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CATETERISMO VESICAL: Roteiro prático de procedimentos para profissionais de enfermagem. 2 2 3 5 8 15 17 19 SUMÁRIO CONCLUSÃO SOBRE O SECAD INTRODUÇÃO TIPOS DE CATETERISMO VESICAL: Entenda a função dos modelos de alívio e de demora – e saiba como definir o cateter uretral mais apropriado ao procedimento. ROTEIROS DE APLICAÇÃO: Particularidades de cada método e protocolos para os diferentes sexos de pacientes. CONTRAINDICAÇÕES 3 INTRODUÇÃO 4 IN T R O D U Ç Ã O O cateterismo vesical é uma das práticas mais frequentes em clínicas e hospitais. A introdução de uma sonda através da uretra até a bexiga, com a finalidade de escoar a urina, pode ser empregada em diferentes casos, como incontinên- cia urinária, coleta de amostras, exames pélvicos e preparo pré-operatório. O expediente é realizado unicamente pelo enfermeiro – conforme a Resolução nº 0450/2013 do COFEN. Todo o enfermeiro deve compreender a técnica de modo global – abrangendo materiais, metodologias e contraindicações. Sem esse conhecimento, o procedimento pode oferecer risco de infecções urinárias, sangramentos e até de traumas uretrais. A proposta deste e-book, portanto, é abastecer os profissionais de enfermagem com as informações mais relevantes sobre o tema, incluindo roteiros para os diferentes tipos de cateterismo, seja em homens ou em mulheres. Utilitário e dinâmico, o e-book segue o padrão de qualidade dos programas de atualização disponibilizados pelo Secad aos profissionais do setor de saúde. Boa leitura. TIPOS DE CATETERISMO VESICAL: 5 ENTENDA A FUNÇÃO DOS MODELOS DE ALÍVIO E DE DEMORA E SAIBA COMO DEFINIR O CATETER URETRAL MAIS APROPRIADO AO PROCEDIMENTO. 6 TI P O S D E C AT ET ER IS M O V ES IC A L TIPOS DE CATETERISMO VESICAL ENTENDA A FUNÇÃO DOS MODELOS DE ALÍVIO E DE DEMORA E SAIBA COMO DEFINIR O CATETER URETRAL MAIS APROPRIADO AO PROCEDIMENTO. O cateterismo vesical divide-se em dois modelos: intermitente (ou de alívio) e de demora. No primeiro, a técnica drena a urina por períodos de 5 a 10 minutos, com a posterior retirada do aparelho. É indicada para retenção urinária aguda, exploração uretral e instilação de medicamentos. Já o cateterismo de demora consiste na aplicação prolongada da sonda até que o paciente consiga urinar naturalmente. A abordagem é mais utilizada em casos de obstrução do fluxo da urina, derivada de cirurgias ou ferimentos. ESPESSURA X VELOCIDADE 7 ES P ES SU R A X V EL O C ID A D E A escolha do cateter uretral correto é fundamental para o procedimento. Aqui, o enfermeiro deve optar pela sonda que ofereça a melhor relação entre a espessura e a capacidade de drenagem, zelando pelo baixo risco de lesão uretral. De acordo com algumas pesquisas, as peças feitas de silicone podem reduzir o risco de incrustações e obstruções do cateter. No cateterismo de demora, a sonda é do tipo Foley, com duas ou três vias, acoplada a um balão preenchido com água destilada. Já o procedimento de alívio utiliza sondas de polietileno ou nelaton, sem balão de retenção e com calibre variando entre 8 a 30 FR. ROTEIROS DE APLICAÇÃO 8 PARTICULARIDADES DE CADA MÉTODO E PROTOCOLOS PARA PACIENTES DE SEXOS DIFERENTES Os métodos de cateterismo vesical apresentam variações de acordo com o tipo e com o sexo da pessoa atendida. Entretanto, o trabalho do enfermeiro sempre começa pela tarefa de informar o paciente sobre o procedimento, dirimindo suas dúvidas e receios, buscando sua cooperação para execução do procedimento. A seguir, confira um passo-a-passo para as quatro abordagens. As instruções estão no artigo Revisitando o Cateterismo Vesical com os Técnicos de Enfermagem e com a Família de Pacientes Crônicos: Práticas Educativas, escrito pela enfermeira Juliana Maria Barbosa Bertho de Oliveira, professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), ao PROTENF, Programa de Atualização para Técnicos em Enfermagem do Secad. 9 R O TE IR O S D E A P LI C A Ç Ã O ROTEIROS DE APLICAÇÃO PARTICULARIDADES DE CADA MÉTODO E PROTOCOLOS PARA PACIENTES DE SEXOS DIFERENTES C U ID A D O S G ER A IS CUIDADOS GERAIS 10 Certifique-se de que os materiais estejam em perfeito estado e esterilizados. Instale biombos para garantir a privacidade durante o procedimento. Verifique a necessidade de realizar a higiene íntima dos pacientes. Avalie a existência de trauma uretral, ponderando a necessidade de tricotomia prévia. Evite contaminar a superfície da sonda: segure-a sempre com a mão dominante. Opte por colocar pacientes do sexo feminino em posição ginecológica. Mantenha a área seca e o paciente em posição confortável. Realize a higiene de suas mãos antes e após os procedimentos. Faça as anotações de controle determinadas pelo hospital ou pela clínica. C AT ET ER IS M O D E D EM O R A E M M U LH ER ES CATETERISMO DE DEMORA EM MULHERES 11 Com uma das mãos, separe os pequenos lábios para visualizar o meato uretral, mantendo-os afastados até que o cateterismo termine. Realize a antissepsia da região perineal, contemplando do meato ao monte de Vênus e do meato à comissura labial posterior. Comece sobre os