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Renal Rins formam urina e têm funções regulatórias. Ureteres têm m. liso que sofre delicada peristalse. Havendo cálculo, aumenta essa peristalse → dor. Atropínicos/inibidores da COX tratam cólica renal (prostaglandinas causam contração. Sem COX não há prostaglandinas. Ach também contrai ureter e, bloqueando-se o receptor muscarínico com a atropina, não há contração). A distensão vesical causa reflexos PS para contração e micção. Há esfíncter externo de m. estriado esquelético que garante o controle do fluxo miccional. Ureteres entram obliquamente no m. detrusor, de modo que a urina não reflui da bexiga para ureteres, evitando a contaminação por bactérias. Rins recebem 25% do sangue do DC (fluxo sanguíneo muito grande para filtrar o sangue, baixa taxa metabólica, já que esse sangue não vem para nutrir o rim). Qualquer coisa que diminua o fluxo sanguíneo para os rins, causa insuficiência renal: 1) insuficiência renal pré-renal → problema na circulação renal. O rim não está comprometido, mas há dificuldade do sangue chegar aos rins. Ex.: choques, hemorragias. Essa insuficiência é sempre aguda; 2) insuficiência renal renal → o problema está no rim, havendo comprometimento de suas estruturas e funções. Ex.: glomerulonefrite, doenças tubulares, doenças no néfron. Normalmente são crônicas. Relacionam-se à HAS e ao diabetes mellitus; 3) insuficiência renal pós-renal → causada por obstrução das vias urinárias, causando aumento da pressão nos rins. Ex.: cálculo (se unilateral, raramente causa insuficiência renal), tumores, CA ou hiperplasia de próstata. Túbulos reabsorvem íons e moléculas que ainda sirvam para o organismo, como K+, glicose... A creatina não é reabsorvida, sendo eliminada na urina e indicando a taxa de filtração renal. Circulação renal: a. renal → a. interlobar → a. arqueada (dividem córtex e medula) → arteríola interlobular → arteríola aferente → capilares glomerulares → arteríola eferente. Capilares glomerulares não têm extremidade venosa como os sistêmicos. Por isso, quando o sangue entra no capilar glomerular, encontra alta pressão graças ao tônus arteriolar (m. liso); Capilares glomerulares não têm o esquema padrão de filtração-e-reabsorção, já que sua pressão = 60mmHg (num capilar normal seria de 17,3mmHg). Portanto, nos capilares glomerulares só há filtração e não reabsorção. Essa pressão muito elevada leva à conclusão de que tudo o que passa pelos capilares glomerulares vai para a cápsula de Bowman, mas nada consegue passar da cápsula para os capilares glomerulares, explicando, assim, porque os capilares glomerulares não nutrem o néfron. docsity.com Capilares peritubulares originam-se a partir da a. eferente, se enroscando nos túbulos do néfron, nutrindo-o e permitindo a ligação com células tubulares. Diferentemente dos capilares glomerulares, terminam numa extremidade venosa, drenando para a v. renal. Néfrons corticais x justamedulares: – os corticais foram esses estudados até agora, representando 90% dos néfrons totais; – justamedulares estão na junção córtex-medula, corticais estão no córtex; – justamedulares recebem somente 10% do fluxo sanguíneo renal, corticais recebem 90%; – nos justamedulares, os capilares originados pela arteríola eferente dão retos (vasa recta), paralelos aos túbulos na medula. Já nos néfrons corticais, os capilares vindos da arteríola eferente são enovelados, enroscando-se nos túbulos (capilares peritubulares); – osmolaridade cortical = 300mOsm; osmolaridade medular = 1400mOsm. A osmolaridade do interstício renal vai aumentando, à medida em que se aproxima da medula, sendo esta hipertônica em relação ao plasma, para permitir o processo de concentração da urina, podendo-se afirmar que são os néfrons justamedulares os responsáveis pela concentração da urina. Vasos retos ajudam a manter a hipertonicidade da medula, onde a urina adquire sua tonicidade. Fluxo cortical: rápido → 90% do total. Fluxo medular: lento → 10% do total. Sua velocidade é baixa porque são longos. O fluxo deve ser menor porque a medula não pode ser “lavada”, tendo seus solutos arrastados. A vasa recta tem baixo fluxo, alta resistência e visa manter a hipertonicidade medular. Fluxo sanguíneo renal: 1250mL/min. Funções renais: – regulação do volume de água corporal; – controle da PA; – controle da osmolaridade sanguínea; – controle eletrolítico; – controle do equilíbrio ácido-base (pH urinário é ácido); – excreção de resíduos metabólitos e substâncias exógenas; – gliconeogênese – controla da glicemia de jejum; – conservação de nutrientes; – produção de hh. locais (adenosina, prostaglandinas, endotelina, angiotensina...); – secreção de eritropoietina e