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ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO

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Faculdades Integradas de Jacarepaguá
Curso de Pós-Graduação à Distância em Direito do Trabalho
O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
KAREN MARTINS FERREIRA
 
 
 PORTO ALEGRE
 2012
 
KAREN MARTINS FERREIRA
O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
 Monografia apresentada a Faculdades Integradas de Jacarepaguá, referente ao curso de Pós-Graduação à Distância em Direito do Trabalho.
 
 
 Orientadora: Fabrícia Monteiro Rangel Bacellar
 
 PORTO ALEGRE
 
 2012
 
KAREN MARTINS FERREIRA
O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO
 Monografia apresentada a Faculdades
Integradas de Jacarepaguá como requisito para obtenção do título de Especialização em Direito do Trabalho.
 
 
 
 
Aprovada em _____/_____/2012
BANCA EXAMINADORA
_______________________________
Presidente: Nome do Orientador
________________________________
Nome do 1º Examinador
RESUMO
Este estudo busca, através de diversos enfoques, discutir o assédio moral no ambiente de trabalho, evidenciando as consequências ao trabalhador. Visa também, caracterizar os diversos tipos de assédio moral, suas principais vítimas, além de traçar o perfil clássico do agente agressor. Por meio desse trabalho, foi possível, ainda, apontar as origens e repercussões sociais e psíquicas do assédio moral, não só para o trabalhador, mas também para a estrutura organizacional. Não é de hoje que o fenômeno da violência moral no trabalho é observado, pode-se dizer que ela é tão antiga quanto o próprio trabalho. Esse fenômeno está presente no cenário mundial e não apenas nos países subdesenvolvidos, muito embora estes, pelo fato da menor divulgação e esclarecimentos sobre o assunto, tendem a ocorrer mais intensamente. Com esse ensaio, foi possível, finalmente, identificar meios de prevenir esse fenômeno tão presente no meio laboral, de maneira a conscientizar nossos gestores, os principais responsáveis pela disseminação do assédio moral. E por fim, concluiu-se que é necessário que os trabalhadores e entidades sindicais estejam atentos à prática de assédio moral no ambiente de trabalho, a fim de que possam identificar o problema e buscar soluções.
Palavras-Chaves: Assédio moral, Violência psicológica no trabalho, Trabalhador, Assediador.
 
ABSTRACT
This essay seeks, through many focus, discuss bullying in the workplace, highlighting the consequences to the worker. It also aims to characterize the many types of bullying, its main victims, besides to trace the classic profile of aggressor agent. Through this paper, was possible, also, to point the psychic origins and repercussions of bullying, not only to the worker but also to the organizational structure. It’s not something current that the moral violence phenomenon in the workplace is observed, it may say that it’s so old as the work it’s self. This phenomenon is present in the world-wide scenery and not only in the underdeveloped countries, although this ones, for the fact of less propagation and clarification about this subject, lean to occur more vehemence. Whit this essay, was possible, finally, identify means of prevent this phenomenon so present in the workplace, in the way to awareness ours managers, the main responsible for bullying dissemination. And, finally, was conclude that is necessary that the workers and the syndical entities be attentive to the bullying practice in the workplace, in order to be able to identify the problem and to seek for the solutions. 
Keywords: Bullying, Psychologic Violence in the workplace, Worker, Besieger.
 
 INTRODUÇÃO
 O assédio moral no trabalho é um tema que se tornou uma forte preocupação social, devido aos desgastes que provoca, em razão dos impactos negativos que causa à saúde e ao bem-estar da vítima, bem como à empresa.[1: AVILA, Rosemari Pedrotti. As Consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p.13.]
A palavra assédio vem do latim “obsidere”, que tem o significado de “pôr-se adiante, sitiar, atacar”. Já na Língua Portuguesa assédio significa “insistência importuna, junto de alguém com perguntas, propostas, pretensões” ou outras formas de abordagem forçada.[2: MEDEIROS, Aparecido Inácio Ferrari de. Assédio Moral, Discriminação, Igualdade e Oportunidades no Trabalho. São Paulo, LTR, 2012, p. 23.]
	O assédio moral é um tema de grande interesse jurídico, pois, conceitualmente destacando, significa agressão moral ou psicológica no ambiente de trabalho, implicando condutas antiéticas através de escritos, gestos, palavras e atitudes que expõem o empregado a situações constrangedoras, vexatórias e humilhantes de maneira prolongada, visando discriminar e/ou excluir a vítima da organização do trabalho.[3: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p. 11.]
	A questão do assédio moral no ambiente de trabalho somente adentrou o mundo jurídico quando a jurisprudência e a doutrina aquilantaram a importância de resguardar-se a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem do trabalhador, paralelamente à garantia dos seus direitos de ordem material e salarial.
	O assédio moral é um fenômeno tão antigo quanto o próprio trabalho. Iniciou-se na escravidão, quando o escravo era apenas um bem de propriedade de seu senhor, sujeitando-se a todo tipo de humilhação, tanto física quanto psicológica. Naquela época tal acontecimento não era visto como um mal, mas apenas como um fenômeno que decorria naturalmente das relações de trabalho. O tema ainda é recente no Brasil, com estudos que não retroagem a mais de quinze anos, sendo que diversas áreas do conhecimento estão envolvidas, tais como o Direito, a Psicologia, a Medicina, a Sociologia e a Administração. [4: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.11. ][5: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Repercussões ao trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
	São evidentes e nefastas as repercussões que derivam da prática do assédio moral no trabalho, tanto para o trabalhador, quanto para a organização. Além de implicar em flagrante violação das obrigações contratuais, mostra-se como ato ilícito violador dos direitos de personalidade do empregado, pois fere o ser humano nos seus atributos profissionais e pessoais, posto que afeta sua autoestima, produtividade, gerando a sensação de incapacidade e inutilidade, refletindo-se, diretamente, no seu ganho e sustento, bem como no seu convívio familiar e social, ficando acometido de depressão que poderá conduzir ao desemprego, e, até mesmo, ao suicídio.[6: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p. 12-v. ]
	Hoje, em uma sociedade capitalista globalizada, onde a competição em busca do lucro marca as relações entre as empresas, independente do local onde elas estejam, crescem as pressões por resultados positivos em todos os âmbitos. O local de trabalho torna-se o principal palco dessa situação onde, além da cobrança de resultados, convive-se também com o próprio estressepela manutenção dos cargos de trabalho que rapidamente estão diminuindo por consequência das novas tecnologias.[7: Assédio Moral. Disponível em: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Assedio-Moral/3567.html. Acesso em 07 de junho de 2012 às 19h04min.]
	No Brasil existem diversos projetos de leis tramitam no Congresso Nacional, com o objetivo de regularizar a questão do assédio moral. O mesmo envolve uma questão de ordem constitucional uma vez que viola princípios e garantias estabelecidos na Carta Constitucional. Envolvem ainda direitos e liberdades há muito conquistado pelos trabalhadores, tanto na CLT como em leis.
	Este estudo visa abordar de maneira objetiva as principais causas que levam um ser humano a praticar o assédio moral, bem como maneiras de prevenir essa prática tão degradante. 
Além disso, também aborda o assédio moral em suas diversas denominações e modalidades, bem como os sujeitos do fenômeno, os seus elementos de caracterização, os contextos que o favorecem, o perfil das vítimas, as diversas estratégias que se vale o agressor e os prejuízos decorrentes de tal perversidade à saúde do trabalhador, ao bem estar da empresa e do ambiente de trabalho e, por fim, à sociedade como um todo.
