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Centro Universitário Escola de Engenharia Mauá LABORATÓRIO DE FÍSICA II (EFB206) 1º SEMESTRE 2018 Sumário 1. CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS .......................................................................................................... 1 2. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) ............................................................................. 5 3. OSCILADOR AMORTECIDO ............................................................................................................ 17 4. OSCILAÇÕES FORÇADAS E RESSONÂNCIA ............................................................................ 31 5. ONDAS ESTACIONÁRIAS .............................................................................................................. 35 6. COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? ........................................................ 47 7. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA ............ 63 8. CAMPO ELÉTRICO .............................................................................................................................. 73 9. CAPACITORES ..................................................................................................................................... 87 CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS 1 1. CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS Objetivos Aplicar a construção de gráficos para a extração de informações à partir de uma tabela de dados. Introdução Teórica Ler a apostila de Construção de Gráficos. CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS 2 LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS Grupo Turma Laboratório Equipe Data RA Nome Objetivos CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS 3 Resultados 1) Experimentalmente foram obtidos os seguintes valores, para as grandezas X e Y: X (UX) 0,50 1,00 1,50 2,50 3,50 4,00 5,50 7,50 Y (UY) 24,07 18,25 12,53 6,79 2,88 2,04 0,80 0,18 a) Representar os dados graficamente no papel milimetrado / monolog / dilog. Após obter uma função linear: b) Determine o coeficiente linear. c) Determine o coeficiente angular. d) Determine a função Y(X). A seguir, represente os dados da tabela graficamente no Excel, com sua respectiva linha de tendência e equação. 2) Experimentalmente foram obtidos os seguintes valores, para as grandezas Y e T: Y (m) 0,1 0,4 0,95 3,5 5,0 T (s) 0,063 0,032 0,021 0,011 0,0090 a) Representar os dados graficamente no papel milimetrado / monolog / dilog. Após obter uma função linear: b) Determine o coeficiente linear. c) Determine o coeficiente angular. d) Determine a função Y(T). A seguir, represente os dados da tabela graficamente no Excel, com sua respectiva linha de tendência e equação. Qual a importância de linearizarmos um gráfico? CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS 4 MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 5 2. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) Objetivos Os objetivos desse experimento são: Escrever a equação particular do Movimento Harmônico Simples (MHS), na forma: 𝒙(𝒕) = 𝑨. 𝒄𝒐𝒔(𝝎𝟎. 𝒕 + 𝜽𝟎) Analisar o comportamento do MHS segundo a equação acima. Representar graficamente o movimento obtido. Material Arranjo experimental para o estudo do MHS com sistema massa-mola. Cronômetro. Massores com diversas opções de massas. Introdução Teórica SISTEMA MASSA-MOLA Considere uma mola de constante elástica k conforme a Figura 1, onde adotamos um eixo vertical orientado positivamente para cima. Inicialmente a mola está relaxada, nem comprimida nem esticada. Figura 1 – Mola de constante elástica k relaxada. Agora vamos acoplar uma massa m na extremidade inferior dessa mola (Figura 2). MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 6 Figura 2 – Massa m acoplada à mola de constante elástica k relaxada. Após a colocação da massa m, a mola sofre uma deformação d até ficar novamente em equilíbrio. Essa nova posição será considerada como a posição de equilíbrio do sistema massa- mola. Assim, vamos considerar a origem como sendo a posição em que a massa se encontra inicialmente em repouso, x0 = 0, Figura 3. Figura 3 – Sistema massa-mola em equilíbrio. Quando tiramos a massa da posição de equilíbrio, por exemplo, deslocando-a uma distância x em relação à origem, para baixo, aparece uma força restauradora, devido à presença da mola, puxando a massa em sentido contrário ao deslocamento (no caso, o deslocamento é para baixo, assim a força é para cima) como mostra a Figura 4. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 7 Figura 4 – Sistema massa-mola com a massa deslocada de uma distância x da posição de equilíbrio. A força devido à mola pode ser obtida por meio da equação: 𝑭𝒎𝒐𝒍𝒂 = − 𝒌. 𝒙 onde k é a constante elástica da mola e x indica o quanto a mola foi esticada (ou comprimida). Note que o sinal negativo nesta expressão indica que a força é restauradora, pois se opõe a deformação de x. Para analisarmos um MHS temos que modelar matematicamente o fenômeno físico da oscilação e obter assim uma função matemática que expresse o fenômeno. Devemos, então, observar o fenômeno da oscilação e coletar dados que permitam esta modelagem. Assim, considerando desprezíveis o atrito e a resistência do ar, podemos escrever a Segunda Lei de Newton como segue: 𝒎.𝒂 = − 𝒌. 𝒙 Vamos escrever a aceleração como sendo a segunda derivada da posição. Agora ficamos com: 𝒎. 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 = − 𝒌. 𝒙 𝒎. 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 + 𝒌. 𝒙 = 𝟎 Dividindo-se ambos os membros pela massa, temos: 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 + 𝒌 𝒎 . 𝒙 = 𝟎 Denominando de 𝝎𝟎 (frequência angular natural) a relação √𝒌 𝒎⁄ , temos a equação diferencial: 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 + 𝝎𝟎 𝟐. 𝒙 = 𝟎 Essa equação é chamada de Equação Diferencial Ordinária Homogênea de Segunda Ordem. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 8 Deseja-se obter a solução dessa equação diferencial, ou seja, queremos encontrar a função x(t) que satisfaça essa equação. Uma possível solução é dada pela função: 𝒙(𝒕) = 𝑨. 𝒄𝒐𝒔(𝝎𝟎. 𝒕 + 𝜽𝟎) Conhecendo-se os valores de k e m ou T, podemos determinar facilmente o valor da frequência angular natural, 𝝎𝟎. A fase inicial, 𝜽𝟎, depende das condições iniciais, ou seja, depende da posição e da velocidade da massa. A amplitude A corresponde à maior distância que a massa atinge em relação à posição de equilíbrio. A seguir temos as equações da velocidade e da aceleração obtidas por meio da derivação da equação da posição: 𝒅𝒙 𝒅𝒕 = 𝒗(𝒕) = −𝝎𝟎. 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝝎𝟎. 𝒕 + 𝜽𝟎) 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 = 𝒂(𝒕) = −𝝎𝟎 𝟐. 𝑨. 𝒄𝒐𝒔(𝝎𝟎. 𝒕 + 𝜽𝟎) As relações entre a frequência angular natural (𝝎𝟎), o período (T), massa (m) e a frequência (f) do MHS, são: 𝝎𝟎 = √ 𝒌 𝒎 𝝎𝟎 = 𝟐.𝝅. 𝒇 𝝎𝟎 = 𝟐.𝝅 𝑻𝟎 𝑻 = 𝟏 𝒇 𝑻𝟎 = 𝟐. 𝝅.√ 𝒎 𝒌Procedimentos PLANEJAMENTO DO EXPERIMENTO Como obtemos os dados para análise? Os dados podem ser obtidos experimentalmente ou pela simulação do fenômeno. Em nosso caso, vamos realizar o experimento e obter os dados experimentalmente. Para isso, vamos utilizar um sistema massa-mola para realizar a coleta de dados. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 9 CUIDADOS NECESSÁRIOS AO EXPERIMENTO Devemos evitar que ocorram movimentos laterais (corpo de prova muito leve ou amplitudes muito grandes) ou que a medida ocorra tão rapidamente, de tal modo que não tenhamos tempo de medi-la adequadamente. Faixa de trabalho é a faixa de valores que o instrumento pode medir. Exemplo: uma régua de 10 cm tem uma faixa de trabalho de 0,00 à 0,10 m. Deve ser colocada com o número de algarismos significativos conforme a incerteza do instrumento. Incerteza está relacionada ao erro do instrumento de medida, no caso de um instrumento analógico é definida como metade da menor divisão, no caso de um instrumento digital é a menor divisão. DETERMINAÇÃO DA EQUAÇÃO PARTICULAR DO SISTEMA MASSA-MOLA Inicialmente vamos determinar a fase inicial a partir das condições iniciais do problema estudado: a posição para t = 0 é igual a – A, pois estamos puxando o corpo para baixo em relação à origem e o corpo sai do repouso, ou seja, a velocidade para t = 0 é igual à zero. Assim, substituindo nas equações de posição: 𝒙(𝒕) = 𝑨. 