Buscar

APOSTILA DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA DE RONDÔNIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
O moderno Estado de Rondônia, cuja capital é Porto 
Velho, surgiu da cisão de terras que, no passado, pertenciam 
aos seguintes Estados: Mato Grosso e Amazonas. Ao ser 
criado, em 1943, foi denominado de “território de Guaporé”. 
Em 17 de fevereiro de 1956, passou a ser chamado de 
Rondônia, mas só foi integrado à Federação em 1981. Seu 
nome é uma homenagem ao explorador dos sertões do 
Amazonas e do Mato Grosso, Cândido Mariano da Silva 
Rondon, o conhecido marechal Rondon.
Em busca de novas terras e riquezas, franceses, ingleses, 
portugueses, holandeses e espanhóis entraram no Estado 
do Amazonas, por volta do século 17, período em que teve 
início a ocupação européia em terras amazonenses. Mas 
essa invasão passou a ser controlada, especialmente, pelo 
Tratado de Tordesilhas (importante documento que regulou 
a expansão e descobertas de Portugal e Espanha por meio 
de medidas limítrofes) e pelo Tratado de Madri (documento 
que gerou novas definições de limites, concedendo a Portugal 
o direito de proteger e de se apropriar definitivamente da 
região). 
Seu povoamento foi efetivado com a exploração dos 
seringais, no século 19, por ocasião da etapa do ciclo da 
borracha. Nesse período, a construção da Estrada de Ferro 
Madeira-Mamoré (EFMM) foi importantíssima.
Bacias hidrográficas
As três bacias principais:
Bacia do Rio Madeira
O principal rio dessa bacia se chama Madeira. É muito 
importante, pois converge do rio Amazonas (margem direita), 
juntamente com seus afluentes. As expedições estrangeiras 
navegaram muito por suas águas e os jesuítas estabeleceram 
uma base missionária em sua foz.
As proporções do rio Madeira são interessantes. Sua 
profundidade pode ir além dos 13 metros e sua largura 
varia entre 440 e 9.900 metros. Por causa disso, é natural 
que grandes navios naveguem por suas águas. Segundo a 
Enciclopédia Britânica, o rio Madeira, apesar de ser extenso: 
3.370 km, só pode ser navegado num percurso total de 
1.500 km. Devido ao seu tamanho, percorre os Estados do 
Amazonas e Rondônia. 
Bacia dos rios Guaporé e Mamoré
O rio Guaporé está situado entre o Brasil e a Bolívia. Seu 
percurso total é de 1.716 km. Nasce a 1.800 m de altitude na 
Chapada dos Parecis, em Mato Grosso. Ao entrar em área 
rondoniense, encontra-se com o rio Mamoré, cuja largura 
varia entre 150 e 710 metros, com cerca de 2 a 10 metros de 
profundidade.
O rio Guaporé “presenciou” grandes lutas, travadas entre 
os portugueses e os espanhóis. 
O rio Mamoré, por sua vez, é proveniente da Cordilheira 
dos Andes (na Bolívia), onde é conhecido pelo nome de 
Grande de La Plata. Ao receber as águas do rio Guaporé, 
que se unem ao rio Beni (também na Bolívia), passa a ser 
designado de Mamoré, formando a nascente do rio Madeira. 
Bacia do rio Ji-Paraná
O rio Ji-Paraná é o mais destacado afluente do rio 
Madeira, em Rondônia, devido à longa extensão do seu 
curso, que cruza todo o Estado no sentido Sudeste/Nordeste. 
Sua complexidade hidrográfica atinge uma superfície de 
92.500 km², aproximadamente. 
