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BIBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA - 24. Jeremias

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Prévia do material em texto

O livro de 
JEREMIAS 
11: Autor Jeremias profetizou durante o reinado dos ' li'.·. ' últimos reis de Judá: Josias (640-609 a.C.), Jeoacaz ;,, ~ (609). Jeoaquim (609-598). Joaquim (598-597) e "" -~.-- Zedequias 1597-586). O reino de Judá terminou no 
exílio da maior parte de seu povo para a Babilônia, especialmente 
como resultado de duas invasões pelo rei Nabucodonosor 1597 e 
586 a.C.). embora as primeiras deportações já tivessem ocorrido 
em 605 (Dn 1.1, nota). O reino do Norte, Israel, tinha sido conquis-
tado pelos assírios um século antes de Jeremias iniciar o seu mi-
nistério. A própria Assíria caiu diante da Babilônia em 612 a.e, e o 
reino do Norte nunca foi restaurado. Jeremias anunciou a vinda do 
julgamento de Deus sobre o seu povo e viveu para testemunhar o 
cumprimento da sua profecia. 
O profeta Jeremias era também sacerdote, originário da cidade 
sacerdotal de Anatote, situada no território de Benjamim ( 1.1, nota). 
Sendo uma figura solitária devido à sua mensagem impopular 
115 17), Jeremias foi por Deus proibido de casar, como sinal da imi-
nente cessação da vida normal em seu país (16.2). Jeremias tam-
bém viu-se em oposição às autoridades da nação e a todas as 
classes de pessoas 126.8). Em conseqüência disso, por várias vezes 
a sua vida correu sério risco (11.18-23; 18.18; 26.8; 36.19; 38.6). A 
sua mensagem o colocava no centro dos acontecimentos políticos. 
Ele foi perseguido especialmente pelo rei Zedequias por causa dos 
seus comentários quanto ao provável resultado do ataque final dos 
exércitos babilônicos que se aproximavam (37.3, 17). Politicamente, 
este foi um período turbulento, pois o Egito e a Babilônia disputavam 
a região. Por diversas vezes, Jeremias profetizou uma vitória babilô-
nica, proclamando que o Senhor estava usando Nabucodonosor 
como o seu chicote. Quando Jerusalém caiu em poder da Babilônia, 
o comandante dos babilônios recebeu do próprio Nabucodonosor a 
missão especial de cuidar do profeta, cuja fama havia se espalhado 
até ao centro do império (39.11-14). 
-- · ·· - Data e Ocasião O pano de fundo para a pro-
fecia é a longa batalha ocorrida em Judá entre a ado-
ração idólatra de deuses estrangeiros, profundamente 
-- -- enraizada desde o reinado de Manassés (696-642 
a.C.), e a adoração ao Senhor, que Josias tentou restaurar com a sua 
reforma (ver 2Rs 22; 23). A reforma teve início em 628 a.e. (ver 2Cr 
34.3, nota) e recebeu novo impulso com a descoberta do Livro da Lei 
em 621 a.C. (2Rs 22.8). O chamado de Jeremias se deu em 626 a.e. 
(1.2, nota). A fase inicial do seu ministério coincide com a reforma de 
Josias. Contudo, Jeremias testemunha o fracasso da reforma de Jo-
sias na tentativa de proporcionar um grande impacto na vida do 
povo, pois os abusos religiosos de Manassés foram retomados pelos 
sucessores de Josias. 
Características e Temas A mensagem 
de Jeremias passou por fases que não correspon-
dem exatamente à estrutura do livro tal qual o te-
mos: (a) Ele exortou Judá a arrepender-se e evitar o 
castigo, que, de outra forma, seria inevitável (p. ex., 7.1-15). (b) 
Ele anunciou que o tempo de arrependimento havia passado; já 
que o julgamento contra o povo estava agora decidido (19.10-11, 
notas). O julgamento é o tema dominante no livro, e é. compreen-
dido como a invocação da maldição final da aliança, ou seja, a 
perda da Terra Prometida (Lv 26.31-33; Dt 28.49-68). (c) O Se-
nhor salvaria o seu povo, ou um remanescente dele, depois do 
exílio (24.4-7, notas). Embora os babilônios prevalecessem sobre 
Judá, por vontade do Senhor, isto aconteceria apenas por um 
tempo limitado - a Babilônia, por sua vez, também cairia 
(25.9, 11-12). Esta profecia se cumpriu em 539 a.C., quando os 
babilônios foram derrotados pela aliança entre persas e medos, 
sob o comando de Ciro, preparando caminho para o retorno dos 
exilados de Judá 150.3; 51.1,27-28; 2Cr 36.20-23). Essa promes-
sa da libertação final foi a resposta de Jeremias aos falsos profe-
tas que constantemente desafiavam sua mensagem de 
julgamento (28.1-4). 
Jeremias também proclamou a mensagem de salvação, po-
rém da perspectiva da condenação (29.11-14). Essa mensagem 
está cristalizada na profecia da nova aliança (texto principal: 
31 .31-34). A profecia da nova aliança está construída com os prin-
cipais ingredientes da aliança mosaica no Sinai: ela enfoca a vonta-
de de Deus de relacionar-se com o seu povo eleito e da exigência a 
este povo de que responda ao amor de Deus com obediência IÊx 
19.3-6; Dt 7.6-11 ). A nova aliança fala da capacitação do povo de 
Deus para obedecer-lhe (31.33, nota; 32.40, nota). Embora esta 
seja uma promessa voltada para toda a nação (31.31, nota), trata-
se de algo novo, que o Novo Testamento mostra que será cumprido 
no grande "Israel de Deus" (GI 6.16) através de Cristo (22.30, nota; 
23.5, nota; 30.9; 31.33, nota; 33.18, nota). 
Jeremias revela o seu envolvimento pessoal com a sua men-
sagem de forma mais profunda do que os demais profetas (po-
rém cf. Is 22.4; Mq 1.8-9). e ele vive a agonia do povo em vista da 
aproximação dos exércitos da Babilônia, antes mesmo que o 
povo a sinta (4.19-21; 10.19-22; 14.19-22). Ele sente também o 
sofrimento do Senhor com relação ao pecado que ele está teste-
munhando (8.21-9.3, notas). O seu papel é de mediador por na-
tureza. Este papel torna-se mais comovente na série de 
passagens geralmente denominadas as "Confissões" do profeta 
111.18-20; 12.1-4; 15.10-18; 17.14-18; 18.19-23; 20.7-18). Ne-
las, Jeremias expressa a sua angústia pelo grande peso do seu 
chamado profético; ele ora pela vingança contra os seus inimigos 
pessoais e chega a acusar o Senhor de tê-lo forçado ou enganado 
(15.18; 20 7). Algumas dessas orações provocam respostas do 
Senhor que contêm reprovações e encorajamentos (11.21-23; 
12.5-6; 15.19-21). O encorajamento dado a Jeremias em 
15.19-21 ecoa, mais tarde, em uma oração de Efraim, que recebe 
a sua própria resposta (31 .18-20). A boa disposição do Senhor 
com relação a Jeremias, contudo, torna-se uma garantia da fide-
lidade intencionada por Deus a todo o povo, durante e depois do 
julgamento iminente. 
JEREMIAS 860 
O livro contém material variado que dificulta a sua leitura como 
uma narrativa seqüencial e linear. Boa parte de Jeremias é com-
posta de oráculos poéticos proclamados pelo profeta (p. ex., caps. 
2-6). Em outros momentos, um determinado argumento é de-
senvolvido em um estilo mais prosaico ou sermôn1co (p. ex., 
7.1-15). Há também narrativas na terceira pessoa a respeito do 
próprio profeta escritas, presumivelmente, por outra pessoa (p. ex., 
37-45). O cap. 52 se apresenta como um apêndice editorial (ver 
a última frase de 51.64) Portanto, a composição do livro é comple-
xa, como se pode esperar da extensão do ministério solitário de Je-
remias (25.3). No texto transparece toda a abrangência e a força 
do ministério de Jeremias desde a perspectiva do cumprimento 
das suas repetidas exortações sobre a condenação que estava 
para vir. 
Se o texto foi completado durante o exílio (que é o último fato 
histórico mencionado no livro), o propósito seria o de castigar os 
exilados, encorajando-os a refletir sobre o significado do seu exílio. 
Ao mesmo tempo, o texto procura despertar a esperança, uma vez 
que o profeta que anunciou o julgamento - e ficou provado que 
Esboço de Jeremias 
1. O chamado do profeta (cap. 1) 
li. Oráculos, em especial sobre o julgamento de Judá 
(caps. 2-20) 
A. Exortações ao arrependimento e figuras do 
julgamento (caps. 2-6) 
B. A liberdade do Senhor para julgar o seu povo 
(caps. 7-10) 
C. A quebra da aliança: primeiras confissões 
(caps. 11-13) 
D. A seca; Jeremias como intercessor (caps. 14-15) 
E. Sinais do julgamento vindouro e uma confissão 
(16.1-17.18) 
F. Um sermão sobre o sábado (17.19-27) 
G. O oleiro, os propósitos de Deus e os julgamentos de 
Jeremias (caps.18-20) 
Ili. O fim da dinastia davídica; salvação somente através do 
exílio (caps. 21-24) 
A. Juízo contra os reis (caps. 21-22) 
B. Juízo contra os profetas (cap. 23) 
C. Os figos remanescentes (cap. 24) 
IV. A necessidade do domínio babilônico sobre as nações 
(caps. 25-29) 
A. Setenta anos de cativeiro (cap. 25) 
B. Prisão e julgamento de Jeremias (cap. 26) 
C. Os falsos profetas (caps. 27-29) 
V. Promessas de restauração (caps. 30-33) 
ele estava certo -, também pregou a mensagem da restauração 
lina\ de Judá à terra e do relacionamento privilegiado do povo com 
o seu Deus. Jeremias foi, sem dúvida, auxiliado por Baruque na 
compilação do livro, e pode ser que o mesmo Baruque também 
tenha registrado as narrativas na terceira pessoa. 
Um indício do processo através do qual as diversas profecias e 
sermões possam ter-se transformado em um livro encontra-se em 
36.4-6, onde Baruque registra todas as palavras "que saem da 
boca de Jeremias" (nota textual, v. 4). Quando o rolo do manuscrito 
é destruído por Jeoaquim. o Senhor ordena a Jeremias que o 
reescreva, acrescentando outras mensagens. Há uma referência 
também em 51.60 de que Jeremias tenha registrado suas 
profecias em um livro. 
O conteúdo do livro não está organizado em ordem crono-
lógica. mas sim em ordem temática. Os caps. 21-24 são cons-
tituídos por profecias que se referem a cada um dos sucessores de 
Josias até (mas excluindo) Zedequias. Da mesma forma, os caps. 
35-36 voltam ao reinado de Jeoaqu1m, depois dos episódios que 
envolveram Zedequias. 
A. Retorno à terra (cap. 30) 
B. A nova aliança (cap. 31) 
C. Certeza da libertação do Senhor (caps. 32-33) 
VI. Os últimos dias de Jerusalém (caps. 34-39) 
A. Rejeição da palavra do Senhor (caps. 34-36) 
B. Encarceramento de Jeremias (caps. 37-38) 
C. A queda de Jerusalém (cap. 39) 
VII. Conseqüências da queda de Jerusalém 
(caps. 40-45) 
A. O governo e o assassinato de Gedalias 
(40.1-41.10) 
B. A fuga para o Egito; profecias lá proferidas 
(41.11-44.30) 
C. A promessa a Baruque (cap. 45) 
VIII. Oráculos de julgamento contra as nações 
(caps. 46-51) 
A. Contra o Egito (cap. 46) 
B. Contra a Filístia (cap. 4 7) 
C. Contra Moabe (cap. 48) 
D. Contra Amom (49.1-6) 
E. Contra Edom (49.7-22) 
F. Contra Damasco (49.23-27) 
G. Contra as tribos árabes (49.28-33) 
H. Contra Elão (49.34-39) 
1. Contra a Babilônia (caps. 50-51) 
IX. Apêndice: a queda de Jerusalém (cap. 52) 
861 JEREMIAS 1 
A vocação de Jeremias 
1 Palavras de Jeremias, filho de Hilquias, um dos sacerdo-tes que estavam ªem Anatote, na terra de Benjamim; 2 a 
ele veio a palavra do SENHOR, nos dias de bJosias, filho de 
Amam e rei de Judá, ena décimo terceiro ano do seu reinado; 
3 e também nos dias de dJeoaquim, filho de Josias, rei de 
Judá, e até ao fim do ano undécimo de Zedequias, filho de Jo· 
sias, rei de Judá, e /ainda até ao quinto mês do exílio de Jeru-
salém. 