 JUSTIFICATIVA
	O foco principal deste trabalho é refletir e destacar a importância da existência do assédio moral nas organizações, considerando que a globalização, o avanço tecnológico e a automação de processos e métodos de trabalho, vêm confirmando o fim das dependências das empresas em relação às pessoas, o que gera o desemprego em massa e a sujeição da classe trabalhadora à condição de ser assediada. Além disso, o desemprego, ainda existente, tornou-se um elemento fundamental na manutenção e divulgação da ideologia do capitalismo, garantindo a própria sobrevivência do seu modo de produção. Ainda hoje, em um mundo globalizado, há sempre um “exército de reserva”, pronto a se curvar para ficar ou conquistar um emprego. [8: SANTOS, Ana Paula Bigheti. Globalização, Assédio Moral e Perversidade no Cotidiano. Disponível em: http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/terra_cultura/37/Terra%20e%20Cultura_37-7.pdf. Acesso em 07 de junho de 2012 às 19h37min.]
	A realidade do desemprego, cultivada por um excesso de mão-de-obra derivada de um aumento populacional e da extinção de postos de trabalho, aliada a uma excessiva competitividade empresarial visando à sobrevivência no mercado, forma um cenário perfeito à disseminação do assédio moral.[9: KAPITANSKY, René Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Repercussões ao trabalhador, à empresa e à sociedade. p. 10.]
	No ambiente de trabalho, em decorrência da modernização e automação de processos, as pessoas criam um clima de competição como forma de garantia de emprego, o que as torna agressivas e insensíveis umas com as outras, exigindo a exclusão de alguns e privilegiando outros, para que se estabeleçam parâmetros de oposição que vão forçar as pessoas, na competição, a ter de lutar para não serem rejeitadas e excluídas, propiciando, entre outras situações, o aparecimento do assédio moral e outros conflitos.[10: SANTOS, Ana Paula Bigheti. Globalização, Assédio Moral e Perversidade no Cotidiano. Disponível em: http://web.unifil.br/docs/revista_eletronica/terra_cultura/37/Terra%20e%20Cultura_37-7.pdf. Acesso em 07 de junho de 2012 às 19h55min.]
	O Assédio Moral atinge os direitos fundamentais da pessoa humana, na medida em que o assediador agride a própria identidade da vítima como ser humano, ao gerar sua “desumanização”, criando o sentimento de ser apenas um objeto.
	 
	
 OBJETIVOS
	Este trabalho tem como objetivo discutir a temática do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho, suas origens e repercussões sociais e psíquicas para o trabalhador e para a organização, bem como buscar formas de solucionar esse mal tão presente em nossa sociedade nos dias de hoje.
 METODOLOGIA
Para a realização do presente estudo foi realizada a pesquisa bibliográfica, por meio de consulta a diversos sites da internet, artigos científicos, bem como consulta a livros na biblioteca do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região. 
 CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE O TEMA
 Definição de Assédio Moral
	O Direito do Trabalho foi criado para minimizar as diferenças entre o capital e o trabalho, a fim de que o trabalhador, parte hipossuficiente da relação laboral, ficasse em um patamar de igualdade com o seu empregador. Como forma de solucionar essa questão, optou-se por criar normas trabalhistas protetivas ao trabalhador. A fim de assegurar um ambiente de trabalho propício à saúde mental do trabalhador, iniciou-se um estudo, dentro da psicologia e, posteriormente, abarcado pelo Direito do Trabalho, que visava a detectar e diagnosticar práticas abusivas contra pessoas que exerciam cargos hierárquicos inferiores, ou que eram psicologicamente fragilizadas. No Direito do Trabalho, tal estudo foi dirigido às condutas do empregador, dos superiores, ou dos colegas de trabalho em decorrência da competitividade exagerada, da necessidade constante de aperfeiçoamento profissional, da indisciplina, fraqueza ou intolerância humana.[11: MARQUES JÚNIOR. Fernando Antônio. Assédio Moral No Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.15.]
Desse estudo, surgiu uma nova forma de dano moral oriundo das relações de trabalho, denominada “Assédio Moral”. 
 O assédio Moral no Ambiente de Trabalho se classifica como a violência moral ou psicológica contra os trabalhadores, feita por meio de gestos, palavras e atitudes que expõem o empregado a situações constrangedoras, vexatórias e humilhantes. Trata-se de um fenômeno que se define pela repetição prolongada de atos que expõem o trabalhador ao constrangimento, objetivando principalmente atingir a autoestima da pessoa em exercício no trabalho, impedindo-o de desempenhar adequadamente sua atividade profissional.[12: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.11.][13: SANTANA, Elizângela de Oliveira. Aspectos Definidores do Assédio Moral nas relações laborais, no Brasil. Disponível em: http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Assedio-Moral-No-Trabalho/116322.html. Acesso em 07 de junho de 2012 às 18h09min.]
No Brasil, o assédio moral passou a ser relevante juridicamente desde 1988, quando a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/1988) inseriu a defesa da personalidade como um dos direitos fundamentais do homem e tornou jurídico o dano moral.
Embora não exista uma definição do que seja o assédio moral, a Lei Municipal nº 13.288 de 2002, de São Paulo/SP, conceitua o assédio moral como: “todo tipo de ação, gesto ou palavra que atinja, pela repetição, a auto-estima e a segurança de um indivíduo, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando em dano ao ambiente de trabalho, à evolução da carreira profissional ou à estabilidade de vínculo empregatício do funcionário, tais como: marcar tarefas com prazos impossíveis; passar alguém de uma área de responsabilidade para funções triviais; tomar crédito de ideias de outros, ignorar ou excluir um funcionário só se dirigindo a ele através de terceiros; sonegar informações de forma insistente; espalhar rumores maliciosos; criticar com persistência; subestimar esforços.”
Situando o Assédio Moral
O assédio moral no trabalho é tratado na literatura sob diferentes visões de acordo com as culturas e os contextos. Para designar situações de assédio moral no trabalho se faz uso das denominações mobbing, na Itália, Alemanha e países escandinavos; bulling ou harassment, nos Estados Unidos da América e na Inglaterra; psicoterror ou acaso moral, na Espanha; harcelement moral, na França; ijime, no Japão e assédio moral ou terror psicológicono Brasil.[14: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 19.]
A revolução tecnológica vem transformando, de maneira drástica, as relações de trabalho por todos os países. Também o crescente fenômeno de globalização tem causado distorções nessas relações, aumentando a intensidade de intercâmbio de capitais e bens, redução dos custos de transporte, diminuição das restrições legais e políticas ao comércio internacional. Esses fenômenos geram crises de desemprego em, praticamente, todos os países, acentuando o contraste entre a tentativa de preservação do emprego e a busca por melhoria das condições de trabalho, com um incremento da concorrência entre os países produtores de bens e serviços em escala mundial.[15: THOME, Candy Florencio. O Assédio Moral nas Relações de Emprego. 2ª Ed. São Paulo. LTR 2009. p. 25.]
Embora o assédio no trabalho seja algo tão antigo quanto o próprio trabalho, somente no começo desta década foi realmente identificado como fenômeno destruidor do ambiente de trabalho, não só diminuindo a produtividade como também favorecendo o absenteísmo, devido aos desgastes psicológicos que provoca. Esse fenômeno foi estudado principalmente nos países anglo-saxões e nos países nórdicos, sendo qualificado de mobbing, que implica a ideia de algo inoportuno. [16: HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio Moral. A violência perversa no cotidiano. 13ª Ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2011, p. 55.]
Além dos aspectos econômicos, outros fatores influenciam a consubstanciação do assédio moral no trabalho. O Direito sempre foi intrinsecamente ligado à cultura, tendo, com essa, uma retroalimentação constante. No caso do assédio moral, tais ligações são bem nítidas, sendo que as raízes culturais brasileiras também influenciaram no desenvolvimento do modo como o assédio é praticado no Brasil. Os traços típicos e característicos da cultura brasileira não estão distantes do cotidiano organizacional: o estilo paternalista e autoritário de administrar foi gerado no engenho, na casa-grande e na senzala, fortalecido pelo coronelismo e solidificado pela gerência empresarial. [17: THOME, Candy Florencio. O Assédio Moral nas Relações de Emprego. 2ª Ed. São Paulo. LTR. 2009. p. 29. ]
Segundo HIRIGOYEN, o assédio moral existe em toda a parte e, apesar de não ser um assunto novo, é um tema delicado e, ainda, pouco discutido. O referencial teórico e mesmo as pesquisas são em número reduzido no Brasil, frente à intensificação e a gravidade do fenômeno. 
