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RESUMO DO ARTIGO: A NOVA LEI DA TERCEIRIZAÇÃO E A REFORMA TRABALHISTA

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GISELI ANDRISE CONCI 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DO ARTIGO: 
A NOVA LEI DA TERCEIRIZAÇÃO E A REFORMA TRABALHISTA 
 
 
Trabalho acadêmico apresentado 
à disciplina de Direito do Trabalho 
do Curso de Bacharelado em 
Direito, da Faculdade de Pato 
Branco – FADEP. 
 
Orientadora Profª. Msc. Anelícia 
Verônica Bombana Consoli 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PATO BRANCO-PR 
ABRIL/2018 
 
1. A TERCEIRIZAÇÃO ANTES DA NOVA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
 
A terceirização lícita, extraída da Súmula nº 331 do C. TST, era aquela 
em que a tomadora terceirizava a atividade-meio, como por exemplo, atividades 
de vigilância, conservação e limpeza. Já a terceirização da atividade-fim ou 
quando configurava a subordinação estrutural do trabalhador com o tomador de 
serviços era reconhecida como ilícita. 
Tradicionalmente o fenômeno da terceirização sempre foi visto como 
um instituto que “permite que se transfira a terceiro atividades reconhecidamente 
genéricas, secundárias, acessórias ou de suporte ao empreendimento, de forma 
a permitir que a empresa envide esforços e concentre atenção naquelas 
atividades contrais ou principais vertidas em seu objeto social.”. (DELGADO, 
2016. Pag. 487) 
Nesse mesmo sentido, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho, 
Maurício Godinho Delgado, que entende a terceirização como um fenômeno que 
dissocia a relação econômica de trabalho, em que o trabalhador faz parte do 
processo produtivo, mas sem os laços justrabalhistas. 
 
 
2. A NOVA FORMA DE TERCEIRIZAÇÃO 
 
Com a aprovação da Lei nº 13.467/2017, houve uma mudança no 
conceito de terceirização, deixando-o mais abrangente, conceituado no artigo 4º-
A: “Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela 
contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive sua 
atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviços 
que possua capacidade econômica compatível com a sua execução.”. 
Essa pessoa jurídica de que fala o artigo supracitado, torna-se 
responsável pela prestação de serviços a terceiros, dedicando-se à execução de 
serviços determinados e específicos, ressaltando-se ainda, que não deve haver 
a pessoalidade e subordinação direta dos empregados terceirizados para com 
os representantes legais para que essa terceirização seja lícita. 
Vale ressaltar, que as legislações aprovadas não autorizam que se 
faça uso da terceirização como instrumento de intermediação de mão de obra, 
até porque essa pactuação é excepcionalmente admitida apenas nas relações 
de trabalho temporário. 
Diante disso, não se deve confundir a intermediação de mão de obra 
com a legítima e efetiva terceirização de serviços, viabilizada por uma pessoa 
jurídica de direito privado a terceiros. 
 
 
3. AS ILICITUDES DA TERCEIRIZAÇÃO 
 
No intuito de evitar a “mercantilização do trabalho humano”, o 
legislador trouxe duas importantes regras, que se não forem observadas, 
acarretarão em nulidades das terceirizações, resultando na declaração de 
vínculos de emprego entre terceirizados e empresas contratantes. Sejam essas 
regras: 
A primeira busca reprimir a “pejotização” dos trabalhadores que, nos 
últimos 18 (dezoito) meses que antecederam a vigência da Lei nº 13.467/2017, 
tenham prestado serviços à empresa contratante, seja na qualidade de 
empregados ou autônomos, e tenham sido forçados a constituir “pessoas 
jurídicas” para continuarem prestando serviços a essa empresa. 
Já a segunda, não observará o transcurso desse prazo, pois será 
aplicada aos empregados que tiveram seus contratos rescindidos após a 
vigência da reforma trabalhista e voltar a prestar serviços, como empregado de 
empresa terceirizada ao seu então empregador. 
 
 
4. DISCUÇÃO NO ÂMBITO NACIONAL E INTERNACIONAL 
 
Inscrita no Tratado de Versalhes, de 1919, a constituição da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT) tratou expressamente sobre o 
problema pertinente ao recrutamento da mão de obra, defendendo o preceito de 
que “o trabalho humano não é mercadoria de comércio” e sim, deve ser visto 
como meio de colaboração, livre e eficaz, na produção de riquezas. Valor esse, 
reafirmado na Declaração da Filadélfia, de 1944. 
Muito ainda há que se discutir nos Tribunais sobre as novas 
regulamentações relativas à terceirização, mas mesmo sem enfrentar o mérito 
da Lei nº 13.429/2017, alvo de ações diretas de inconstitucionalidade, e para 
defender o direito adquirido do empregado a condições de trabalho mais 
vantajosas, o Tribunal Superior do Trabalho posicionou-se pela inaplicabilidade 
das novas regras incorporadas à terceirização de serviços para as relações de 
trabalho regidas e extintas sob a égide da Lei nº 6.019/1974. Devendo, os 
contratos de tr5abalho celebrados e findos antes da entrada em vigor da Lei nº 
13.429/2017, observar o entendimento jurisprudencial firmado no item I da 
Súmula nº 331 do C. TST – “A contratação de trabalhadores por empresa 
interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos 
serviços, salvo no caso de trabalho temporário – amparado no antigo teor da Lei 
6.019/1974. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CALCINI, Ricardo Souza. A nova lei da terceirização e a reforma 
trabalhista. 2017. Disponível em: 
<http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI267633,21048-
A+nova+lei+da+terceirizacao+e+a+reforma+trabalhista>. Acesso em: 11 abr. 
2018.

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