𝒄𝒐𝒔(𝝎𝟎. 𝒕 + 𝜽𝟎) e velocidade: 𝒗(𝒕) = −𝝎𝟎. 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝝎𝟎. 𝒕 + 𝜽𝟎) temos: −𝑨 = 𝑨. 𝒄𝒐𝒔(𝝎𝟎. 𝟎 + 𝜽𝟎) 𝒄𝒐𝒔(𝜽𝟎) = −𝟏 𝟎 = −𝝎𝟎. 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝝎𝟎. 𝟎 + 𝜽𝟎) 𝒔𝒆𝒏(𝜽𝟎) = 𝟎 O que nos leva a concluir que a fase inicial 𝜽𝟎 = 𝝅. Precisamos descobrir o valor de 𝝎𝟎. Para tanto, visto que não sabemos a priori o valor da constante elástica k da mola, vamos encontrar o período das oscilações da seguinte forma: 1. Pendure a mola no suporte com uma massa presa, faça com que a massa total fique em torno de 100 g. Anote o valor da massa e a nova posição de equilíbrio x0. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 10 2. Afaste a massa de sua posição de equilíbrio de uma distância entre 3,0 cm e 5,0 cm. Anote essa amplitude. Antes de soltar a massa, peça para que outro integrante da equipe prepare o cronômetro (veja a instrução 4). 3. Solte a massa e certifique-se que ela oscile verticalmente. 4. Anote na Tabela 2 do relatório o tempo decorrido correspondente a cinco oscilações completas (t0). Ainda na Tabela 2, obtenha o período natural (T0) de oscilação dividindo esse tempo por 5. 5. Repita os procedimentos 2, 3 e 4 mais quatro vezes, a seguir calcule o t0 médio e o T0 médio. A partir do valor medido do período (T0), e da massa utilizada no MHS determine o valor da frequência angular natural, 𝝎𝟎. Utilizando o período natural de oscilação (T0), determine a frequência angular natural do MHS. Determine a constante elástica (k), a partir da frequência angular e da massa. Escreva as equações particulares do movimento harmônico simples. DICAS PARA ESCREVER A CONCLUSÃO Observe os objetivos do experimento. Veja se foram atingidos. Se resultados numéricos foram encontrados, eles devem aparecer também nas conclusões. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 11 LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) Grupo Turma Laboratório Equipe Data RA Nome Objetivos MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 12 Instrumentos de Medida Preencha a tabela abaixo com as incertezas e a faixa de trabalho de cada instrumento de medida. Tabela 1 – Faixa de trabalho e incertezas dos instrumentos utilizados. Instrumento Faixa de trabalho Incerteza na leitura Régua Cronômetro Resultados Anote os valores da massa, amplitude e da fase inicial. Valor da massa: m = ___________________ Amplitude: A = ___________________ Fase inicial: 𝜽𝟎 = _____________________ Determinação do período natural do MHS. Tabela 2 – Determinação do período natural do MHS. 1 2 3 4 5 média t0 (s) T0 (s) Período natural: T0 = _____________________ Determine a frequência angular natural MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 13 Frequência angular natural: 𝝎𝟎 = _____________________ Constante elástica: 𝒌 = _____________________ Escreva as equações do MHS. Posição: 𝒙(𝒕) = _________________________________ Velocidade: 𝒗(𝒕) = _________________________________ Aceleração: 𝒂(𝒕) = _________________________________ Análise e Conclusões MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 14 Questões 1. Se variarmos a massa do corpo de prova 10 % para cima ou 10 % para baixo qual a variação na amplitude da oscilação? 2. Se aumentarmos em 20 % a massa do corpo haverá mudança no período? Se houver, de quanto é esta mudança? 3. Em quais condições a energia cinética no movimento é máxima? Em que condições a energia potencial no movimento é máxima? 4. Dada o valor de x(0)=+A e v(0)=0 determine as equações da posição e velocidade do movimento. x(t) ____________________________________________________________ v(t) ____________________________________________________________ Sendo conhecida a amplitude e frequência, é possível determinar o valor da fase inicial conhecendo-se apenas a informação da posição num dado instante de tempo? Justifique. MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 15 5. Se quadruplicarmos a constante elástica da mola, o que ocorre com o período? 6. Faça um esboço das equações da posição, velocidade e aceleração obtidas no experimento, utilizando os eixos abaixo indicados. Equação da posição: 𝒙(𝒕) = _________________________________ Equação da velocidade: 𝒗(𝒕) = _________________________________ T/4 T/2 3T/4 T 5T/4 3T/2 7T/4 2T Tempo Posição A 0 - A T/4 T/2 3T/4 T 5T/4 3T/2 7T/4 2T Tempo Velocidade ɯ.A 0 - ɯ.A MOVIMENTO HARMÔNICO SIMPLES (MHS) 16 Equação da aceleração: 𝒂(𝒕) = _________________________________ T/4 T/2 3T/4 T 5T/4 3T/2 7T/4 2T Tempo Aceleração ɯ2.A 0 - ɯ2.A OSCILADOR AMORTECIDO 17 3. OSCILADOR AMORTECIDO Objetivos Estudar e analisar o movimento harmônico amortecido (MHA), escrevendo a equaçãoparticular que descreve esse movimento. Representar graficamente uma oscilação amortecida. Material Arranjo experimental para estudo do Oscilador Amortecido com sistema de pêndulo e cronômetro. Folha de papel milimetrado. Régua. Introdução Teórica SISTEMA MASSA-MOLA SEM AMORTECIMENTO Ao estudarmos um sistema massa-mola, chegamos a uma equação diferencial de segunda ordem do tipo: 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 + 𝒌 𝒎 . 𝒙 = 𝟎 Apresentamos como uma solução dessa equação a da posição: 𝒙(𝒕) = 𝑨. 𝒄𝒐𝒔(𝝎𝟎. 𝒕 + 𝜽𝟎) Com 𝝎𝟎 = √ 𝒌 𝒎 = 𝟐.𝝅 𝑻𝟎 . OSCILADOR AMORTECIDO 18 SISTEMA MASSA-MOLA COM AMORTECIMENTO Em nosso modelo, desconsideramos a força de resistência viscosa devido à presença do meio. Agora vamos incluir essa força resistiva. Essa força de resistência é proporcional à velocidade do corpo, considerando-se velocidades baixas. Dessa forma, nosso diagrama de forças pode ser representado como a Figura 1. Figura 1 – Sistema massa-mola com a massa deslocada uma distância x da posição de equilíbrio e com a presença de uma força de resistência viscosa. A força devido à resistência viscosa pode ser escrita somo sendo: 𝑭𝒗𝒊𝒔𝒄𝒐𝒔𝒂 = −𝒃. 𝒗 Onde b é o coeficiente de resistência viscosa do meio e v é a velocidade do corpo. Nessas condições podemos escrever a Segunda Lei de Newton com segue: −𝒌. 𝒙 − 𝒃. 𝒗 = 𝒎. 𝒂 Vamos escrever a aceleração como sendo a segunda derivada da posição e a velocidade como a primeira derivada da posição, ambas em relação ao tempo. Agora ficamos com: −𝒌. 𝒙 − 𝒃. 𝒅𝒙 𝒅𝒕 = 𝒎. 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 𝒎. 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 + 𝒃. 𝒅𝒙 𝒅𝒕 + 𝒌. 𝒙 = 𝟎 Dividindo-se ambos os membros pela massa m, temos: 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 + 𝒃 𝒎 . 𝒅𝒙 𝒅𝒕 + 𝒌 𝒎 . 𝒙 = 𝟎 Chamando de 𝝎𝟎 = √ 𝒌 𝒎 (frequência angular natural) e de 𝜸 = 𝒃 𝟐.𝒎 (fator de amortecimento), temos a equação diferencial: OSCILADOR AMORTECIDO 19 𝒅𝟐𝒙 𝒅𝒕𝟐 + 𝟐. 𝜸. 𝒅𝒙 𝒅𝒕 + 𝝎𝟎 𝟐. 𝒙 = 𝟎 (𝟏) Esta é a equação diferencial de segunda ordem do movimento harmônico com amortecimento. Temos três possíveis soluções para essa equação, dependendo da relação entre 𝝎𝟎 e 𝜸. Elas são classificadas com Super Amortecida, Criticamente Amortecida e Sub Amortecida. Oscilação Super Amortecida (Overdamping) 𝜸𝟐 − 𝝎𝟎 𝟐 > 𝟎 𝜸 > 𝝎𝟎 Nesse caso a solução geral da equação diferencial é dada por: 𝒙(𝒕) = 𝑨. 𝒆 √(𝜸𝟐−𝝎𝟎 𝟐).𝒕 + 𝑩𝒆 −√(𝜸𝟐−𝝎𝟎 𝟐).𝒕 Uma representação gráfica desse movimento pode ser vista na Figura 2. Figura 2 – Representação gráfica de uma oscilação Amortecida. Um exemplo de aplicação da oscilação Super Amortecida (que a rigor não é uma oscilação) é um sistema de amortecimento colocado em portas para evitar que essas fechem muito rapidamente. A Figura 3 mostra um sistema desse tipo de amortecimento. OSCILADOR AMORTECIDO 20 Figura 3 – Mecanismo colocado em portas para amortecimento lento. Oscilação Criticamente Amortecida (Critical damping) 𝜸𝟐 − 𝝎𝟎 𝟐 = 𝟎 𝜸 = 𝝎𝟎 Nesse caso a solução geral da equação diferencial (1) é dada por: 𝒙(𝒕) = (𝑨 + 𝑩. 𝒕). 𝒆−𝜸.𝒕 Uma representação gráfica desse movimento pode ser vista na Figura 4. Figura 4 – Representação gráfica de uma oscilação Amortecida. Um exemplo de aplicação pode ser visto em sistemas de amortecimento de canhões, onde a posição inicial deve ser atingida o mais rapidamente possível para que um novo disparo possa ser efetuado. Na Figura 5 podemos ver um canhão onde foi instalado um sistema Criticamente Amortecido. A rigor esse tipo de amortecimento também não é uma oscilação. Figura 5 – Canhão com sistema Criticamente Amortecido para amortecimento rápido. OSCILADOR AMORTECIDO 21 Oscilação Sub Amortecida (Underdamping) 𝜸𝟐 − 𝝎𝟎 𝟐 < 𝟎 𝜸 < 𝝎𝟎 Nesse caso a solução geral da equação diferencial (1) é dada por: 𝒙(𝒕) = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝒕. 