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trabalho tributário

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
 
 Bárbara Webber Monteiro
 Imposto Único 
 			 
 Torres
 2017
Introdução
A urgente necessidade de uma nova estrutura tributária no Brasil tem sido um dos temas mais polêmicos na pauta de discussões sobre as grandes questões nacionais. O caráter inadiável dessa reforma se explica por si só, uma vez que diz respeito a um dos principais elementos da economia do país e compreende um fator decisivo para a atuação dos diferentes agentes econômicos, públicos e privados.
A questão que sempre norteou a intenção de se criar um sistema simples de tributação foi a busca de uma base tributável ampla o bastante a ponto de gerar receita suficiente para o poder público. A transação financeira como base de incidência tributária surgiu com a supremacia da moeda escritural sobre a moeda manual e com a intensa informatização das operações bancárias. A convergência entre a busca da unicidade tributária e a solidificação de um sistema monetário baseado na moeda escritural eletrônica deu origem à proposta do Imposto Único no Brasil.
A principal razão de seu ressurgimento em nosso país advém de razões históricas. Ainda que o Imposto Único tenha uma longa e respeitável tradição na evolução do pensamento econômico, ele nunca pode se materializar, pois em nenhuma circunstância histórica uma sociedade reuniu as duas condições básicas para sua efetiva operacionalização. A primeira é a existência de um sistema bancário altamente informatizado, com um sistema nacional de compensação de cheques e documentos. A segunda é a predisposição cultural da sociedade de não usar moeda manual, substituindo-a pelas mais variadas formas de moeda escritural.
Imposto Único 
Imposto Único trata-se de uma solução moderna e eficaz para a questão tributária brasileira. A proposta do Imposto Único prevê a substituição de todos os tributos de natureza declaratória por apenas um. Haveria uma alíquota incidente sobre cada parte de uma transação bancária (débito e crédito). Na proposta original, a alíquota estimada era de 1% e ela seria suficiente para arrecadar cerca de 23% do PIB.
Hoje, com carga tributária de 35% do PIB, a alíquota necessária seria de 2,81% em cada parte de uma transação nas conta correntes bancárias. Esta alíquota substituiria tributos que representam 27% do PIB. Porém, o Imposto Único, os custos de administração do governo seriam significativamente reduzidos, e por tanto tornaria possível uma redução na carga tributária, sem redução nos serviços prestados.
Com o Imposto Único, seriam eliminadas as exigências de emissão de notas fiscais, preenchimento de guias de arrecadação, declarações de renda ou de bens e de qualquer outra formalidade fiscal. A adoção do Imposto Único terá, como resultado imediato, a redução da corrupção, a eliminação da sonegação e a redução dos custos tributários para as empresas e trabalhadores.
Segundo estudos, no Brasil, uma boa parte dos impostos não é recolhida, pois o contribuinte sonega, sub-fatura, super-fatura, repete nota fiscal, omite declaração. Tolerada sob nomes de “economia informal”, “jeitinho brasileiro”, “caixa dois”, “sem nota”, a sonegação é enorme, mas os que pagam, pagam mais, para compensar pelos que sonegam. Aí entra o Imposto Único, impossível de ser fraudado, seria tão baixo que na maioria dos casos nem valeria a pena tentar.
Com a eliminação dos atuais impostos, os preços das mercadorias seriam muito reduzidos. As empresas venderiam mais e a economia ganharia um forte impacto para crescer. A burocracia, a corrupção fiscal e a sonegação seriam eliminados. O Imposto Único, além de elevar salários, reduziria os preços das mercadorias, o que, por sua vez, provoca queda na inflação e consequente valorização dos salários.
O Imposto Único traz inúmeras vantagens de ordem tributária. A fiscalização torna-se mais simples; os critérios de taxação ficam mais transparentes; os custos por parte do poder público, e também os custos do setor privado vinculados às exigências tributárias, tornam-se menores. A simplificação do processo fiscal é evidente quando toda a arrecadação se concentra em um único tributo, incidente sobre uma única base.
Portanto, esse sistema de tributação eliminaria a sonegação e implicaria significativa liberação de recursos reais. Haveria uma sensível redução nos custos de produção das empresas, no custo da máquina pública e nos preços, concomitantemente com a possibilidade de sensível redução na carga tributária. Certamente, alguns desses ganhos seriam do tipo once and for all, mas seriam suficientes para permitir um expressivo ajuste fiscal e uma sensível recuperação da capacidade de investimento do país.
				Considerações Finais
O Brasil tem uma parafernália de tributos cumulativos, dentre os quais, curiosamente, alguns são execrados (parte do PIS-Cofins), outros tolerados (ISS, parte do ICMS e do IPI), outros ainda apreciados, como se não fossem igualmente cumulativos (IRPJ presumido e SIMPLES). O Imposto Único não é diferente deles sob esse aspecto, mas exibe as vantagens notáveis descritas acima, é simples e de baixo custo.
Uma importante inovação dessa tributação é não permitir exonerações tributárias, tais como isenções, abatimentos, ou qualquer outra forma de benefícios fiscais. Isto torna a tributação neutra de modo que esta passa a não interferir na formação do preço dos produtos e serviços, evitando favorecimentos políticos e distorções de mercado causadas pelas exonerações tributárias. 
Com um imposto único incidindo apenas na operação de venda à consumidor final, a complexidade tributária sofre uma redução drástica, havendo uma grande desoneração do custo e do tempo utilizado para compreensão e cumprimento da legislação tributária. 
Na questão tributária, nota-se o gradual colapso do paradigma convencional, que entra em crise a partir de sua incapacidade em fornecer explicações, diagnósticos, justificativas ou soluções para fatos novos que surgem no panorama econômico atual. O que se observa, contrario, é justamente a erosão dos mecanismos tradicionais de extorsão tributária, baseados no conceito de que o contribuinte é um fraudador em potencial, até prova em contrário, daí resultando uma soma impressionante de sistemas de controle e vigilância que não conseguem impedir a evasão e a elisão fiscais.
Referencial Bibliográfico
https://www.cartacapital.com.br/economia/imposto-unico-menor-e-mais-justo 
https://www.marcoscintra.org/o-que-e-o-imposto-unico 
https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/14428/Reforma%20tribut%C3%A1ria%20e%20o%20Imposto%20%C3%9Anico%20-%20Revista%20Pensar%20Verde.pdf

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