No ambiente de trabalho, comprova-se o crescimento no número de denúncias de prática de assédio moral, fato este que pode ser comprovado através da observação do crescente número de Leis, projetos de Lei e discussões sindicais sobre o tema.[18: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
Natureza Jurídica do Assédio Moral: Dano Moral X Assédio Moral.
Para muitos estudiosos do tema o assédio moral revela-se uma espécie do gênero “dano moral”, pois nada mais é do que uma forma de discriminação, na qual o empregador utiliza-se de meios espúrios para alcançar seus objetivos. Da mesma forma que o assédio moral, o dano moral representa uma lesão psicológica à vítima que pode decorrer de várias situações diferentes e se viabiliza, exclusivamente, por discriminação, por isto se diz que aquele é uma espécie do gênero deste. [19: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.24.]
Ocorre o dano moral quando há ofensas aos direitos da personalidade da pessoa, podendo caracterizá-lo a ofensa à honra, à intimidade, à imagem e à vida privada, conforme consolidado pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso V e X.
Podemos afirmar que o dano moral poderia ocorrer em virtude de um único ato isolado (ofensa, humilhação, etc). Já o assédio moral necessita de uma conduta continuada, reiterada, como já visto. 
De maneira objetiva podemos dizer que um assédio moral implica, necessariamente, a existência de um dano moral. Já um dano moral pode se caracterizar sem a existência de qualquer assédio de natureza moral. Em ambos os casos o indivíduo sofre violação em seus direitos da personalidade e uma vez constatada esta, terá direito a uma reparação pelos danos sofridos. [20: TEIXEIRA, João Luis Vieira. O Assédio Moral no Trabalho: Conceito, causas e efeitos, liderança versus assédio, valoração do dano e sua prevenção. São Paulo. LTR. 2009. p. 24.]
Conclui-se que, a prudência exige que os operadores do direito não enxerguem o assédio moral em condutas isoladas, do tipo: disseminação de boatos relativos ao comportamento e saúde mental do autor, corredor do trote, etc., uma vez que, as mesmas, podem em tese, configurar a ocorrência, tão somente, do dano moral. Devem, acima de tudo, verificar os fatos, detidamente, de acordo com as provas e informações apresentadas pela pessoa lesada, para somente assim, concluírem se em tese, as condutas apontadas configurariam assédio moral ou dano moral, o que sem dúvida evitará a banalização do Instituto.[21: Existe diferença entre Assédio Moral e Dano Moral. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/existe-diferenca-entre-assedio-moral-e-dano-moral/17099/ Acesso em 04 de agosto de 2012 às 20h21min.]
No passado o assédio moral era enfrentado no instituto da responsabilidade civil, mais precisamente em termos de danos morais, e, mais recentemente, em situações mais específicas, no assédio sexual. Este só veio a ser tratado em termos penais no ano de 2005, com a Lei nº 10.224, de 15 de maio de 2001, que introduziu o art. 216-A, no Código Penal.
Contudo, ainda hoje se tem que o assedio moral pode se inserir tanto no âmbito do gênero “dano moral” ou mesmo do gênero da “discriminação”.[22: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 04 de agosto de 2012 às 20h32min.]
Sujeitos do Assédio Moral.
1.4.1 Ativo. Perfil do agressor.
O assédio moral, como forma de violência no local de trabalho, tem como principal agente causador o empregador, cujo poder abrange, além da direção: a) o poder de organização, pelo qual o empregador organiza o objetivo econômico e social do seu negócio, criando ou modificando normas e condições de trabalho; b) o poder de controle, com o qual fiscaliza e controla as atividades e condições de trabalho; e c) o poder disciplinar, através do qual impõe ao transgressor a sanção disciplinar desde uma simples advertência até a demissão por justa causa, nos limites do respeito aos direitos de personalidade e dignidade da pessoa humana do trabalhador. [23: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.42.]
Segundo Hirigoyen (2009), o agressor é aquela pessoa que visa a desestabilizar emocionalmente outrem para alcançar determinado objetivo. A autora traça, de uma forma bastante fidedigna, o perfil do agressor do assédio moral. Para ela, essa pessoa depende da opinião alheia para sobreviver, só pensa em si, e seu objetivo é satisfazer suas próprias necessidades, à custa de violência psicológica. Em suas experiências, conclui a autora que existe em todo agressor perverso uma personalidade narcisista, sendo este um sujeito egocêntrico, que possui um sentimento de grandeza exacerbado. Tem fantasias de sucesso e poder ilimitado. Acredita ser especial e singular. Embora necessite ser admirado e aprovado pelos outros, não tem a menor empatia pelos demais. Muitas vezes é movido pela inveja que sente pelos outros, seja por estes possuírem coisas que o perverso não tem, seja simplesmente por saberem extrair prazer de suas próprias vidas. Não se envolve afetiva e emocionalmente, é incapaz de experimentar emoções depressivas, luto e tristeza. [24: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas.São Paulo. LTR. 2009. p.26.][25: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 38.]
Podemos dizer que o perverso é um covarde, pois ataca pessoas que aparentam fragilidade, por isso as mulheres são suas maiores vítimas. O perverso não assume a responsabilidade pelos seus atos.
O agressor sabe:
- do desgaste do trabalhador com o tempo de demora na solução de suas causas trabalhistas; 
- do medo que tem de utilizar o direito constitucional de ação, por causa das conhecidas listas negras e corporativismos, que ainda imperam; 
- do risco do desemprego, diante de um mercado que não garante emprego, com um desemprego estrutural mundial assustador.[26: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 04 de agosto de 2012 às 21h10min.]
O assediador pode ser um indivíduo ou um grupo de indivíduos. As características do assediador relacionam-se com a sua personalidade, ameaças de perder o poder e o controle e liderança negativa. Assim, o agressor, num processo de assédio moral, pretende o controle e o domínio absolutos do assediado. Como se sente inferiorizado, o assediador precisa sentir que tem o poder, através da diminuição da outra pessoa.[27: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
Segundo o site www.guitrabalhista.com.br, as principais estratégias dos agressores são:
- Escolher a vítima e isolá-la do grupo;
- Impedir de se expressar e não explicar o porquê;
- Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares;
- Culpar ou responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar;
- Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho;
- Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool;
- Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as, frequentemente por insubordinação;
- Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.[28: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
1.4.2. A vítima do Assédio Moral. Perfil do Assediado.
	Vítima ou sujeito passivo do assédio moral é aquele empregado que sofre agressões reiteradas e sistemáticas, visando hostilizá-lo, inferiorizá-lo e isolá-lo do grupo, comprometendo sua identidade, dignidade pessoal e profissional, refletindo na perda da satisfação no trabalho e consequentemente na queda da produtividade; além dos danos pessoais à vítima que somatiza e reverte em dano à saúde mental e física, acaba gerando, consequentemente, incapacidade para o trabalho e afastamento, desemprego, depressão e até o suicídio.[29: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.46.]
	Podemos numeras várias características do assediado:
Pessoa inteligente e competente: O assediador nunca vai escolher uma pessoa fraca. Ele acredita que seus verdadeiros inimigos são as pessoas mais fortes – claro, ele jamais vai se sentir ameaçado por alguém incompetente, que quase não vai ao trabalho.
Pessoa que não aceita insultos: tem um temperamento um pouco mais forte. A maior vitória do assediador será a fragilidade do subordinado, tanto física quanto psicologicamente. 
Pessoas críticas: Pessoas que se sobressaem por sua postura crítica e que contestem regras injustas, política de gestão e reclamem seus direitos.
