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Unidade 4

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07/03/2018 1 
Unidade 4 
Traumatismo Raquimedular (TRM) 
 
 
 
 
Profª Ingrid Costa 
 
 
2 07/03/2018 
Introdução: 
 Lesão à medula espinal concomitante a injúrias 
da coluna vertebral. 
 Ocorre em cerca de 15- 20% das fraturas da 
coluna. 
 As manifestações clínicas estão relacionadas a 
extensão e localização da lesão. 
 Importância do correto atendimento e 
imobilização da vítima. 
3 07/03/2018 
Causas do TRM: 
 Acidentes automobilísticos 
 Quedas 
 Acidentes desportivos (mergulho em água rasa) 
 Ferimentos por arma de fogo ou arma branca. 
4 07/03/2018 
Epidemiologia: 
 No Brasil ocorrem cerca de 8 mil casos por/ ano. 
 Incidência de 32 a 52 casos por milhão de 
habitantes. 
 A população comumente afetada são os adultos 
jovens do sexo masculino com idade entre 15 e 
40 anos. 
 
 
 
5 07/03/2018 
Fisiopatologia do TRM: 
 Mecanismo da lesão primária da medula 
 Rompimento de axônios 
 Lesão de células nervosas 
 Rompimento de vasos sanguíneos 
 Possível presença de lesão na coluna vertebral. 
6 07/03/2018 
Nível da Lesão 
 Determinado após a avaliação. 
 
 Será o último nível onde, abaixo dele, há 
ausência ou alteração sensitiva e motora. 
 (último nível que manteve a conexão encefálica) 
 
 TMM grau 3 é o mínimo necessário para que 
possa ser determinado o objetivo funcional para 
cada nível de lesão. 
7 07/03/2018 
Consequências da lesão: 
 Choque Medular: Fase aguda da lesão- Ocorre 
cerca de 30 a 60 min. após o trauma (relaciona-
se a área de “sombra”) 
 Caracteriza-se por paralisa flácida, ausência de 
reflexos e sensibilidade abaixo do nível da 
lesão. 
 Pode durar horas ou semanas. 
 Sinais de resolução estão relacionados ao 
retorno dos reflexos. 
8 07/03/2018 
 Lesão completa: Não há função sensitiva ou 
motora abaixo do nível lesionado e, também, na 
área se S4 e S5 ou anal. 
 
 Lesão Incompleta: pode haver função motora 
e/ou sensitiva abaixo e deve haver na região 
perianal. 
 - Neste caso, existe uma grande chance de 
retorno de alguma ou toda função sensitiva e 
motora. 
 - É impossível determinar a quantidade de 
retorno funcional de um indivíduo. 
9 07/03/2018 
 Tetraplegia: deficiência ou perda da função 
sensitiva e/ou motora em decorrência de lesão 
nos segmentos cervicais da medula espinal. 
 - Afeta as funções dos mmss, mmii e tronco. 
 
 Paraplegia: deficiência ou perda da função 
sensitiva e/ou motora em decorrência de lesão 
nos segmentos torácicos, região lombar ou 
ainda dos seguimentos sacrais da medula 
espinhal. 
 - Pode afetar de acordo com o nível, o tronco 
e/ou mmii. 
 
 
10 07/03/2018 
Síndrome Centromedular 
 Lesões incompletas por hiperextensão, 
geralmente na porção cervical (maior parte das 
lesões incompletas) 
 Sangramento da subs. cinzenta central 
 Geralmente severa espasticidade 
 Perda da sensibilidade dolorosa e térmica 
 Maior deficiência em mmss do que mmii 
 
11 07/03/2018 
Lesão Medular Anterior 
 Lesão incompleta, geralmente por lesão em 
flexão, onde há o comprometimento da artéria 
espinal anterior. 
 Função motora e sensitiva ( sensibilidade 
dolorosa e térmica- quente) comprometidas 
abaixo do nível da lesão, bilateralmente. 
 Neste tipo de lesão não há espasticidade 
exagerada e tão pouco, diferença significativa 
entre mmss e mmii. 
12 07/03/2018 
Lesão no Cordão Posterior 
 Lesão incompleta (rara), ocorrida por 
compressão tumoral ou infarto da artéria espinal 
posterior (acidente vascular medular) 
 Perda da propriocepção : 
 - esteriognosiacapacidade de reconhecer 
objetos pela forma. 
 - discriminação entre dois pontos. 
 - vibração. 
13 07/03/2018 
Lesão de Brown Séquard 
 Hemisecção da medula, geralmente 
originada por arma branca na coluna 
torácica 
 Perda da função motora ipsilateral (do 
mesmo lado da lesão) 
 Perda da sensibilidade térmica e dolorosa 
contralateral a lesão. 
 
