Prévia do material em texto
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO Profa. Me. Lívia Cintra 1 DEFINIÇÃO TCE 2 Toda e qualquer lesão que envolve anatomicamente desde o couro cabeludo até o parênquima encefálico. Epidemiologia TCE 3 As lesões cranioencefálicas encontram-se entre os tipos de trauma mais frequentemente vistos nos Serviços de Emergência. Aproximadamente 75% dos doentes com TCE são classificados como vítimas de trauma leve, 15% como vítimas de trauma moderado e 10% como vítimas de trauma grave. As vítimas sobreviventes de TCE frequentemente apresentam dano neurofisiológico que resulta em invalidez, comprometendo o trabalho e as atividades sociais. Causas Mais Frequentes de TCE 4 Acidentes com veículos; Quedas; Violência interpessoal; Esportes e recreação. Fisiologia TCE 5 • PIC elevada reduzir perfusão cerebral e causar ou exacerbar a isquemia. • PIC normal: 0-10/15 mmHg. Pressão Intracraniana (PIC) • Crânio é uma caixa rígida, não expansível. Volume total intracraniano deve permanecer constante (sangue, líquor e parênquima encefálico); • Fase inicial após o trauma: Massa (coágulo/hematoma) pode aumentar e PIC permanecer normal (Fase de Compensação: Expulsão de sangue venoso e LCR para fora do crânio) • Estado descompensado: Mecanismos de compensação são esgotados e PIC eleva-se. Doutrina de Monro-Kellie Fisiologia TCE 7 • FSC baixas são inadequados para satisfazer a demanda metabólica do cérebro precocemente após o trauma isquemia cerebral • Pressão de perfusão cerebral (PPC) é definida como pressão sanguínea arterial média (PAM) menos a pressão intracraniana • (PPC: PAM - PIC). • PAM muito baixa isquemia e infarto; • PAM muito alta edema e aumento PIC. Fluxo sanguíneo cerebral (FSC) ✓ perfusão e FSC pela PIC, manter volume intravascular normal e PAM normal. Tipos específicos de TCE 8 Lesões de couro cabeludo Fraturas de crânio Lesões intracranianas Lesões cerebrais difusas Lesões cerebrais focais Lesões de Couro Cabeludo 9 A aparência pode ser bem dramática, não apresenta geralmente, complicações e lesões cerebrais. O sangramento na lesão pode ser intenso e deve-se localizar e avaliar a lesão. Estancar o sangramento. Fratura de Crânio 10 Podem ocorrer na calota ou base do crânio; Podem ser lineares ou estreladas, abertas ou fechadas; São comuns, mas nem sempre associadas à lesão cerebral. Identificação da fratura é um fator muito importante (comprometimento de vasos sanguíneos): TC Fratura de Crânio 11 Sinais clínicos de fratura de base de crânio: Equimose periorbital (olhos de guaxinim); Equimose retroauricular/mastóide (sinal de Battle), Fístula liquórica através do nariz (rinorreia) ou do ouvido (otorreia) e disfunção do VII e VIII nervo craniano (paralisia facial e perda da audição) imediatamento ou em poucos dias após a lesão. Pode desenvolver hematoma intracraniano, lesões do cérebro e fraturas com afundamento e infecções. Fratura de Crânio 12 13 Trauma grave de face e crânio após queda de 15 metros. No primeiro atendimento, Glasgow 5, respiração irregular, hematoma periorbitário, saída de liquor pelos ouvidos e narinas, e óbvia deformidade craniofacial. Foi realizada intubação orotraqueal para o controle da via aérea. A TC mostra múltiplas fraturas cranianas, incluindo base do crânio e da face medial, contra-indicação absoluta da passagem de sondas nasogástricas, pelo risco de penetração no cérebro, através da placa fraturada. Lesões intracranianas 14 Lesão Cerebral Difusa É produzido por rápidos movimentos da cabeça (choque da massa encefálica com a caixa craniana). Concussão Caracteriza-se pela perda rápida das funções neurológicas. Confusão mental e amnésia temporária. Perda da consciência. Cefaléia, náuseas e vômitos. TC crânio normal. Lesões intracranianas 15 Concussão Lesões intracranianas 16 Lesão Cerebral Focal: Incluem: Hematomas epidurais; Hematomas subdurais; Contusões. Lesões intracranianas 17 Lesão Cerebral Focal: Hematomas epidurais Relativamente raros (0,5% dos TCE); Frequentemente localizados na região temporal ou temporoparietal; Resultam da ruptura da artéria meníngea ou de um seio venoso importante ou do sangramento da fratura de crânio; Lucidez no momento da lesão e a deterioração neurológica. Lesões intracranianas 18 Lesão Cerebral Focal: Hematomas subdurais São mais comuns que os epidurais (30% TCE); Ocorrem: dilaceração de vasos superficiais