𝒄𝒐𝒔(𝝎. 𝒕 + 𝜽𝟎) 𝒐𝒏𝒅𝒆 𝝎 = √𝝎𝟎 𝟐 − 𝜸𝟐 Uma representação gráfica desse movimento pode ser vista na Figura 6. As linhas tracejádas representam as envoltórias do movimento amortecido. Figura 6.1 – Representação gráfica de uma oscilação Amortecida. Figura 6.2 – Representação gráfica de uma oscilação Sub Amortecida - Envoltória OSCILADOR AMORTECIDO 22 Esse tipo de amortecimento é o que possui o maior número de aplicações em Engenharia. Um exemplo clássico é o sistema de amortecimento em veículos. A Figura 7 mostra um sistema de rodas traseiras de uma picape que é constituído de um feixe de molas e um amortecedor. Figura 7 – Sistema de amortecimento (molas e amortecedores) de um automóvel (oscilação Sub Amortecida). Neste experimento estudaremos apenas a solução onde 𝜸 < 𝝎𝟎, resultando no oscilador Sub Amortecido. As relações entre as grandezas do oscilador Sub Amortecido são as seguintes. 𝝎 = √𝝎𝟎 𝟐 − 𝜸𝟐 𝝎𝟎 = √ 𝒌 𝒎 𝜸 = √ 𝒃 𝟐𝒎 𝑻 = 𝟐𝝅 𝝎 𝑻𝟎 = 𝟐𝝅 𝝎𝟎 𝒇 = 𝟏 𝑻 𝒇𝟎 = 𝟏 𝑻𝟎 Chamamos T de pseudo período (período do Movimento Amortecido) e T0 de período das oscilações livres (MHS). ENERGIA NO MOVIMENTO AMORTECIDO Vamos analisar o movimento também sob o ponto de vista de energia: 𝑬 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑨𝟐 Se: 𝒙(𝒕) = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝒕 Para o instante inicial (t = 0) teremos: 𝑬𝟎 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑪𝟎 𝟐 Após 1 ciclo (t = T) a amplitude será: 𝒙(𝑻) = 𝑪𝟐 = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝑻 𝑬𝟏 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑪𝟐 𝟐 𝑬𝟏 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑪𝟎 𝟐. 𝒆−𝟐.𝜸.𝑻 𝑬𝟏 = 𝑬𝟎. 𝒆 −𝟐.𝜸.𝑻 OSCILADOR AMORTECIDO 23 Após 2 ciclos (t = 2T) a amplitude será: 𝒙(𝟐𝑻) = 𝑪𝟒 = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝟐.𝜸.𝑻 𝑬𝟐 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑪𝟒 𝟐 𝑬𝟐 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑪𝟎 𝟐. 𝒆−𝟐.𝟐.𝜸.𝑻 𝑬𝟏 = 𝑬𝟎. 𝒆 −𝟒.𝜸.𝑻 De modo geral, após n ciclos (t = n.T) teremos: 𝒙(𝒏. 𝑻) = 𝑪𝟐.𝒏 = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝒏.𝜸.𝑻 𝑬𝒏 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑪𝟐.𝒏 𝟐 𝑬𝒏 = 𝟏 𝟐 . 𝒌. 𝑪𝟎 𝟐. 𝒆−𝒏.𝟐.𝜸.𝑻 𝑬𝒏 = 𝑬𝟎. 𝒆 −𝟐.𝒏.𝜸.𝑻 Procedimentos PLANEJAMENTO DO EXPERIMENTO Para analisarmos um Movimento Harmônico Amortecido (MHA) temos que modelar matematicamente o fenômeno físico da oscilação e obter assim uma função matemática que expresse o fenômeno. Devemos então, observar o fenômeno da oscilação e coletar dados que permitam esta modelagem. Consideraremos que em nosso MODELO existe perda de energia. Assim, uma boa aproximação para solução da equação diferencial (1), ou seja, os valores de x que satisfazem a equação diferencial podem ser escritos como: 𝒙(𝒕) = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝒕. 𝒄𝒐𝒔(𝝎. 𝒕 + 𝜽𝟎) As constantes (fase inicial) e Co devem ser determinadas a partir das condições iniciais do movimento do corpo. Sabemos que ω (frequência angular) é dado por: 𝝎 = 𝟐𝝅 𝑻 . Assim, basta medir o período de uma oscilação amortecida, chamado pseudo período. Quanto ao fator deamortecimento 𝜸, observe que a amplitude do movimento cai segundo uma exponencial (envoltória da amplitude): 𝒙(𝒕) = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝒕 Como durante o experimento corremos o risco de ter um erro de leitura nos valores de amplitude devido à leitura feita pelo operador, vamos determinar o valor de 𝜸 graficamente à partir da LINEARIZAÇÃO DA ENVOLTÓRIA. OSCILADOR AMORTECIDO 24 Assim, determina-se graficamente 𝜸 à partir do coeficiente angular da curva linearizada: 𝑪𝟐 = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝑻 𝑪𝟐 𝑪𝟎 = 𝒆−𝜸.𝑻 Aplicando-se o logaritmo em ambos os lados, teremos: 𝒍𝒏 ( 𝑪𝟐 𝑪𝟎 ) = 𝒍𝒏(𝒆−𝜸.𝑻) 𝒍𝒏 ( 𝑪𝟐 𝑪𝟎 ) = −𝜸. 𝑻 E, finalmente a inclinação da reta (envoltória linearizada) será: 𝜸 = − 𝒍𝒏( 𝑪𝟐 𝑪𝟎 ) 𝑻 De modo geral, após n ciclos, a amplitude é dada por: 𝑪𝒏 = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝒏.𝜸.𝑻 A amplitude inicial (Co) da equação será aquela obtida graficamente quando da LINEARIZAÇÃO DA ENVOLTÓRIA. Somente aí, vamos determinar a fase inicial a partir das condições iniciais do problema estudado: começamos o movimento com a amplitude máxima encontrada e com velocidade nula. Assim a equação da posição fica: 𝒙(𝒕) = 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝒕. 𝒄𝒐𝒔(𝝎. 𝒕 + 𝜽𝟎) 𝒗(𝒕) = 𝑪𝟎. −𝜸. 𝒆 −𝜸.𝒕. 𝒄𝒐𝒔(𝝎. 𝒕 + 𝜽𝟎) − 𝝎.𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝒕. 𝒔𝒆𝒏(𝝎. 𝒕 + 𝜽𝟎) = −𝜸. 𝒙(𝒕) − 𝝎. 𝑪𝟎. 𝒆 −𝜸.𝒕. 𝒔𝒆𝒏(𝝎. 𝒕 + 𝜽𝟎) Considerando que em t=0 temos x(0)=Co e v=0, temos: 𝜽𝟎 = 𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏 [ (𝒗(𝟎) − 𝜸. 𝒙(𝟎)) −𝝎. 𝑪𝟎 ] = 𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏 [ 𝜸 𝝎 ] CUIDADOS NECESSÁRIOS AO PLANEJAMENTO Devemos alinhar o laser com o fio que o sustenta. Certifique-se de que o feixe de luz atinja o papel sobre a mesa. OSCILADOR AMORTECIDO 25 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Pêndulo sem amortecimento. Determinação do período natural T0. Vamos analisar inicialmente o pêndulo simples sem amortecimento. Para isso, meça o período de cinco oscilações (sem a esfera) e determine o período natural do sistema. Em nosso modelamento, vamos admitir que a área de contato é pequena assim não estaremos preocupados com a variação da amplitude, vamos considerar que temos um MHS. Verifique se o papel preso na bancada está diretamente abaixo do laser, como mostra a Figura 8. Figura 8. Aparato experimental para obtenção do período de oscilação do Movimento Harmônico Simples. Preencha a Tabela 1 com os tempos (t) de cinco oscilações completas, sem amortecimento. Divida os valores obtidos por cinco e obtenha os períodos naturais de oscilação (T0). Pêndulo com amortecimento. Determinação do pseudo período T. A seguir, vamos analisar o pêndulo simples com amortecimento. Vamos aumentar a área de contato (acrescentar a esfera) e medir novamente o tempo de cinco oscilações e determine o pseudo período do sistema. Agora coloque a esfera de isopor sobre o laser (Figura 9) e meça os tempos de oscilação. Figura 9. Aparato experimental para obtenção do período de oscilação do Movimento Harmônico Amortecido. Laser Papel OSCILADOR AMORTECIDO 26 Preencha a Tabela 2 com os tempos (t) de cinco oscilações completas. Divida os valores obtidos por cinco e obtenha os pseudo períodos de oscilação (T). Repita o processo três vezes e faça a média. Pêndulo com amortecimento. Determinação da amplitude. A seguir, ainda com a esfera, afaste o corpo de sua posição de equilíbrio de uma amplitude A0 (amplitude máxima do movimento) e solte o corpo anotando, a lápis, na folha presa na bancada o valor das amplitudes (para até três oscilações completas: A0, A1, A2, A3, A4, A5, A6, ver Figura 10). Meça essas posições e preencha a Tabela 3. Figura 10. Marcação das amplitudes A0, A1, A2, ..., à partir da posição de equilíbrio, x = 0. Apenas para o corpo com a esfera. Construa o gráfico (em papel milimetrado) da variação da amplitude em função do período (para facilitar o desenvolvimento do gráfico adote no eixo x valores múltiplos de T). Desenhe também com linha tracejada a envoltória do movimento. Calcule a energia em cada ciclo e preencha a tabela correspondente. Análise Como podemos analisar os dados? A análise pode ser gráfica ou analítica, no caso, vamos proceder à análise graficamente. Apenas para o corpo com a esfera. Construa o gráfico (milimetrado) da variação da amplitude em função do período (para facilitar o desenvolvimento do gráfico adote no eixo x valores múltiplos de T). Desenhe também com linha tracejada a envoltória do movimento. Obtenha a equação do movimento e verifique que se trata de um movimento sub amortecido, para isso compare os valores de 𝜸 e 𝝎𝟎. Calcule a energia do sistema no: instante inicial, após um ciclo, após dois ciclos e após três ciclos, analise a variação percentual de energia em relação à energia inicial e comente o que aconteceu. A0 A2 0 A3 A1 OSCILADOR AMORTECIDO 27 LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 MOVIMENTO AMORTECIDO Grupo Turma Laboratório Equipe Data RA Nome Objetivos OSCILADOR AMORTECIDO 28 Instrumentos de Medida Preencha a tabela abaixo com as incertezas e a faixa de trabalho de cada instrumento de medida. Instrumento Faixa de trabalho Incerteza na leitura Régua Cronômetro Resultados Tabela 1. Tempo de cinco oscilações completas para o pêndulo sem amortecimento. 