Os principais rios que formam estas Bacias 
hidrográficas: 
Rio Guaporé Nasce na serra dos Parecis, região de Mato 
Grosso. Ao alcançar a cidade de Vila Bela, toma a direção 
norte-oeste entrando em terras rondonienses na cidade de 
Pimenteiras do Oeste, passando por Cabixi, Cerejeiras, São 
Miguel do Guaporé até Costa Marques. A 12o de latitude 
sul recebe as águas do rio Mamoré. Seu trecho navegável 
é de 1.500 quilômetros e se constitui em fronteira natural 
entre o Brasil e a Bolívia. Seus afluentes brasileiros são os 
rios Cabixi, Corumbiara, Mequéns, Colorado, São Miguel, 
Cautário e Cautarinho, todos com nascentes na Chapada 
dos Parecis; Rio Mamoré Nasce na Cordilheira dos Andes, 
em território boliviano com o nome Grande de La Plata, 
passando a ser designado Mamoré quando alcança a Serra 
dos Pacaás Novos, região de Guajará-Mirim. Constituindo-
se em fronteira natural entre o Brasil e a Bolívia, recebe 
as águas do rio Guaporé e, ao juntar-se ao Beni, outro rio 
boliviano, recebe a designação Mamoré e passa a formar 
a nascente do rio Madeira. Seu curso possui uma extensão 
de 1.100 quilômetros e é totalmente navegável. Tem como 
principais afluentes brasileiros os rios Sotério, pacaás Novos, 
Bananeiras e Ribeirão ou Lajes. Seus acidentes hidrográficos 
são as corredeiras Lages, Bananeiras, Guajará-Acu e Guajará-
Mirim; Rio Ji-Paraná ou Machado Nasce da junção dos rios 
Barão de Melgaço, também chamado de Comemoração 
de Floriano, e Apediá, chamado de Pimenta Bueno, na 
chapada dos Parecis. Seu curso tem uma extensão de 800 
quilômetros, atravessando a região central do Estado até 
desembocar no rio Madeira, região de Calama, no município 
de Porto Velho. Tem como afluentes pela margem direita os 
rios Riozinho, Lourdes, São João e Tarumã. Pela margem 
esquerda os afluentes são os rios Luiz de Albuquerque, Rolim 
2
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
de Moura, Ricardo Franco, Preto, Jaru, Boa Vista, Urupá e 
Machadinho. Seu principal acidente hidrográfico, dentre os 
vários existentes e que dificultam a navegação, é a cachoeira 
02 de Novembro, localizada no município de Machadinho do 
Oeste. Rio Madeira ou Caiary Nasce na junção dos rios Beni 
e Mamoré, sendo o maior afluente do rio Amazonas pela 
margem direita. Sua extensão é de 3.240 quilômetros, sendo 
1.700 em território brasileiro. Mas, devido aos diversos 
acidentes hidrográficos, seu curso navegável é de 1.116 
quilômetros, a partir da cachoeira de Santo Antonio, em Porto 
Velho até Itacoatiara,AM. Seus afluentes pela margem direita 
são os rios Ribeirão, Mutum-Paraná, Jacy-Paraná, Jamari e 
Machado. Pela margem esquerda os afluentes são os rios 
Abunã, Ferreiros, José Alves, São Simão e o igarapé Cuniã. 
- Os acidentes hidrográficos existentes no rio Madeira são os 
seguintes: (trecho Porto Velho/Guajará-Mirim) Corredeiras: 
Periquitos, Três Irmãos, Macaco, Morrinhos, Pederneiras, 
Chocolatal, Araras e Lages. Guajará-Açu e Guajará-Mirim; 
Cachoeiras: Santo Antonio, Caldeirão do Inferno, Paredão, 
Misericórdia, Madeira, Pau Grande e Bananeiras; Saltos: 
Teotônio, Girau e Ribeirão. As principais Ilhas do Estado: 
No Rio Madeira, Santana, Jacy-Paraná, Três Irmãos, 7 de 
Setembro, Misericórdia, 15 de Novembro, Marina e Anús ou 
da Confluência: No Rrio Mamoré, Soares e Saldanha: No Rio 
Guaporé, Comprida. 
PLANÍCIE AMAZÔNICA (vale do Madeira), serra 
dos Parecis e serra dos Pacaás Novos (vale do Guaporé). 
Nesta serra localiza-se o ponto mais elevado de Rondônia, o 
Pico do Tracuá. Principais rios Rios Machado ou Ji-Paraná; 
Guaporé, Mamoré, Madeira, Jacy-Paraná, Mutum-Paraná, 
Aripuanã ou Roosevelt, e Jamary. 
A planície Amazônica situada nos estados de Rondônia, 
apresenta a altitude de 90 a 200 metros acima do nível do 
mar, estende-se desde o extremo norte nos limites deste 
com o Estado do Amazonas, se prolongando nas direções 
sul e sudeste até encontrar as primeiras ramificações da 
chapada dos Parecis e da Encosta Setentrional.Esta Planície 
se constitui em sua superfície aplainada morfoclimática 
típica de floresta, resultante das oscilações climáticas do 
período quaternário com climas mais secos sucedidos 
por climas mais úmidos, atuando para o seu aplainamento 
e compartimentação da superfície revestida por seixos, 
laterito, sedimentos areno-argilosos nas áreas de terra firme, 
de acumulação areno-argilosos recentes nas áreas de várzea e 
de constituição argilo-ferruginosa nos barrancos.