4 A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: 
s Antes que eu te gformasse no ventre materno, heu te co-
nheci, e, antes que saísses da madre, 1 te iconsagrei, e te 
2 constituí profeta às nações. 6 Então, lhe disse eu: I ah! 
SENHOR Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma 
criança. 7 Mas o SENHOR me disse: Não digas: Não passo de 
uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e 1tudo 
quanto eu te mandar falarás. B mNão temas diante deles, por-
que neu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR. 9 Depois, es-
tendeu o SENHOR a mão, ºtocou-me na boca e o SENHOR me 
disse: Eis que Pponho na tua boca as minhas palavras. 
10 qO!ha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os rei-
nos, para 'arrancares e derribares, para destruíres e arruinares 
e também para edificares e para plantares. 
A visão da vara de amendoeira 
11 Veio ainda a palavra do SENHOR, dizendo: Que vês tu, 
Jeremias? Respondi: vejo uma vara de amendoeira. 12 Disse-
me o SENHOR: Viste bem, porque eu velo sobre a minha pala-
vra para a cumprir. 
A visão da panela ao fogo 
13 Outra vez, me veio a palavra do SENHOR, dizendo: Que 
•~~~~~~~~~~~ CAPÍTULO 1 1 a Js 21.18 2 b 2Rs 21.24 e Jr 25.3 3 d2Rs 23.34 e Jr 39.2Í2Rs 25 8; Jr 52.12 5 gls 49.1,5 h Êx 33.12 i[Lc 1.15] 1 te 
coloquei à parte 2designei 6/Êx 4.10; 6.12,30 7 INm 22 20,38 8 m Ez 2.6; 39 n Êx 3.12 9 ºIs 6.7 PÊx 4.11-16; Dt 18.18; Is 51.16 
1 O q 1 Rs 19.17 r Jr 18.7-1 O; Ez 22.18; [2Co 10.4-5] 
•1.1-19 Deus chama Jeremias para o seu ministério profético de anunciar o jul-
gamento divino contra Judá, por causa da idolatria. 
•1.1-3 Jeremias profetizou durante um período de quarenta anos, até ao exílio 
babilônico do povo de Judá. Durante esse período. a palavra do Senhor veio a ele 
por repetidas vezes 125.3). 
•1.1 sacerdotes que estavam em Anatote. Anatote era uma cidade sacerdo-
tal dos primeiros tempos (Js 21.17-18); cf. 11.21-23. Jeremias foi tanto um pro-
feta quanto um sacerdote. 
•1.2 a ele veio a palavra do SENHOR. Esta frase, com freqüência, abre livros 
proféticos lcf. Os 1.1; JI 1.1; Mq 1.1). As palavras registradas de Jeremias, por-
tanto, são palavras de Deus. 
Josias. Ele foi um rei piedoso que efetuou uma grande reforma religiosa iniciada 
em 628 a.C. 12Rs 22; 23; 2Cr 34; 35); Jeremias o aprova 122.15-16). embora ele 
faça poucas referências específicas à reforma. 
décimo terceiro ano. Ou seja, 626 a.C. 
•1.5 eu te formasse ... te conheci. A criação e eleição de Jeremias, por parte 
de Deus, estão integradas (quanto ao verbo "conhecer" com o sentido de "esco-
lher", ver Gn 18.19; Am 3.2). Essa separação antes do seu nascimento é a base 
da posição profética de Jeremias. Comparar também Moisés. cuja narrativa do 
nascimento IÊx 2) tem o mesmo significado, e Paulo IGI 1.15). 
às nações. A mensagem de Jeremias endereça-se principalmente a Judá, 
mas ele também tem palavras de julgamento para outras nações 125.8-37; 
46-51). 
• 1.6 não sei falar. Moisés fez um protesto semelhante IÊx 4.10). 
criança. Isso denota uma imaturidade que o desqualificava l1Rs 3.7). 
•1.8 Não temas. Esta garantia tem necessidade de ser repetida 110.5; 30.10; 
cf. Is 43.1; Lc 12.32). 
eu sou contigo. Estas palavras são a promessa essencial do Senhor ao seu povo 
IÊx 3.12; Is 7.14; Mt 1.23; 28.20). 
•1.9 tocou-me na boca. Isso indica que Jeremias foi consagrado para falar as 
palavras do Senhor (Is 6.7) 
tua boca as minhas palavras. Ver Êx 4.15; 2Pe 1.21. 
•1.1 O arrancares ... plantares. As figuras de linguagem salientam a mensa-
gem de destruição entregue por Jeremias, ao mesmo tempo em que também 
prefiguram a reconstrução feita pelo Senhor. A narrativa do seu chamado prepara 
para o ministério do profeta em toda a sua variedade. A palavra de Deus realiza os 
propósitos divinos lls 5511 ). 
•1.11 palavra. Este vocábulo também pode designar visões de revelação IAm 
7 8) 
O chamado de Jeremias (1.9-10) 
Quem? 
Origem? 
O filho de Hilquias (1.1) 
O reino de Josias, 626 a.e. (1.2) 
· to~l:i:~lífií'n~rofe1'11'-·as nações ( 1.5) 
Antes do seu nascimento (1.5) 
lllllm~• " :N;,;;::;J!il~.!:i™~~'.~11,::;~~:·,~:'j•:i,'''~:ti~1.i•:'!ftlJ•ib"dle uma Criança" (1.6) 
Deus o corrige 
<iaprí~ 
"Eu sou contigo" (1.7-8) 
D~u palavras dr;t . 
O caráter dramático do chamado de Jeremias realça o princípio de que quando Deus chama alguém 
para uma missão, ele o prepara para isso. Como Jeremias, nós listamos nossas fraquezas e 
limitações. Mas Deus nos promete sua presença, habilitando-nos . Como Jeremias, nós antevemos 
as dificuldades. Mas Deus promete nos libertar. Deus não nos chama para uma missão que não 
pretende nos ajudar a executar. 
JEREMIAS 1, 2 862 
vês? Eu respondi: vejo 5 uma panela ao fogo, cuja boca se in-
clina do Norte. 14 Disse-me o SENHOR: Do 1Norte se derrama· 
rá o mal sobre todos os habitantes da terra. 15 Pois eis que 
"convoco todas as tribos dos reinos do Norte, diz o SENHOR; e 
virão, e v cada reino poráo seu trono à entrada das portas de 
Jerusalém e contra todos os seus muros em redor e contra to-
das as cidades de Judá. 16 Pronunciarei contra os moradores 
destas as minhas sentenças, por causa de toda a malícia deles; 
pois me x deixaram a mim, e queimaram 2 incenso a deuses 
estranhos, e adoraram as obras das suas próprias ªmãos. 
17Tu, pois, bcinge os lombos, dispõe-te e dize-lhes tudo 
quanto eu te mandar; e não te espantes diante deles, para que 
eu não te infunda espanto na sua presença. 18 Eis que hoje te 
ponho dpor cidade fortificada, por coluna de ferro e por mu· 
ros de bronze, contra todo o país, contra os reis de Judá, con-
tra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes e contra o seu 
povo. 19 Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu 
sou contigo, diz o SENHOR, para te livrar. 
das as famílias da casa de Israel. 5 Assim diz o SENHOR: gOue 
injustiça acharam vossos pais em mim, para de mim se afasta-
rem, hindo após a nulidade dos 2 ídolos e se tornando nulos 
eles mesmos, 6 e sem perguntarem: Onde está o SENHOR, que 
nos ifez subir da terra do Egito? Que nos guiou através ido de-
serto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de se· 
quidão e sombra de morte, por uma terra em que ninguém 
transitava e na qual não morava homem algum? 7 Eu vos in-
troduzi numa 1terra fértil, para que comêsseis o seu fruto e o 
seu bem; mas, depois de terdes entrado nela, vós a m contami-
nastes e da minha herança fizestes abominação. 8 Os sacerdo-
tes não disseram: Onde está o SENHOR? E os que tratavam da 
nlei não me conheceram, os pastores prevaricaram contra 
mim, ºos profetas profetizaram por Baal e andaram atrás de 
coisas de nenhum proveito. 
Peifídia sem exemplo 
9 Portanto, ainda Ppleitearei3 convosco, diz o SENHOR, e 
até com os filhos de vossos filhos pleitearei. 10 Passai às terras 
O amor de Deus e a rebeldia do povo do mar de 4Chipre e vede; mandai mensageiros a 50uedar, e 
2 A mim me veio a palavra do SENHOR, dizendo: 2 Vai e ela- atentai bem, e vede se jamais sucedeu q coisa semelhante. ma aos ouvidos de Jerusalém: Assim diz o SENHOR: Lem- 11 rHouve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto 
bro·me de ti, da tua afeição quando eras ªjovem, e do teu que 5não eram deuses? 1Todavia, o meu povo trocou a sua 
amor quando noiva, be de como 1 me seguias no deserto, Glória por aquilo que é de nenhum proveito. 12 Espantai-vos 
numa terra em que se não semeia. 3 Então, CJsrael era cansa- disto, ó céus, e horrorizai-vos! Ficai estupefatos, diz o SE 
grado ao SENHOR e era das primícias da sua colheita; e rodos os NHOR. 13 Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me 
que o devoraram se faziam culpados; o mal !vinha sobre eles, deixaram, o "manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, 
diz o SENHOR. 4 Ouvi a palavra do SENHOR, ó casa de J acó e to- cisternas rotas, que não retêm as águas. 
·~~3; 243 14 1Jr6.1 15 "Jr622; 25.9 Vis 22.7; Jr393 16 XDt28.20; Jr 171Fls 65.3-4;~~ ªls3719;-Jr2~28 17 b~Rs - -
18.4~; 2Rs 4.29; Jó 383; Lc 1235; [1 Pe 1.13! e Ez 2.6 18 d Is 50.7; Jr 6.27; 15.20 
CAPITULO 2 2 a Ez 16.8; Os 2.15 b Dt 2.7; Jr 2.6 1 ias após mim 3 C[Êx 195-6; Dt 7.6; 14 2] dTg 1.18; Ap 14.4 e Jr 12.14 /Gn 12.3; Is 
41.11; Jr30.15-16; 50.7 S g1s 5.4; Mq 6.3 h2Rs 17.15; Jr8.19; [Jn 2.8]; Rm 1.21 2Lit. vapor, ídolos inúteis 6 iÊx20.2; Is 63.11 iDt815; 
32.1 O 7 1 Nm 13.37 m Nm 35.33; Is 24.5; Os 4.3 8 n Rm 2.20 o Jr 23.13 9 P Jr 2.35; Ez 20.35-36; Mq 6.2 3 contenderei 1 O q Jr 
18.13 4Hebr. Kittím, representativo de culturas ocidentais 5LJm deserto do norte da Arábia, representativo de culturas orientais 11 rMq 
4.5 5 SI 115.4; Is 37.19 t SI 106.20; Rm 1.23 13 u SI 36.9; Jr 17.13; [Jo 4 14] 
•1.13-14 fogo ... se derramará. A segunda visão, como a primeira, afirma quão 
inevitável e iminente é o JUÍZO contra Judá. O próprio Jeremias deve crer na men-
sagem, a fim de proclamá-la. 
•1.14 Norte. Embora a Babilônia ficasse a leste, a sua rota de marcha os trar'1a 
do Norte. 
•1.16 sentenças. O julgamento é uma obra de Deus, em relação ao seu povo de 
aliança 111.2), segundo a qual ele implementa as maldições da aliança IDt 
28 15-68). 
me deixaram a mim ... deuses estranhos. O pecado básico de Judá é a apos-
tasia; a questão central no livro é a fidelidade a Deus. 
queimaram incenso. Ver a nota em 11 . 13. 
obras das suas próprias mãos. Uma polêmica irônica lls 46.6). 
•1.17 cinge os lombos. Ou seja, ajusta as vestes em preparação para a batalha 
ou outras atividades (1Rs 18.46; 1 Pe 1.13). 
•1.18 reis ... povo. A acusação de Jeremias abrangerá toda a sociedade de 
Judá, do maior ao menor. 
•2.1--6.30 Jeremias usa numerosas figuras vívidas !como comparar Judá a um 
jumento selvagem e a uma prostituta), a fim de indiciar Judá por infidelidade a 
Deus (2.1-3.5) e para avisar sobre o julgamento infalível, se a nação não se arre-
pendesse e se voltasse para Deus 13.6---6.30). 