pequenos ou vasos do córtex cerebral; O comprometimento cerebral costuma ser muito mais grave do que nos hematomas epidurais devido à presença de lesão parenquimatosa concomitante. Lesões intracranianas 19 Lesões intracranianas 20 Lesão Cerebral Focal: Contusões São bastante comuns (presentes em cerca de 20% a 30% dos TCE graves); A maioria das contusões ocorre nos lobos frontal e temporal, mas podem ocorrer em qualquer parte do cérebro; Lesão direta do cérebro no local do impacto; Pode ser única ou múltipla, pequena ou grande; Em horas ou dias, podem evoluir para hematoma intracerebral (TC repetidas para avaliação); Lesões intracranianas 21 Lesão Cerebral Focal: Contusões (manifestações clínicas): Perda da consciência; Alteração dos SSVV; Paralisia de um lado do corpo; Dilatação de uma pupila. TCE 22 Tríade de Cushing Hipertensão arterial Bradicardia Bradpneia Alterações pupilares Gravidade do TCE 23 Escala de Coma de Glasgow TCE Leve – Glasgow 13 a 15; TCE Moderado – Glasgow 09 a 12; TCE Grave – Glasgow < ou igual a 08. Diagnóstico das Lesões Tomografia computadorizada do crânio; Raios X; Lesões Cerebrais 24 Primárias: São originadas no momento do impacto; Secundárias: Surgem em outros locais do encéfalo ou se estende a partir da lesão primária. Causas: Sistêmicas: Hipotensão, hipóxia, hipercapnia, anemia, febre, hipo/hiperglicemia, sepse, coagulopatia; Intracranianas: Hematomas, edema, HIC, hérnias cerebrais, vasoespasmo, hidrocefalia, infecções, convulsões, lesões vasculares e resposta inflamatória cerebral. Tratamento TCE 25 Objetivos principais: Prevenir lesão cerebral secundária; Minimizar e prevenir complicações; Maximizar a perfusão cerebral; Tratamento Cirúrgico: Drenagem de hematomas, correção de fraturas. Tratamento Clínico. Tratamento Clínico TCE Grave 26 IOT com suporte ventilatório (manutenção de VA artificial); Oxigenação adequada (Manter ventilação mecânica; SPO2 > ou igual a 95%; A avaliação gasométrica é essencial para a manutenção da eficiência da ventilação mecânica); Sedação (coma induzido; drogas sedativas); Drogas anticonvulsivantes (convulsão pós- traumática; Diazepam, Fenitoína); Monitorização da PIC; Tratamento Clínico TCE Grave 27 Hiperventilação temporária: Hipercapnia (PaCO2 > 45 mm Hg) promove edema cerebral e aumento da PIC; A PCO2 deve ser mantida menor ou igual a 35 mmHg; Redução PCO2 arterial alcalose vasoconstrição cerebral Redução PIC; A hiperventilação deve ser usada somente com moderação e, tanto quanto possível, por período de tempo limitado. Tratamento Clínico TCE Grave 28 Reposição volêmica (administração de fluídos intravenosos, sangue e derivados; manter a volemia): Recomenda-se solução salina isotônica e Ringer lactato; Uso de soluções com glicose (hiperglicemia) é prejudicial aocérebro lesado; Monitorar níveis de Na (edema cerebral) e glicose; Tratamento Clínico TCE Grave 29 Diuréticos osmóticos (Manitol); Reduz PIC; ATENÇÃO: Não deve ser administrado se hipotensão. Não abaixa a PIC em situação de hipotensão além de ser um diurético potente. Isso exacerba a hipotensão e a isquemia cerebral. Cuidados de Enfermagem 30 Manter cabeceira elevada 30º; Monitorização hemodinâmica e oximetria de pulso; Realizar balanço hídrico rigorosamente (Avaliar diurese); Controlar líquidos infundidos; Avaliar sinais de hipovolemia e traumas associado; Atentar para avaliação de trauma na uretra antes de realizar cateterismo vesical; Avaliar constantemente o suporte ventilatório e a reposta do paciente; Monitorizar PCO2, PO2 ,PIC e PVC; Cuidados de Enfermagem 31 Controlar rigorosamente a sedação; Avaliar função motora; Avaliar rigorosamente alterações de nível de consciência; Avaliação contínua do escore de glasgow em pacientes não sedados; Avaliação constante da reação pupilar; Eliminar ruídos do ambiente; Atentar para os cuidados de higienização oral em pacientes intubados; Não realizar cateterismo nasogástrico em pacientes com fratura de base de crânio; Realizar exame físico; Cuidados de Enfermagem 32 Rever exames, quando necessário; Acompanhar o paciente crítico na realização de exames; Manter a integridade da pele; Prevenir infecções; Preparar para cirurgia, quando indicado; Avaliar a incisão cirúrgica e presença de hematoma subgaleal; Identificação precoce de potenciais doadores de órgãos e tecidos; Manter a família sempre informada do quadro clínico (condição / prognóstico, complicações