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Distúrbios gastrointestinas Enfermeira Carolina Jacques Almeida Sousa O sistema digestório é constituído pela cavidade oral, pela faringe, pelo tubo digestório (esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e canal anal) e seus anexos (pâncreas, fígado e vesícula biliar) SISTEMA DIGESTÓRIO ➔ FUNÇÕES : Preensão Mastigação Deglutição Digestão Absorção Expulsão No paciente gravemente enfermo, enquanto as disfunções de outros órgãos ou sistemas são rapidamente progressivas, os sinais de disfunção do trato gastrintestinal (DTGI) são frequentemente sutís e pouco valorizados frente ao dramático quadro geral do paciente. DTGI associa-se com grande desconforto e maior tempo de internação e custos Lesões da mucosa e alterações funcionais do trato gastrintestinal podem ocorrer como consequência de choque circulatório, estresse cirúrgico ou traumático e uso prolongado de antibióticos de amplo espectro. Distensão abdominal; Ileo adinâmico; Retardo na eliminação de flatos ou fezes; Vômitos; Diarréia Síndromes disabsortivas decorrentes de atrofia, edema da mucosa e supercrescimento bacteriano; Grave desnutrição proteíco-calórica nos casos de ocorrência prolongada. (LOBO.S. M;MIRANDA A.L.D/2010) Doença Do Refluxo Gastroesofágico DRGE é uma das enfermidades do aparelho digestivo com maior prevalência mundial. No Brasil, Moraes-Filho et. al. (2010), conduziram pesquisa identificando 7 a 10% da população com tais sintomas. A DRGE tem manifestações típicas e atípicas, e evolução benigna na grande maioria dos casos. Sua etiologia é multifatorial, está relacionada com o desequilíbrio entre fatores de proteção e agressão. Todos os indivíduos normais apresentam episódios de refluxo gastroesofágico ao longo do dia. A defesa normal esvazia o esôfago rapidamente e os fatores de defesa protegem a mucosa esofágica. O hábito alimentar, utilização de etanol e tabaco interferem diretamente neste mecanismo. SINAIS X SINTOMAS As principais manifestações clínicas típicas da DRGE são: Pirose Azia Disfagia Odinofagia Anemia, Hemorragia digestiva Emagrecimento manifestações esofágicas, manifestações pulmonares, manifestações otorrinolaringológicas e manifestações orais: manifestações orais: DIAGNÓSTICO X TRATAMENTO O exame endoscópico é o método de escolha para o diagnóstico das lesões causadas pelo refluxo gastroesofágico, permitindo avaliar a gravidade da esofagite e realizar biópsias onde e quando necessário. Deve, pois, ser considerado em primeiro lugar. São consideradas conseqüências do refluxo gastroesofágico as seguintes lesões: erosões, úlceras, estenose péptica e esôfago de Barrett. (I Consenso Brasileiro da Doença do Refluxo Gastroesofágico) Úlcera Péptica Etiologia desconhecida, de evolução em geral crônica, com surtos de ativação e períodos de acalmia, resultantes de perda circunscrita de tecido em regiões do trato digestivo capazes de entrar em contato com a secreção cloridropéptica do estômago A identificação e isolamento do Helicobacter pylori (HP) proporcionou um enorme desenvolvimento em nossos conhecimentos acerca da úlcera péptica. A infecção gástrica pelo HP é hoje responsável por mais de 95% dos casos de úlcera duodenal e 80% dos portadores de úlcera gástrica. O uso de antiinflamatórios constitui a segunda causa, especialmente na população mais idosa. DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS:Retocolite Ulcerativa E Doença De Crohn As doenças inflamatórias intestinais compreendem, principalmente, a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa, ambas idiopáticas, porém relacionadas a uma resposta imunológica anormal à microbiota bacteriana da luz intestinal. Na retocolite ulcerativa a inflamação é difusa e inespecífica, confinada à mucosa e submucosa da parede do trato gastrointestinal (TGI), restrita ao cólon e reto, sendo a transição entre tecido acometido e tecido normal nítida e bem demarcada. O comprometimento é contínuo e pode causar desde erosões na mucosa, até úlceras e comprometimento da camada muscular nas formas mais graves. Na doença de Crohn as lesões, em oposição à retocolite ulcerativa, comprometem todas as camadas, da mucosa à serosa, e, apesar de haver envolvimento comumente restrito à porção final do intestino delgado e ao cólon, podem afetar qualquer parte do TGI (1). As lesões são do tipo “lesões descontínuas”, segmentadas no TGI, com duas áreas afetadas separadas por uma porção de intestino norma DIAGNÓSTICO portadores de doença inflamatória intestinal apresentam maior risco de desenvolver câncer cólon-retal. Por isso, após diagnóstico de Crohn ou retocolite, indica-se a realização de colonoscopias anuais para detecção precoce dos tumores de cólon. colonoscopia com biópsia. TRATAMENTO Corticoterapia Antibióticos: como metronidazol e ciprofloxacina Imunossupressores como Azatioprina, 6-mercaptopurina e Metotrexate. A terapia biológica anti-TNF foi recentemente incorporada ao arsenal de tratamento para o