL 
As HDL, lipoproteínas de alta densidade, são responsáveis pelo transporte do 
colesterol dos tecidos periféricos para o fígado, onde pode ser transformado em sais 
biliares e eliminado. As LDL, liproteínas de baixa densidade, transportam o colesterol 
do fígado para outros tecidos. É o colesterol LDL que pode formar placas 
ateroscleróticas. Quanto maior for a razão HDL/LDL menor o risco de de docenças 
vasculares (outra medida é a razão colesterol total/HDL, pelas mesmas razões). 
 
 
CREATININA (CREATININÉMIA) 
A creatinina é um catabolito do metabolismo muscular da fosfocreatina (utilizada pelo 
músculo para obter energia quase instantaneamente). 
A creatinina é eliminada na urina, preferencialmente por filtração glomerular; a sua 
retenção é, portanto, um índice de insuficiência glomerular. Uma pequena parte é 
eliminada por secreção tubular. 
alfa1 Alb. alfa2 beta gama
_ + 
Poteinograma Electroforético Normal 
 
 
 Proteinograma electroforético Anormal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Alb. alfa1 alfa2 beta gama 
A creatinina é um óptimo parâmetro de avaliação da função renal, já que a sua produção 
apenas depende do metabolismo celular muscular e é quase exclusivamente eliminada 
por filtração glomerular, não sendo influenciada directamente pela ingestão de 
alimentos. 
Valor diagnóstico e prognóstico da creatininémina: 
- Nefropatias 
- Nefrose por produtos tóxicos (Hg e Ag) 
- Insuficiência cardíaca (pode existir uma retenção discreta ou moderada de 
creatinina, embora não exista verdadeira nefropatia) 
- Obstruções urinárias (próstata, bexiga, ureter, cálculos e anúria reflexa) 
produzem elevações da creatinina , reversíveis com a reparação da obstrução. 
 
ELECTROFORESE DAS PROTEÍNAS PLASMÁTICAS 
Permite identificar alterações entre as concentrações das principais proteínas 
plasmáticas, dando algumas indicações úteis. 
Por exemplo, na figura indica-se o perfil 
electroforético das proteínas do soro sanguíneo 
de um doente com cirrose hepática 
(diminuição da albumina, aumento das 
gamaglobulinas, planalto beta-gama). 
 
 
 
 
GLUCOSE (GLICÉMIA) 
A glucose é o principal açúcar existente no sangue, que serve como "fonte de energia" 
aos tecidos. A glicémia é a taxa de glucose existente no sangue (também se pode medir 
a glucosúria, que se refere à presença de glucose na urina e é sempre anormal). A 
glucose sanguínea é extremamente bem regulada, pelo que se estiver alterada poderá 
indicar alguma patologia. 
Na prática clínica, a determinação da glicémia faz-se em dois grupos de 
circunstâncias: 
1- Suspeita de hiperglicémia 
Esta surge genericamente por: 
 a) défice de acção da insulina – diabetes mellitus 
b) exagero de acção de uma ou mais “hormonas da contra-regulação” (ex: 
síndrome de Cushing –cortisol , hipertiroidismo – tiroxina). 
Na diabetes mellitus, a hiperglicémia deve-se à diminuição da captação de glucose pelas 
células dos tecidos periféricos, particularmente do tecido muscular e do tecido adiposo, 
por défice de acção da insulina. 
Distinguem-se doistipos de Diabetes: 
Diabetes Tipo 1 – por défice da produção de insulina- mais frequente no jovem e 
insulinodependente. 
Diabetes do Tipo 2 – por resistência à acção da insulina - mais frequente no adulto e 
habitualmente controlável com antidiabéticos orais, necessitando de insulina 
ocasionalmente ou mais tardiamente na sua evolução. 
 