•2.2 Jerusalém. Em hebraico, as cidades são personificadas no gênero femini-
no 17.29, nota). 
afeição. Quanto à palavra hebraica lhesed), ver SI 36.5, nota. 
jovem ... noiva. O início do relacionamento de Israel com o Senhor, no deserto, 
após o êxodo do Egito, é lembrado como puro e devotado, como uma noiva para 
com o seu noivo. Ver Os 2.14-16 quanto a uma figura semelhante. 
•2.3 consagrado ... primícias. Estes termos são extraídos da vida de adoração. 
Como santo, Israel era consagrado ao Senhor IEz 22.26); as "primícias" são algo 
pertencente especificamente ao Senhor IDt 26.2; Os 9.10) 
se faziam culpados. A ofensa causada resultava do manuseio não autorizado 
de coisas santas. 
•2.7 contaminastes ... minha herança. Ver Dt 21.23. O povo santo de Deus 
IDt 7.6) habitava na terra que Deus lhe deu como herança. A terra pode ser conta-
minada ou, em termos religiosos, pode tornar-se uma "imunda" pelo pecado, por-
quanto ela permanece como possessão de Deus. Ver Lv 25.23. 
•2.8 sacerdotes. Estes também podem ser aqueles que manuseavam a lei 
(1818; Dt 31 9) ou podem ser um grupo de escribas 18.8). 
pastores. Uma figura de linguagem, com freqüência, usada para indicar gover-
nantes 123.1-4). 
profetas. Esses profetas eram um grupo oficial ao qual Jeremias, com freqüên-
cia, se opôs, por causa da apostasia deles 123.9-40; 28) 
•2.9 ainda pleitearei convosco. A metáfora do tribunal é retomada lv. 5; Os 
4.1, Mq 61-2) 
•2.1 O Chipre ... Quedar. Estas localidades representam o Oeste e o Leste, res-
pectivamente. O apelo toma o seu sentido da posição especial de Israel, a saber, 
a sua aliança com o Senhor, e da assertiva de Jeremias de que os deuses das na-
ções são impotentes. 
•2.12 ó céus. Ver também Is 1.2. Os céus e il terra .servem de testemunhas da 
aliança iOt 30.19; 31.28; 32.1) 
•2.13 dois males. Jeremias salienta a seriedade do pecado de Judá. 
águas. Só Deus provê água capaz de transmitir vida lls 55.1; Jo 410; 7.37-39) 
863 JEREMIAS 2 
14 Acaso, é Israel vescravo ou servo nascido em casa? Por 
que, pois, veio a ser presa? ts xos leões novos rugiram contra 
ele, levantaram a voz; da terra dele fizeram uma desolação; as 
suas cidades estão queimadas, e não há quem nelas habite. 
16 Até os filhos de 6Mênfis e de zTafnes te 7pastaram o alto da 
cabeça. 17 ªAcaso, tudo isto não te sucedeu por haveres dei-
xado o SENHOR, teu Deus, quando te bguiava pelo caminho? 
18 Agora, pois, que lucro terás Cjndo ao Egito para beberes as 
águas do dNiJo; ou indo à e Assíria para beberes as águas 8 do 
Eufrates? 19 A tua malícia te/castigará, e as tuas infidelidades 
te repreenderão; sabe, pois, e vê que mau e quão amargo é 
deixares o SENHOR, teu Deus, e não teres 9temor de mim, diz 
o Senhor, o SENHOR dos Exércitos. 
Israel adorou a Baal 
20 Ainda que há muito gquebrava eu o teu jugo e rompia as 
tuas ataduras, hdizias tu: 1Não quero servir-te. Pois, iem todo 
outeiro alto e debaixo de toda árvore frondosa, te deitavas e te 
/prostituías. 21 Eu mesmo te 1plantei como videexcelente, da 
semente mais pura; como, pois, te tornaste para mim muma 
planta degenerada, como de vide brava? 22 Pelo que ainda que 
te laves com salitre e amontoes potassa, continua a nmácula da 
2 tua iniqüidade perante mim, diz o SENHOR Deus. 
23 ºComo podes dizer: Não estou 3maculada, não andei após 
os baalins? Vê o teu rasto no vale, reconhece o que fizeste, dro-
medária nova de ligeiros pés, que andas ziguezagueando pelo 
caminho; 24 jumenta selvagem, acostumada ao deserto e que, 
no ardor do cio, sorve o vento. Quem a impediria de satisfazer 
ao seu desejo? Os que a procuram não têm de fatigar-se; no mês 
dela a acharão. 25 Guarda-te de que os teus pés andem desnudos 
e a tua garganta tenha sede. Mas tu dizes: PNão, é inútil; porque 
amo os q estranhos e após eles irei. 
26 Como se envergonha o ladrão quando o apanham, as-
sim se envergonham os da casa de Israel; eles, os seus reis, 
os seus príncipes, os seus sacerdotes e os seus rprofetas, 
27 que dizem a um pedaço de madeira: Tu és meu pai; e à 
5 pedra: Tu me geraste. Pois me viraram as costas e não o ros-
to; mas, em vindo a 1angústia, dizem: Levanta-te e livra-nos. 
28 ºOnde, pois, estão os teus deuses, que para ti mesmo fi-
zeste? Eles que se levantem se te vpodem livrar no tempo 
4 da tua angústia; porque os teus deuses, ó Judá, são tantos 
xcomo as tuas cidades. 29 Por que contendeis comigo? To-
dos vós transgredistes contra mim, diz o SENHOR. 30 Em vão 
z castiguei os vossos filhos; eles ªnão aceitaram a minha dis-
ciplina; a vossa espada bdevorou os vossos profetas como 
leão destruidor. 31 Oh! Que geração! Considerai vós a pala-
vra do SENHOR. Porventura, tenho eu sido para Israel um de-
serto? Ou uma terra da mais espessa escuridão? Por que, 
pois, diz o meu povo: 5 Somos livres! cJamais tornaremos a 
ti? 32 Acaso, se esquece a virgem dos seus adornos ou a noi-
va do seu cinto? Todavia, o meu povo se d esqueceu de mim 
por dias sem conta. 
33 Como dispões bem os teus caminhos, para buscares o 
amor! Pois até às mulheres perdidas os ensinaste. 34 Nas or-
las dos teus vestidos se achou também eo sangue de pobres 
e inocentes, não surpreendidos no ato de 6roubar. Apesar de 
todas estas coisas, 35 !ainda dizes: Estou inocente; certa-
mente, a sua ira se desviou de mim. Eis que g entrarei em juí-
zo contigo, hporquanto dizes: Não pequei. 36 iQue mudar 
leviano é esse dos teus caminhos? Também do Egito iserás 
envergonhada, 1 como foste envergonhada da Assíria. 
37 Também daquele sairás de mãos mna cabeça; porque o 
SENHOR rejeitou aqueles em quem confiaste, e nnão terás 
sorte por meio deles. 
• 14 v [Êx 4 22] 1 S x Is 17; Jr 50.17 16 z 2Rs 23.29-37; Jr 43.7-9 ó Hebr Noph 7 O)J quebraram 17 ª Jr 4.18 b Dt 32.1 O 18 e Is 30.1-3dJs13.3 eos5.13 8Dorio 19fls3.9;Jr418;0s5.5 9terror 20ilv26.13hEx19.8;Js24.18;Jz10.16;1Sm12.10 1Dt12.2;1s 575.7; Jr 3.6 iÊx 34.15 1 Conforme K; O Não transgredi 21 IÊx 15.17; SI 44.2; 80.8; Is 5.2 m Dt 32.32; Is 5.4 22 n Jó 14.16-17; Jr 17.1-2; 
Os 13.12 20u seja, sua iniqüidade está marcada perante mim 23 o Pv 30.12 3impura 25 Pls 57.10; Jr 18.12 q Jr 3.13 26 ris 28.7; Jr 
5.31 27 SJr 3.9 IJz 10.10; Is 26.16; Os 5.15 28 uot 32.37; Jz 10.14 Vis 45.20 X2Rs 17.30-31; Jr 11.13 40u do teu mal 30 Zls 9.13 ªIs 
1 5; Jr 5.3; 7 .28 b Ne 9.26; Jr 26.20-24; At 7.52; 1Ts 2.15 31 e Dt 32.15; Jr 2 20,25 5 Temos domínio 32 d SI 106.21; Is 17.1 O; Jr 3.21; 
13.25; Os 8.14 34 e 2Rs 21 16; 24.4; SI 106.38; Jr 7 .6; 19.4 6 cavando 35 f Jr 2.23,29; MI 2.17; 38 g Jr 2.9 h [Pv 28.13; 1 Jo 1.8, 1 O] 
36 i Jr 31 22; Os 5.13; 12.1 ils 30.3 12cr 28.16 37 m 2Sm 13.19; Jr 14 3-4 n Jr 377-10 
cisternas rotas. Os deuses que tomaram para si mesmos eram inúteis, vazios. 
•2.15 leões novos. Estes são os inimigos de Israel (4.7), que anunciam desola-
ções. 
•2.16 Mênfis ... Tafnes. Cidades egípcias. O Egito e a Babilônia lutaram um com 
o outro para ver quem ficaria com Israel, entre 609-605 a.C. 
o alto da cabeça. Algumas versões dizem aqui "coroa", uma referência possível 
a Josias, que foi morto por Faraó Neco. na batalha de Megido, em 609 a C (2Rs 
2329) 
•2.18 Egito ... Assíria. Um dos pecados mais persistentes de Israel e de Judá 
era buscar a1uda da parte de alianças políticas, ao invés de buscarem ajuda da 
parte do Senhor (Os 12.1). 
águas. Notar a iactância do comandante de campo assírio, ao dizer que ele era 
um provedor das necessidades básicas mais digno de confiança do que o Senhor 
(2Rs 18.31) 
•2.20 outeiro alto ... árvore frondosa. Ver Dt 12.2; 1 Rs 14.23. Estes lugares 
eram típicos de santuários das divindades cananéias. 
prostituías. Judá é retratada como uma meretriz, infiel ao Senhor (Ez 23.1-8; Os 
3.1-5; 4.10-14). 
•2.21 vide excelente ... vide brava. A metáfora da "vinha", com freqüência, 
é usada com referência a Israel (12.1 O; SI 80.8-16; Is 5.1-7; Ez 17 1-10). Jesus 
Cristo é a verdadeira videira, e aqueles que nele permanecem são os ramos (Jo 
15.1-8) 
brava. Lit. "estrangeira". Estrangeira, aqui, conota as práticas religiosas pagãs. 
•2.22 laves. O pecado só é realmente lavado quando há arrependimento para 
com o próprio Senhor, como aquele que purifica através do sangue da aliança 
eterna (Is 534-6; Hb 9.11-15; 13.20). 
•2.23 vale. Provavelmente, isso se refira ao vale de Hinom. no sul de Jerusalém. 
onde ocorriam práticas cultuais abomináveis (7.31). 
dromedária. Uma jovem camela, caracteristicamente irresoluta, pronta para 
seguir qualquer novo impulso. 
•2.24 jumenta selvagem ... cio. Esta metáfora é um quadro do apetite sexual. 
•2.28 os teus deuses ... são tantos como as tuas cidades. A associação de 
deuses com localidades particulares é uma característica distintiva da religião pagã. 
•2.32 virgem ... noiva. Tal esquecimento é tão improvável que seria virtualmen-
te impossível. 
o meu povo se esqueceu de mim. Ver Is 1.2-3 
•2.34 o sangue de pobres. Isso se refere à perseguição dos fracos por parte 
dos fortes (um grande tema no Livro de Amós; Am 2.6-8; 4.1 ). 
•2.37 mãos na cabeça. Uma postura para os cativos de guerra. 
