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CÉLULAS tronco equinos

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Uso de terapia celular no tratamento de afecções no sistema locomotor de equinos
	 Doença do Navicular
	
Uso de terapia celular no tratamento de afecções no sistema locomotor de equinos
► Tratamento com células-tronco é efetivo na cura de osteoartrite, tendinite e lesões em equinos: 
Osteoartrite, tendinite e lesões ósseas ou musculares, resultantes muitas vezes da prática de atividades físicas de alta performance pelos equinos, já possuem, no tratamento celular, opção mais rápida e efetiva de cura do que via tratamentos convencionais com base em remédios. Após a aplicação das células-tronco, tratamento celular já amplamente utilizado há mais de dez anos, a maioria dos equinos portadores de osteoartrite, tendinite ou lesões ósseas apresenta notável recuperação. O diferencial da terapia celular é que ela não possui efeitos colaterais e é de rápida efetividade.
A osteoartrite, que é uma das principais doenças que afetam o sistema locomotor dos equinos, principalmente em animais de competição, tem sintomas como dores fortes nas articulações, rigidez, inchaço da articulação, derrames e inflamação local em graus variáveis. A doença geralmente afeta animais adultos e causa tanto lesões ósseas quanto cartilaginosas. São principalmente os equinos atletas que sofrem com osteoartrites e lesões, resultantes da prática de atividades de alta performance. A terapia celular age de maneira a regenerar o tecido cartilaginoso do animal, de forma a recuperar a lesão e dar a ele a possibilidade de seguir com suas atividades normais tal qual antes de detectado o trauma. O objetivo da terapia celular direcionada aos animais que possuem osteoartrite ou alguma outra lesão óssea ou articular inclui alívio no desconforto, prevenção ou retardo do desenvolvimento de novas alterações degenerativas e restauração das articulações afetadas até o funcionamento mais normal ou indolor possível.
A CellVet-Medicina Veterinária Regenerativa tem o banco de células-tronco que fez de Porto Alegre a segunda capital brasileira a possuir um banco de distribuição deste tipo de célula. Segundo a bióloga, doutora em imunologia e diretora da CellVet, Nance Nardi, muitos donos de animais desconhecem o tratamento com as células-tronco, que além de inovador tem baixo custo e altos índices de êxito depois de aplicadas as primeiras doses. “O tratamento celular pode resultar na cura total do paciente, permitindo não apenas o alívio da dor, mas a volta da capacidade funcional integral do animal”, diz a especialista.
Outra doença que atinge os equinos é a tendinite, que é uma lesão músculo-esquelética, com processo inflamatório do tendão. A doença é comum em cavalos de corrida, nos membros posteriores, devido ao esforço necessário. A tendinite tem como principais sintomas o aumento de volume na região dos tendões flexores, sensibilidade dolorosa e temperatura aumentada na região do tendão acometido. A tendinite atinge aproximadamente 30% da população de equinos do Brasil e também pode ser totalmente curada pela terapia com células-tronco.
Exemplo do êxito do tratamento com células-tronco para a cura de doenças tendíneas em equinos é Barak, cavalo da raça PSI – Puro Sangue Inglês -, que voltou a competir no hipismo após 180 dias de tratamento. Com aplicações de injeções de células-tronco coletadas do próprio tecido adiposo (gordura) de sua região lombar, o cavalo se recuperou totalmente. A lesão surgiu quando Barak bateu os membros anteriores em um dos obstáculos durante uma prova. O diagnóstico foi tendinite aguda, com rompimento parcial de um dos tendões.
A terapia celular é indicada para a cura de todas aquelas doenças relacionadas às lesões músculo-esqueléticas nos equinos. Além disso, é reconhecidamente natural já que as células-tronco possuem a capacidade de regenerar a função de tecidos e de outros componentes do organismo, ou seja, a terapia utiliza o próprio corpo do animal para recuperar as áreas lesionadas. “A terapia com células-tronco é também um tratamento sem riscos, que quanto mais for divulgado e entendido pela população, mais será adotado pelos donos dos animais”, fala Nance Nardi.
Os donos dos animais também devem saber que os valores do tratamento não são altos. Para os equinos, o valor da primeira dose de células-tronco custa em torno de R$ 1.200,00, e quando necessário, as seguintes ficam no valor de R$ 700,00. A CellVet realiza a terapia com células-tronco desde 2010 e, no mundo, a estimativa é de que o tratamento celular já tenha curado mais de 20 mil animais e de que esse número siga crescendo.
► Aplicabilidade das células-tronco no tratamento de lesões tendíneas e ligamentares nos membros dos equinos:
Devido a baixa eficácia dos tratamentos e ao alto índice de recidiva das lesões tendíneas e ligamentares associados à descoberta do potencial terapêutico das células tronco, iniciaram-se os primeiros estudos sobre a aplicabilidade da terapia celular no tratamento das tendinites e desmites.