2- Suspeita de hipoglicémia 
Num indivíduo normal, os mecanismos de regulação da glicémia são muito eficazes, de 
modo que mesmo num jejum prolongado/ greve de fome não se verifica hipoglicéma. A 
hipoglicémia é sempre uma situação anormal, cuja causa deve ser investigada, 
sobretudo se recorrente. Clinicamente manifesta-se por dois grupos de sinais/sintomas: 
glicopénicos, por falta de glucose cerebral (prostração, tremores, convulsões, coma) e 
adrenérgicos, por estimulação da libertação de adrenalina (palidez, hipersudorese, 
taquicardia). 
Qualquer alteração dos mecanismos produtores de glucose sanguínea (glicogenólise, 
neoglicogénese…) ou fornecedores de “combustível” alternativo, poupando glucose, 
nomeadamente no jejum (oxidação dos ácidos gordos, cetogénese…) pode conduzir a 
hipoglicémia. Essa alteração pode dever-se a défice das reservas (ex: de glicogéneo, 
como nos recém-nascidos prematuros) e/ou imaturidade dos sistemas enzimáticos, a 
défice enzimático hereditário ou adquirido (ex: secundário a uma doença hepática 
grave) ou a alteração hormonal (excesso de secreção de insulina – hiperinsulinismo- ou 
diminuição das hormonas da contra-regulação, como o cortisol ou a hormona do 
crescimento). O consumo de álcool pode causar hipoglicémia devido ao efeito inibitório 
dos metabolitos do etanol sobre o ciclo de Krebs, a gluconeogénese e a oxidação dos 
ácidos gordos, particularmente nas crianças (por excesso de NADH/NAD+). 
 
 
HEMOGLOBINA GLICOSILADA 
Durante os 120 dias de vida média de um glóbulo vermelho, um percentagem das 
moléculas de hemoglobina liga irreversivelmente a glucose (glicosilação). Esta 
glicosilação (não enzimática) é proporcional aos períodos cumulativos de hiperglicémia. 
O excesso deste parâmetro indica hiperglicémia persistente nos meses anteriores à 
análise. 
 
PROTEÍNAS TOTAIS 
A proteína mais abundante no plasma sanguíneo e a albumina, que contribui para a 
pressão osmótica e é responsável pelo transporte de substâncias (hormonas, cálcio, 
ácidos gordos livres, drogas, bilirrubina, fármacos). Existem também as proteínas da 
coagulação e as imunoglobulinas, importantes na manutenção da homeostase do 
organismo, para além de muitas outras existentes em menor quantidade. 
1. Hiperproteinémia 
Pode dever-se a desidratação (com causas diversas), quando a relação entre a 
albumina e as globulinas está alterada, pode também indicar síndromes 
infecciosos ou mieloma múltiplo, por exemplo. 
2. Hipoproteinémia 
Perdas renais: síndrome nefrótico, processos neoplásicos, processos de absorção 
deficiente ou malnutrição, defeitos de síntese. 
 
TRANSAMINASES 
Catalisam a transferência de um grupo amina de um aminoácido para um cetoácido. 
ALT (ou TGP) alanina amino-transferase (ou transaminase glutâmico pirúvica): 
catalisa a reacção 
Alanina + ácido α-cetoglutárico ↔ ácido pirúvico + ácido glutâmico 
As transaminases existem em quantidades mínimas no sangue de um indivíduo normal 
mas após destruição celular extensa aumentam significativamente. São enzimas 
indicadoras de morte celular. 
Existindo em quantidades importantes nas células hepáticas, cardíacas, musculares e do 
pulmão, a lesão celular nestes orgãos leva ao aumento da actividade sérica destas 
enzimas, como acontece, por exemplo, nos quadros de hepatite e de enfarte de 
miocárdio. 
Também se mede com frequência a GO, transaminase glutâmico oxalacética (ou 
aspartato amino-transferase). 
• Aumentos patológicos das transaminases: 
1) Hepatite aguda (também nas hepatites crónicas): se a lesão é superficial e difusa, 
TGP>>TGO. 
2) Hepatites tóxicas (hepatite alcoólica aguda). 
3) Cirrose hepática (se a TGO está muito aumentada, é sinal de lesão profunda 
afectando as mitocôndrias). 
4) Metástases hepáticas. 
5) Enfarte do miocárdio: a partir das 6 primeiras horas durante 4 a 6 dias com pico 
máximo às 36 horas. 
6) Embolias ou tromboses: tromboembolia pulmonar (aumento da TGO); se há afecção 
hepática também aumenta a TGP. 
7) Doenças musculares: poliomiosites, dermatomiosites, traumatismos musculares 
extensos. 
 
 
 
TRIGLICÉRIDOS 
As dislipidemias são factores de risco para a ocorrência de doença cardíaca coronária, 
nomeadamente o aumento dos triglicéridos e o aumento do colesterol-LDL, assim como 
a baixa dos níveis de colesterol-HDL (ver colesterolémia). 
O aumento do nível de triglicéridos, para além de estar associado a um maior risco de 
arterosclerose e doenças cardiovasculares, pode indicar patologias como diabetes, 
excesso de álcool, disfunção renal crónica ou o excesso de determinados medicamentos 
(ex., diuréticos, tiazida).

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