JEREMIAS 3 864 
A clemência de Deus, 
apesar da infidelidade do povo 
3 Se um homem repudiar sua mulher, e ela o deixar e to-mar outro marido, ªporventura, aquele tornará a ela? 
Não se poluiria com isso de todo aquela bterra? Ora, tu te 
nha ira. 13 cTão-somente reconhece a tua iniqüidade, reco-
nhece que transgrediste contra o SENHOR, teu Deus, e 2 te 
dprostituíste com os e estranhos/ debaixo de toda árvore fron-
dosa e não deste ouvidos à minha voz, diz o SENHOR. 
cprostituíste com muitos amantes; mas, d ainda assim, torna O povo exortado a arrepender-se 
para mim, diz o SENHOR. 2 Levanta os olhos aos e altos desnu- 14 Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o SENHOR; gporque 
dos e vê; onde não te 1 prostituíste? !Nos caminhos te assenta- eu sou o vosso esposo e vos tomarei, hum de cada cidade e 
vas à espera deles como o arábio no deserto; gassim, poluíste dois de cada família, e vos levarei a ;Sião. 15 Dar-vos-ei ipasto-
a terra com as tuas devassidões e com a tua malícia. 3 Pelo ressegundo o meu coração, que vos 1 apascentem com conhe-
que hforam retiradas as chuvas, e não houve chuva serôdia; cimento e com inteligência. 16 Sucederá que, quando vos 
mas tu tens a 1fronte de prostituta e não queres ter vergonha_ multiplicardes e vos mtornardes fecundos na terra, então, diz 
4 Não é fato que agora mesmo tu me invocas, dizendo: Pai o SENHOR, nunca mais se exclamará: A arca da Aliança do 
meu, tu és io amigo da 1minha mocidade? s mconservarás SENHOR! nEJa não lhes virá à mente, não se lembrarão dela 
para sempre a tua ira? Ou a reterás até ao fim? Sim, assim me nem dela sentirão falta; e não se fará outra. 17 Naquele tem-
falas, mas cometes maldade a mais não poder. 6 Disse mais o po, chamarão a Jerusalém de Trono do SENHOR; nela se reuni-
SENHOR nos dias do rei]osias: Viste o que fez a npérfida Israel? rão todas as nações ºem nome do SENHOR e jánão Pandarão3 
ºFoi a todo monte alto e debaixo de toda árvore frondosa e se segundo a dureza do seu coração maligno. is Naqueles dias, 
deu ali a toda prostituição. 7 PE, depois de ela ter feito tudo andará qa casa de Judá com a casa de Israel, e virão juntas da 
isso, eu pensei que ela voltaria para mim, mas não voltou. A terra rdo Norte para sa terra que dei em herança a vossos 
sua pérfida qirmãJudá viu isto. B Quando, rpor causa de tudo pais. 
isto, por ter cometido adultério, eu 5 despedi a pérfida Israel e 19 Mas eu a mim me perguntava: como te porei entre os 
lhe dei carta de divórcio, vi que a falsa Judá, 1sua irmã, não te- filhos e te darei 1a terra desejável, a mais formosa herança 
meu; mas ela mesma se foi e se deu à prostituição. 9 Sucedeu das nações? E respondi: "Pai me chamarás e de mim não te 
que, pelo ruidoso da sua prostituição, "poluiu ela a terra; por- desviarás. 20 Deveras, como a mulher se aparta perfidamen-
que adulterou, adorando vpedras e árvores. 10 Apesar de tudo te do seu 4marido, assim vcom perfídia te houveste comigo, 
isso, não voltou xde todo o coração para mim a sua falsa irmã ó casa de Israel, diz o SENHOR. 21 Nos x1ugares altos, se ou-
Judá, mas fingidamente, diz o SENHOR. viu uma voz, pranto e súplicas dos filhos de Israel; porquan-
11 Disse-me o SENHOR: Já a zpérfida Israel se mostrou mais to perverteram o seu caminho e se esqueceram do SENHOR, 
justa do que a falsa Judá. 12 Vai, pois, e apregoa estas palavras seu Deus. 
para o lado ªdo Norte e dize: Volta, ó pérfida Israel, diz o 22 Voltai, ó filhos rebeldes, eu zcurarei as vossas rebeliões. 
SENHOR, e não farei cair a minha ira sobre ti, porque eu sou Eis-nos aqui, vimos ter contigo; porque tu és o SENHOR, nosso 
bcompassivo, diz o SENHOR, e não manterei para sempre a mi- Deus. 23 ªNa verdade, os outeiros não passam de ilusão, nem 
• CAPÍTULO 3 1 ª Dt 24.1-4 bJr 2.7 e Jr 2.20; Ez 16.26 d Jr 4.1; [Zc 13] 2 e Dt 12.2; Jr 2 20; 3 21; 7.29/Pv 23.28 g Jr 2.7 1 K foste vio-
lentada? 3 hLv26.19;Jr143-6 iSf3.5 4iSl71.17;Pv2.171Jr2.2;0s2.15 5 ms1103.9; [ls57.16];Jr3.12 6 nJr7.24ºJr2.20 
7 P2Rs 17.1H Jr 3.11; Ez 16.47-48 8 rEz 23.9 s2Rs 17.6; Is 50.1 IEz 23.11 9 u Jr 2.7 Vis 57.6; Jr 2.27 to XJr 12.2; Os 7.14 11 ZEz 
16.51-52 12 •2Rs 17.6 bSI 86.15; Jr 12.15; 31.20; 33.26 13 e Lv 26.40; Dt 30.1-2; [Pv 28 13; 1 Jo 1.9] dEz 16.15 e Jr 2.25 !Dt 12.2 2Lit 
estendestes os teus caminhos aos 14 g Jr 3132; Os 2.19-20 h Jr 31.6 i[Rm 11.5] 15 i Jr 23.4; 31.1 O; [Ez 34 23]; Ef 4.11 1 At 20.28 
t 6 m Is 49.19; Jr 23.3 n Is 65.17 17 ° Is 60.9 P Dt 29.19; Jr 724 3 andarão após a teimosia ou imaginação 18 q Is 11.13; Jr 50.4; Ez 
37.16-22; Os 1.11 r Jr 31.8 s Am 9.15 19 ISI 106.24 u Is 63.16; Jr 3.4 20 Vis 48.8 4 Lit.companheiro 21 x1s 15.2 22 z Jr 30.17; 
33.6; Os6.1; 14.4 23as1121.1-2 
•3.1 repudiar sua mulher. A metáfora do divórcio 12.2) torna-se agora uma 
metáfora de divórcio. A lei subjacente é Dt 24.1-4; a finalidade do divórcio é o 
pano de fundo do argumento aqui usado. 
•3.6 rei Josias. Ver Introdução: Autor, Data e Ocasião, e a nota em 1.2. 
Israel. O reino do Norte foi destruído em 722 a.e. 
se deu ... prostituição. Ver "Sincretismo e Idolatria", em Os 2.13. 
•3.8 carta de divórcio. Ver a nota no v. 1. Israel foi "divorciada" por estar sendo 
deportada pela Assíria 1722 a.C.). um exílio do qual ela nunca retornou. 
•3.9 pedras e árvores. Isso é uma referência a ídolos. Ver "Sincretismo e 
Idolatria", em Os 2.13. 
•3.12 para o lado do Norte. Para aqueles já deportados pela Assíria. 
Volta, ó pérfida Israel. Este chamamento implica tanto em arrependimento 
quanto em um retorno físico para o seu território; esses dois aspectos andam 
juntos na mensagem de salvação de Jeremias. Ver a nota em 29.14. 
não manterei para sempre a minha ira. Esta declaração responde à pergunta 
QO V. 5; cf. 31.20. 
•3.13 te prostituíste. Outro emprego da metáfora da prostituição; ver 2.20. 
•3.14 eu sou o vosso esposo. Embora a nação de Israel estivesse na abriga-
ção de mostrar-se fiel a Deus, como o seu verdadeiro "marido", Jeremias 
desmascara o seu pecado de adultério espiritual, ou seja, a vinculação dela aos 
deuses das nações. Ver Os 2.16-17. 
tomarei ... um ... dois. Deus salvará um remanescente dentre os exilados (23.3, 
nota; Is 10.20-22, nota). 
•3.16 vos multiplicardes e vos tornardes fecundos. Estas mesmas palavras 
aparecem em uma ordem inversa em Gn 1.28: "Sede fecundos, multiplicai-vos." 
Deus terá um nava começo com o seu povo. 
então. Uma futura era messiânica está agora em vista lcf. Is 2.1-5). 
A arca ... não lhes virá à mente. A importância da arca será diminuída, porque 
o Senhor estará presente de uma nova maneira. 
•3.17 Trono. O trono do Senhor não é mais a arca IÊx 25.22; 1 Sm 4.4), mas a 
própria Jerusalém; o Senhor governa a terra inteira do meio de seu povo IZc 
210-12) 
•3.20 mulher se aparta perfidamente. Ver 3.1; Os 1-3. 
•3.22 Voltai... rebeldes. Esta convocação é paralela a Os 14.4. O chamado ao 
arrependimento vai mais além: o próprio Senhor capacitará o povo a voltar IDt 
30 6) 
865 JEREMIAS 3, 4 
as orgias das montanhas; bcom efeito, no SENHOR, nosso 
Deus, está a salvação de Israel. 24 e Mas a coisa vergonhosa 
devorou o labor de nossos pais, desde a nossa mocidade: as 
suas ovelhas e o seu gado, os seus filhos e as suas filhas. 25 De-
itemo-nos em nossa vergonha, e cubra-nos a nossa 5 ignomí-
nia, d porque temos pecado contra o SENHOR, nosso Deus, nós 
e nossos pais, desde a nossa mocidade até ao dia de hoje; e 
enão demos ouvidos à voz do SENHOR, nosso Deus. 
4 Se voltares, ó Israel, diz.º SE_NHOR, ª~olta para mim; se removeres as tuas abommaçoes de diante de mim, não 
mais andarás vagueando; 2 bse jurares pela vida do SENHOR, 
cem verdade, em 1juízo e em justiça, então, dnele serão ben-
ditas as nações e nele se e glorificarão. 3 Porque assim diz o 
SENHOR aos homens de Judá e Jerusalém: !lavrai para vós ou-
tros campo 2 novo e gnão semeeis entre espinhos. 
4 hCircuncidai-vos para o SENHOR, circuncidai o vosso co-
ração, ó homens de Judá e moradores de Jerusalém, para que 
o meu furor não saia como fogo e arda, e não haja quem o 
apague, por causa da malícia das vossas obras. 
Vem do Norte o mal 
5 Anunciai em Judá, fazei ouvir em Jerusalém e dizei: 'To-
cai a trombeta na terra! Gritai em alta voz, dizendo: i Ajuntai-
vos, e entremos nas cidades fortificadas! 6 3 Arvorai 4 a bandei-
ra rumo a Sião, fugi e não vos detenhais; porque eu faço vir do 
'Norte um mal, uma grande destruição. 7 Já mum leão subiu 
da sua ramada, num destruidor das nações; ele já partiu, já 
deixou o seu lugar ºpara fazer da tua terra uma desolação, a 
fim de que as tuas cidades sejam destruídas, e ninguém as ha-
bite. 8 PCingi-vos, pois, de cilício, lamentai e uivai; porque a 
ira ardente do SENHOR não se desviou de nós. 9 Sucederá na-
quele dia, diz o SENHOR, que o rei e os príncipes perderão a 
coragem, os sacerdotes ficarão pasmados, e os profetas, estu-
pefatos. 10 Então, disse eu: Ah! SENHOR Deus! qVerdadeira-
mente, enganaste a este povo e a Jerusalém, rdizendo: Tereis 
paz; e eis que a espada lhe penetra até à alma . 
11 Naquele tempo, se dirá a este povo e a Jerusalém: 5 Ven-
to abrasador dos altos desnudos do ermo assopra diretamente 
à filha do meu povo, não para padejar nem para alimpar. 
12 Vento mais forte do que este virá ainda de minha parte, e, 
então, também 1eu pronunciarei a sentença contra eles. 
13 Eis aí que sobe o destruidor como nuvens; os "seus carros, 
como tempestade; os vseus cavalos são mais ligeiros do que as 
águias. Ai de nós! Estamos arruinados! 14 xLava o teu coração 
da malícia, ó Jerusalém, para que sejas salva! Até quando hos-
pedarás contigo os teus maus pensamentos? 
15 Uma voz se faz ouvir z desde Dã e anuncia a 5 calami-
dade desde a região montanhosa de Efraim! 16 Proclamai 
isto às nações, fazei-o ouvir contra Jerusalém: De uma ªterra 
longínqua vêm sitiadorese levantam a voz contra as cidades 
de Judá. 17 bComo os guardas de um campo, eles cercam Je-
rusalém, porque ela se rebelou contra mim, diz o SENHOR. 
18 O creu proceder e as tuas obras fizeram vir sobre ti estas 
coisas; a tua calamidade, que é amarga, atinge até o próprio 
coração. 