As mulheres: Com as mulheres as atitudes são diversificadas, mas sempre visam intimidar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando tempo e frequência de permanência nos banheiros, relaciona atestados médicos e faltas, impedir que as grávidas sentem durante a jornada ou que façam consultas de pré-natal fora da empresa, exigir que não engravidem, evitando prejuízos a produção.
Os trabalhadores doentes;
Os negros;
Os homossexuais;
Os idosos;
Os estagiários;
 Portadores de necessidades especiais;[30: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 04 de agosto de 2012 às 21h10min.]
O assédio moral pode atingir uma pessoa, um grupo de pessoas ou, até mesmo, todos os empregados de uma empresa. 
De modo geral, as vítimas, são pessoas que acreditam no seu trabalho, que estão envolvidas e que, quando começam a ser censuradas de forma injusta, são muito vulneráveis.
Normalmente são pessoas muito honestas e ingênuas. Portanto, quando lhes pedem coisas que vão contra as regras da profissão, contra a lei e os regulamentos, contra o código do trabalho, recusam-se a fazê-las. Essas pessoas se tornam vítimas, não em decorrência de seu desempenho profissional, mas principalmente porque são bem-educadas, ingênuas, insegura e, em razão disso, não conseguem se defender das agressões.[31: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
Nesse sentido, se tornam vítimas por vários motivos. Porque sua situação de trabalho incomoda demasiadamente o agressor e, porquanto é pessoa psicologicamente frágil e, em razão disso, encontra muita dificuldade em revidar as agressões. 
Estudos e dados demonstram que as mulheres são mais assediadas que os homens. Por questões culturais, elas desabam mais facilmente com amigos e colegas, enquanto os homens, constrangidos, guardam consigo a agressão sofrida. Eles geralmente mantêm silêncio, envergonham-se e sentem-se fracassados, muitas vezes se refugiando no álcool ou em outras drogas. [32: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.29.]
Classificação dos tipos de assédio moral segundo sua procedência.
Embora seja mais comum o assédio moral partir de um superior para um subordinado, também pode ocorrer entre colegas de mesmo nível hierárquico ou mesmo partir de subordinados para um superior, sendo este último caso, entretanto, mais difícil de se configurar. O assédio pode se dar por qualquer uma das modalidades. O que importa, não é o nível hierárquico do assediador ou do assediado, mas sim a prática de situações humilhantes no ambiente de trabalho, as características da conduta a repetição.[33: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 08 de agosto de 2012 às 19h10min.]
 
1.5.1. Assédio Moral Vertical Descendente
Esse tipo de assédio é proveniente do empregador, compreendido na expressão o empregador propriamente dito, bem como qualquer outro superior hierárquico que receba a delegação do poder de comando. [34: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.61.]
Trata-se de um comportamento no qual a pessoa que detém o poder de comando busca delimitar o espaço desse poder, sendo a forma mais habitual de assédio moral. Por meio de atos de depreciação, falsas acusações, insultos e ofensas, atingem a dignidade e a saúde do trabalhador, degradando as condições de trabalho e as relações interpessoais.[35: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 35.]
Essa situação é muito frequente no contexto atual, em que se busca fazer crer aos assalariados que eles têm que estar dispostos a aceitar tudo se quiserem manter o emprego. 	 No setor privado fala-se muito em reengenharia, reestruturação e reorganização do trabalho. Destarte, outras exigências foram incorporadas à qualificação exigida: polifuncionalidade, visãosistêmica do processo produtivo, rotação das tarefas, autonomia e flexibilização – leia-se desregulamentação para os trabalhadores, precarização, eliminação de postos de trabalho e de direitos, assimetria no contrato de trabalho, revisão permanente dos salários em função da conjuntura, imposição de baixos salários, jornadas prolongadas.[36: HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio Moral. A violência perversa no cotidiano. 13ª Ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2011, p. 57.][37: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 08 de agosto de 2012 às 19h37min.]
1.5.2. Assédio Moral Horizontal
Trata-se de assédio moral cometido entre colegas de serviço e também é chamado de assédio moral transversal. Manifesta-se através de brincadeiras maldosas, gracejo, piadas, grosserias, gestos obscenos, menosprezo, isolamento, etc., podendo ser resultante de seguintes fatores: a) conflitos interpessoais que provocam dificuldades de convivência por qualquer motivo pessoal (atributos pessoais, profissionais, capacidade, dificuldade de relacionamento, falta de cooperação, destaque junto à chefia, discriminação sexual, etc.; b) competitividade/ rivalidade para alcançar destaque, manter-se no cargo ou disputar cargo, ou para obter promoção. [38: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.64.]
No assédio moral horizontal, os atos mais frequentes são os métodos de cortar as relações sociais, tais como deixar o assediado alimentando-se sozinho e não convidá-lo para festas e comemorações. [39: THOME, Candy Florencio. O Assédio Moral nas Relações de Emprego. 2ª Ed. São Paulo. LTR. 2009. p. 61.]
Esta modalidade, ainda, divide-se em Horizontal simples ou horizontal coletivo.
Horizontal Simples: Ocorre frequentemente quando dois empregados disputam a obtenção de um mesmo cargo, função ou uma promoção.
Horizontal Coletivo: Parte de um ou mais trabalhadores (uma classe) em relação ao colega de serviço. [40: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 08 de agosto de 2012 às 19h56min.]
1.5.3. Assédio Moral Vertical Ascendente
Trata-se do caso típico em que o assédio moral parte de um ou vários subordinados contra o superior hierárquico.
Normalmente, esse tipo de assédio pode ser praticado contra o superior que se excede nos poderes de mando e que adota posturas autoritárias e arrogantes, no intuito de estimular a competitividade e rivalidade, ou até mesmo por cometer atos de ingerência pelo uso abusivo do poder de mando.[41: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.65.]
Trata-se de uma espécie bem mais rara de assédio moral, porém, embora sua insignificância estatística, sua crueldade não é menor.
Geralmente, inicia-se quando alguém de fora é introduzido na empresa em cargo superior, seja porque seus métodos não são aceitos pelos trabalhadores que se encontram sob seu comando, seja porque o cargo é desejado por algum deles.[42: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 35.]
1.6. Formas de Manifestação do Assédio Moral.
O assédio moral como forma abusiva e antiética de degradar o ambiente de trabalho, afetando a saúde, a dignidade e autoestima do empregado, manifesta-se através de conduta comissiva ou omissiva. Entretanto, o assediador encobre a agressão psicológica de forma sutil, mascarando a intenção maldosa.[43: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.71.]
Uma das formas clássicas de manifestação do assédio moral é por meio de ataques de natureza psicológica. Esse tipo de manifestação se dá quando o perverso (agente agressor) age de maneira a desestabilizar e explorar psicologicamente a vítima pela dominação, exercendo pressão psicológica contínua a fim de forçar o trabalhador a sair da empresa. Mediante métodos como recusar a comunicação, desqualificar, destruir a autoestima, cortar as relações sociais, vexar, constranger, a vítima é ferida em seu amor próprio, sente-se atingida em sua dignidade, com a perda da autoconfiança. Esses atos acabam por desencadear no agredido sentimentos de humilhação e inferiorização que afetarão sua produtividade no trabalho.[44: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 59.]
Outra forma muito comum é por meio da desqualificação. Por esse termo se entende quando a agressão não se dá abertamente, a fim de que não haja um revinde. Ela é praticada de maneira subjacente, na linha da comunicação não-verbal: suspiros seguidos, erguer de ombros, olhares de desprezo ou silêncios, subentendidos, alusões desestabilizantes ou malévolas, observações desabonadoras, etc. Dessa forma, pode-se levantar progressivamente a dúvida sobre a competência profissional de um empregado, pondo em questão tudo o que ele faz ou diz.[45: HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio Moral. A violência perversa no cotidiano. 13ª Ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2011, p. 77.]