1 2 3 média t (s) T0 (s) Tabela 2. Tempo de cinco oscilações completas para o pêndulo com amortecimento. 1 2 3 média t (s) T (s) Tabela 3. Amplitudes para o pêndulo com amortecimento. A0 (m) A2 (m) A4 (m) A6 (m) A1 (m) A3 (m) A5 (m) Construa o gráfico (em papel milimetrado) da variação da amplitude em função do período (para facilitar o desenvolvimento do gráfico adote no eixo x valores múltiplos de T). Desenhe também com linha tracejada a envoltória do movimento. OSCILADOR AMORTECIDO 29 Construa o gráfico da LINEARIZAÇÃO DA ENVOLTÓRIA (em papel monolog) da variação da amplitude em função do período (para facilitar o desenvolvimento do gráfico adote no eixo x valores múltiplos de T). Considere todas as amplitudes em módulo. Preencha as tabelas a seguir com valores calculados no experimento. Calcule o fator de amortecimento à partir do gráfico por meio de sua declividade. 𝝎𝟎 (rad/s) 𝝎 (rad/s) 𝜸 (rad/s) 𝜽𝟎 (rad) C0 (m) Escreva a equação da oscilação Sub Amortecida: x (t) = m Energia do sistema 𝑬𝒏 𝑬𝟎 ⁄ = 𝒆−𝟐.𝒏.𝜸.𝑻 % 𝑬𝟎 𝑬𝟏 𝑬𝟐 𝑬𝟑 Análise e Conclusões OSCILADOR AMORTECIDO 30 Questões 1. O movimento estudado é um movimento Sub Amortecido? Por quê? 2. Como você justificaria a diferença entre a energia inicial a as demais? 3. O pseudo período (T) depende da amplitude? Justifique. 4. Por que o pseudo período(T) se mantém constante mesmo com a perda de energia? Analise sob o ponto de vista da velocidade e aceleração do movimento. 5. Quem é maior, o período natural (T0) ou o pseudo período (T)? Por quê? OSCILAÇÕES FORÇADAS E RESSONÂNCIA 31 4. OSCILAÇÕES FORÇADAS E RESSONÂNCIA Objetivos Entender o conceito de ressonância. Compreender o que é frequência de ressonância de um sistema e o que a afeta. Entender o que é amortecimento e qual o seu efeito. Material Simulação Phet (deverá ser feita previamente à aula) Introdução Teórica Ressonância Ressonância é o fenômeno que acontece quando um sistema físico recebe energia por meio de excitações de frequência igual a uma de suas frequências naturais de vibração. Assim, o sistema físico passa a vibrar com amplitudes cada vez maiores. Cada sistema físico, capaz de vibrar, possui uma ou mais frequências naturais, isto é, que são características do sistema. Essas frequências dependem da maneira como o sistema é construído. Como por exemplo, um pêndulo ao ser afastado do ponto de equilíbrio, cordas de um violão ou uma ponte para a passagem de pedestres sobre uma rodovia movimentada. Todos estes sistemas possuem suas frequências naturais, que lhes é característica. Quando ocorrem excitações periódicas sobre o sistema, como quando o vento sopra com frequência constante sobre uma ponte durante uma tempestade, acontece um fenômeno de superposição de ondas que alteram a energia do sistema, modificando sua amplitude. Um caso muito famoso deste fenômeno foi o rompimento da ponte Tacoma Narrows, nos Estados Unidos, em 7 de novembro de 1940. Em um determinado momento o vento começou a soprar com frequência igual à frequência natural de oscilação da ponte, fazendo com que esta começasse a aumentar a amplitude de suas vibrações até que sua estrutura não pudesse mais suportar, fazendo com que sua estrutura rompesse. O caso da ponte Tacoma Narrows pode ser considerado uma falha humana, já que o vento que soprava no dia 7 de Novembro de 1940 tinha uma frequência característica da região onde a ponte foi construída, logo os engenheiros responsáveis por sua construção falharam na análise das características naturais da região. Por isto, atualmente é feita uma análise profunda de todas as possíveis características que possam requerer uma alteração em uma construção civil. OSCILAÇÕES FORÇADAS E RESSONÂNCIA 32 Imagine que esta é uma ponte construída no estilo pênsil, e que sua frequência de oscilação natural é dada por: Ao ser excitada periodicamente, por um vento de frequência: A amplitude de oscilação da ponte passará a ser dada pela superposição das duas ondas: OSCILAÇÕES FORÇADAS E RESSONÂNCIA 33 Se a ponte não tiver uma resistência que suporte a amplitude do movimento, esta sofrerá danos podendo até ser destruída como a ponte Tacoma Narrows. Procedimentos PLANEJAMENTO DO EXPERIMENTO Acesse o site do Phet e realize a simulação: Ressonância. A seguir realize as atividades conforme as simulações realizadas. Acesse o site: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/resonance Leia as instruções documento em anexo (ressonance guide) da simulação. Dicas para a simulação: Calcule a frequência natural do sistema. Use o seletor de frequência lentamente. Esta simulação mostra o comportamento da vida real, assim as observações devem ser realizadas durante um período de tempo antes de mudar as variáveis. Mude apenas uma varíavel de cada vez. DICAS PARA ESCREVER A CONCLUSÃO Observe os objetivos do experimento. Veja se foram atingidos. Se resultados numéricos foram encontrados, eles devem aparecer também nas conclusões. OSCILAÇÕES FORÇADAS E RESSONÂNCIA 34 Atividade Preparatória para a Apresentação 1. Usando as ferramentas fornecidas na simulação, identifique o que afeta a ressonância natural para um sistema massa-mola. 2. Realize simulações com um ressonador. Comece calculando a frequência natural do sistema massa mola, em seguida, organize seus dados da seguinte forma: Variação da amplitude em função da frequência do motor (sem amortecimento) Variação da amplitude em função da frequência do motor (com amortecimento) Faça as respectivas tabelas ANALISANDO PONTOS MENORES, IGUAIS E MAIORES à frequência natural, plote ambos os gráficos (com e sem amortecimento) com a mesma escala, e faça as respectivas análise gráficas. Colete um número suficiente de pontos que permita uma análise da relação entre as variáveis e permita observar o que afeta o pico da amplitude. 3. Dê exemplos de pelo menos um sistema do mundo real (na sua área de habilitação) onde a compreensão da ressonância é importante. 4. O que é Análise vibro-acústica? Na aula, além de entregar o relatório o grupo deverá realizar uma apresentação das atividades realizadas e resultados obtidos. Os grupos serão sorteados pelo professor e a nota da apresentação será a nota do relatório. ONDAS ESTACIONÁRIAS 35 5. ONDAS ESTACIONÁRIAS Objetivos Estudar o comportamento de uma Onda Estacionária. Obter a função que relaciona a frequência com o número de modos de vibração, o comprimento, a força de tração e a densidade linear de uma corda ou fio quando ocorrem ondas estacionárias nessa mesma corda ou fio. Material Fonte de tensão contínua. Régua. Aparato para o experimento de ondas estacionárias. Introdução Teórica Ondas estacionárias Ondas estacionárias são ondas que possuem um padrão de vibração estacionário. Formam-se a partir de uma superposição de duas ondas idênticas mas em sentidos opostos, normalmente quando as ondas estão confinadas no espaço como ondas sonoras em um tubo fechado e ondas de uma corda com as extremidades fixas. Esse tipo de onda é caracterizado por pontos fixos de valor zero, chamados de nodos (nós), e pontos de máximo também fixos, chamados de antinodos (ventres). São ondas resultantes da superposição de duas ondas de mesma freqüência, mesma amplitude, mesmo comprimento de onda, mesma direção e sentidos opostos. Uma onda é descrita pela equação: 𝒚(𝒙, 𝒕) = 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝒌. 𝒙 − 𝝎. 𝒕) (𝟏) Sendo: A a amplitude, que depende da posição x do elemento, ω a frequência angular (medida em radianos por segundo), k (número de onda), k=2π/λ, onde λ é o comprimento de onda, t é a variável tempo. O λ é o comprimento de onda é, a distância entre dois pontos sobre a onda que se comportam de forma idêntica. Assim: 𝒚(𝒙, 𝒕) = 𝑨. 𝒔𝒆𝒏 ( 𝟐. 𝝅. 𝒙 𝝀 − 𝟐. 𝝅. 𝒗. 𝒕 𝝀 ) (𝟐) ONDAS ESTACIONÁRIAS 36 Se t aumentar, o argumento da função seno (k.x − ω.t) diminui. De modo a obter o mesmo valor de y em um momento posterior, x deve aumentar também, o que implica que esta onda se desloca para a direita (onda progressiva). Por outro lado, o argumento (k.x + ω.t) representa uma onda que se desloca para a esquerda (onda regressiva). Quando a onda que se propaga para a direita atinge uma extremidade fixa, será refletida na direção oposta. Figura 1 – Onda que se propaga para a direita sendo refletida após atingir a extremidade. Temos assim, duas ondas, uma se propagando num sentidoe a outra no sentido oposto: 𝒚𝟏(𝒙, 𝒕) = 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝒌. 