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AULA IX - SEGUROS MÚLTIPLOS – COBERTURAS SIMULTÂNEAS

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AULA IX
1.1.SEGUROS MÚLTIPLOS – COBERTURAS SIMULTÂNEAS
A concorrência de seguros para a mesma garantia é conhecida na doutrina pela denominação genérica de seguros múltiplos. Ela pode ocorrer na concomitância, mediante a divisão de riscos, entre seguradores ou mesmo de forma sucessiva no tempo. De qualquer forma seu fim é pulverizar o risco e evitar a insuficiência de garantias.
Geram grande possibilidade de fraude contra o óbice indenitário. O Cosseguro é uma forma de seguro múltiplo.
1.2.Requisitos para a caracterização do Seguro Múltiplo.
Pluralidade de Seguradores: Os seguros realizados com o mesmo segurador não são múltiplos, apesar da multiplicidade de contratos. Havendo um só segurador este procederá como se tivesse emitido um só contrato e controlará melhor a incidência da fraude. A pluralidade de contratos, com um só segurador, não caracteriza o seguro múltiplo.
Identidade de Objeto: A pluralidade de seguradores não dá ensejo a caracterização do seguro múltiplo se não houver, concomitantemente, a identidade de objeto. Segurado que contrata vários seguradores para coberturas variadas, tais como, sua casa, móveis e utensílios e objetos de arte, todos garantindo o seguro de incêndio, não caracteriza o seguro múltiplo. 
Identidade de Risco: Além da pluralidade de seguradores e a identidade de objeto é necessário, concomitantemente, a incidência da identidade de risco. O mesmo objeto pode estar sujeito a riscos diferentes e a cobertura deles ser distribuída de forma diferente entre vários seguradores. Uma fábrica – seguro-incêndio com um – lucros-cessantes com outro – furtos com um terceiro e fidelidade de empregados com um quarto. Não há concorrência entre as obrigações dos seguradores pois a garantia oferecida por cada seguro não interfere na do outro.
Identidade de Interesse: Faltando a identidade de interesses também não se caracteriza a existência de seguros múltiplos. O nosso direito não acolhe estas lições – Casos – Usufruto – Nu-proprietário e Usufrutuário – art 735 §§ 1º e 2º -Ncc 735 §1 e § 2. A dupla cobertura não é admitida em lei. Na prática os seguros não são cancelados e sim, os seguradores, dividem proporcionalmente o valor segurado entre cada um.
Devedor e Credor Hipotecário – C.Civil art. 1463 – transmissão do direito à indenização para o credor hipotecário.art 785 ncc
Locatário e Locador – Pode não haver coincidência de riscos porque o locatário não responde pelos riscos de caso fortuito e força maior, vício de construção e propagação de incêndio iniciado em outro prédio – Art. 1.208 do C.Civil.(sem dispositivo correspondente)
Na prática o que acontece é que se verifica é a cobertura dos mesmos riscos em razão das condições de padronização dos contratos. Assim os contratos são múltiplos. Infere-se do exposto que, diante de nossa legislação, não se pode admitir, como se vê no direito comparado, o requisito da identidade de interesse para caracterização do seguro múltiplo. O direito comum, prevendo normas especiais, impõem critérios que tornam os seguros múltiplos, mesmo que sejam diferentes os interesses dos segurados na coisa que é objeto da estipulação. (Múltiplo por força de lei – na ausência de identidade de interesse)
Simultaneidade de cobertura: As coberturas devem ser simultâneas (concomitantes) descaracterizando-se a ocorrência do seguro múltiplo no caso de diferimento no tempo ou seja, no caso da sucessão de coberturas. Contratos que operam em épocas diferentes e que não há cumulação de obrigação de um segurador com outro não caracterizam a existência dos seguros múltiplos.
1.3. Exceções:
Concomitância de cobertura genérica com outra específica não seguem as normas de seguros múltiplos sendo as responsabilidades subsidiárias e prevalecendo o seguro mais específico. Ex: Seguro Incêndio – Um segurador garante o estoque de arroz contra o risco incêndio num armazém geral que mantém outro contrato com outra seguradora para manter a cobertura de mercadorias.
Definição de Seguro Múltiplo – J.C. Moitinho de Almeida – “Quando existem vários contratos relativos ao mesmo interesse, mesmo objeto e mesmo risco e respeitando a um período de tempo pelo menos coincidente, quer ultrapassem ou não o valor segurável, diz-se que os seguros são múltiplos. Definição de Picard et Besson – “ Há seguros múltiplos quando diversos seguradores garantem simultaneamente e de forma idêntica o mesmo objeto contra o mesmo risco e pelo mesmo interesse.”
Gênero – Seguro Múltiplo
Espécies – o Cumulativo e o Co-Seguro .
Cumulativo – quando somadas as importâncias seguradas ultrapassam o valor de risco.
Co-Seguro – O total do seguro é dividido entre dois ou mais seguradores, ficando cada um com uma cota parte, sob a forma percentual ou até fixa. Definição de Amílcar Santos;” É a existência de vários seguradores, garantindo, diretamente, sob as mesmas condições e contra os mesmos riscos, o mesmo objeto, porém cada um deles limitando sua responsabilidade à importância da respectiva cota expressamente declarada na apólice.”
1.4. DISCIPLINA JURÍDICA DOS SEGUROS MÚLTIPLOS
Critérios de fixação da responsabilidade dos seguradores em caso de concorrência simultânea entre todos.
dar prevalência ao contrato mais antigo estabelecendo a responsabilidade de cada um em razão da precedência e ordem cronológica correspondente a cada um;
admitir a obrigação simultânea de todos os seguradores proporcionalmente à importância segurada de cada um;
finalmente, veicular todos os seguradores, solidariamente, permitindo desta forma ao segurado receber o total da indenização de um deles que fica com o direito de regresso sobre os demais seguradores.
Nosso código Comercial adota o primeiro critério dizendo que o primeiro contrato é nulo inexistindo tal possibilidade só em caso do primeiro seguro não abranger o valor da coisa por inteiro ou haver sido realizado com exceção de alguns riscos. Art. 677
Art. 683 - Dificuldade: Em caso de o primeiro contrato não produzir efeitos por alguma razão jurídica qualquer os contratos subseqüentes continuarão sem efeito ? 
Na França, a partir do séc.XIX, adotou-se a regra do pagamento proporcional do seguro pelas seguradoras.
Na Itália e Alemanha adotou-se a solidariedade entre os seguradores ficando com direito de regresso sobre os demais.
No Brasil – Mantém o critério da prevalência da antiguidade mas relativizando a disposição do Código Comercial que rezava no sentido do dever da nulidade, alterando ambas para a possibilidade da anulação. A antiga norma imperativa do Cód. Comercial foi tornada uma cláusula dispositiva. Substituiu-se o Deve Ser pelo Pode Ser. Art. 1439 do C. Civil. (sem dispositivo correspondente)
A prática incluiu uma série de cláusulas padrão nas Apólices regulando de forma padronizada este aspecto.

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