Marie-France Hirigoyen dividiu em quatro categorias os atos mais frequentemente utilizados por um assediador, com gradação dos atos mais sutis para os atos hostis mais evidentes:
- ataque às condições de trabalho; 
- isolamento e recusa da comunicação: no mecanismo da comunicação perversa, o que se busca fazer é impedir o outro de pensar, de compreender, de reagir. Tal prática se caracteriza como uma maneira de dizer, sem fazê-lo com palavras, que o outro não lhe interessa, ou que sequer existe.[46: HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio Moral. A violência perversa no cotidiano. 13ª Ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2011, p. 77.]
- ataque à dignidade: as diversas visões quanto ao assédio moral no trabalho trazem em comum à prática humilhante e degradante, visando atingir a moral, a integridade física e psíquica do trabalhador, no âmbito de trabalho. Dessa forma, a submissão do trabalhador a práticas degradantes representa violação à sua dignidade, sendo essa última o elemento central atingido pelo assédio moral.[47: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 55.]
		A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos básicos do Estado Brasileiro. Com um valor legal supremo, atrai o cerne de todos os direitos fundamentais do homem, como à vida, ao nome, à honra, à liberdade, à imagem, à intimidade, à privacidade.[48: LIMA, Amarildo Carlos de. Aferição do Assédio Moral nas Relações de Trabalho. São Paulo, LTR, 2009, p. 55.]
	Podemos afirmar que, na legislação pátria, a garantia Constitucional no que diz respeito ao assédio moral encontrou guarita a partir da promulgação da Constituição Federal em 05 de outubro de 1988, ao estabelecer, em seu artigo 1º, os fundamentos da República Federativa do Brasil constituída em Estado Democrático de Direito, dentre os quais nos permitimos destacar:
Art. 1º. “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...)III- a dignidade da pessoa humana; IV- os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa” 
Orlando Teixeira da Costa, ex- presidente do Tribunal Superior do Trabalho, impecavelmente definiu a dignidade da pessoa humana em um de seus inúmeros artigos:
A palavra dignidade provém do latim – dignitas, dignitatis – e significa, entre outras coisas, a qualidade moral que infunde respeito, a consciência do próprio valor. Ao falar-se em dignidade da pessoa humana quer-se significar a excelência que esta possui em razão da sua própria natureza. Se é digna qualquer pessoa humana, também o é o trabalhador, por ser uma pessoa humana. É a dignidade da pessoa humana, do trabalhador que faz prevalecer os seus direitos estigmatizando todamanobra tendente a desrespeitar ou corromper de qualquer forma que seja esse instrumento valioso, feito à imagem de Deus.[49: MOREIRA, Hugo Sacco. Aspectos Relevantes do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/60111112/Assedio-Moral Acesso em 10 de agosto de 2012 às 19h05min.]
- violência verbal, física ou sexual.[50: THOME, Candy Florencio. O Assédio Moral nas Relações de Emprego. 2ª Ed. São Paulo. LTR. 2009. p. 47.]
	Marie-France Hirigoyen chama a atenção, ainda, para uma forma específica de assédio moral denominada whistleblowing, direcionada para quem costuma expor os setores que não funcionam satisfatoriamente em uma empresa. Assim, aqueles que denunciam os problemas de funcionamento de um sistema sofrem, evidentemente, represálias da parte do próprio sistema, haja vista tratar-se de uma forma específica de assédio moral, destinada a silenciar quem não obedece às regras do jogo.[51: RAMOS, Luis Leandro Gomes. O assédio moral no trabalho: Os limites do poder diretivo do empregador e a atuação do Ministério Público do Trabalho. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6905 Acesso em 10 de agosto de 2012 às 19h07min.]
Elementos Caracterizadores do Assédio Moral
Maria Aparecida Alkimin identifica como sendo elementos caracterizadores do assédio moral:
Sujeitos: vítima (assediado) e agressor (agente abusivo);
Conduta, comportamento e atos atentatórios aos direitos de personalidade: deficiências na organização de trabalho, precariedade de comunicação e informação interna, corrida pela competitividade e lucratividade, ausência de uma política de relações humanas, rivalidade dentro do setor, gerenciamento sob pressão para forçar a adaptação e a produtividade, inveja, ciúmes, e até mesmo a perversidade inerente a muitas pessoas.[52: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.42.]
 Reiteração e sistematização: a violência psicológica deve ser regular, sistemática e durar no tempo, ou seja, não pode ser algo esporádico. Para que possamos caracterizar uma conduta como sendo habitual, não é “conditio sine qua non” que venha a ocorrer todos os dias. O que se exige é a regularidade de uma conduta moralmente reprovável que inevitavelmente causará mal-estar no ambiente de trabalho e danos muitas vezes irreversíveis á saúde psicológica da vítima, proporcional à intensidade e à duração dos seus efeitos, aliadas à capacidade de resistência de cada um.[53: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 60.][54: MOREIRA, Hugo Sacco. Aspectos Relevantes do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/60111112/Assedio-Moral Acesso em 10 de agosto de 2012 às 19h39min.]
Conduta do agente (conduta abusiva): manifestam-se, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos, gestos e escritos, constrangimentos, podendo ir desde o isolamento, passando pela desqualificação profissional, até chegar ao terror com destruição psicológica da vítima.[55: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 61.]
Segundo Marie-France Hirigoyen, um outro elemento que caracteriza o assédio moral é a premeditação. Quando diferencia uma agressão pontual do assédio moral a autora afirma que aquela é fruto de uma impulsividade, sem premeditação, ao passo que o assédio moral é uma agressão perpétua. [56: THOME, Candy Florencio. O Assédio Moral nas Relações de Emprego. 2ª Ed. São Paulo. LTR. 2009. p. 43.]
 CAPÍTULO 2
EFEITOS DO ASSÉDIO MORAL E FORMAS DE PREVENÇÃO
2.1. Consequências para o empregado assediado.
	Os atos, gestos, palavras, enfim, qualquer conduta ou atitude dirigida sistematicamente contra o empregado invade a esfera de sua vida íntima e profissional, maculando seus direitos de personalidade, com graves consequências à sua integridade físico-psíquica, afetando sua autoestima e produtividade, levando à degradação do ambiente de trabalho, podendo, inclusive, refletir-se na esfera patrimonial. Isto porque poderá resultar no desemprego do assediado, bem como escassez de recursos não apenas para a sobrevivência, como também para tratamento das sequelas à saúde causadas pela conduta abusiva.[57: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.85.]
Estudos realizados por Marie-France Hirigoyen revelam que, inicialmente, os efeitos sentidos pela vitima são o estresse e a ansiedade, a depressão, distúrbios psicossomáticos, podendo chegar, nos casos extremos ao estresse pós-traumático. Além desses sintomas, predominam nos quadros de assédio moral sentimentos de vergonha, humilhação, perda do sentido, podendo chegar a modificações psíquicas, como neurose traumática e psicose.[58: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 97.]
Como consequências físicas, constatam-se as seguintes situações:
Aumento de Peso;
Distúrbios digestivos;
Hipertensão arterial;
Palpitações;
Diminuição da libido;
Agravamento de doenças pré-existentes;
Dores de cabeça;
Estresse;
Surgimento de diabete;
 Doenças do trabalho.
	Sob o aspecto psicológico, as consequências mais recorrentes são as seguintes:
Dificuldades emocionais: irritação constante, falta de confiança em si, cansaço exagerado, diminuição de capacidade para enfrentar estresse;
Pensamentos repetitivos;
Alterações do sono: dificuldade para dormir, pesadelos, interrupções frequentes do sono, insônia.
Alteração da capacidade de concentração e memorização (amnésia psicógene, diminuição da capacidade de recordar dos acontecimentos);
Anulação de atividade ou situações que possam recordar a tortura psicológica;
Interesse claramente diminuído em manter atividades consideradas importantes anteriormente.