renina; – formação de vitamina D3 ativa Na insuficiência renal, há: – acidose; – HAS; – hipervolemia; – insuficiência cardíaca; – deficiência de eliminação de K+ da dieta (hiperpotassemia); – aumento da ureia no sangue; – aumento da creatinina no sangue. A diálise estimula as funções renais, mantendo as taxas de excreção “normais”. Porém, não substitui a gliconeogênese. Sem eritropoietina, há anemia. Sem renina, não há o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Sem a vitamina D3 ativa, não há fixação de Ca++ e há osteoporose. docsity.com Substâncias que não foram filtradas pelo glomérulo podem aparecer na urina, através da secreção tubular paracelular. É uma forma da substância passar do sangue para a luz renal, sem passar pela filtração glomerular. A filtração glomerular é passiva e não sofre a modulação de hh. A taxa de filtração glomerular depende: – 1- do coeficiente de filtração Kf; – 2- da pressão efetiva de filtração. 1- COEFICIENTE DE FILTRAÇÃO (Kf): – depende da permeabilidade da barreira de filtração, formada por: – endotélio capilar fenestrado → sendo fenestrado, não atrapalha muito a filtração; – membrana basal glomerular → externas ao endotélio capilar fenestrado, apresenta dois elementos que atrapalham a filtração: uma barreira física que se relaciona ao alto peso molecular [substâncias < 1,8nM 20Å filtram (água, íons); substâncias > 4,4nM 40Å não filtram (albumina); substâncias entre esses pesos dependem do formato, carga...] e outra, elétrica com sialoproteínas (glicoproteínas com ácido siálico) negativas, que repelem substâncias negativas. Substâncias muito leves, porém, como os cátions e ânions, passam, independentemente de suas cargas. – fendas de filtração → podócitos (células da cápsula de Bowman) emitem pedicélios em direção ao glomérulo, unindo a MP da cápsula à parede do vaso sanguíneo e deixando espaços chamados fendas de filtração. Estas são compostas por proteínas: nefrina (que diminui do diabetes mellitus), podocina (no podócito), formando, também, uma barreira física para a filtração glomerular. – mudanças no Kf são raras e só ocorrem na doença glomerular (padrão inflamatório → espessamento da membrana → diminuição do Kf = padrão nefrítico; lesão da barreira de filtração → aumento do Kf → padrão nefrótico → albuminúria) Doenças que aumentam a permeabilidade da membrana glomerular: – aumentam o Kf por lesar nefrina, podocina, colágeno... Isso permite que muitas substâncias que não passariam naturalmente, entrem, o que caracteriza a síndrome nefrótica (maior filtração pela diminuição da barreira). – SÍNDROME NEFRÓTICA: – proteinúria (albumina agora consegue passar, sendo excretada) leva à hipoalbuminemia, causando um edema nefrótico pela diminuição da pressão coloidosmótica do plasma (o edema nefrótico é hipoproteico); – aumento de lipídeos, especialmente colesterol, já que o fígado, para compensar a proteinúria, começa a trabalhar mais, sintetizando mais substâncias como albumina e colesterol. – SÍNDROME NEFRÍTICA: – inflamação na barreira glomerular por infecções renais, por exemplo; – inflamação lesa o glomérulo, montandoquadro inicial de aumento de Kf com hematúria e discreta proteinúria; – à medida em que a inflamação segue, forma-se um tecido fibroso no glomérulo, devido à cicatrização, o que espessa a barreira e diminui o Kf; – com isso, há diminuição da excreção de Na+ e água, o que aumenta a volemia e leva a um edema por hipervolemia e à HAS. Obs.: é muito mais fácil controlar a taxa de filtração glomerular pela pressão efetiva de filtração do que pelo Kf, já que é muito difícil mudar a morfologia,a estrutura das membranas. Mas não quer dizer que não aconteça. Obs.²: células mesangiais não fazem parte da barreira de filtração porque não formam barreiras físicas, mas têm a capacidade de aumentar ou diminuir o Kf. Como? Células mesangiais amparam os capilares glomerulares e fazem fagocitose, secreção, sustentação e possuem fibras de m. liso. A contração ou relaxamento deste pode afetar o Kf (contração aproxima os pedículos, diminuindo o Kf, a taxa de filtração glomerular e a diurese; relaxamento afasta os pedículos, aumentando o Kf, a taxa de filtração glomerular e a diurese): Atriopeptina → relaxa célula mesangial → aumenta diurese; Hiperatividade simpática via NOR → contrai célula mesangial → diminui diurese; Angiotensina II → contrai célula mesangial → diminui diurese. 2- PRESSÃO EFETIVA DE FILTRAÇÃO: – capilares glomerulares têm predomínio de filtração; – alto fluxo sanguíneo renal; – alta resistência da arteríola eferente; – alta pressão glomerular: docsity.com – Taxa de filtração glomerular = Kf x pressão efetiva de filtração: 125mL/min = 12,5mL/min/mmHg 10mmHg docsity.com