14 07/03/2018 
Lesão de cauda Eqüina 
 Ocorre com lesão de 1 (uma) ou mais raízes lombares e 
sacrais. 
 Lesões com característica periféricas ( não há 
comprometimento da medula, somente raízes nervosas) 
 geram: (HIPO) 
 - paralisia flácida de mmii 
 - alterações sensoriais em mmii, bexiga, reto e 
comprometimento sexual. 
 - arreflexia 
 
 
 
15 07/03/2018 
Lesão de Cone medular 
 Lesão com comprometimento de todas as raízes 
lombares ou medula sacral. 
 Comprometimento motor e sensorial de mmii e 
arreflexia ( da resposta reflexa) da bexiga e 
intestino. 
 Diferencia-se da lesão de cauda eqüina pelo nº 
de raízes comprometidas. 
16 07/03/2018 
Avaliação Neurológica 
Avaliação no TRM: 
 Dor localizada 
 Deformidades ósseas 
 Dor à palpação 
 Edemas e equimoses 
 Espasmo muscular 
 Dificuldade de alinhamento da cabeça 
 
17 07/03/2018 
Avaliação Neurológica 
Avaliação Medular: 
 Déficit de força muscular 
 Déficit de sensibilidade 
 Déficit de reflexos tendinosos 
 Disfunção autonômica (controle 
esfincteriano) 
 
O nível sensitivo, ou seja, o local até onde se encontra a alteração da 
sensibilidade, também orienta o diagnóstico topográfico da lesão. 
Alteração sensitiva até a cicatriz umbilical, por exemplo, indica lesão 
medular na altura de T10 
 
18 07/03/2018 
CABEÇA,TRONCO E 
MMSS 
19 07/03/2018 
MMII 
20 07/03/2018 
Tratamento 
 Medicamentoso: 
 Bomba de Baclofeno, Metilprednisolona. 
 
 Cirúrgico: Visa preservar a anatomia e função da 
medula; restaurar o alinhamento da coluna vertebral; 
estabilizar o segmento lesado; prevenir as complicações 
gerais e locais; restabelecer de forma precoce o 
paciente 
21 07/03/2018 
Tratamento Fisioterapêutico 
Objetivos Funcionais: 
 
 Baseado no nível da lesão 
 Independência máxima 
 Músculos chaves devem ter grau mínimo 
de força 3. 
 
22 07/03/2018 
Níveis da Lesão 
 C1- C3: Focar comunicação e mobilidade em 
cadeira de rodas. 
 
 Tecnologia: uso de computador e dispositivo 
oral para favorecer a fala, mudança de páginas 
de livros e revistas, usar telefone, manejar a luz 
e outros equipamentos de casa. 
 
 Controle de cabeça, queixo ou dispositivo para 
operar cadeira de rodas elétrica. 
23 07/03/2018 
 C3-C4: Com ajuda de órteses e/ou adaptadores 
podem adquirir independência na alimentação, 
podendo ainda operar uma cama elétrica de 
forma independente. 
24 07/03/2018 
 C5: independente para alimentação, lavar a face, beber 
líquidos, barbear-se, escovar os dentes, pentear o cabelo. 
Porém, necessita de auxílio para colocação de órteses e 
transferências funcionais. 
 Tem força para tocar uma cadeira de rodas manual, porém 
uma cadeira elétrica é mais prática. 
 Auxiliam nas manobras de tosse auto assistida e alívio de 
pressão, inclinando-se para frente e para os lados 
 Dirigir um carro adaptado pode ser possível, porem 
necessitam de avaliação especializada para tal. 
25 07/03/2018 
 C6: Independência parcial. Necessitam ainda de 
órteses, adaptações ou auxílio para 
alimentação, banho, vestimenta e higiene 
pessoal. 
 -Podem utilizar cadeira de rodas manual 
 -Podem realizar atividades domésticas leves, 
transferências, realizar manobrar para alívio da 
pressão na posição sentada, mudanças de 
decúbito na cama 
 -Dirigir com dispositivos e adaptações. 
 
27 07/03/2018 
 C7: uso diário de cadeira de rodas manual., 
atividades domésticascom maior facilidade; 
transferência e elevação da cadeira de rodas 
com menos necessidade de auxílio. Mais 
independência nas AVD`s. 
28 07/03/2018 
 C8- T1: Apresentam movimentos, força, e 
precisão dos dedos. Portanto, os objetivos 
incluem vida independente sem qualquer 
necessidade de auxílio ou dispositivo. 
29 07/03/2018 
 T2- T6: Os objetivos funcionais incluem aumentar o uso 
dos músculos torácicos e o controle do tronco. 
 