No âmbito familiar, há evidentes prejuízos constatados:
- Degradação no relacionamento com a esposa e filhos;
- Atitudes extremamente severas com os filhos, o que antes não ocorria;
- Maus tratos à mulher e aos filhos;
- Indiferença quanto às responsabilidades familiares.[59: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
	De maneira objetivas, podemos constatar que o assédio moral pode causar três tipos de lesões à vítima: lesão à intimidade, à imagem e à honra.
	Além dos danos para a saúde da pessoa afetada, com alterações diversas, denota-se que a evidente perseguição geradora de pressão emocional insustentável interfere, diretamente, no rendimento geral do trabalho e na eficiência da prestação do serviço do próprio Estado, forçando o servidor, em muitas ocasiões, a solicitar afastamento ou cedência que, além de gerar prejuízos a si mesmo, produz efeitos nefastos na continuidade do serviço prestado pela empresa ou entidade empregadora.[60: Assédio Moral no Trabalho. Disponível em: http://www.meuadvogado.com.br/entenda/assedio-moral-no-trabalho.html Acesso em 10 de agosto de 2012 às 21h08min.]
	A humilhação repetida e prolongada no ambiente de trabalho constitui um risco invisível, porém concreto nas relações de trabalho e na saúde dos trabalhadores. Tornou-se prática costumeira nas empresas onde há menosprezo e indiferença pelo sofrimento dos trabalhadores que, mesmo adoecidos, continuam a trabalhar. Isso revela uma das mais poderosas formas de violência sutil nas relações organizadas. [61: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 96.]
	Verifica-se que o assédio moral pode provocar danos irreparáveis ou de difícil reparação à identidade ou dignidade da vítima e, em consequência disso, agravar distúrbios psicológicos e mentais.
	Durante o período de agressão ou após o término, a vítima se sente desamparada e ferida. Em decorrênciado choque oriundo da violência, a dor e a angústia se misturam no psicológico da vítima. Em seu estudo, Hirigoyen esclarece o sentimento de desânimo do sujeito passivo por intermédio da transcrição de depoimento de uma das vítimas estudadas por ela, que afirmou o seguinte: “Ele me disse palavras tão terríveis que eu tive a impressão de ser um boxeador já caído a quem continuam a encher de golpes”. [62: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.37.]
	Um dos sintomas mais comuns apresentados por quem sofre de assédio moral é a chamada “Síndrome de burn-out”. Em uma concepção clínica, essa síndrome é considerada como um conjunto de sintomas, tais como fadiga física e mental, falta de entusiasmo pelo trabalho e pela vida, sentimento de impotência e inutilidade, baixa autoestima, que pode levar o profissional à depressão e até mesmo ao suicídio. A pessoa acometida desse mal chega ao seu limite e, por falta de energia, não tem mais condições de desempenho físico e mental. [63: THOME, Candy Florencio. O Assédio Moral nas Relações de Emprego. 2ª Ed. São Paulo. LTR. 2009. p. 95.]
2.2. Consequências para a empresa.
Não é apenas a vitima do assédio moral no ambiente de trabalho que sofre consequências nefastas. O mobbing traz prejuízos à empresa, causando absenteísmo, queda da produtividade, rotatividade da mão-de-obra e danos à imagem da atividade empresarial, comprometendo o seu regular prosseguimento.
Estudos feitos por Marie-France Hirigoyen demonstram que os efeitos danosos na saúde do trabalhador vítima de assédio moral têm causado uma média de 138 dias de interrupção no trabalho por pessoa. Das 193 pessoas entrevistas, 74% sofreram uma interrupção na atividade laboral, representando 143 pessoas. Destas, 131 declinaram a duração precisa das interrupções de trabalho: 
- 23% das pessoas tiveram interrupção de trabalho inferior a um mês;
- 23,5% das pessoas se afastaram por 1 a 3 meses;
- 36% dos entrevistados sofreram interrupção de 3 meses a 1 ano; e
- 7% tiveram interrupção de trabalho por 2 ou mais anos.
Os prejuízos desses afastamentos para a empresa tendem a ser ainda mais danosos quando o assediado é um empregado especializado na sua atividade, devido à maior dificuldade em sua substituição.[64: CARDOZO FILHO, Aloizio Apoliano. Efeitos Danosos do Assédio Moral nas Relações de Trabalho. Disponível em: http://jus.com.br/revista/texto/19709/efeitos-danosos-do-assedio-moral-nas-relacoes-de-trabalho Acesso em 15 de agosto de 2012 às 19h43min.]
Além da redução da produtividade como consequência do assédio moral, a mesma acaba por resultar em indenizações que as empresas precisam pagar às vítimas em razão do dano moral sofrido, oriundas de ações trabalhistas.
No Brasil, verifica-se, gradativamente, que o Poder Judiciário, nos seus vários segmentos, vem contemplando a hipótese de indenização por danos morais decorrentes de assédio moral, determinando o pagamento de indenizações às vítimas. [65: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.40.]
Em muitos casos, a vítima acaba por pedir demissão ou, no caso de servidor público, exoneração, abandona o emprego ou o cargo, o que deve ser indenizado.
A indenização por danos materiais pode abranger:
a) os danos emergentes (o que a vítima efetivamente perdeu, como no caso do servidor que fica doente em função do assédio, tendo gastado com tratamento médico e medicamentos) e;
b) os lucros cessantes (o que a vítima deixou de ganhar, como no caso do servidor que pediu exoneração porque foi assediado, deixando assim de receber seus vencimentos).
c) indenização por danos morais, relativos ao sofrimento psicológico que a vítima suportou em virtude do assédio moral. [66: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 15 de agosto de 2012 às 20h10min.]
2.3. Consequências para a Sociedade.
	Há evidentes prejuízos à sociedade devido aos elevados custos que tem de suportar com hospitalizações, medicamentos, baixas por doenças originadas no meio laboral e incapacidades (permanentes ou temporárias) para o trabalho. Trata-se de uma perda de recursos humanos válidos, na fase em que são mais produtivos, deixando de contribuir para o desenvolvimento da sociedade como um todo. Soma-se a tudo isso os custos elevados com o pagamento de seguros-desemprego, originados das demissões dos assediados.[67: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
2.4. Como provar o assédio moral.
É da responsabilidade da Justiça do Trabalho o julgamento dos casos em que se discute o assédio moral. Segundo o art. 818 da CLT, a prova das alegações incumbe à parte que as fizer. Dessa feita, a vítima deve resistir ao máximo à agressão e às ofensas com o intuído de ganhar tempo suficiente pare reunir as provas indispensáveis e, logo depois, buscar a orientação de seu sindicato ou de um advogado.[68: MEDEIROS, Aparecido Inácio Ferrari de. Assédio Moral, Discriminação, Igualdade e Oportunidades no Trabalho. São Paulo, LTR, 2012, p. 87.]
A prova do assédio moral é normalmente testemunhal, mas pode também ser feita por meio da apresentação de documentos – como e-mails – ou gravações que comprovem o comportamento do assediador.
O que o trabalhador precisa provar é a ocorrência do ilícito. Resta pacificado que na aferição do dano moral decorrente do assédio moral não será necessário provar a dor, o sofrimento, a angústia, o estresse, a vergonha, porém, será necessário provar o ato que provocou estes sentimentos, ou seja, o fato gerador da dor, do sofrimento. [69: LIMA, Amarildo Carlos de. Aferição do Assédio Moral nas Relações de Trabalho. São Paulo, LTR, 2009, p. 61.]
Trata-se de uma agressão difícil de provar. O assediador nega a realidade da agressão, enquanto as testemunhas (que, em grande parte das situações, são trabalhadores que se relacionam diariamente com o assediador) também não querem interferir porque temem represálias eventuais. Ainda assim, o ônus da prova incumbe a quem alega, ou seja, à vítima.[70: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 20 de agosto de 2012 às 19h31min.]