grandes lábios e siga para os pequenos lábios. Por último, faça movimentos circulares sobre o meato, de dentro para fora. Instale o campo fenestrado e afaste os grandes lábios novamente. Aplique o anestésico no meato. Lubrifique a sonda pré-conectada a um coletor de drenagem de sistema fechado e a introduza no meato uretral, por 5 a 7 cm, utilizando técnica asséptica estrita. Conecte a sonda vesical com o sistema de coletor e lubrifique a sonda com o anestésico tópico prescrito. Insufle o balonete com água destilada, certificando-se de que a sonda está drenando adequadamente. Tracione suavemente a sonda até sentir resistência. Fixe a sonda de demora, prendendo-a juntamente com o equipo de drenagem, na face interna da coxa com esparadrapo do tipo antialérgico. OBS: Se a urina não aparecer, verifique se a sonda não está na vagina da paciente. Nesse caso, deixe-a lá para indicar o local errado e introduza outra sonda. CATETERISMO DE DEMORA EM HOMENS C AT ET ER IS M O D E D EM O R A E M H O M EN S 12 Realize a antissepsia em movimentos únicos – da base do pênis ao púbis e depois à raiz da coxa; da glande até a base e, por último, sobre o meato urinário, de dentro para fora. Coloque o campo fenestrado. Aplique a anestesia intrauretral, com 20 ml de gel anestésico hidrossolúvel. Use uma gaze para envolver o pênis, impedindo o extravasamento do anestésico. Acople a sonda pré-conectada a um coletor de drenagem de sistema fechado. Introduza a sonda na uretra suavemente, quase até a sua bifurcação, até que a urina flua. Caso note resistência no esfíncter externo, aumente discretamente a tração do pênis e pressione suavemente sobre a sonda. Peça para que o paciente faça força (como se fosse urinar), ajudando a relaxar o esfíncter. Não force a sonda sobre a resistência. Insufle o balão com água destilada. Fixe a sonda de demora, prendendo-a abaixo do umbigo na vertical. Reposicione o prepúcio. CATETERISMO ALÍVIO EM MULHERES C AT ET ER IS M O A LÍ V IO E M M U K LH ER ES 13 Separe os pequenos lábios de modo que o meato uretral seja visualizado, mantendo-os afastados até que o cateterismo termine. Caso ocorra o fechamento dos grandes lábios, repita o procedimento de limpeza. Realize a antissepsia da regiãoperineal com movimentos únicos. Lubrifique a sonda com anestésico tópico. Introduza a sonda lubrificada por 5 a 7 cm no meato uretral, utilizando técnica asséptica estrita. Realize o esvaziamento da bexiga ou colete a urina para o exame. Remova a sonda suavemente quando a urina parar de fluir. CATETERISMO ALÍVIO EM HOMENS 14 C AT ET ER IS M O A LÍ V IO E M H O M EN S Realize o mesmo procedimento de assepsia do Cateterismo de Demora. Introduza a sonda lubrificada na uretra, suavemente, até que a urina flua. Realize o esvaziamento da bexiga ou colete a urina para o exame. Remova a sonda suavemente quando a urina parar de fluir. CONTRAINDICAÇÕES 15 16 C O N TR A IN D IC A Ç Õ ES CONTRAINDICAÇÕES A aplicação do cateterismo vesical não é recomendada em casos de prostatite ou uretrite aguda; furúnculo e abscesso periuretral; estenose uretral ou rigidez; suspeita de ruptura uretral traumática e alergia a anestésicos locais ou látex. O enfermeiro também deve atentar para qualquer sinal de lesão uretral. Na presença de edema ou sangramento no orifício, a orientação é solicitar avaliação médica. CONCLUSÃO 17 CONCLUSÃO 18 C O N C LU SÃ O Os métodos de cateterismo vesical, como se vê, demandam protocolos minuciosos e exigem atenção redobrada dos profissionais. Isso reforça a importância da atualização e da busca de conteúdos qualificados, voltados para o dia a dia ambulatorial. A capacitação permanente, com viés de aplicação rotineira, incrementa o cabedal técnico dos enfermeiros, refinando a destreza de suas práticas. Mas não é só isso. Além de ampliarem os recursos e o ferramental dos profissionais, os programas de qualificação representam um caminho ágil e seguro a ser trilhado por quem pretende evoluir suas competências e galgar novos degraus na carreira. SOBRE O SECAD 19 20 SO B R E O S EC A D O Sistema de Educação Continuada a Distância (Secad) é um modelo de programas de atualização profissional que permite o acesso a conteúdos de diversas especialidades. Os módulos, desenvolvidos por autores renomados e vinculados a instituições científicas, são organizados em ciclos de 12 meses e divididos em quatro volumes impressos – entregues trimestralmente, via correio, aos participantes inscritos. Além disso, os materiais também podem ser acessados online. Ao fim do ciclo, o profissional pode fazer uma avaliação virtual e, se obtiver aprovação, recebe um certificado chancelado pela sociedade de classe parceira do Secad. Lançado em 2002, o Secad é gerido pela Artmed Panamericana – uma parceria entre a Artmed Editora, do Brasil, e a Editorial Médica Panamericana, da Argentina. Desde a criação, a plataforma já acumula mais de 500 mil inscrições nos seus 40 programas de atualização, disponibilizados nas áreas de Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Nutrição, Veterinária, Contabilidade e Direito. SOBRE O SECAD