19 Ah! Meu d coração! Meu coração! Eu me contorço em 
dores. Oh! As paredes do meu coração! Meu coração se agi-
ta! Não posso calar-me, porque ouves, ó minha alma, o som 
da trombeta, o alarido de guerra. 20 ecolpe sobre golpe se 
anuncia, pois a terra toda já está destruída; de súbito, /foram 
destruídas as minhas tendas; num momento, as suas lonas. 
21 Até quando terei de ver 6a bandeira, terei de ouvir a voz 
da trombeta? 22 Deveras, o meu povo está louco, já não me 
conhece; são filhos 7 néscios e não inteligentes; gsão sábios 
para o mal e não sabem fazer o bem. 23 hOlhei para a terra, e 
ei-la 1sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz. 
24 iO!hei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outei· 
ros estremeciam. 25 Olhei, e eis que não havia homem ne-
nhum, e 'todas as aves dos céus haviam fugido. 26 Olhei 
ainda, e eis que a terra fértil era um mdeserto, e todas as suas 
cidades estavam derribadas diante do SENHOR, diante do fu-
ror da sua ira. 
• b SI 3.8; Pv 21.31; Jr 17.14; 31.7; Jn 2.9 24 e Jr 11.13; 14.20; Os 9.10 25 dEd 9.6-7 e Jr 22.21 5 desgraça CAPÍTULO 4 1 ªJr 3.1,22; 15.19; JI 2.12 2 bDt 10.20; Is 45.23; 65.16; Jr 12.16 c1s 48.1, Zc 8.8 d[Gn 22 18]; SI 7218; Is 65.16; Jr 3.17; [GI 3.8] e Is 45.25; Jr 9.24; 1 Co 1.31; 2Co 10.17 1 justiça ou direito 3 /Os 10.12 g Mt 13.7 2 arável ou por lavrar 4 h Dt 10.16; 30.6; Jr 
9.25-26; [Rm 2.28-29; CI 2.11] 5 i Jr 6.1, Os 8.1 j Js 10.20; Jr 8.14 6 1 Jr 1.13-15; 6.1,22; 50.17 3 Erguei 4 o estandarte 7 m 2Rs 24.1, 
Dn 7.4 n Jr 25.9; Ez 26.7-10 o Is 1.7; 6.11; Jr 2.15 8 Pls 22.12; Jr 6.26 10 q 2Rs 25.10-12; Ez 14.9; ZTs 2.11 r Jr 5.12; 14.13 11 s Jr 
51.1,Ez17.10;0s 13.15 12 IJrl.16 13 UJs5.28 VDt28.49; Lm4.19;0s8.1;Hc1.8 14XPv1.22;1s 1.16;Jr13.27;Tg48 15 zJr 
8.16; 50.17 50uperversidade 16 ªIs 393; Jr 5 15 17 b2Rs 25 1,4 18 cs1107.17; Is 50.1, Jr 2.17, 19 19 d2Rs 25.11, 2Cr 36.20; Is 
15.5; 16.11; 213; 22.4; Jr 9 1, 1 O; 20.9 20 e SI 42.7; Ez 7.26/ Jr 10.20 21 6 o estandarte 22 g Jr 93; 13.23; Rm 16.19; 1 Co 
14.20ltolos 23hJs24.19iGn1.2 24jJs5.25;Jr10.10;Ez38.20 251Jr910;12.4;Sf1.3 26mJr9.10 
•3.24 devorou ... filhas. Esta perda das possessões e da família é a antítese da 
bênção (Dt 7 13). Os filhos eram, com freqüência, sacrificados aos deuses pa-
gãos (7.31 ). 
•4.4 Circuncidai-vos ... coração. Os sinais externos de possessão por parte do 
Senhor nada são, a não ser que correspondam a uma realidade interior. Só Deus 
pode circuncidar o coração (31.31-34; Dt 10.16; 30.6). 
•4.5 Tocai a trombeta. Um método tradicional de dar aviso (cf. JI 2.1; Am 3.6). 
Jeremias começa a anunciar destruição nas mãos de um inimigo que vem do 
Norte. O temor fará com que os que vivem no campo buscarem as cidades, em 
busca de segurança. 
•4.8 cilício ... uivai. Atos tradicionais que indicam tristeza; cf. Jn 3.5. 
•4.9 naquele dia. Um dia de prestação de conta, quando as coisas profetizadas 
se cumprirão lcf Is 2.11-12). 
•4.11 Vento abrasador. D vento siroco soprava atravessando o deserto e cau-
sando tremendo dano às colheitas. 
•4.13 nuvens ... tempestade ... águias. Estas comparações extraídas da 
natureza indicam a força e a velocidade do inimigo. 
•4.17 Como os guardas de um campo. É como se os inimigos de Judá Já pos-
suíssem a terra. 
•4.21 Até quando. Este clamor é comum nos Salmos de lamentaçao (p. ex, SI 
131) 
•4.22 sábios. A iniqüidade original é fortalecida pelo hábito e pela p1át1ca \qs\ 
•4.23 sem forma e vazia ... céus, e não tinham luz. Comparar com Gn 
1.2, 14-15. A própria criação é destruída por causa do castigo de Deus. 
•4.25 homem nenhum. A mesma frase é usada em Gn 2.5. Novamente, a cria-
ção retorna ao seu caos original. 
•4.26 terra fértil ... um deserto. As bênçãos da aliança são agora revertidas (Dt 
8 7-16) 
JEREMIAS 4, 5 866 
27 Pois assim diz o SENHOR: Toda a terra será assolada; 
nporém não a consumirei de todo. 28 Por isso, a ºterra pran-
teará, e Pos céus acima se enegrecerão; porque falei, qresol-
vi e não me 'arrependo, nem me retrato. 29 Ao clamor dos 
cavaleiros e dos flecheiros, fogem todas as cidades, entram 
pelas selvas e sobem pelos penhascos; todas as cidades ficam 
desamparadas, e já ninguém habita nelas. 
30 Agora, pois, ó assolada, por que fazes assim, e te vestes 
de escarlata, e te adornas com enfeites de ouro, se alargas os 
olhos com pinturas, se debalde te fazes bela? 10s amantes te 
desprezam e procuram tirar-te a vida. 31 Pois ouço uma voz, 
como 8de parturiente, uma angústia como da primípara em 
suas dores; a voz da filha de Sião, ofegante, que u estende as 
mãos, dizendo: Aí de mim agora! Porque a minha alma desfa-
lece por causa dos assassinos. 
que as suas transgressões se multiplicaram, multiplicaram-se 
as suas perfídias. 
7 Como, vendo isto, te perdoaria? Teus filhos me deixam 
a mim e qjuram pelos 'que não são deuses; 5 depois de eu os 
ter fartado, adulteraram e em casa de meretrizes se ajunta-
ram em bandos; 8 1como garanhões bem fartos, correm de 
um lado para outro, cada um rinchando à mulher do seu 
companheiro. 9 Deixaria eu de castigar estas coisas, diz o 
SENHOR, ou não me "vingaria de nação como esta? 
10 Subi vós aos terraços da vinha, destruí-a, porém não de 
vtodo; tirai-lhe as gavinhas, porque não são do SENHOR. 
11 Porque perfidamente se houveram contra mim, a xcasa de 
Israel e a casa de Judá, diz o SENHOR. 12 zNegaram ao SENHOR 
e disseram: ªNão é ele; e: bNenhum 2mal nos sobrevirá; não 
veremos espada nem fome. 13 Até os profetas não passam de 
vento, porque a palavra não está com eles, as suas ameaças se 
Os pecados de Jerusalém e de]udá cumprirão contra eles mesmos. 14 Portanto, assim diz o 
5 Dai voltas às ruas de Jerusalém; vede agora, procurai sa- SENHOR, o Deus dos Exércitos: Visto que proferiram eles tais ber, buscai pelas suas praças ªa ver se achais alguém, bse palavras, e eis que converterei em fogo as minhas palavras na 
há um homem que pratique 1 a justiça ou busque a verdade; tua boca e a este povo, em lenha, e eles serão consumidos. 
ce eu lhe perdoarei a ela. 2 dEmbora digam: eTão certo como 15 Eis que trago sobre ti uma d nação ede longe, ó casa de 
vive o SENHOR, certamente, /juram falso. 3 Ah! SENHOR, não é Israel, diz o SENHOR; nação robusta, nação antiga, nação cuja 
para a fidelidade que atentam os gteus olhos? Tu os hferiste, e língua ignoras; e não entendes o que ela fala. 
não lhes doeu; consumiste-os, e inão quiseram receber a dis- 16 A sua aljava é como uma sepultura aberta; todos os seus 
ciplina; endureceram o rosto mais do que uma rocha; não homens são valentes. 17 Comerão a tua/sega e o teu pão, os teus 
quiseram voltar. 4 Mas eu pensei: são apenas os pobres que filhos e as tuas filhas; comerão as tuas ovelhas e o teu gado; ca-
são insensatos, poisinão sabem o caminho do SENHOR, o dire- merão a tua vide e a tua figueira; e com a espada derribarão as 
ito do seu Deus. s Irei aos grandes e falarei com eles; porque tuas cidades fortificadas, em que confias. 18 Contudo, ainda na-
1 eles sabem o caminho do SENHOR, o direito do seu Deus; mas queles dias, diz o SENHOR, gnão vos destruirei de todo. 19 Ouan-
estes, de comum acordo, mquebraram o jugo e romperam as do disserem: hPor que nos fez o SENHOR, nosso Deus, todas estas 
algemas. 6 Por isso, num leão do bosque os matará, ºum lobo coisas? Então, lhes responderás: Como vós me ideixastes e ser-
des desertos os assolará, Pum leopardo estará à espreita das vistes a deuses estranhos na vossa terra, assim iservireis a estran-
suas cidades; qualquer que sair delas será despedaçado; por- geiros, em terra que não é vossa . 
• 27 n Jr 5.1O.18; 30.11; 46.28 28 o Jr 12.4, 11; 14.2; Os 4.3P Is 5.30; 50.3; JI 2.30-31 q Is 46.10-11; [Dn 4.35] '[Nm 23.19]; Jr 7.16; 23.30; 
30.24 30 8 2Rs 9.30; Ez 23.40 t Jr 22.20,22; Lm 1.2, 19; Ez 23.9-10,22 31 "Is 1.15; Lm 1.17 BLit. da que se contorce em dores de parto 
CAPITULO 5 t a Ez 22.30 b Gn 18.23-32 e Gn 18.26 1 Ou o direito 2 d Is 48.1; Tt 1.16 e Jr 4 2 f Jr 7 9 3 g 2Rs 25.1; [2Cr 16.9; Jr 
1617] hls 1.5; 9.13;Jr2.30 ils9.13;Jr7.28; Sf3.2 4ils27.11;Jr8.7; Os4.6 S 1Mq3.1 mÊx32.25; Sl2.3; Jr2.20 6 nJr4.7 os1 
104.20; Ez 22.27; Hc 1.8; SI 3.3 P Os 13.7 7 q Js 23. 7; Jr 12.16; SI 1.5 'Dt 32.21; Jr 2.11; G1 4.8 s Dt 32.15 8 t Jr 13.27; 29.23; Ez 22.11 
9 u Jr 9.9 10 v Jr 4.27 11 x Jr 3.6-7,20 12 z2cr 36.16; Jr 4.1 O a Is 28.15; 47.8; Jr 23.17 bJr 14.13 2desastre 14 eis 24.6; Jr 1.9; 
23.29; Os 6.5; Zc 1.6 15 düt 28.49; Is 5.26; Jr 1.15; 6.22 e Is 39.3; Jr 4.16 t 7 /Lv 26.16; Dt 28.31,33; Jr 8.16; 50.7, 17 18 g Jr 30.11; 
Am 9.8 t 9 h Dt 29.24-29; 1 Rs 9.8-9; Jr 13.22; 16.10-13 i Jr 1.16; 2.13 ! Dt 28.48; Jr 16.13 
•4.30 te adornas ... pinturas. Uma vívida repetição da metáfora da meretriz. 
amantes ... procuram tirar-te a vida. Estas linhas exprimem a verdade irônica 
do auto-engano de Judá. 
•4.31 filha de Sião. Jerusalém é personificada (Lm 1.6, nota). 
Ai ... assassinos. Podemos até ouvir seu patético suspiro de morte. 
•5.1 se achais ••• perdoarei a ela. Esta busca é uma alusão à oração de Abraão 
em favor de Sodoma (Gn 18.22-32) e uma resposta implícita à oração de Jeremi-
as pela cidade (mais adiante proibida; 7.16). Mas a cidade está totalmente cor-
rompida. 
