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Direito Civil (Parte Geral)_Prof. Bruno Zampier_Aula 01_Introdução (1)

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Matéria: Direito Civil (Parte Geral) – Prof: Bruno Zampier 
 
 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL 
PROFESSOR: BRUNO ZAMPIER 
MATÉRIA: PARTE GERAL 
 
 
Palavras-chave: 
 DIREITO SUBJETIVO 
 LIBERDADE INDIVIDUAL 
 FACULTAS AGENDI 
 LIMITAÇÕES 
 ABUSO DO DIREITO 
 AUTONOMIA PRIVADA 
 ATO ILÍCITO 
 SUJEITOS 
 OBJETO 
 RELAÇÃO JURÍDICA 
 
TEMA: INTRODUÇÃO 
 
PROFESSOR: BRUNO ZAMPIER 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Direito Civil é o ramo da ciência jurídica que trata das relações privadas, daqueles que 
estão na mesma hierarquia. 
A sua finalidade é permitir que os particulares possam, de acordo com a sua vontade, criar 
regras para sua vida privada. O Direito Civil deve tutelar essa manifestação de vontade. 
O Direito Civil resguarda a liberdade individual. 
O indivíduo tem liberdade para agir, mas o seu exercício gera responsabilidades. 
A maior parte das normas do Código Civil é dispositiva, mas pode ter também norma de 
ordem pública, como exceção, sendo imperativa. 
O Direito Civil dá ao indivíduo uma esfera de liberdade para que possa agir de acordo com 
a vontade. Porém, estabelece limites a essa liberdade, como as normas de ordem pública. 
 
 
Matéria: Direito Civil (Parte Geral) – Prof: Bruno Zampier 
Dentro dessas liberdades, há uma faculdade de agir ou não agir. A facultas agendi é a 
faculdade de agir conforme sua vontade. 
O indivíduo escolhe agir ou não agir, é uma esfera de liberdade do indivíduo. Quanto mais 
intervencionista for o Estado, menor será a faculdade de agir. 
A manifestação de vontade busca a satisfação de determinado interesse próprio. 
O Direito Civil permite uma faculdade de agir, ligado ao direito fundamental de liberdade, de 
acordo com a sua vontade, buscando a satisfação de um interesse próprio. 
 
Direito subjetivo é a faculdade de agir de acordo com a sua vontade na busca da satisfação 
de um direito próprio. 
O direito subjetivo é o principal conceito do Direito Civil e envolve uma faculdade de agir 
(facultas agendi) de acordo com a vontade na busca da satisfação de um interesse próprio. 
Logo, ao contratar, ao se tornar proprietário ou titular de outro direito real, ao constituir uma 
entidade familiar, ao elaborar um testamento, o sujeito estará exercendo o seu direito subjetivo. 
 
Os interesses próprios que são buscados podem ter um viés existencial e/ou patrimonial. 
Os interesses puramente existenciais, normalmente, estão ligados aos direitos da 
personalidade. É a esfera do exercício dos direitos da personalidade. São direitos subjetivos 
existenciais. 
Direitos patrimoniais estão, normalmente, no âmbito das obrigações e dos direitos reais. 
São os direitos subjetivos patrimoniais. 
 
O exercício do direito subjetivo não é ilimitado. Não existem direitos absolutos. 
A lei civil estabelece limitações ao exercício do direito subjetivo. Se as partes não 
observarem os limites impostos pela lei, haverá uma sanção, que é a invalidade. A vontade não 
terá validade. 
A faculdade de agir deve respeitar os limites estabelecidos na lei. 
A liberdade agir de acordo com a sua vontade deve respeitar os limites previstos pela lei, 
sob pena de uma sanção. 
 
Existem princípios que vedam o abuso do direito. 
O abuso do direito ocorre quando o sujeito, ao exercer uma faculdade, extrapola os limites 
estabelecidos pela ordem jurídica. O abuso de direito é um ato ilícito. 
 
 
Matéria: Direito Civil (Parte Geral) – Prof: Bruno Zampier 
A esfera de liberdades do indivíduo é chamada de autonomia. É o poder de definir as sua 
próprias normas que regulam a vida privada. 
O princípio da autonomia privada consiste na ideia de que cada indivíduo terá uma esfera 
de liberdades dentro da qual poderá exercer seus direitos subjetivos, construindo as suas próprias 
normas jurídicas, desde que sejam respeitados os limites estabelecidos pelo ordenamento 
jurídico. 
Os princípios do Direito Civil, em sua maioria, se enquadrarão como formas de limites ao 
exercício da autonomia privada, tendo, portanto, nítida função de controle. 
Exemplos: boa-fé objetiva, função social, gravitação jurídica, dentre outros. 
Esses princípios, em sua maior parte, são limites e, portanto, não podem ser derrogados 
pela vontade das partes. 
 
Autonomia da vontade está associada ao Liberalismo, no qual há a ideia da não 
intervenção do Estado. 
A autonomia da vontade é regrada pelos limites estabelecidos pela ordem jurídica e, com 
isso, foi substituída pela autonomia privada. 
 
Por tudo o que fora dito, deve-se entender que a autonomia privada congrega dentro de 
sua esfera o exercício de direitos subjetivos privados relativos à vida de um sujeito. 
A autonomia privada é o conjunto do exercício dos direitos subjetivos. 
 
Na responsabilidade civil, não se encontra, em regra, o âmbito da autonomia privada. 
A prática de um ilícito não pode ser exercício da autonomia privada. A sanção decorre da 
violação de direitos subjetivos alheios. 
No Direito Civil, pode-se dizer que a responsabilidade civil seria o ramo no qual o indivíduo 
atuaria fora do âmbito de sua autonomia privada, ao praticar os denominados atos ilícitos, que, 
por sua vez, serão sancionados pela reparação integral dos danos suportados pela vítima. 
 
A doutrina entende que o direito subjetivo possui três elementos: 
 
- sujeitos 
- objeto 
- relação jurídica

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