𝒙 − 𝝎. 𝒕) (𝟑) 𝒚𝟐(𝒙, 𝒕) = 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝒌. 𝒙 + 𝝎. 𝒕) (𝟒) A onda resultante, y3, que é a soma das ondas individuais, é dada por: 𝒚𝟑(𝒙, 𝒕) = 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝒌. 𝒙 − 𝝎. 𝒕) + 𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝒌. 𝒙 + 𝝎. 𝒕) (𝟓) Reescrevendo a equação 6, temos: 𝒚𝟑(𝒙, 𝒕) = 𝟐𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝒌. 𝒙). 𝒄𝒐𝒔(𝝎. 𝒕) (𝟔) Observe que as variáveis x e t são separadas, assim, a onda resultante não mais se propoga. Chamamos esta onda de ONDA ESTACIONÁRIA. Observe que amplitude máxima para um dado valor de y é delimitada por 2A. Modos normais de vibração - Harmônicos Quando duas extremidades de uma corda de uma corda de comprimento L são mantidas fixas, as ondas estacionárias só podem ocorrer quando L for um múltiplo inteiro de λ/2. Cada frequência e a configuração de vibração a ela associada constitui um modo normal de vibração. Neste caso, os possíveis valores de k e λ para qualquer dado L são: 𝒌. 𝑳 = ( 𝟐. 𝝅 𝝀 ) . 𝑳 = 𝒏.𝝅 𝒏 = 𝟏, 𝟐, 𝟑, … (𝟕) ONDAS ESTACIONÁRIAS 37 ou: 𝝀 = 𝟐. 𝑳 𝒏 𝒏 = 𝟏, 𝟐, 𝟑, … (𝟖) Cada modo de vibração é chamado harmônico. A figura 2 mostra o modo com índice n = 4 (o quarto harmônico). Figura 2 – Onda estacionária: quarto harmônico. Os pontos fixos de valor zeros são chamados de nodos (nós), e pontos de máximo também fixos, chamados de antinodos (ventres). As posições em que a vibração é pequena ou nula são chamadas de nós, enquanto as posições onde a vibração é maior são chamadas ventres. O número de ventres é igual ao índice de vibração e para a classificação ordinal da harmónica (se tiver quatro ventres será o quarto harmônico). A figura 3 mostra vários outros modos de vibração. http://fisicamoderna.blog.uol.com.br/arch2006-06-04_2006-06-10.html Figura 4 – Cinco primeiros harmônicos de uma onda estacionária. Se uma onda tem frequência de vibração do primeiro harmônico de 100 Hz, o segundo harmônica será 200 Hz, o terceiro de 300 Hz e assim por diante. nós ventres ONDAS ESTACIONÁRIAS 38 Propriedades das ondas estacionárias A velocidade de onda (v) depende de duas quantidades: frequência (f ) e comprimento de onda (λ) que estão relacionadas por: 𝒗 = 𝝀. 𝒇 (𝟗) Uma onda é criada por uma corda esticada, assim, a velocidade da onda também depende da tração na corda (F) e a massa por unidade de comprimento da corda (μ). Assim: 𝒗 = √ 𝑭 𝝁 (𝟏𝟎) Ao combinarmos as equações 8,9, e 10, pode-se expressar a frequência de vibração como: 𝒇𝒏 = 𝒏 𝟐. 𝑳 .√ 𝑭 𝝁 (𝟏𝟏) Quando uma onda se propaga de um meio para outro, algumas de suas propriedades mudam (por exemplo, a velocidade e o comprimento de onda), mas a sua frequência permanece fixa. Sse considerarmos o ponto em que duas cordas de diferentes densidades são unidas. Se as duas cordas têm frequências diferentes, os dois lados do ponto iriam oscilar em suas próprias frequências, e o ponto já não seria um "conjunto". Matematicamente falando, a função não seria contínua na "junção". A constância da frequência nos permite determinar a velocidade da onda e comprimento de onda em um meio diferente, da freqüência em que o meio é conhecido. Aplicações de Ondas Estacionárias na Engenharia Um exemplo muito citado de utilização das ondas eletromagnéticas estacionárias é um forno de micro-ondas. Num forno de micro-ondas existe um equipamento eletrônico que gera micro- ondas de λ = 12,2 cm para aquecer o alimento. Este comprimento de onda é fortemente absorvido pelas moléculas de água contidas nos alimentos. Absorvendo a energia das micro- ondas, essas moléculas agilizam seu movimento e, a partir do aumento de atrito com as moléculas vizinhas, aumentam a temperatura da comida. As micro-ondas com λ = 12,2 cm têm outras propriedades interessantes: elas não são absorvidas pela maioria dos plásticos, vidros ou cerâmicas, e são refletidas por metais (por isso, as panelas de metal não podem entrar ao forno de micro-ondas). Devido a tudo isso, os fornos de micro-ondas são extremamente eficientes porque aquecem apenas o alimento, e nada mais, em um tempo bem curto. Agora, por que você acha por que o alimento gira nos fornos de micro-ondas? Como as paredes do forno são metálicas, as micro-ondas são constantemente refletidas por elas e formam um padrão das ondas estacionárias dentro de forno. Sem girar, alguns pontos da comida ficariam sempre nas posições de nós, e outros nas posições dos ventres. Os primeiros não seriam aquecidos, e os segundos seriam superaquecidos (passados). A rotação do prato dentro do forno evita que isso aconteça! ONDAS ESTACIONÁRIAS 39 Procedimentos PLANEJAMENTO DO EXPERIMENTO Antes de começar a montar o circuito, certifique-se de que todos os componentes estão sobre a bancada. CUIDADOS NECESSÁRIOS AO EXPERIMENTO Não devemos colocar a fonte em curto-circuito. O circuito somente deve ser energizado após conferir toda a montagem. A montagem deve se iniciar pela fonte e por todos os componentes em série. Somente conecte o voltímetro (em paralelo com o bipolo) por último. Como estamos medindo um circuito de corrente contínua, tanto o voltímetro quanto o amperímetro possuem polaridade. A montagem correta dos instrumentos no circuito é fundamental. O polo positivo ( + ) do instrumento deve ser ligado no ponto onde a corrente “entra”, admitindo-se que ela “sai” do terminal positivo da fonte e retorne no terminal negativo. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Monte o experimento de ondas estacionárias conforme o diagrama a seguir. Figura X - Aparato para o experimento de ondas estacionárias. Fonte Amplificador Gerador de áudio L ONDAS ESTACIONÁRIAS 40 Preencha a tabela 1 do relatório utilizando a tabela fornecida pelo professor. Como iremos estudar a dependência de uma grandeza em função de quatro outras, iremos fixar três dessas variáveis e variar a quarta. Dessa forma analisaremos separadamente a dependência da frequência em relação à força de tração, ao número de ventres, ao comprimento do fio e à densidade do fio. Para cada uma das variáveis, preencha a tabela correspondente no relatório e depois trace um gráfico em papel milimetrado. Se for preciso utilize papel di-log para linearizar a curva obtida. Considerando todas as relações matemáticas obtidas podemos consolidá-las em uma única equação, assim, escreva a equação da frequência da onda estacionária em função de L, n, F e µ. Use os pontos das tabelas do relatório e calcule o valor da constante de proporcionalidade. Encontre o comprimento de onda (λ) da onda estacionária a partir da equação da frequência e da relação: 𝒗 = 𝝀. 𝒇 DICAS PARA ESCREVER A CONCLUSÃO Observe os objetivos do experimento. Veja se foram atingidos. Se resultados numéricos foram encontrados, eles devem aparecer também nas conclusões. ONDAS ESTACIONÁRIAS 41 LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 ONDAS ESTACIONÁRIAS Grupo Turma Laboratório Equipe Data RA Nome ObjetivosONDAS ESTACIONÁRIAS 42 Instrumentos de Medida Preencha a tabela abaixo com as incertezas e a faixa de trabalho de cada instrumento de medida. Instrumento Faixa de trabalho Incerteza na leitura Régua Procedimentos Monte o circuito a seguir. Siga os procedimentos da parte teórica e obtenha os dados para preenchimento das tabelas na seção de resultados. Resultados Vamos levantar os dados experimentais necessários à análise de cada variável. Tabela 1 – Densidade linear de alguns fios. Φ (diâmetro) (mm) µ (kg/m) Fonte Amplificador Gerador de áudio L ONDAS ESTACIONÁRIAS 43 Frequência em função do número de ventres. Sugestão: use o fio de diâmetro igual a 0,70 mm e aproximadamente 100 g de massa no suporte. f = f (n) L = 1,0 m F = µ = n 1 2 3 4 f (Hz) C Faça o gráfico correspondente a frequência em função do número de ventres. Obtenha a relação matemática entre as variáveis (Se necessário linearize o gráfico). Qual a relação matemática obtida? ________________________ Frequência em função do comprimento do fio. Sugestão: use o fio de diâmetro igual a 0,70 mm e aproximadamente 100 g de massa no