•5.3 endureceram o rosto mais do que uma rocha. A determinação do povo 
em não se arrepender é a principal frustração do profeta (cf. Ez 3.7-9). 
•5.6 leão .•. lobo •.• leopardo. Estas quebras da aliança com Deus trazem as 
maldições da aliança sobre o povo (Lv 26.22). 
•5. 7 eu os ter fartado, adulteraram. O motivo para seguirem deuses falsos 
era a ilusão de que os deuses da terra de Canaã tinham o poder de torná-la fértil. 
O Senhor reivindica a fertilidade da terra como sendo de sua exclusiva responsa-
bilidade (Os 2.8-9. notas). 
•5.8 garanhões bem fartos ... rinchando. A prostituição religiosa acaba es-
corregando para o adultério real. Ver uma descrição semelhante em 2.23-24. 
•5.9 Deixaria eu. Novamente, é usada a metáfora do tribunal; fica implícito um 
apelo às testemunhas. A justiça do Senhor deve ser cumprida. 
•5.10 não de todo. Esta indicação de que a punição não será final é um dos diver-
sos indícios no começo do Livro de Jeremias (12.14-17; 16.14-15; e 23.3, nota). 
não são do SENHOR. Na mesma expressão. a posição de aliança de Judá é anu-
lada (Os 1.9, nota). As necessidades aparentemente irreconciliáveis de juízo e de 
salvação são ambas evidentes aqui. 
•5.12 Negaram. A crença errada acerca de Deus está relacionada a todo tipo de 
inverdade (9.3-6). 
Não é ele ... fome. Estas palavras resumem a mensagem dos falsos profetas. 
Ver 28.2-4. 
•5.13 vento. Jeremias retruca que aqueles profetas falsos. que afirmam possuir 
o Espírito (no hebraico, ruah). não passam de vento (também ruah). 
•5.17 Comerão ... comerão ... comerão. Que os inimigos de Judá consumirão 
o fruto da terra é uma inversão das bênçãos da aliança. Ver Dt 7.13, quanto à pro-
messa de todas as coisas agora estarem perdidas. 
867 JEREMIAS 5, 6 
20 Anunciai isto na casa deJacó e fazei-o ouvir em Judá, di-
zendo: 21 Ouvi agora isto, ó povo 1insensato e sem 3 entendi-
mento, que tendes olhos e não vedes, tendes ouvidos e não 
ouvis. 22 mNão temereis a mim? - diz o SENHOR; não treme-
reis diante de mim, que pus a areia para nlimite do mar, limite 
perpétuo, que ele não traspassará? Ainda que se levantem as 
suas ondas, não prevalecerão; ainda que bramem, não o tras-
passarão. 23 Mas este povo é de coração rebelde e contumaz; 
rebelaram-se e foram-se. 24 Não dizem a eles mesmos: Tema-
mos agora ao SENHOR, nosso Deus, ºque nos dá a seu tempo a 
chuva, a Pprimeira e a última, 0que nos conserva as semanas 
determinadas da sega. 25 r As vossas iniqüidades desviam es-
tas coisas, e os vossos pecados afastam de vós o bem. 
26 Porque entre o meu povo se acham perversos; cada um 
sanda espiando, como espreitam os passarinheiros; como 
eles, dispõem armadilhas e prendem os homens. 27 Como a 
gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de fraude; 
por isso, se tornaram poderosos e enriqueceram. 28 tEngor-
dam, tornam-se nédios e 4ultrapassam até os feitos dos malig-
nos; não defendem "a causa, a causa dos órfãos, vpara que 
prospere; nem julgam o direito dos necessitados. 29 xNão cas-
tigaria eu estas coisas? - diz o SENHOR; não me vingaria eu 
de nação como esta? 
30 Coisa espantosa e zhorrenda se anda fazendo na terra: 
31 os profetas profetizam ªfalsamente, e os sacerdotes domi-
nam de mãos dadas com eles; e é o que bdeseja o meu povo. 
Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? 
Jerusalém será sitiada 
6 Fugi, filhos de Benjamim, do meio de Jerusalém; tocai a trombeta em Tecoa e levantai o facho sobre ªBete-
Haquerém, bporque do lado do Norte surge um grande mal, 
uma grande calamidade. 2 A formosa e delicada, a filha de 
Sião, eu deixarei em ruínas. 3 Contra ela virão cpastores com 
os seus rebanhos; levantarão suas tendas em redor, e cada um 
apascentará no seu devido lugar. 4 dPreparai a guerra contra 
ela, disponde-vos, e subamos eao meio-dia. Ai de nós, que já 
declina o dia, já se vão estendendo as sombras da tarde! 5 Dis-
ponde-vos, e subamos de noite e destruamos os seus castelos. 
6 Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos: Cortai árvores e 
levantai tranqueiras contra Jerusalém. Esta é a cidade que há 
de ser punida; só opressão há no meio dela. 7 !Como o poço 
1 conserva frescas as suas águas, assim ela, a sua malícia; gvio-
lência e estrago se ouvem nela; enfermidade e feridas há dian-
te de mim continuamente. 8 Aceita a disciplina, ó Jerusalém, 
para que heu não me aparte de ti; para que eu não te torne em 
assolação e terra não habitada. 
As iniqüidades de Jerusalém são a causa 
de sua queda 
9 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Diligentemente se 
rebuscarão os resíduos de Israel como uma vinha; vai me-
tendo a mão, como o vindimador, por entre os sarmentos. 
10 A quem falarei e testemunharei, para que ouçam? Eis que 
os seus iouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis 
que ia palavra do SENHOR é para eles coisa vergonhosa; não 
gostam dela. 11 Pelo que estou cheio da ira do SENHOR; 1 es-
tou cansado de a conter. Derramá-la-ei msobre as crianças pe-
las ruas e nas reuniões de todos os jovens; porque até o 
marido com a mulher serão presos, e o velho, com o decrépi-
to. 12 As nsuas casas passarão a outrem, os campos e também 
as mulheres, porque estenderei a mão contra os habitantes 
desta terra, diz o SENHOR, 13 porque desde o menor deles até 
ao maior, cada um se dá à 0 ganãncia, e tanto o profeta como 
o Psacerdote usam de falsidade. 14 o Curam 2 superficial-
mente a 3 ferida do meu povo, 'dizendo: Paz, paz; quando 
• 21 lls 6.9; Jr 6.1 O; Ez 12.2; Mt 13.14; Jo 12.40; At 28.26; Rm 11.8 3 Lit coração 22 m Dt 28.58; SI 119.120; Jr 2.19; 10.7; [Ap 15.4) n Já 
26.10 24 ºSI 147.8; Jr 14.22; [Mt 5.45); At 1417PDt11.14; JI 2.23; Tg 5.7 o[Gn 8 22) 25 r Jr 3.3 26 5 SI 109; Pv 1.11, Jr 18.22; Hc 
1.15 28 IDt 32.15 "Is 1.23; Jr 7.6; 22.3; Zc 7.10 v Já 12.6; SI 73.12 41gnoram ou toleram 29 x Jr 5.9; MI 3.5 30 z Jr 23 14; Os 6.10; 
2Tm 4.3 31ªJr14.14; Ez 13.6 bMq 2.11 
CAPÍTULO& 1 ªNe3.14 bJr4.6 3C2Rs25.1-4;Jr4.17;12.10 4dJr5127;Jl3.9eJr158;Sf2.4 7fls57.20gSl55.9 IOupro-
duz 8 h Ez 23.18; Os 9.12 10 iÊx 6.12; Jr 5.21, 7.26; [At 7.51) i Jr 8 9; 20.8 11 1 Jr 20.9 m Jr 9.21 12 n Dt 28.30; Jr 8.10; 38.22 
13 o Is 56.11, Jr 8.1 O; 22.17 P Jr 5.31, 23.11; Mq 35, 11 14 q Jr 8.11-15; Ez 13.1 O r Jr 4.10; 23.17 2 /evianamente 3 Litfratura 
•5.21 insensato. Ver Pv 1.7. 
que tendes olhos ... não ouvis. Ver a nota em Is 6.1 O. 
•5.22 Não temereis.Jeremias argumenta com base no poder de Deus na cria-
ção (Já 38--41, Rm 1 18-20) 
•5.26 perversos ... prendem os homens. A natureza da iniqüidade é atrair até 
os inocentes para si mesma. Pv 2.12-19 descreve o poder de sedução da iniqüi-
dade. 
•5.27-28 se tornaram poderosos e enriqueceram. Jeremias passa dos pe-
cados especificamente religiosos para os males sociais, pois as duas coisas es-
tão intimamente relacionadas. 
Engordam, tornam-se nédios. Esta descrição simboliza a centralização das ri-
quezas, cf. SI 73.7. 
órfãos ... necessitados. SI 9.18, nota. 
•6.1 Benjamim. Este território fronteiriço a Jerusalém ao norte fazia parte do rei-
no do Sul, de Judá. 
Tecoa. Uma cidade localizada em Judá, cidade-natal de Amós (Am 1 .1). 
Bete-Haquerém. Uma localidade desconhecida em Judá. 
Norte. Ver a nota em 1.14. 
•6.2 A formosa e delicada ... filha de Sião. Ver a nota em 2.2. Embora seja 
uma personificação de Jerusalém (4.31, nota). o símile tem em mente as mulhe-
res requintadas da cidade (Is 3.16-26). 
•6.3 pastores com os seus rebanhos. Estes "pastores" são oficiais inimigos 
com as suas tropas, tomando posse da terra (cf. 4.17). 
•6.4-5 ao meio-dia ... de noite. Estes são horários incomuns para ataques: a 
força do inimigo é tal, que ele tem a liberdade de atacar sempre que quiser. 
•6.6 Um novo oráculo é dirigido aos babilônios, o instrumento de julgamento usa-
do pelo Senhor. 
opressão. Os ricos e poderosos de Jerusalém têm oprimido seu próprio povo. 
•6. 7 conserva ... malícia. Judá não pode deixar de transbordar a sua iniqüida· 
de, porque esta é a sua verdadeira natureza (cf. Mt 7.16). 
•6.9 se rebuscarão os resíduos. Os fazendeiros não deveriam colher tudo, 
mas deixar algo para os pobres (Dt 24.19·22); a Babilônia, entretanto, pode "co-
lher'' Judá completamente (contrastar com 5.1 O). O Senhor tem propósitos mais 
profundos por detrás da permissão que ele dá (23.3, nota). A maldição não era 
absoluta, porquanto Deus poupou um remanescente para cumprir sua aliança de 
redenção (Introdução: Características e Temas). Ver a nota em 11.23. 
•6.14 Paz, paz. A mensagem dos falsos profetas, facilmenie aceita pelo povo, 
não pode trazer a verdadeira paz (Mq 2 6). cujo requisito é a retidão. 
JEREMIAS 6, 7 868 
não há paz. 15 Serão 5 envergonhados, porque cometem abo· 
minação sem sentir por isso vergonha; nem sabem que coisa é 
envergonhar-se. Portanto, cairão com os que caem; quando eu 
os castigar, tropeçarão, diz o SENHOR. 
16 Assim diz o SENHOR: Ponde-vos à margem no caminho e 
vede, perguntai pelas 1veredas antigas, qual é o bom caminho; 
andai por ele e achareis "descanso para a vossa alma; mas eles 
dizem: Não andaremos. 17 Também pus vatalaias sobre vós, di-
zendo: xEstai atentos ao som da trombeta; mas eles dizem: 
Não escutaremos. 18 Portanto, ouvi, ó nações, e informa-te, ó 
congregação, do que se fará entre eles! 19 zouve tu, ó terra! Eis 
que eu trarei ªmal sobre este povo, o próprio bfruto dos seus 
pensamentos; porque não estão atentos às minhas palavras e 
rejeitam a minha lei. 20 cpara que, pois, me vem o incenso dde 
Sabá e a emelhor cana aromática de terras longínquas? Os 
/vossos holocaustos não me são aprazíveis, e os vossos sacrifí-
cios não me agradam. 21 Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que 
ponho tropeços a este povo; neles cairão pais e filhos junta-
mente; o vizinho e o seu companheiro perecerão. 
O inimigo do Norte 
22 Assim diz o SENHOR: Eis que um povo vem da terra do 
gNorte, e uma grande nação se levanta dos confins da terra. 