2.5. Formas de Prevenção.
	Um dos principais fatores na prevenção do assédio moral nas organizações é a melhoria no processo de comunicação. Promover momentos de interação entre os trabalhadores e incentivar o diálogo aberto são ações muito importantes dentro das empresas. [71: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
	A prevenção inicia no setor de RH das empresas (também chamado de departamento pessoal ou gestão de pessoas). Um bom chefe ou diretor de RH é o grande e principal começo, sendo que há uma característica que jamais poderá faltar a esse profissional: o bom senso, acima de tudo. É indispensável que as empresas saibam escolher de forma adequada seus gestores de maneira a contribuir para o surgimento de um ambiente saudável de trabalho. Gestores com boa capacidade de diálogo e negociação, além de saberem lidar com as diferenças inerentes aos seres humanos, são os mais adequados. Não há mais espaço para gestores autoritários e opressores.[72: TEIXEIRA, João Luis Vieira. O Assédio Moral no Trabalho: Conceito, causas e efeitos, liderança versus assédio, valoração do dano e sua prevenção. São Paulo. LTR. 2009. p. 99.][73: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
	
2.5.1. Oferecer apoio – Solidarização. 
	A solidarização no ambiente de trabalho incute que: aquele que é testemunha de uma conduta de assédio deve procurar fugir da “rede de silêncio” e conivência,mostrando sua desconformidade com a conduta e sendo solidário com o colega na busca de soluções para o problema. Mesmo porque quem hoje é testemunha, em outra ocasião pode estar na situação de vítima do assédio, quando precisará contar com o apoio dos colegas de trabalho.
Na medida do possível é preciso engajar-se junto a organizações que promovem o combate ao assédio moral, tais como sindicatos, organizações não governamentais, Enfim, mostrar sua indignação.[74: MEDEIROS, Aparecido Inácio Ferrari de. Assédio Moral, Discriminação, Igualdade e Oportunidades no Trabalho. São Paulo, LTR, 2012, p. 91]
2.5.2. Ficar alerta a forma de convivência cotidiana.
A aceitação de forma sutil de tratamento desumano ou cruel faz com que muitas vezes aceitamos ou a praticamos em nossa vida. Trata-se, pois, de uma preparação psicológica para a aceitação de formas mais brutais. Assim, a rejeição, depreciação, discriminação, certas formas de punições são formas de tratamento que além de constituírem o desrespeito, podem deixar seqüelas.
Exigir o tratamento respeitoso no ambiente de trabalho é um imperativo para o combate ao assédio moral.[75: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 20 de agosto de 2012 às 20h10min.]
2.5.3. Atentar para os limites da obediência.
	A autonomia moral implica em um limite a determinados casos que deixe de ser aceitável obedecer e passe a ser imperativo rebelar-se contra uma ordem e até mesmo denuncia-la quando com vistas a um provável assédio moral.[76: VACCHIANO, Inácio. Assédio Moral no Serviço Público. Disponível em: http://inaciovacchiano.com/assedio-moral/ Acesso em 20 de agosto de 2012 às 20h18min.]
2.5.4. Divulgação das informações sobre o assédio moral.
Uma forma eficiente de prevenção é a realização de campanha nas empresas ou nos órgãos públicos para divulgação das informações sobre o assédio moral, a fim de que o maior número de trabalhadores esteja ciente desse tipo de conduta, de como agir diante dela, e das suas possíveis conseqüências nas esferas cível, trabalhista, administrativa e criminal. Dessa forma, estará sendo possibilitada a criação de uma rede de resistência e solidariedade entre os trabalhadores, o que, por si só, tem o efeito de intimidar os possíveis agressores.[77: MEDEIROS, Aparecido Inácio Ferrari de. Assédio Moral, Discriminação, Igualdade e Oportunidades no Trabalho. São Paulo, LTR, 2012, p. 91]
 CAPÍTULO 3
ASPECTOS JURÍDICOS: LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA
A legislação específica sobre o assédio moral no Brasil ainda está em fase de elaboração. Segundo informações publicadas no sítio www.assédiomoral.org no Brasil, há, atualmente, mais de 80 projetos de lei, em diferentes regiões do país. [78: MEDEIROS, Aparecido Inácio Ferrari de. Assédio Moral, Discriminação, Igualdade e Oportunidades no Trabalho. São Paulo, LTR, 2012, p. 97.]
A falta de uma legislação específica sobre o assédio moral no trabalho não impede que tal atentado seja coibido e seus danos ressarcidos, mas a existência de uma legislação específica será de grande utilidade para o combate ao assédio moral, quanto ao enfoque pedagógico, já que divulgará tal fenômeno de maneira negativa, disfórica, como uma atitude a ser combatida e considerada, pela sociedade e pelo ordenamento jurídico, não como algo natural, contra o qual nada se pode fazer e com a qual as pessoas deverão se acostumar.[79: THOME, Candy Florencio. O Assédio Moral nas Relações de Emprego. 2ª Ed. São Paulo. LTR. 2009. p. 106.]
No âmbito da jurisprudência, o Poder Judiciário vem direcionando seus julgados de modo a trazer definições próprias acerca do assédio moral, no sentido de reconhecer a sua existência e de condenar as empresas ao pagamento de indenizações por dano moral, decorrente de perseguições reiteradas sofridas pelas vítimas.[80: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.46.]
Como exemplo, seguem ementas de decisões que conceituam os elementos caracterizadores do assédio moral, acabando por reconhecer sua existência:
EMENTA: ASSÉDIO MORAL – DEGRADAÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO – DIREITO À INDENIZAÇÃO – A sujeição dos trabalhadores, e especialmente das empregadas, ao continuado rebaixamento de limites morais, com adoção de interlocução desabrida e sugestão de condutas permissivas em face dos clientes, no afã de elevar as metas de vendas, representa a figura típica intolerável do assédio moral, a merecer o mais veemente repúdio desta Justiça especializada. Impor, seja de forma explícita ou velada, como conduta profissional na negociação de consórcios, que a empregada “saia” com os clientes ou lhes “venda o corpo” e ainda se submeta à lubricidade dos comentários e investidas de superior hierárquico, ultrapassa todos os limites plausíveis em face da moralidade média, mesmo nestas permissivas plagas abaixo da linha do Equador. Nenhum objetivo comercial justifica práticas dessa natureza, que vilipendiam a dignidade humana e a personalidade da mulher trabalhadora. A subordinação no contrato de trabalho diz respeito à atividade laborativa do poder patronal. O empregado é sujeito e não objeto da relação de trabalho e assim, não lhe podem ser impostas condutas que violem a sua integridade física, intelectual ou moral. Devida a indenização por danos morais (art. 159, CC de 1916 e arts. 186 e 927, do NCC). (TRT 2 – RO 01531-2001-464-02-00 – (20050288894) – 4ª T. – Rel. p/ o Ac. Juiz Ricardo Artur Costa e Trigueiros – DOESP 20.5.2005). [81: TEIXEIRA, João Luis Vieira. O Assédio Moral no Trabalho: Conceito, causas e efeitos, liderança versus assédio, valoração do dano e sua prevenção. São Paulo. LTR. 2009. p. 71.]