potenciais e plano de tratamento); Dar suporte e apoio emocional à família (processo de enfrentamento) ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM TRAUMA RAQUIMEDULAR Profa. Me. Lívia Cintra 33 Definição 34 Toda e qualquer lesão que envolve a coluna vertebral com ou sem lesão medular. Epidemiologia 35 O TRM se associa a outras lesões em 80% dos pacientes e com TCE fechado em 1,7 a 4,8%; Nos casos de TCE com Escala de Coma de Glasgow < 10 esta associação é de aproximadamente 7,5 a 9%; Todos os níveis medulares podem ser acometidos, mas em geral 55% dos casos acometem a região cervical, 30% a região torácica e 15% a região lombar. Epidemiologia 36 Incidência: Sexo: Preferencialmente masculino; Faixa etária: 15 e 40 anos; Elevados custos aos serviços de saúde. Causas principais Acidentes automobilísticos (45%); Queda de altura/mergulho (20%); Acidentes esportivos (15%); Atos de violência (15%); Outros (5%). Fisiopatologia 37 As lesões raquimedulares podem ser separadas em duas categorias: primárias e secundárias; Podem variar desde uma concussão, até contusão, laceração e transecção; As lesões podem ser ósseas sem comprometimento medular e também medulares sem lesão óssea. Fisiopatologia 38 A lesão medular sempre tem um grande potencial de ser incapacitante, e por esta característica devemos considerar o paciente politraumatizado como tendo uma lesão medular até que se prove o contrário. Fisiopatologia 39 As lesões medulares podem ser completas ou incompletas (déficit neurológico): Completas: Ausência de função motora ou sensorial abaixo de um determinado nível; Incompleta: Presença de certo grau de função sensorial ou motora; o prognóstico, quanto à recuperação, é significativamente melhor do que aquele com lesão medular completa. Fisiopatologia 40 Lesões medulares podem ser categorizadas quanto a gravidade do déficit neurológico: Paraplegia incompleta (lesão torácica incompleta); Paraplegia completa (lesão torácica completa); Tetraplegia incompleta (lesão cervical incompleta); Tetraplegia completa (lesão cervical completa). Fisiopatologia 41 As lesões medulares incompletas são classificadas de acordo com a área de comprometimento raquimedular (central, anterior ou lateral): Síndrome medulares: Síndrome central da medula Síndrome anterior da medula Síndrome lateral da medula (S. de Brown-Séquard) Síndrome Medular Central 42 É causada pela lesão ou edema da porção central da medula espinhal, comumente na região cervical; Queda para frente com impacto facial; Desproporção entre a perda de força motora (déficits motores) nas extremidades/membros superiores (mais acentuada) e inferiores; Podendo haver déficits sensoriais. Disfunção vesical intestinal variável ou inexistente; O prognóstico quanto à recuperação costuma ser melhor do que aquele de outras lesões incompletas. Síndrome Medular Central 43 Síndrome Medular Anterior 44 Pode ser causada por herniação aguda do disco ou lesões por hiperflexão associadas à fratura-luxação de vértebras; Também pode ocorrer como consequência da lesão/comprometimento da artéria espinhal anterior; As principais características são perda da sensibilidade à dor e temperatura e da função motora abaixo do nível da lesão (paraplegia); A função da coluna posterior (sensações de posição, pressão profunda e vibração) permanece intacta; Síndrome Medular Anterior 45 De todas as lesões incompletas, é aquela que tem o pior prognóstico. Síndrome Medular Lateral 46 É causada por uma hemisecção transversal da medula, comumente relacionada com lesões/traumatismos penetrantes, fratura-luxação de um processo articular unilateral ou um disco vertebral agudamente rompido; Comprometimento motor ipsilateral; Perda da sensibilidade postural ipsilateral (perda do tato, vibração e pressão); Perda contralateral da sensibilidade térmica e à dor começando um ou dois níveis abaixo do nível da lesão. 