23 Trazem arco e dardo; eles são cruéis e não usam de miseri-
córdia; a sua voz hruge como o mar, e em cavalos vêm monta-
dos, como guerreiros em ordem de batalha contra ti, ó filha de 
Sião. 24 Ao ouvirmos a sua fama, afrouxam-se as nossas mãos, 
iangústia nos toma e dores como 4de parturiente. 25 Não saias 
ao campo, nem andes pelo caminho, porque o inimigo tem es-
pada, e há terror por todos os lados. 26 ó filha do meu povo, 
icinge-te de cilício 1e revolve-te na cinza; mpranteia como por 
filho único, pranto de amarguras; porque, de súbito, virá odes-
truidor sobre nós. 
O trabalho inútil de Jeremias 
27 Qual acrisolador te estabeleci entre o meu povo, qual 
nfortaleza, para que venhas a conhecer o seu caminho e o 
examines. 28 ºTodos eles são os mais rebeldes e Pandam espa-
lhando calúnias; são qbronze e ferro, são todos corruptores. 
29 O fole bufa, só chumbo resulta do seu fogo; em vão conti-
nua o depurador, porque os iníquos não são separados. 
30 rprata de refugo lhes chamarão, porque o SENHOR os refu-
gou. 
O templo não protege a nação iníqua 
7 Palavra que da parte do SENHOR foi dita a Jeremias: 2 ªPõe-te à porta da Casa do SENHOR, e proclama ali esta 
palavra, e dize: Ouvi a palavra do SENHOR, todos de Judá, vós, 
os que entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR. 
3 Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: bEmen-
dai os vossos caminhos e as vossas obras, e eu vos farei habitar 
neste lugar. 4 e Não confieis em palavras falsas, dizendo: Tem-
plo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este. 
5 Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas 
obras, se deveras dpraticardes a justiça, cada um com o seu 
próximo; 6 se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, 
nem derramardes sangue inocente neste lugar, enem andardes 
após outros deuses para vosso próprio mal, 7 f eu vos farei habi-
tar neste lugar, gna terra que dei a vossos pais, desde os tempos 
antigos e para sempre. 
8 Eis que vós confiais em hpalavras falsas, que para nada 
vos aproveitam. 9 Que é isso? ifurtais e matais, cometeis 
adultério e jurais falsamente, queimais incenso a Baal e 
iandais após outros deuses que não conheceis, 10 1e depois 
vindes, e vos pondes diante de mim nesta casa mque se 
chama pelo meu nome, e dizeis: Estamos salvos; sim, só 
para continuardes a praticar estas abominações! 11 Será 
·-· 15 5 Jr3.3; 8.12 16 lls 8.20; Jr 18.15; MI 4.4; Lc 16.29 UMt 11.29 l~~~-;8.1; Jr 25.4; Ez 3.17; Hc 2.1 xot4.1 19 z1s 1.2 ªJr 
19.3, 15 b Pv 1.31 20 e SI 40.6; 50.7-9; Is 1.11; 66.3; Am 5.21; Mq 6.6-7 dls 60.6 e Is 43.24/ Jr 7.21-23 22 g Jr 1.15; 10.22; 50.41-43 
23 hls 5.30 24 iJr 4.31; 13.21; 49.24 4Lit. da que se contorce em dores de parto 26iJr 4.8 IJr 25.34; Mq 1.10 m Am 8.10; [Zc 12 10] 
27n_Jr1.18 28 ºJr 5.23 PJr 9.4 Hz 22.18 30 ris 1.22; Jr 7.29 
CAPITUL07 2ªJr17.19;26.2 3bJr4.1,18.11;26.13 4CJr7.8;Mq3.11 Sd1Rs6.12;Jr21.12;22.3 6eDt6.14-15;Jr13.10 
7 /Ot4.40 gJr3.18 8 hJr 5.31, 14.13-14 9 i1Rs 18.21; Os 4.1-2; SI 1.5 iÊx 20.3; Jr 7.6; 19.4 10 IEz 23.39 mJr 7.11, 14; 32.34; 34.15 
Paz. Sendo a paz mais do que a ausência da guerra, trata-se do bem-estar social 
e individual, resultado da observância da aliança. 
•6.16 veredas antigas. Esta figura de linguagem descreve a vida religiosa 
tradicional dos israelitas, desde os dias de Moisés. 
•6.17 atalaias. Ou seja, os profetas (Is 21.11, Ez 3.17; Hc 2.1). 
•6.18 ouvi, ó nações ... ó congregação. Ver 2.4; Mq 1.2. 
•6.20 o incenso, .. cana aromática. Eram ingredientes caríssimos, usados nos 
rituais religiosos (Ex 30.23-38) 
holocaustos não me são aprazíveis. Esta acusação é importante nos Salmos 
e nos profetas (SI 40.6-8; Is 1.11-15; Mq 6 6-8). Ver Mt 23.23. 
•6.23 Trazem arco e dardo ... em cavalos. Ver a descrição da Babilônia em Hc 
1.6-11. Embora os babilônios sejam instrumentos de Deus, ele não aprova a 
crueldade deles. 
•6.27 acrisolador. Em outros lugares do livro, o próprio Senhor é aquele que 
testa tanto o povo (9 7; 17.10; 2012) quanto Jeremias (11.20; 12.3) O profeta 
atua como agente de Deus aqui. 
•6.29-30 chumbo ... prata. O chumbo era usado no processo de refinação da 
prata. O processo de refinar a Judá não tem produzido qualquer coisa de valor. 
•7.2 porta. Provavelmente, este fosse o portão que levava ao átrio interior do 
templo. Jeremias colocou-se no lugar central de adoração de Judá paraproclamar a falsidade da nação. O poder de sua ação é aumentado por ser, ele 
mesmo, um sacerdote. 
todos de Judá ... para adorardes ao SENHOR. É possível que esta profecia te-
nha sido entregue em uma das grandes festas anuais (Êx 23. 14-18), quando se 
requeria que todo o povo de Israel se fizesse presente. 
•7.3 neste lugar. A Terra Prometida. A força do apelo de Jeremias ao,ui, ta\~e1 
um choque para o complacente Judá, era que eles não podiam ocupar a Terra 
Prometida automaticamente. 
•7.4 palavras falsas ... templo do SENHOR. A repetição dá ênfase. A hipocrisia 
de sua professa confiança no Senhor e em seu templo é desmascarada nas 
mínimas coisas. 
•7.5-6 se ... para vosso próprio mal. A linguagem condicional repercute a 
aliança mosaica (Dt 14.28-29; Dt 13.1-3). 
derramardes sangue inocente. Este apelo não contém nenhum exagero 
(19.4) 
•7 .9 Furtais. Notar a alusão a cinco dos Dez Mandamentos (comparar com 
Os 4.2), com um destaque ascendente sobre o primeiro mandamento IÊx 
203) 
•7.10 nesta casa que se chama pelo meu nome. Ver Dt 12.5; 1Rs 8.43, onde 
o "lugar" é identificado como o templo de Jerusalém. 
869 JEREMIAS 7 
nesta casa que se chama pelo meu nome um ºcovil de salte-
adores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o 
SENHOR. 
12 Mas ide agora ao Pmeu lugar que estava em Siló, 
q onde, no princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o rque 
lhe fiz, por causa da maldade do meu povo de Israel. 
13 Agora, pois, visto que fazeis todas estas obras, diz o 
SENHOR, e eu vos falei, 5 começando de madrugada, e não 
me ouvistes, 1 chamei-vos, e não me respondestes, 14 farei 
também a esta casa que se chama pelo meu nome, na qual 
confiais, e a este lugar, que vos dei a vós outros e a vossos 
pais, como fiz a "Siló. 15 Lançar-vos-ei da minha presença, 
v como arrojei a todos os vossos irmãos, a xtoda a posterida· 
de de Efraim. 
A intercessão do profeta não salvará o povo rebelde 
16Tu, pois, znão intercedas por este povo, nem levantes 
por ele clamor ou oração, nem me importunes, ªporque eu 
não te ouvirei. 17 Acaso, não vês tu o que andam fazendo nas 
cidades de Judá e nas ruas de Jerusalém? 18 bOs filhos apa-
nham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amas· 
sam a farinha, para se fazerem bolos à Rainha dos Céus; e 
e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à 
ira. 19 Acaso, dé a mim que eles provocam à ira, diz o SE-
NHOR, e não, antes, a si mesmos, para a sua própria vergonha? 
20 Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Eis que a minha ira e o 
meu furor se derramarão sobre este lugar, sobre os homens e 
sobre os animais, sobre as árvores do campo e sobre os frutos 
da terra; arderá e não se apagará. 
A mera multiplicação dos sacrificios é debalde 
21 Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: 
e Ajuntai os vossos holocaustos aos vossos sacrifícios e comei 
carne. 22/Porque nada falei a vossos pais, no dia em que os 
tirei da terra do Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca 
de holocaustos ou sacrifícios. 23 Mas isto lhes ordenei, di-
zendo: gDai ouvidos à minha voz, e heu serei o vosso Deus, 
e vós sereis o meu povo; andai em todo o caminho que eu 
vos ordeno, para que vos vá bem. 24 ;Mas não deram ouvi-
dos, nem atenderam, porém i andaram / nos seus próprios 
conselhos e na 2 dureza do seu coração maligno; 1andaram3 
para trás e não para diante. 25 Desde o dia em que vossos 
pais saíram da terra do Egito até hoje, menviei-vos todos os 
meus servos, os profetas, todos os dias; começando de ma-
drugada, eu os enviei. 26 n Mas não me destes ouvidos, nem 
me atendestes; ºendurecestes a cerviz e Pfizestes pior do 
que vossos pais. 
27 uDir-lhes·ás, pois, todas estas palavras, mas não te darão 
ouvidos; chamá-los-ás, mas não te responderão. 28 Dir-lhes·ás: 
Esta é a nação que não atende à voz do SENHOR, seu Deus, e 
rnão aceita a disciplina; já pereceu, a 5verdade foi eliminada da 
sua boca. 
Judá rejeitado por Deus 
29 1Corta os teus cabelos consagrados, ó Jerusalém, e 
põe-te a prantear sobre os altos desnudos; porque já o SE-
NHOR rejeitou e desamparou a geração objeto do seu furor; 
30 porque os filhos de Judá fizeram o que era mau perante 
mim, diz o SENHOR; "puseram os seus ídolos abomináveis na 
casa que se chama pelo meu nome, para a 4 contaminarem. 
31 Edificaram os valtos de Tofete, que está no vale do filho 
de Hinom, para xqueimarem a seus filhos e a suas filhas; o 
z que nunca ordenei, nem me passou pela mente. 32 Portanto, 
eis que ªvirão dias, diz o SENHOR, em que já não se chamará 
·-11 :ls~567 º~t 21;; l;P~s 1~1 q~;~21~ r~S~ 4 ~O 13 S2Cr 36151;1-;4 ~ l~ u~s~ 4 ~O 1~ ~5 :-2~~ ;2~;"; 7;67- - -
16ZÊx3210;Jr11.14ªJr15.1 18bJr44.17CJr1913 1QdDt3216,21 21 eJr6.20 22f[Ds66J 23gDt6.3h[Ex19.5-6J 
24 i SI 81.11 i Dt 29.19 1 Jr 32.33 / ou seja, seguiram 2 teimosia ou imaginação 3Lit. eles eram 25 m 2Cr 36.15 26 n Jr 11.8 ° Ne 
9.17 p Jr 16.12 27 GEz 2.7 28 r Jr 5.3 s Jr 9.3 29 IMq 1.16 30 UDn g 27; 11.31 4 profanarem 31 V2Rs 23.10 Xlv 18.21, 2Rs 
17 17; SI 106.38 z Dt 17.3 32 a Jr 19.6 
Estamos salvos. Uma falsa adoração produz falsa segurança 
•7 .12 Siló ... o meu nome. Siló era o lugar central de adoração para todo o 
\-s1âe\, â\\tes (\Ue Davi fizesse de Jerusalém a capital (Js 18.1; 1 Sm 191 Agora 
que Siló não mais existia (provavelmente destruída pelos filisteus), ela servia de 
boa prova do ponto salientado por Jeremias de que até um lugar onde o Senhor 
fez seu nome habitar não estava imune ao seu juízo. 
•7.13 não me ouvistes. Este é um importante tema do livro (6 17; 11.7-8; 253; 
cf. 2Rs 17 13-14). 
•7.16. Tu, pois, não intercedas. Tal proibição era funesta, porquanto um dos 
papéis de um profeta era interceder (Abraão serviu como um intercessor, Gn 
20.7; e Moisés, Êx3211-14) Essa proibição é repetida em 11.14 (comparar com 
15.l; 1Jo5.16) 
• 7 .18 filhos ... pais ... mulheres. Um quadro do domínio universal que a idolatria 
exercia sobre o povo. 