Como benefício, a injeção de células tronco mesenquimais na região danificada gera sua diferenciação em fibroblastos maduros do tendão ou ligamento, sinalizando a influência do tecido na produção de matriz apropriada ao reparo. Além disso, a medula óssea contém alta concentração de fatores de crescimento acelerando a cicatrização.
Os fatores de crescimento são peptídeos que regulam o metabolismo celular. Eles induzem a cicatrização tendínea e ligamentar por aumentar a síntese de matriz extra-celular, promovendo proliferação e diferenciação celular e estimulando a neovascularização.
Com o animal em estação, sob sedação, as células tronco mesenquimais da medula óssea tem sido implantadas no local da lesão tendínea, guiadas pelo ultra-som. O momento ideal para implantação dessas células é um a dois meses após a lesão. Assim, espera-se passar a fase de debridamento e o início da formação de um leito de tecido de granulação, que será um suporte para as células implantadas. Após o implante, os animais entram em um regime controlado de exercícios com avaliações ultrassonográficas a cada dois ou três meses, e podem retornar ao treinamento após 48 semanas.
REFERÊNCIAS
Terapia celular em tratamento de doenças do sistema nervoso <http://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/index.php/cienciasaude/article/viewFile/1782/2050> Acesso em 7 nov. 2016.
Uso de células tronco para o tratamento de tendinite em eqüinos <http://200.145.6.238/bitstream/handle/11449/118005/alvarenga_ml_tcc_botfmvz.pdf?sequence=1&isAllowed=y> Acesso em 7 nov. 2016.
CÉLULAS TRONCO: PERSPECTIVAS NO TRATAMENTO DE DOENÇAS NEUROLÓGICAS<http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/CONF_SIMP/textos/rosaliamendezotero.htm> Acesso em 8 nov. 2016
GLOBO RURAL – Terapia com células tronco é aplicada em equinos < http://www.regeneravet.com.br/globo-rural-terapia-com-celulas-tronco-e-aplicada-em-equinos/> Acesso em 8 nov. 2016.
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DOENÇA DO NAVICULAR
A síndrome do navicular, ou podotrocleose, é uma importante alteração descrita como uma síndrome degenerativa que envolve o osso navicular, o aspecto palmar da articulação interfalangiana distal, a bursa do navicular, o aspecto distal do tendão do músculo flexor digital profundo e os ligamentos sesamoideanos colaterais e impar (DIK & BROEK, 1995).
É uma das enfermidades que mais causam claudicação crônica nos membros anteriores dos eqüinos, apesar dos posteriores também serem acometidos. Foi demonstrado que a síndrome apresenta predisposição hereditária (STASHAK, 2006), por raça, como Quarto de Milha e Puro Sangue Inglês, que são animais pesados de cascos pequenos e são submetidos a trabalho pesado, como corrida, provas de esbarros, vaquejada e provas de laço (THOMASSIAN, 2005).
Os animais afetados apresentam claudicação intermitente que se intensifica com o trabalho e melhora com o repouso. Caracteriza-se como uma claudicação de apoio, sendo que o animal arrastará a pinça no solo ao se locomover e quando em descanso manterá o membro em semiflexãocom intuito de aliviar a dor (Thomassian, 2005).
Um exame completo do casco com auxílio de uma pinça de casco é essencial para o diagnóstico clínico da síndrome do navicular, teste da cunha, onde utiliza-se uma pequena rampa de madeira com declividade em torno de 18º, bloqueio perineural do nervo digital palmar, porém possui pouca especificidade, o exame radiográfico do osso navicular é importante, onde apresentam anormalidades como alterações do forame distal, alterações císticas, alongamento e formação de enteseófitos nas bordas proximal e distal do osso navicular, perda de distinção corticomedular, fraturas em lascas e corpos ósseos no ligamento ímpar (STASHAK, 2006).
O tratamento baseia-se no repouso com ligas de descanso, pelo menos por duas semanas na fase inicial do processo, ferrageamento adequado, uso de antiinflamatórios não esteróides por via sistêmica e corticóide intra bursal, drogas anticoagulantes e beta-bloqueadoras, como isoxisuprina, caso necessário. A neurectomia é um procedimento para abolição da dor, porem deve ser realizado com cautela, considerando suas conseqüências indesejáveis como: neuromas, regeneração do nervo e dessensibilização incompleta da região(THOMASSIAN, 2006).
REFERÊNCIAS
DIK, K. J. & BROEK, J.V. Role of navicular bone shape in the pathogenesis of navicular disease: a radiological study. Equine veterinary journal, v27, nº 5, 1995, p. 390-39.
STASHAK , Ted S. Claudicação em Equinos Segundo Adams. Capitulo 8, 4º edição,P. 623- 625, 2006.
THOMASSIAN, A. Enfermidade Dos cavalos. Capitulo 7, 4º edição, P. 173-176, 2005.
Síndrome do navicular em equinos <http://www.escoladocavalo.com.br/2016/10/17/sindrome-do-navicular-em-equinos/> Acesso em 08 nov. 2016.

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