 T7- T12: Aumento da função motora para controle 
abdominal. Melhorar as habilidade para sentar sem 
suporte e a efetividade da tosse. 
 
 L1-L5: com auxílio de órteses de perna ou tornozelo, 
andar pode ser o objetivo funcional para estes 
pacientes. Quanto mais próximo de L5 o nível da lesão, 
maior a facilidade para desenvolver a habilidade da 
marcha com auxílio. 
30 07/03/2018 
 S1-S5: objetiva-se o aumento da habilidade de 
andar, com menos suporte ou dispositivo de 
auxílio. 
 Quanto mais próximo de S5 o nível de lesão 
maior probabilidade do retorno do controle da 
bexiga, intestino e controle sexual. 
31 07/03/2018 
Complicações decorrentes do TRM 
 TVP: mobilização precoce; massagem 
centrípeta; compressão (enfaixamento até o 
joelho), evitar vestiário apertado e bandas 
elásticas. 
32 07/03/2018 
Complicações decorrentes do TRM 
 Hipotensão ortostática: ocorre por 
vasodilatação e retorno venoso. Evitar 
alterações bruscas de posição. 
 
 Disrreflexia autonômica/autônoma: Resposta 
hiperativa do SN simpático gerada por estímulo 
doloroso (nociceptivo), distenção intestinal/ 
bexiga, unha encravada, roupa apertada, 
úlceras de pressão. Colocar o paciente na 
posição ereta e remover o estímulo. 
33 07/03/2018 
 Termorregulação: ocorre pela interrupção da 
comunicação entre o SN autônomo e o 
hipotálamo, gerando “incapacidade” de suar 
(Suor somente na cabeça). 
 
 Dor: 
 -Radicular: gerada pela tração exercida no 
gânglio sensitivo. A terapia deve envolver 
períodos de mobilização e repouso, 
realinhamento, analgesia (TENS, calor 
superficial, medicamentos, etc) 
34 07/03/2018 
 Contraturas: ocasionada por um desequilíbrio muscular, 
imobilidade prolongada, espasticidade, dor, imobilização. 
Deve promover o posicionamento e a imobilização funcional 
através de órteses (alongamento passivo mecânico) 
 Tenodese e paravertebrais desejável em lesado medular 
nível C7. 
 
 Ossificação heterotópica: excesso de formação óssea no 
tecido “mole”.Ocorre no 1º ano após o TRM. Etiologia 
desconhecida, comum na região do quadril associado a 
perda de ADM e sinais inflamatórios (dor, calor, rubor, 
edema). Deve-se evitar alongamento vigoroso e manter a 
ADM fisiológica, atingir e manter o posicionamento em 
cadeira de rodas. 
 
 Osteoporose: Início após 2 anos de TRM. Deve-se 
preconizar a sustentação de peso (tábua ortostática) 
35 07/03/2018 
 Infecção urinária: gerada por excesso de 
bactéria na urina, baixa ingestão de líquidos, 
uso de sonda. 
 
 Úlceras de Pressão: gerada pela falta de 
hidratação, aumento da pressão em áreas de 
proeminência óssea (sacro, calcâneo, maléolos 
e tuberosidades). São sinais de alerta aparência 
avermelhada ou pontos vermelhos na pele. Em 
indivíduos melanodermos manchas brancas. 
Úlceras de Pressão 
36 07/03/2018 
Fonte: Sarah http://www.sarah.br/Cvisual/Sarah/AA-Doencas/po/p_08_lesao_medular.html 
Aliviar a pressão sobre a pele quando na cama ou cadeira 
de rodas periodicamente 
37 07/03/2018 Fonte: Sarah http://www.sarah.br/Cvisual/Sarah/AA-Doencas/po/p_08_lesao_medular.html 
 
38 07/03/2018 
 Complicações respiratórias: decorrem da perda do 
controle da mm respiratória, sistema pulmonar 
fraco,capacidade respiratória, congestão respiratória. 
Todos os indivíduos com TRM estão em risco, sendo os 
tetraplégicos e indivíduos com lesão medular completa 
os mais susceptíveis. 
 - Pneumonia é a principal causa de morte para os 
lesados medular. 
Prevenção: longo prazo uso de cinta abdominal, 
manutenção da postura apropriada e mobilidade 
torácica, mudanças regulares de decúbito, estabelecer 
método para tossir , manter peso corporal adequado.

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