47 Manifestações Clínicas TRM 48 As manifestações dependem do nível da lesão e do tipo da lesão (extensão da lesão da própria medula espinhal); Manifestações Clínicas TRM 49 Lesão cervical alta – tetraplegia (C1-T1), paralisia dos pares cranianos baixos, paralisia dos músculos acessórios da respiração e perda do controle diafragmático; Transecção completa de C4 A T8: disreflexia autonômica em 50% dos casos; Lesão toracolombar (T2-L1): paraplegia. Manifestações Clínicas Cardiovasculares 50 Lesões Cervicais e Torácicas de C1 a T6 : ▪ Diminuição do débito cardíaco; ▪ Diminuição da resistência vascular sistêmica; ▪ Hipotensão arterial e bradicardia; ▪ Diminuição da PVC. Manifestações Clínicas Respiratórias 51 Taquipnéia; Dispnéia; Cianose; Uso de musculatura acessória; Respiração abdominal. Manifestações Clínicas Geniturinárias 52 Atonia vesical; Dilatação vesical; Aumento da incidência de infecções; Perda aguda das funções de ereção e ejaculação. Manifestações Clínicas Gastrintestinais 53 Distensão abdominal; Estase gástrica; Broncoaspiração; Paresia do peristaltismo visceral; Atonia intestinal; Constipação. Diagnóstico TRM 54 Raios X de coluna cervical; Raios X coluna torácica e lombar; Raios X de tórax; Raios X de pelve; Tomografia computadorizada. Tratamento TRM 55 Tratamento Clínico - Medidas de suporte: • Terapia Respiratória: Ventilação mecânica; • Terapia farmacológica: Drogas vasoativas; • Reposição volêmica; • Cateterismo vesical de demora/intermitente; • Sonda nasogástrica; • Dieta laxativa; • Protetor gástrico. Tratamento Cirúrgico: • Redução e Tração de Fratura Esquelética. Atendimento Inicial TRM 56 O atendimento de emergênciaé essencial para redução de complicações; ABCDE – Avaliação primária; O cuidado inicial inclui exame rápido, imobilização adequada, estabilização das lesões que causam risco de morte e transporte para instituição preparada para atender; O paciente deve ser imobilizado com prancha longa, colar cervical e protetores de cabeça; Deve ser mantido na prancha até realização de exames; 57 TRM requer imobilização contínua com colar cervical semirrígido, imobilização lateral da cabeça, prancha longa. Atendimento Inicial TRM 58 Avaliar sinais de obstrução de VAS (VA permeável; ventilação e oxigenação adequada); Realizar aspiração VA quando necessário; Avaliar função respiratória (comprometimento respiratório: paralisia diafragmática IOT com pescoço em posição neutra e VM); Uso de agentes sedativos ou bloqueadores neuromusculares, assegurando-se o controle e proteção da via aérea e garantindo a ventilação. Atendimento Inicial TRM 59 Monitorização hemodinâmica e estabilizar funções vitais comprometidas; Monitorização invasiva: avaliar as condições volêmicas; Pesquisar sinais de choque hipovolêmico (taquicardia) e/ou neurogênico (bradicardia); Expansão volêmica ou uso de droga vasoativa (Hipotensão); A administração excessiva de líquidos em pacientes com choque neurogênico EAP. Atendimento Inicial TRM 60 CVD (monitorar o débito urinário e evitar a distensão da bexiga); Estimar o nível da lesão através de exame neurológico (presença/ausência ou perda de função motora, sensorial e reflexos); Avaliar traumas associados; Transferência para tratamento definitivo; Retirar o paciente da prancha rígida (lesão por pressão): movimentação segura e rolamento em bloco com participação de 4 ou mais indivíduos. Complicações TRM 61 Insuficiência respiratória; Pneumonia; Trombose venosa profunda; Lesões por pressão; Choque neurogênico. Disreflexia autonômica; Choque Neurogênico 62 TRM na altura de T6 ou acima; Interrupção do sistema nervoso simpático e perda da resposta vasoconstrictora abaixo do nível da lesão; Débito cardíaco diminuído Retorno venoso diminuído Volume sistólico diminuído Redução da RVP, Hipotensão e Bradicardia Disreflexia Autonômica 63 É uma emergência aguda que acontece em consequência das resposta simpática exacerbadas/exageradas aos estímulos que são inócuas nas pessoas normais; Estímulo nociceptivo (enchimento bexiga, inserção cateter central, impacto fecal); Vários estímulos podem deflagrar esse reflexo; Ocorre em pacientes com lesões acima de T6; 64 Disreflexia Autonômica 65 Manifestações Clínicas: ▪ Bradicardia; ▪ Hipertensão; ▪ Rubor facial; ▪ Cefaléia pulsátil; ▪ Sudorese profunda; ▪ Piloereção; ▪ Congestão nasal. Intervenção imediata para prevenir hemorragia cerebral, convulsão e EAP. Tratamento (reduzir estímulos nociceptivos) Disreflexia Autonômica - Tratamento 66 Deite o paciente e monitorize SSVV (5 min); Pesquise causas (sistema urinário/intestinal); Sem sonda vesical, realize cateterismo vesical; Se SVD, verifique torções e obstruções, ou realize novo CVD; Se PAS > 150 mmHg (administração de anti- hipertensivos); Se os sintomas persistirem impactação fecal; Realize toque retal para checar a presença de fezes (remoção); na ausência de fezes, laxantes. 67