EMENTA: ASSÉDIO MORAL: CONFIGURAÇÃO – O que é o assédio moral no trabalho. É a exposição dos trabalhadores a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais comum em relações hierárquicas autoritárias, onde predominam condutas negativas, relações desumanas e antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes, dirigidas a um subordinado, desestabilizando a relação da vítima com o ambiente de trabalho e a Organização. A organização e condições de trabalho, assim como as relações entre os trabalhadores, condicionam em grande parte a qualidade de vida. O que acontece dentro das empresas é fundamental para a democracia e os direitos humanos. Portanto, lutar contra o assédio moral no trabalho é contribuir com o exercício concreto e pessoal de todas as liberdades fundamentais. Uma forte estratégia do agressor na prática do assédio moral é escolher a vítima e isolá-la do grupo. Neste caso concreto, foi exatamente o que ocorreu com o autor, sendo confinado numa sala, sem ser-lhe atribuída qualquer tarefa, por longo período, existindo grande repercussão em sua saúde, tendo em vista os danos psíquicos por que passou. Os elementos contidos nos autos conduzem, inexoravelmente, à conclusão de que se encontra caracterizado o fenômeno denominado de assédio moral. Apelo desprovido, neste particular. Valor da indenização. Critério para sua fixação. A fixação analógica, como parâmetro para a quantificação da compensação pelo dano moral, do critério original de indenização pela despedida imotivada, contido no artigo 478 Consolidado, é o mais aconselhável e adotado pelos critérios trabalhistas. Ressalta-se que a analogia está expressamente prevista no texto consolidado como forma de integração do ordenamento jurídico, conforme se infere da redação do seu artigo 8º. Ademais, no silêncio de uma regra específica para fixação do valor da indenização, nada mais salutar do que utilizar um critério previsto na própria legislação laboral. Assim, tendo em vista a gravidade dos fatos relatados nestes autos, mantém-se a respeitável sentença, também neste aspecto, fixando-se que a indenização será de um salário – o maiorpercebido pelo obreiro – por ano trabalhado, em dobro. (TRT 17 – RO 1142.2001.006.17.00.9 – Rel. Juiz José Carlos Rizk). [82: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.]
O Deputado Federal Marcos de Jesus, do PL de Pernambuco, é o autor do projeto de Lei nº 4.742/2001, que introduz o art. 146-A ao Código Penal Brasileiro, que tipifica o crime de Assédio Moral no Trabalho, de seguinte teor:
Art. 146-A: Desqualificar reiteradamente, por meio de palavras, gestos ou atitudes, a autoestima, a segurança ou a imagem do servidor público ou empregado em razão do vínculo hierárquico funcional ou laboral. Pena: detenção de 3 meses a um ano e multa.
Em termos processuais, no Brasil, o assédio, além da nulidade da despedida e da reintegração ao emprego (art. 4º, I, da Lei nº 9.029/95), pode dar nascimento à pretensão da resolução do contrato do empregado por descumprimento de deveres legais e contratuais (art. 483, d, da CLT), rigor excessivo ou exigência de serviços além das forças do trabalhador (art. 483, a e b, da CLT). [83: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 84.]
O que se percebe é que os operadores do Direito vêm tomando posições quanto à caracterização, incidência, danos e às indenizações, firmando um entendimento cada vez mais pacífico sobre o tema.[84: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.46.]
 CONCLUSÃO
As ponderações feitas no presente estudo levam à conclusão de que o assédio moral é uma das piores formas de estresse socioprofissional da atualidade, que acomete vários trabalhadores. Já existem vários estudos sobre o assunto, nos quais se busca entendê-lo e coibi-lo da melhor forma possível, a fim de que os ambientes de trabalho se tornem mais justos e harmônicos. [85: MARQUES JÚNIOR, Fernando Antônio. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Questões Sociojurídicas. São Paulo. LTR. 2009. p.59.]
A moderna organização do trabalho, embora não seja causa única da prática do assédio moral, contribui grandemente para essa prática, uma vez que para se ajustar à competitividade e produtividade do mercado globalizado, a empresa impõe metas de produtividade, exigindo do trabalhador capacidade de resistência às pressões e grande qualificação técnica e profissional, sob pena de perder o posto de trabalho; além de praticar, muitas vezes, gestão de pessoal e de produção com manifesta desconsideração à personalidade do empregado.[86: ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. p.127.]
Apesar de a globalização fornecer sinal verde para a ocorrência do assédio moral em nome da competitividade, há que se perceber que a prática do assédio moral só se dá mediante ato de uma ou mais pessoas. Com isso, se está querendo dizer que o assédio moral não é consequência da crise econômica atual, resultante de sistemas perversos, mas sim a ação de pessoas perversas que tiram proveito desse sistema. Considerar a violência apenas como uma consequência da organização do trabalho seria correr o risco de livrar os agentes da responsabilidade.[87: ÁVILLA, Rosemari Pedrotti. As consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. p. 139.]
Conclui-se, dessa forma, que o assédio moral no trabalho se caracteriza pelo acometimento contínuo de uma violência perversa e, por vezes, silenciosa no ambiente profissional, associada à discriminação, à inveja, ao ciúme, à rivalidade e ao medo, sendo capaz de, a longo prazo, destruir a saúde e a produtividade da vítima, levando-a ao isolamento, ao adoecimento, à demissão e, até mesmo, ao suicídio, assim como também ocasiona prejuízos à organização envolvida e ao Estado.[88: LIMA, Amarildo Carlos de. Aferição do Assédio Moral nas Relações de Trabalho. São Paulo, LTR, 2009, p. 81]
Com esse estudo foi possível concluir-se, ainda, que o empregado deve procurar a justiça do trabalho a fim de buscar a reparação pelo dano sofrido. O ônus da prova vai incumbir ao agente agressor, e o magistrado analisará o caso concreto e assim liquidará o dano. Explanou-se que é necessário haver no Brasil legislação que defina o assédio moral no ambiente de trabalho, seus métodos, seus efeitos e a punição cabível ao agressor. Contudo, somente uma norma jurídica não basta para prevenir este terror psicológico; faz-se necessária a prevenção no nível da sociedade, dentro do ambiente de trabalho, devendo ainda haver a participação dos sindicatos na prevenção do assédio moral. 	[89: A Caracterização do Assédio Moral e suas Consequências na Vida do Empregado. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/a-caracterizacao-do-assedio-moral-e-suas-consequencias-na-vida-do-empregado/69413/ Acesso em 27 de agosto de 2012 às 20h33min.]
É indispensável sensibilizar e preparar os gestores para que promovam um ambiente de trabalho mais saudável, bem como estimulem mudanças de determinados comportamentos que são nocivos para o indivíduo e para a organização.
É preciso, ainda, estimular a denúncia de qualquer ato que possa caracterizar o assédio moral. É o silêncio omissivo daqueles que testemunham casos de assédio moral que incentiva a sensação de impunidade por parte do agressor.	[90: KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho: Repercussões ao Trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011]
Verificou-se, ainda, que 	as organizações estão investindo no capital humano, identificando o potencial de cada colaborador e alinhando as necessidades da empresa, sendo que o colaborador dentro da empresa precisa ser respeitado para que possa trabalhar com dignidade e perspectivas de crescimento para ambos os lados e para isso precisa estar em um ambiente tranquilo e agradável, obtendo assim um clima favorável para seu desempenho profissional. 	[91: VIANA, Danielle Fabiana dos Santos. Causas e Consequências do Assédio Moral nas Organizações. Disponível em: http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/causas-e-consequencias-do-assedio-moral-nas-organizacoes/27496/ Acesso em 27 de agosto de 2012 às 20h48min.]
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ALKIMIN, Maria Aparecida. Assédio Moral na Relação de Emprego. Curitiba. 2005. Ed. Juruá. 
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Assédio Moral no Trabalho. Disponível em: http://www.meuadvogado.com.br/entenda/assedio-moral-no-trabalho.html Acesso em 10 de agosto de 2012 às 21h08min.
AVILA, Rosemari Pedrotti. As Consequências do Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. São Paulo. LTR. 2009. 
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Existe diferença entre Assédio Moral e Dano Moral. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/existe-diferenca-entre-assedio-moral-e-dano-moral/17099/ Acesso em 04 de agosto de 2012 às 20h21min.
HIRIGOYEN, Marie-France. Assédio Moral. A violência perversa no cotidiano. 13ª Ed. Rio de Janeiro; Bertrand Brasil, 2011.
KAPITANSKY, Rene Chabar. Assédio Moral no Ambiente de Trabalho. Repercussões ao trabalhador, à empresa e à sociedade. Porto Alegre. 2011.
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