suporte. f = f (L) n = 2 F = µ = L (m) 0,6 0,8 1,0 1,2 f (Hz) C Faça o gráfico correspondente a frequência em função do comprimento do fio. Obtenha a relação matemática entre as variáveis (Se necessário linearize o gráfico). Qual a relação matemática obtida? ________________________ Frequência em função da Força de Tração no fio. Sugestão: use o fio de diâmetro igual a 0,70 mm e comece com aproximadamente 100 g de massa no suporte. f = f (F) L = 1,0 m n = 2 µ = F (N) f (Hz) C ONDAS ESTACIONÁRIAS 44 Faça o gráfico correspondente à frequência em função da força de tração. Obtenha a relação matemática entre as variáveis (Se necessário linearize o gráfico). Qual a relação matemática obtida? ________________________ Frequência em função da densidade do fio. Sugestão: use aproximadamente 100 g de massa no suporte. f = f (µ) n = 2 L = 1,0 m F = µ (kg/m) f (Hz) C Faça o gráfico correspondente a frequência em função da densidade do fio. Obtenha a relação matemática entre as variáveis (Se necessário linearize o gráfico). Qual a relação matemática obtida? ________________________ Preencha o quadro a seguir: Variável Expoente da equação teórica Expoente da equação experimental Erro percentual (%) n L F µ Equação da frequência da onda estacionária em função de L, n, F e µ Equação téorica Equação experimental ONDAS ESTACIONÁRIAS 45 Utilizando sua equação experimental, e os dados de cada tabela coletada, calcule o valor da constante de proporcionalidade C e determine o Cmédio. Constante de proporcionalidade teórica Constante de proporcionalidade experimental (média) Erro % Qual a equação final obtida? 𝒇 = Análise e Conclusões ONDAS ESTACIONÁRIAS 46 Questões Escolha os dados da primeira coluna da tabela Frequência em função do número de ventres. 1. Escreva a função da onda estacionária 𝒚 (𝒙, 𝒕) = 𝟐𝑨. 𝒔𝒆𝒏(𝒌. 𝒙). 𝒄𝒐𝒔(𝝎. 𝒕) para n = 1, n = 2 e n = 4. 2. Obtenha as componentes da onda progressiva e regressiva que compõem a onda estacionária para n = 1. 3. Um forno de micro-ondas é alimentado por um tubo de elétrons, chamado magnetron, que gera ondas eletromagnéticas na frequência de 2,45 GHz. As micro-ondas entram no forno e são refletidas pelas paredes. O padrão de onda estacionária produzido no forno pode cozinhar a comida desigualmente, com pontos quentes da comida nos antinodos e pontos frios nos nodos. Sendo assim, uma bandeja giratória é frequentemente usada para girar a comida e distribuir a energia. Se um forno de micro-ondas projetado para ser utilizado com uma bandeja giratória é, em vez disso, usado com um prato de cozimento em uma posição fixa, os ventres podem aparecer como marcas de queimadura em alimentos como tiras de cenoura ou queijo. A distância de separação entre as queimaduras é medida como sendo de 6 cm ± 5 %. A partir desses dados, calcule a velocidade das micro-ondas. Dica: Lembre-se que a distância entre ventres (queimaduras) é igual à metade de comprimento de onda. Calculando esse comprimento e sabendo frequência, é fácil calcular velocidade da onda. 4. Sabendo que o comprimento da corda é L = 1,0 m, que as extremidades são fixas e que tivemos dois ventres, qual o comprimento de onda? COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 47 6. COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? Objetivos Caracterizar um dispositivo elétrico analisando seu comportamento ôhmico e não-ôhmico Material Fonte de tensão contínua. Amperímetro e voltímetros. Reostato. Bipolos elétricos. Placa para a fixação dos bipolos. Introdução Teórica Curva característica VI A curva característica de tensão e corrente de um dispositivo ou componente elétrico permite definir qual o funcionamento elétrico daquele dispositivo ou componente, pois apresenta qual a corrente que o dispositivo terá à partir de uma dada tensão aplicada. Todos os dispositivos elétricos possuem uma curva característica VI. Figura 1 – Exemplo de curva característica de um dispositivo elétrico DEFINIÇÃO DE BIPOLO ELÉTRICO Chamamos de bipolo elétrico a todo dispositivo elétrico com dois terminais (polos) acessíveis e pelo qual se possa fazer circular uma corrente elétrica, de modo que a corrente que entra num dos terminais seja, em qualquer instante, igual à corrente que flui do outro lado (Figura 2). V I COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 48 Figura 2 - Representação genérica de um bipolo. Os bipolos podem ser classificados em: ativos e passivos, lineares e não lineares, simétricos e assimétricos. CLASSIFICAÇÃO DE UM BIPOLO ELÉTRICO Bipolos Ativos e Passivos Um bipolo ativo, ou gerador, é um dispositivo elétrico que transforma algum tipo de energia em energia elétrica. Ex: pilha, bateria, gerador, dínamo, etc. Seu objetivo é elevar o potencial elétrico e assim produzir diferença de potencial a qual, por sua vez, produz corrente elétrica. Figura 3 - Bipolos ativos: pilhas, bateria e gerador. No gráfico de tensão em função da corrente de um bipolo ativo (gerador) a tensão é máxima quando a corrente é igual a zero e diminui à medida que a corrente elétrica aumenta. Observe que há tensão entre os seus terminais mesmo que não haja corrente. Figura 4 - Curva característica de um bipolo ativo (gerador). Os bipolos passivos, ou receptores, transformam energia elétrica em outro tipo de energia. Por exemplo: lâmpada (energia luminosa), motor elétrico (energia mecânica), chuveiro (energia térmica), etc. (Figura 5). VI V COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 49 Figura 5 - Bipolos passivos: lâmpada, motor elétrico, chuveiro. Nos bipolos passivos não há diferença de potencial entre seus terminais quando não há corrente. Ele consome energia, não gera. A Figura 6 apresenta uma representação da curva característica de um bipolo passivo (receptor). Figura 6 - Curva característica de um bipolo passivo (receptor). Bipolos Lineares e Não Lineares Os bipolos também podem ser classificados em lineares (ôhmicos) e não lineares (não- ôhmicos). Essa classificação diz respeito ao gráfico da tensão em função da corrente. Se a curva obtida for linear, ou seja, existe uma proporção constante entre tensão e corrente (V=R.I), o bipolo será classificado como linear, caso contrário, o bipolo é tido como não linear. A Figura 7a mostra o gráfico de um bipolo linear, enquanto que a Figura 7b mostra o gráfico de um bipolo não linear. (a) (b) Figura 7 - Curvas características de um bipolo linear (a) não linear (b). V I V I V I 𝑽 𝒊 = 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 𝑽 𝒊 = 𝒏ã𝒐 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆 COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 50 Bipolos Simétricos e Assimétricos Um bipolo é classificado como simétrico, quando o gráfico da tensão em função da corrente desse bipolo resulta em uma curva simétrica em relação à origem. A Figura 8 mostra a curva característica de um bipolo simétrico. Figura 8 – Curva característica de um bipolo simétrico. A simetria nesta curva característica nos mostra que se invertermos o sentido da corrente elétrica o bipolo continua funcionando. É o caso, por exemplo, de uma lâmpada. Quando invertemos a polaridade de uma lâmpada comum, ela continua acendendo. Um bipolo elétrico é classificado como não simétrico quando o gráfico da tensão em função da corrente desse bipolo resulta em uma curva assimétrica em relação à origem. A Figura 9 mostra a curva característica de um bipolo assimétrico. Neste caso, o bipolo apresenta comportamentos distintos conforme a sua conexão, ou seja, polaridade. Figura 9 – Curva característica de um bipolo assimétrico. V I V I Sentido Direto Sentido Inverso Sentido Direto Sentido Inverso COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 51 Assim, ao sabermos que um bipolo é ativo, sabemos que possui tensão em seus terminais independentemente de ter uma carga ligada à ele (corrente passando). Se o bipolo for linear podemos prever o seu comportamento dentro da faixa de trabalho pois a relação tensão/corrente é sempre constante e se ele for simétrico não temos que nos preocupar com sua polaridade (sentido de ligação). Procedimentos PLANEJAMENTO DO EXPERIMENTO CUIDADOS NECESSÁRIOS AO PLANEJAMENTO Não devemos colocar a fonte em curto-circuito. O circuito somente deve ser energizado após conferir toda a montagem. A montagem deve iniciar pela fonte e por todos os componentes em série. Somente conecte o