Rainha dos Céus. Um nome babilônico para a deusa lstar (4419,25) 
• 7 .20 sobre os homens e sobre os animais ... frutos da terra. O rompimen-
to do relacionamento entre Deus e o seu povo afeta a criação inteira (ver Os 
2 18) 
•7.21-23 holocaustos ... sacrifícios. Sacrifícios desacompanhados da ado-
ração interna do coração não interessam a Deus; o povo bem podia comer os 
sacrifícios eles mesmos, se os oferecessem dessa maneira. Essa condenação 
profética de um ritual vazio torna-se ainda mais notável porque o sistema desa-
crifícios revelado a Moisés continuava em vigor. Jeremias não está sozinho ao fa-
lar dessa maneira; ver 1 Sm 15.23; Is 1.11-15; Os 6.6; Am 5.21-25; Mq 6.6-8. 
•7.24 andaram ... seu coração maligno. Este retrato de Judá sugere forte-
mente uma disposição inata para com o mal no coração humano. 
• 7 .29 Corta os teus cabelos. Este mandamento está no gênero gramatical fe-
minino e personifica Jerusalém como uma mulher (21 ); o rapar da cabeça dela é 
um sinal de lamentação ou humilhação. 
•7.30 na casa. Este versículo é urna evidência da presença de um culto estran-
geiro no próprio templo, como nos dias de Manassés (2Rs 21.7). Josias tinha re-
movido a abominação, mas esta tinha retornado, possivelmente nos dias de 
Jeoaquim (Introdução: Autor; Data e Ocasião). Ezequiel também conhece tal con-
taminação (Ez 8.3-12) Tais práticas explicam a referência de Jeremias à persis-
tente rebelião de Judá 
•7.31 os altos. É o nome usual para os centros de culto pagão (2Rs 23 8-9) 
Tofete. Lit. "lugar de fogo" Era no vale do Filho de Hinom, onde crianças eram sa-
crificadas ao deus estrangeiro Moloque. O oferecimento do filho primogênito era 
praticado no mundo antigo, mas em Israel um filho primogênito era "remido", 
substituindo-se o mesmo por um animal, que era sacrificado (Êx 13.2; 34.19-20) 
O sacrifício de crianças era expressamente proibido (Lv 18.21; 20.2-5). Vertam-
bém 2Rs 23.1 O, nota. 
vale do Filho de Hinom.Ficava a sudoeste de Jerusalém. Seu nome equivalen-
te, em grego, é Geena ou "inferno" (Mt 5.22, notai 
JEREMIAS 7, 8 870 
Tofete, nem vale do filho de Hinom, mas o vale da Matança; 
bos mortos serão enterrados em Tofete por não haver outro 
lugar. 33 Os e cadáveres deste povo servirão de pasto às aves 
dos céus e aos animais da terra; e ninguém haverá que os es-
pante. 34 Farei d cessar nas cidades de Judá e nas ruas de Je-
rusalém a voz de folguedo e a de alegria, a voz de noivo e a 
de noiva; porque ea terra se tornará em desolação. 
8 Naquele tempo, diz o SENHOR, lançarão para fora das suas sepulturas os ossos dos reis e dos príncipes de Judá, 
os ossos dos sacerdotes e dos profetas e os ossos dos habitan-
tes de Jerusalém; z espalhá-los-ão ao sol, e à lua, e a todo o 
exército do céu, a quem tinham amado, e a quem serviram, e 
após quem tinham ido, e a quem procuraram, e diante de 
ªquem se tinham prostrado; não serão recolhidos, bnem se-
pultados; serão como esterco sobre a terra. 3 Escolherão antes 
a e morte do que a vida todos / os que restarem desta raça mal-
vada que ficar nos lugares para onde os dispersei, diz o 
SENHOR dos Exércitos. 
O castigo é ineYitável 
4 Dize-lhes mais: Assim diz o SENHOR: Quando caem os 
homens, não se tornam a levantar? Quando alguém se desvia 
do caminho, não torna a voltar? 5 Por que, pois, este povo de 
Jerusalém se d desvia, apostatando continuamente? epersiste 
to Portanto, ºdarei suas mulheres a outros, e os seus campos, 
a novos possuidores; porque, desde o menor deles até ao mai-
or, cada um se dá à Pganância, e tanto o profeta como o sacer-
dote usam de falsidade. 11 q Curam 2 superficialmente a ferida 
do meu povo, dizendo: rpaz, paz; quando não há IYa2. \2 Se-
rão senvergonhados, porque cometem abominação sem sen-
tir por isso vergonha; nem sabem que coisa é envergonhar-se. 
Portanto, cairão com os que caem; quando eu os castigar, tro-
peçarão, diz o SENHOR. 13 Eu os 3consumirei de todo, diz o 
SENHOR; não haverá uvas 1na vide, nem figos na "figueira, e a 
folha já está murcha; e já lhes designei os que vpassarão sobre 
eles. 
14 Por que estamos ainda assentados aqui? xReuni-vos, e 
entremos nas cidades fortificadas e ali pereçamos; pois o 
SENHOR já nos decretou o perecimento e nos deu a beber 
2 água 4 venenosa, porquanto pecamos contra o SENHOR. 
15 ªEspera-se a paz, e nada há de bom; o tempo da cura, e eis 
o terror. 16 Desde bOã se ouve o resfolegar dos seus cavalos; 
toda a terra treme à voz dos rinchos dos seus e garanhões; e 
vêm e devoram a terra e a sua abundância, a cidade e os que 
habitam nela. 17 Porque eis que envio para entre vós serpen-
tes, áspides contra as quais não há dencantamento, e vos 
morderão, diz o SENHOR. 
no engano f e não quer voltar. 6 gEu escutei e ouvi; não falam A dor do profeta por causa da ruína do povo 
o que é reto, hninguém há que se arrependa da sua maldade, 18 Oh! Se eu pudesse consolar-me na minha tristeza! O 
dizendo: Que fiz eu? Cada um corre a sua carreira como um meu coração desfalece dentro de mim. 19 Eis a voz do clamor 
cavalo que arremete com ímpeto na batalha. 7 Até ; a cegonha da filha do meu povo de e terra mui remota: Não está o SENHOR 
no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou em Sião? Não está nela o seu Rei? Por que me provocaram à ira 
observam o tempo da sua arribação; mas o jmeu povo não co- com as suas imagens de escultura, com os ídolos dos estrangei-
nhece o juízo do SENHOR. 8 Como, pois, dizeis: Somos sábios, ros? 20 Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos. 
1e a lei do SENHOR está conosco? Pois, com efeito, a falsa pena 21 !Estou quebrantado pela ferida da filha do meu povo; estou 
dos escribas a converteu em mentira. 9 mos sábios serão en- degluto; o espanto se apoderou de mim. 22 Acaso, não há hbáJ-
vergonhados, aterrorizados e presos; eis que rejeitaram a pa- sarno em Gi!eade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se 
lavra do SENHOR; n que sabedoria é essa que eles têm? realizou a cura da filha do meu povo? 
A b;R~23-10; Jr 19.11 33 CJr92;1~-11~E:7.~ ;,;~;~;~~;;1;-9,;5~;~~;1;-0:-2~. ~~2;-e~ ;-3;1;~7.=:ir;;7-
CAPITULO 8 2 ª 2Rs 23.5; Jr 19.13; Ez 8.16; SI 1.5; At 742 bJr 22.19 3 e Jó 3.21-22; 7 15-16; Jn 4.3; Ap 9.6 / remanescente 5 dJr 
7.24 e Jr 9.6 /Jr 5.3 6 gSI 14.2; [Is 30.18; MI 3.16; 2Pe 3.9] h Ez 22.30; Mq 7.2; Ap 9.20 7 iPv 6.6-8; Ct 2.12; Ls 1.3; Mt 16.2-3 j Jr 54; 9.3 
81Rm2.17 9m1s19.11;Jr6.15;[1Co127]nls44.25;Jr4.22 10ºDt28.30;Am5.11;Sfl.13Pls56.11,57.17;Jr6.13 llqJr 
6.14 rEz 13.1 O 2/evianamente 12 s SI 52.1-7; Is 3.9; Jr 3.3; 6.15; SI 3.5 13 t Jr 5.17; 7.20; JI 1.17 u Mt 21.19; Lc 13.6 VDt 28.39-40 3 Ou 
levarei 14XJr4.5ZDt29.18;Sl69.21;Jr9.15;Lm3.19;Mt2734 40uamarga, lit.defel 15 ªJr14.19 16 bJz18.29;Jr4.15 CJr47.3 
17 d SI 58.4-5 19 eis 39.3; Jr 5 15 21/Jr9.1gJr14.2; JI 2.6; Na 2.10 22 h Gn 3725; Jr 46.11 
•7.33 cadáveres. Ver 1Rs14.11 e nota. Exumar restos mortais 18.1) infligia uma 
desonra ainda maior 12Rs 23.16, 18) do que deixar um cadáver exposto aos ani-
mais que comiam carniça. 
•8.2 espalhá-los-ão ao sol ... lua ... o exército do céu. A ironia desta maldi-
ção é que eles adoravam esses corpos celestiais (2Rs 21.3-5). Is 40.25-26 decla-
ra que o Criador é maior do que essas coisas criadas. 
•8.6 corre. Ao invés de abandonarem os seus pecados, eles corriam na direção 
deles, precipitando-se de cabeça para baixo. 
•8.8 sábios ... escribas. Os sábios eram um grupo, talvez o mesmo grupo dos 
"escribas". Ver 2Sm 8.17; Ed 7.6 e notas. 
•8.9 Os sábios ... que sabedoria. Diferente da sabedoria exposta em Provérbi-
os, a sabedoria destes escribas era vazia, não demonstrando nenhum conheci-
mento real da palavra do Senhor. Ver Dt 4.6. 
•8.13 não haverá uvas na vide. A videira simboliza Judá 12.21) Entretanto, a 
linguagem sugere uma perda de fertilidade, uma bênção de Deus que o povo ha-
via atribuído a outros deuses !Os 2 8-9). 
•8.14 Reuni-vos. A palavra é a mesma usada para "consumirei" a colheita. no v. 
13 (ver nota textual). Ironicamente, o que eles tencionam como uma reunrao para 
obterem segurança será uma reunião para serem julgados. 
•8.17 serpentes, áspides. Estas palavras podem ser compreendidas literal-
mente, como uma espécie de praga (comparar a "água venenosa" do v. 14; Nm 
21 6) ou como uma figura de linguagem para indicar o inimigo 
•8.18 pudesse consolar-me na minha tristeza. O original hebraico desta fra-
se é problemático. Talvez signifique: "minha tristeza me esmagou". 
•8.21 Estou quebrantado ... estou de luto. Jeremias participa do sofrimento 
do povo 114.2). 
•8.22 não há bálsamo em Gileade. Gileade era lugar conhecido por seus pro-
dutos medicinais 146 11) 
não há lá médico ... não se realizou a cura. Quanto à metáfora da cura e dás 
falsos médicos, ver 8.11. O desejo por um médico é um apelo a Deus como tal; 
ele virá no tempo certo, na pessoa de Cristo, o Grande Médico 130.17; cf. Lc 
418-19) 
871 JEREMIAS 9 
9 Prouvera a Deus ªa minha cabeça se tornasse em águas, e os meus olhos, em fonte de lágrimas! Então, choraria 
de dia e de noite os mortos da filha do meu povo. 2 Prouvera a 
Deus eu tivesse no deserto uma estalagem de caminhantes! 
Então, deixaria o meu povo e me apartaria dele, porque todos 
beles são adúlteros, são um bando de traidores; 3 e curvam a 
língua, como se fosse o seu arco, para a mentira; fortale-
cem-se na terra, mas não para a verdade, porque avançam de 
dmalícia em malícia e enão me conhecem, diz o SENHOR. 
4/Guardai-vos cada um do seu amigo e de irmão nenhum vos 
fieis; porque todo irmão não faz mais do que enganar, e todo 
amigo ganda caluniando. 5 Cada um hzomba do seu próxi-
mo, e não falam a verdade; ensinam a sua língua a proferir 
mentiras; cansam-se de praticar a iniqüidade. 6 Vivem no 
meio da falsidade; pela falsidade recusam conhecer-me, diz o 
SENHOR. 
Ameaças de ruína e exílio 
7 Portanto, assim diz o SENHOR dos Exércitos:

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