Crohn e retocolite.O Infliximab, Adalimumab e Certolizumab. Complicações: megacólon tóxico é uma complicação potencialmente letal da colite caracterizada pela dilatação cólica não obstrutiva, segmentar ou total associada a toxicidade sistémica. Os critérios diagnósticos incluem: distensão cólica ( > 6 cm) na radiografia abdominal, temperatura corporal > 38,5° C, taquicardia > 120 bpm, leucocitose > 10,500/mm3 anemia (Hb < 60% do valor normal); alterações mentais, desidratação, distúrbios eletrolíticos ou hipotensão (FERREIRA, ALBUQUERQUE /2011) Síndrome colestática SÍNDROME COLESTÁTICA Caracteriza-se como a redução na formação ou no fluxo biliar, secundária a anormalidades estruturais e moleculares do fígado e/ou das vias biliares. Como consequência, há retenção de bilirrubina direta, sais biliares e outros componentes da bile. A litíase biliar é considerada uma condição comum do adulto e um dos problemas médicos mais frequentes que levam à intervenção cirúrgica(1). Todos os anos, cerca de 500.000 a 700.000 colecistectomias são realizadas nos Estados Unidos, onde a prevalência da litíase biliar é de aproximadamente 10% da população adulta.(Nunes, 2004) Histórico familiar, Mulheres férteis, Obesos, Cirurgias TGI, Nutrição parenteral prolongada 13 SINAIS E SINTOMAS Dor intensa e súbita no quadrante superior direito do abdome Dor piora à respiração profunda e irradia para ombro direito A dor pode ser recorrente sempre após as refeições Náuseas e vômitos Febre Distensão abdominal TRATAMENTO Complicações Pancreatite Pode variar de forma leve - recuperação sem complicações até a forma grave - com necrose pancreática e falência de múltiplos órgãos As causas mais comuns de pancreatite são os cálculos biliares (45% dos casos) e o consumo excessivo de álcool (35% dos casos. Na pancreatite aguda – inflamação do pâncreas seguida de edema e necrose tecidual. Risco de ruptura liberação de enzimas digestivas e autodigestão do pâncreas Diagnóstico: O diagnóstico é confirmado por exames laboratoriais (amilase, lipase), Rx USG. TC pode auxiliar na avaliação da gravidade, extensão e complicações Abdome Agudo Conceito: Quadro clínico abdominal caracterizado por dor, não traumática, de início súbito ou de evolução progressiva, que necessita de definição diagnóstica e de conduta terapêutica imediata. Classificação: (FERRES; PARRA, 2008). Abdome Agudo Obstrutivo Síndrome decorrente de uma obstrução intestinal causada pela presença de um obstáculo mecânico ou alteração da motilidade intestinal que impede a progressão normal do bolo alimentício. www.SlidePlayer.com.br (FRANCISCO et al, 2008). Abdome Agudo Obstrutivo Categorias (mecânica): Abdome Agudo Obstrutivo Fisiopatologia: Abdome Agudo Obstrutivo Etiologia: Abdome Agudo Obstrutivo Quadro Clínico: Abdome Agudo Obstrutivo Diagnóstico: Clínico Anamnese e exame físico Imagem Existe obstrução? Qual oseu nível da obstrução? Qual é a causa da obstrução? Existem sinais de estrangulamento ou isquemia? Laboratorial Dosagem da concentração sérica de eletrólitos, hematócrito, creatinina, o estudo da coagulação e a dosagem de plaquetas e leucócitos, Na suspeita de íleo paralítico, a dosagem de eletrólitos séricos pode contribuir para o esclarecimento diagnóstico. Radiografia do abdome ULTRA-SONOGRAFIA Tomografia computadorizada A SÍNDROME COMPARTIMENTAL ABDOMINAL A síndrome compartimental abdominal (SCA) é uma complicação grave, oriunda do aumento exa‑ gerado da pressão intra‑abdominal (PIA), causando significativa morbidade e mortalidade. HIA é classificada em: grau I: 12‑15mmHg grau II: 16‑20mmHg grau III: 21‑25mmHg grau IV: > 25mmH A SCA é definida por PIA sustentada ou repetida ≽ 20mmHg (com ou sem pressão de perfusão < 60mmHg), que está associada à disfunção ou à falência de órgãos. Deve‑se dividir o valor em cmH2O por 1,36 para alcançar o valor aproximado em mmHg. Referências BRUNETTI A, SCARPELINI S. Abdômen agudo. Medicina , Ribeirão Preto, v. 40, n. 3, p. 358-67, jul. /set, 2007. FILHO, G. J. L.; FERRARO, J. R. Abdome Agudo Obstrutivo. Cap. 8, Editora: Atheneu. FRANCISCO, M. C. et. al. Abdome agudo obstrutivo. Rev. Imagem, v. 30, n. 2, p. 51-60, 2008. BERSANI, A. L. Sindrome compartimental abdominal. Rev Bras Clin Med, v. 7, p. 313-321, 2009. ZENI, M.; JUNIOR, R. L. G.; SILVA, A. B. Síndrome compartimental abdominal: rotinas do serviço de cirurgia geral do Hospital Governador Celso Ramos. Arquivos Catarinenses de Medicina, v. 39, n. 1, 2010. FERES, O.; PARRA , R. S. Abdome agudo. Medicina, Ribeirão Preto, v. 41, n. 4, p. 430-6, 2008. PERREIRA, B. M.T; FRAGA, G. P. Síndrome Compartimental. ProACI- c.9, v.5, 2013. NANDA. Diagnósticos de enfermagem da Nanda: definições e classificação 2012-2014. Porto Alegre: Artmed, 2014. MILANESI, R; CAREGNATO, R, C. A. Pressão Intrabdominal: revisão integrativa. Eintein, 2015. MACHADO, A. F. Menssuração de pressão intra-bdominal. Conselho Regional de São Paulo, 2009. Obrigada!
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