voltímetro (paralelo) por último. Como estamos medindo um circuito de corrente contínua, tanto o voltímetro quanto o amperímetro possuem polaridade. A montagem correta dos instrumentos no circuito é fundamental. O polo positivo ( + ) do instrumento deve ser ligado no ponto onde a corrente “entra”, admitindo-se que ela “sai” do terminal positivo da fonte e retorne no terminal negativo. COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 52 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para montar um circuito elétrico, primeiro é necessário conhecer suas partes: Fonte de Tensão O botão ON-OFF liga e desliga a fonte. Os botãos CURRENT limitam a corrente do circuito. Nos nossos experimentos eles devem estar sempre virados para direita (máximo). Caso a corrente esteja limitada a lâmpada vermelha CC irá acender. Os botões VOLTAGE controlam a tensão de saída da fonte. O botão FINE faz uma variação “fina” (pequena) da tensão, enquanto que o botão COARSE faz uma variação “grossa” (grande) da tensão. Os terminais de saída utilizados são: + (positivo) e – (negativo) da fonte. Chave interruptora Serve para ligar e desligar o circuito. Paralelo à chave temos um Fúsivel cuja função é proteger o circuito contra um curto-circuito. Reostato É um resistor variável. Se ligarmos os cabos entre os seus terminais externos (B e D), teremos a resistência máxima. Se ligarmos os cabos no terminal B e C teremos uma resistência variável conforme a posição do cursor (0 à 100%). Se ligarmos os cabos no terminal C e D teremos uma resistência variável B C D B C D COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 53 conforme a posição do cursor (100 à 0%). Voltímetro analógico DC Como é um instrumento que mede tensão contínua, possui polaridade. Como mede diferença de potencial é sempre ligado em PARALELO. O vermelho é o terminal positivo e o preto o terminal negativo. Temos que verificar sua faixa de trabalho e incerteza. Amperímetro analógico DC Como é um instrumento que mede corrente contínua, possui polaridade. Como mede a corrente que passa pelo circuito é sempre ligado em SÉRIE. O vermelho é o terminal positivo e o preto o terminal negativo. Temos que verificar sua faixa de trabalho e incerteza. Cabo BANANA-BANANA Recebe este nome devido ao seu formato. A cor do cabo não importa, é apenas um indicativo que ajuda a identificação no circuito, visto que o cabo apenas leva o sinal de um ponto ao outro. Deve ser sempre manuseado por sua parte mais rígida (cabeça) evitando assim o rompimento interno. Em caso de necessidade na ligação de um circuito, podemos conectar um COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 54 cabo ao outro por meio da furação existente. Bipolo Vamos trabalhar com 3 bipolos diferentes: - resistor - lâmpada - diodo O bipolo deve ser montado sobre uma placa conforme a figura ao lado. COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 55 Monte o circuito a seguir: Sugestão de montagem: Comece pelo terminal positivo da fonte de tensão, seguindo o sentido do percurso da corrente elétrica pelo circuito em série, até retornar à fonte pelo terminal negativo. O voltímetro deve ser conectado por último, em paralelo com o bipolo. Vamos levantar a curva característica de três bipolos distintos: resistor, lâmpada e diodo. Para cada um deles execute o procedimento a seguir. 1) Coloque o bipolo na placa, no local indicado pelo professor. 2) Ajuste o reostato para a posição de resistência máxima. 3) Ajuste a fonte de tensão, lendo os valores correspondentes de tensão e corrente no voltímetro e amperímetro conectados ao bipolo. Caso necessário, diminua o valor da resistência do reostato até atingir os valores de tensão anotados nas tabelas da seção de resultados. 4) Anote os valores das correntes nas tabelas correspondentes. 5) Troque o sentido do bipoloe repita o processo. 6) Troque o bipolo e repita o processo. COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 56 CUIDADO Cada bipolo tem um valor máximo de tensão e corrente que poder ser aplicados sem danificá-los. Pergunte ao seu professor! DICAS PARA ESCREVER A CONCLUSÃO Observe os objetivos do experimento. Veja se foram atingidos. Se resultados numéricos foram encontrados, eles devem aparecer também nas conclusões. COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 57 LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? Grupo Turma Laboratório Equipe Data RA Nome Objetivos COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 58 Instrumentos de Medida Preencha a tabela abaixo com as incertezas e a faixa de trabalho de cada instrumento de medida. Instrumento Faixa de trabalho Incerteza na leitura Voltímetro 1 Voltímetro 2 Amperímetro Resultados Preencha as tabelas abaixo para todos os valores de tensão especificados. LÂMPADA Sentido Direto Sentido Inverso V ( V ) I ( mA ) V ( V ) I ( mA ) 0,0 0,0 1,0 - 1,0 2,0 - 2,0 3,0 - 3,0 4,0 - 4,0 5,0 - 5,0 6,0 - 6,0 7,0 - 7,0 8,0 - 8,0 9,0 - 9,0 RESISTOR Sentido Direto Sentido Inverso V ( V ) I ( mA ) V ( V ) I ( mA ) 0,0 0,0 1,0 - 1,0 2,0 - 2,0 3,0 - 3,0 4,0 - 4,0 5,0 - 5,0 6,0 - 6,0 7,0 - 7,0 8,0 - 8,0 9,0 - 9,0 COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 59 DIODO Sentido Direto Sentido Inverso V ( V ) I ( mA ) V ( V ) I ( mA ) 0,0 0,0 0,1 - 0,1 0,2 - 0,2 0,3 - 0,3 0,4 - 0,4 0,5 - 0,5 0,6 - 0,6 0,7 - 0,7 0,8 - 0,8 A partir das tabelas anteriores, construa o gráfico da curva característica (tensão versus corrente) para cada bipolo. Classifique os bipolos estudados com a ajuda dos gráficos. Bipolo Ativo Passivo Linear Não Linear Simétrico Assimétrico Lâmpada Resistor Diodo Análise e Conclusões COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 60 Questões 1. O diodo (como os da figura a seguir e como aquele utilizado no experimento) é um bipolo que possui uma característica muito importante. Que característica é essa? 2. Classifique os bipolos à seguir como ôhmicos ou não-ôhmicos: Lâmpada: Resistor: Diodo: 3. A partir dos gráficos a seguir, determine o valor da resistência nos pontos 1 e 2. R1 R1 R2 R2 O que você observa em relação à resistência do primeiro gráfico? O que você observa em relação à resistência do segundo gráfico? -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 I (A) V (V) -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 I (A) V (V) 1 2 1 2 COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 61 4. A partir do gráfico a seguir, determine o valor da resistência nos pontos 1, 2 e 3. R1 R2 R3 Pode-se dizer que o bipolo do gráfico tem comportamento linear em algum intervalo? Em caso afirmativo, qual seria este intervalo? 5. Se você recebesse um bipolo desconhecido e tivesse que caracterizá-lo, o que você faria? -1 1 2 3 4 5 6 7 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 I (A) V (V) 1 2 3 COMO CARACTERIZAR UM DISPOSITIVO ELÉTRICO? 62 MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 63 7. MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA Objetivos Estudar o modelamento de um gerador com tensão contínua. Obter a equação característica do gerador. Estudar a variação da potência e a máxima potência obtida. Obter a equação da potência do gerador. Material Fonte de tensão contínua. Voltímetro. Amperímetro. Folha de papel milimetrado. Introdução Teórica Grande parte dos equipamentos elétricos são alimentados por geradores (fontes) de tensão contínua. Por exemplo, o seu celular apesar de ligado diretamente na tomada (tensão alternada), possui um circuito interno que converte a tensão alternada em continua para que possa alimentar sua bateria. O mesmo acontece num computador ou num rádio onde os circuitos são alimentados em corrente contínua. Pode-se modelar uma fonte de tensão por um circuito elétrico composto por um GERADOR IDEAL e por uma RESISTÊNCIA INTERNA, que representa as perdas de energia relativas aos aspectos construtivos da fonte. A representação de uma fonte ideal pode ser vista na Figura 1 a seguir: Figura 1 – Representação de um gerador ideal. Nesse caso, toda a tensão produzida pela fonte é transmitida para o circuito, ou seja: 𝑽 = 𝜺 Onde V é a tensão nos terminais da fonte e Ɛ é força eletromotriz (fem do gerador ideal). Ɛ + - i V MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 64 Mas, na realidade toda fonte de tensão possui uma resistência interna que dissipa parte da energia produzida pela fonte. Uma representação de uma fonte de tensão, considerando as perdas resistivas internas, é mostrada na Figura 2. Figura 2 – Representação de um gerador real. Assim a tensão disponível nos terminais da fonte será dada por: 𝑽 = 𝜺 − 𝒓. 