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Neuroplasticidade e Aprendizagem

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No processo do desenvolvimento, a plasticidade se caracteriza como um período de ajuste na quantidade de neurônios formados inicialmente e pela elevação da sinaptogênese (processo de formação de sinapses entre os neurônios dos sistema nervoso central) entre as células corticais, isso favorece a aprendizagem de informações novas. (SHOLL-FRANCO, A. 2012).
O período sensível ou crítico é entendido como um espaço de tempo durante o qual o indivíduo é mais susceptível a influências externas e se o organismo não for estimulado apropriadamente durante esse período, poderá ter dificuldade ou até ser impossibilitado de desenvolver certas funções mais tarde.
A repetição de uma ação resulta na formação de um esquema de ação que permanece guardado na memória e pode ser posteriormente evocado, porém esse esquema não fica guardado indefinidamente, pois o tempo degrada os esquemas conservados, dessa forma perdem-se os detalhes e nota-se a incapacidade de conservar a ação em seu mais perfeito estado, mesmo que sua estrutura geral não seja totalmente degradada. Esses esquemas podem inclusive auxiliar no processo de adquirir novos aprendizados, pois as novas ações se associam a outras semelhantes que já existem na memória. (BARREIROS, 2016) 
Aprendizados muito repetidos ou de grande importância permanecem por toda a vida como, por exemplo, o próprio nome. Inversamente aprendizados de menor importância são esquecidos e dão lugar a outros, dessa forma ao longo da vida são acumulados e guardados na memória os fatos e aprendizados mais importantes para o sujeito. A seguinte frase exemplifica perfeitamente essa idéia:
 “Nós somos o que somos por causa daquilo que aprendemos e do que lembramos.” Eric Kandel, neurocientista alemão ganhador do Nobel de Medicina – 2000
E interessante saber que o cérebro é flexível a ponto de ser possível haver a neuroplasticidade, pois o isso significa que o sistema nervoso é capaz de se reorganizar, se adaptar, mudar e se moldar a nível estrutural (configuração sináptica) e também a nível funcional o qual modifica o comportamento. Isso significa que seja o que for que o sujeito tenha se tornado, não é tarde demais para mudar e essa crença é essencial para a pratica clínica de um psicólogo. (Rosa, 2017)
O paciente deve acreditar na possibilidade de criar novos hábitos e deixar para trás os comportamentos negativos, deve poder crescer, aprender e melhorar a própria vida. A neuroplasticidade faz o cérebro mais resiliente permitindo o aprendizado de novas formas de lidar com conflitos e com a vida no geral. (Rosa, 2017)
Importante ressaltar um outro aspecto da plasticidade cerebral é que o cérebro não distingue entre comportamentos negativos ou positivos, ele conserva o que é repetido ou seja, também reforça comportamentos que não são saudáveis. Por esse motivo existe a importância de o profissional ajudar o paciente a descobrir quais hábitos estão sendo maléficos em sua vida e com o auxílio da psicoterapia encontrar meios de desenvolver novos comportamentos. (Rosa, 2017) 
REFERÊNCIAS
BARREIROS, João. Desenvolvimento motor da aprendizagem. Disponível em: http://www.idesporto.pt/ficheiros/file/Manuais/GrauI/GrauI-04_Desenvolvimento.pdf
Rosa, A. (2 de Novembro de 2017). Neuroplasticidade, quê? Acesso em 16 de Maio de 2018, disponível em oficinadepsicologia.com: https://oficinadepsicologia.com/neuroplasticidade-que/
SHOLL-FRANCO, A. (2012). Sistema Nervoso, Plasticidade e Período Crítico [Resumo]. Em: Ciências e Cognição 2012, Anais do II Encontro Ciências e Cognição (online). Rio de Janeiro: Ciências e Cognição. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/ecc

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