𝒊 Onde V é a tensão nos terminais da fonte, Ɛ é força eletromotriz (fem), r é a resistência interna do gerador e i é a corrente elétrica gerada no circuito. Essa equação é chamada de equação característica do gerador. Observe que quanto menor a resistência interna de uma fonte, melhor essa fonte é, pois significa que ela mantém a diferença de potencial entre seus terminais, próxima da tensão ideal. Para que possamos analisar este bipolo (dispositivo com dois terminais) fonte vamos levantar sua curva tensão-corrente. Ao ligarmos diretamente os terminais do gerador, Figura 3 a seguir, ocorrerá um curto-circuito. Dessa forma, a diferença de potencial entre os terminais é nula. Figura 3 – Representação de um circuito em curto. Nesse caso, a tensão disponível nos terminais do gerador é igual a zero e assim, a equação do gerador toma a forma: 𝟎 = 𝜺 − 𝒓. 𝒊𝑪𝑪 𝜺 = 𝒓. 𝒊𝑪𝑪 Daí, concluímos que: 𝒊𝑪𝑪 = 𝜺 𝒓 Notamos que a corrente de curto-circuito depende das características do gerador, fem (Ɛ) e da resistência interna (r). Ɛ + - r i V Ɛ + - r iCC MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 65 Podemos obter a equação característica do gerador a partir do gráfico da tensão em função da corrente elétrica. Figura 4 – Gráfico da curva característica de um gerador. O coeficiente linear no gráfico acima representa a fem (Ɛ) e o coeficiente angular nos fornece a resistência interna (r).Se multiplicarmos a equação característica do gerador por i (corrente elétrica), teremos: 𝑽. 𝒊 = 𝜺. 𝒊 − 𝒓. 𝒊𝟐 O primeiro termo representa a potência útil enviada ao circuito (𝑷𝒖 = 𝑽. 𝒊). O segundo termo é a potência gerada (𝑷𝒈 = 𝜺. 𝒊) e o último termo é a potência dissipada (𝑷𝒅 = 𝒓. 𝒊 𝟐). Assim, podemos escrever: 𝑷𝒖 = 𝑷𝒈 − 𝑷𝒅 Escrevendo a potência útil em termos da fem e da resistência interna, ficamos com: 𝑷𝒖 = 𝜺. 𝒊 − 𝒓. 𝒊 𝟐 O gráfico da potência útil em função da corrente elétrica é uma parábola de concavidade para baixo, conforme podemos observar a seguir: Figura 5 – Gráfico da curva característica da potência útil de um gerador. 0 iCC i V Ɛ 0 i icc i Pu Pumáx MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 66 Devido à simetria do gráfico da parábola podemos notar que a corrente i (que determina o ponto de máxima potência) é igual à metade da corrente de curto-circuito, ou seja: 𝒊 = 𝒊𝑪𝑪 𝟐 Essa corrente corresponde ao valor que define a potência útil máxima transferida ao circuito. Substituindo o valor da corrente de curto-circuito, chegamos a: 𝒊 = 𝜺 𝟐. 𝒓 Substituindo esse valor na equação característica do gerador, ficamos com: 𝑽 = 𝜺 − 𝒓. 𝜺 𝟐.𝒓 𝑽 = 𝜺 − 𝜺 𝟐 𝑽 = 𝜺 𝟐 Ou seja, no caso de uma potência máxima sendo transferida ao circuito, temos que a diferença de potencial é igual à metade da força eletromotriz (fem). Se toda a resistência externa puder ser representada por R, podemos escrever a Lei de Ohm para o circuito como sendo: 𝑽 = 𝑹. 𝒊 Substituindo os valores da corrente elétrica e da tensão, teremos: 𝜺 𝟐 = 𝑹. 𝜺 𝟐.𝒓 𝟐. 𝒓. 𝜺 = 𝟐.𝑹. 𝜺 𝒓 = 𝑹 Ou seja, teremos uma transferência máxima de potência a resistência externa se igualar à resistência interna: R = r. Para determinarmos o rendimento de um gerador (ƞ), devemos fazer a razão entre a potência útil e a potência gerada, ou seja: 𝜼 = 𝑷𝒖 𝑷𝒈 Substituindo as equações correspondentes a essas potências, ficamos com: 𝜼 = 𝑽.𝒊 𝜺.𝒊 𝜼 = 𝑽 𝜺 E, assim, o rendimento máximo será de: 𝜼 = 𝜺 𝟐⁄ 𝜺 = 𝟓𝟎 % Mas, o que isto significa? MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 67 Significa que se quisermos aproveitar a máxima potência transmitida por uma fonte, a carga que deve ser ligada entre seus terminais deve ter resistência próxima da resistência interna da fonte. A máxima transferência de potência para a carga ocorre quando Rext=Rinterna. Com cargas de baixa resistência, a fonte é forçada a gerar muita energia elétrica, sendo que boa parte dessa energia é dissipada na própria fonte. Isso tem dois efeitos ruins: sobre-aquecimento da fonte, o que pode danificá-la, e um consumo elevado de energia (se a fonte for, por exemplo, uma pilha, ela se descarrega mais rapidamente do que se estivesse alimentando uma carga de maior resistência). A máxima transferência de potência não significa eficiência máxima. De fato, apenas metade da potência gerada é dissipada na carga, o que resulta em 50% de eficiência. A eficiência é máxima quando a resistência interna do gerador é pequena em comparação com a resistência de carga. O ideal é que a resistência da carga seja muito maior do que a resistência interna do gerador, porque nessa situação a eficiência será próxima de um e a potência dissipada como calor no gerador será pequena. Portanto, em situações operacionais utilizam-se geradores que possuem resistências internas muito menores que as resistências de carga. Procedimentos PLANEJAMENTO DO EXPERIMENTO CUIDADOS NECESSÁRIOS AO PLANEJAMENTO Não devemos colocar a fonte em curto-circuito. O circuito somente deve ser energizado após conferir toda a montagem. A montagem deve iniciar pela fonte e por todos os componentes em série. Somente conecte o voltímetro (paralelo) por último. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Nosso objetivo é determinar a equação característica da fonte (e também a equação da potência). Para isso, vamos variar uma resistência externa e medir a corrente do circuito e a tensão de saída dos terminais da fonte. No caso do experimento realizado nos laboratórios de Física 2 (como a fonte de tensão que é utilizada é de boa qualidade) a resistência interna é baixa, assim vamos imitar uma fonte de tensão ruim (com resistência interna mais elevada) e colocar um reostato (com resistência ao máximo) ligado em série com a fonte. Deste modo, para o seu estudo o estudante deverá considerar como fonte o conjunto (fonte + reostato). MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 68 Monte o circuito abaixo: Como se quer uma resistência variável para a resistência externa R, vamos usar o reostato da seguinte forma: Observe que se quiséssemos a resistência máxima do reostato deveríamos ter realizado a ligação diretamente nos pontos B e D. Siga as instruções: 1. Mantenha a chave (interruptor) desligada. 2. Gire o cursor do REOSTATO 2 de modo que a resistência fique em seu valor máximo. 3. Ajuste a tensão de saída da fonte em 12 V. Não será necessária nenhuma outra alteração na fonte durante o experimento. 4. Regule o REOSTATO 2 de modo a fazer 10 medições de tensão e corrente. 5. Utilizando os dados coletados, construa, utilizando folhas de papel milimetrado: - a curva característica do gerador (gráfico da tensão em função da corrente). - a curva de potência útil do gerador (gráfico da potência útil em função da corrente). OBSERVAÇÕES: 1. Os dados levantados permitem traçar a curva característica do gerador de forma parcial, pois na prática não desejamos que o circuito entre em curto, assim o valor da corrente de curto-circuito deve ser obtido a partir da equação do gerador obtida graficamente. 2. Os valores obtidos de potência constituem apenas uma parte da curva de potência, como ela tem o comportamento de uma parábola, você pode calcular o ponto de pico quando 𝒊 = 𝒊𝑪𝑪 𝟐⁄ . O outro lado da curva obtém-se espelhando o gráfico em relação ao eixo de simetria da parábola. DICAS PARA ESCREVER A CONCLUSÃO Observe os objetivos do experimento. Veja se foram atingidos. Se resultados numéricos foram encontrados, eles devem aparecer também nas conclusões. ε Reostato 2 Fonte Ɛ A V B C D Reostato 1 + + 0 100 % + - MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 69 LABORATÓRIO DE FÍSICA 2 MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA – FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA Grupo Turma Laboratório Equipe Data RA Nome Objetivos MÁXIMA TRANSFERÊNCIA DE POTÊNCIA - FONTE DE TENSÃO CONTÍNUA 70 Instrumentos de Medida Preencha a tabela abaixo com a incerteza na leitura e a faixa de trabalho de cada instrumento de medida. Tabela 1 – Faixa de trabalho e incertezas dos instrumentos utilizados. Instrumento Faixa de trabalho Incerteza na leitura Voltímetro Amperímetro
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