ENCOSTA SETENTRIONAL DO PLANALTO 
BRASILEIRO 
Este acidente do relevo do Estado é correspondente a 
uma faixa de terreno arqueano, constituída de restos de uma 
superfície de aplainamento rebaixada pelas sucessivas fases 
erosivas, subdivididasem patamares de altitude entre mais 
de 100 metros e menos de 600 metros formando detritos 
residuais espersas, colinas de topos plainados, colinas com 
inselbergs, pontões, afilamentos de granitos, lateritos e 
matacões de tamanhos variados, morros isolados e esporões 
de cristas agudas. 
Sobre as superfícies plainadas surgem rochas 
sedimentares (pleistocenas) e depósitos em conseqüência 
da erosão provocada por violentas enxurradas, ocorridas em 
períodos remotos, em decorrência do clima mais seco e por 
falta da cobertura florestal. 
CHAPADA DOS PARECIS - PACAÁS NOVOS 
A chapada dos Parecis-Pacaás Novos constitui a 
superfície cimeira do Estado, desenvolvendo-se na direção 
Noroeste - Sudeste é pertencente ao sistema mato-grossense 
do Maciço Central Brasileiro com altitude acima de 300, e 
entre 600 a 900 metros, com pontos culminantes acima de 
1.000 m. 
A Chapada é originária de uma antiga área de deposição, 
soerguida e entalhada pela erosão por intenso processo de 
movimentos diastróficos de caráter epirogenético, originando 
falhamento e diaclasamento do relevo, como: superfície 
cimeira entalhada de rochas correspondentes às partes mais 
elevadas; restos de antigas superfícies deformadas por 
desdobramentos de grandes raios de curvaturas bastante 
dissecada e delimitadas por falhas; e patamares de erosão 
antiga glacial escalonadas. 
Vários rios nascem em suas encostas Sul e Oeste 
descendo na direção do rio Guaporé. A Chapada serve de 
divisória de águas entre as bacias do rio Jaci - Paraná e dos 
rios Guaporé - Mamoré, do rio Jí-Paraná e do Roosevelt. 
VALE DO GUAPORÉ-MAMORÉ 
Vale do Guaporé-Mamoré é uma vasta planície 
dissimétrica de forma tabular, formada por terrenos 
sedimentares recentes, cuja altitude média fica entre 100 
a 200 metros. Estende-se desde o sopé das chapadas dos 
Parecis e Pacaás Novos no Estado de Rondônia, até atingir os 
primeiros contrafortes dos Andes, na República da Bolívia; 
na direção Sudeste se prolonga pelo Estado de Mato Grosso. 
A porção pertencente ao Estado é restrita, fica limitada na 
direção Leste - Oeste entre a Chapada dos Parecis e rios 
Guaporé e Mamoré, ambos linhas de limite entre o Brasil e a 
Bolívia; na direção Norte - Sul, entre a Encosta Setentrional e 
rio Cabixi, nos limites com o Estado de Mato Grosso. 
Esta região é constituída por terrenos alagadiços, 
associados a platôs mais elevados. É drenada pelas águas dos 
rios Guaporé, Mamoré e pelos baixos cursos de seus afluentes. 
As enchentes dos rios inundam dezenas de quilômetros das 
áreas mais baixas, formando lagos temporários e amplos 
meandros divagantes de escoamento bastante complexo. 
3
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
ASPECTOS GEOGRÁFICOS
Área Geográfica: 238.512,8 km2, representando 6,19% 
da região Norte e 2,80% do País. Rondônia é 3º Estado em 
extensão territorial da região Norte. No contexto nacional, 
constitui-se o 15º em extensão territorial e o 23º em termos 
populacionais. Limites: ao Norte e Nordeste, estado do 
Amazonas; ao Sul e Oeste, República da Bolívia; a Leste e 
Sudeste, estado de Mato Grosso; a Noroeste, os estados do 
Acre e do Amazonas. A extensão da fronteira do Estado de 
Rondônia com a república da Bolívia é de 1.342 quilômetros. 
Setor Primário do Estado –
Agricultura, pecuária, piscicultura, apicultura, 
extrativismo vegetal e mineral. - O extrativismo mineral 
destaca-se pela ocorrência de ouro, cassiterita, diamante, 
nióbio, quartzo, granito e água mineral. - O extrativismo 
vegetal destaca-se pela produção de cacau, madeira em 
toras, castanha-do-pará e borracha silvestre. - O setor 
agrícola destaca-se nacionalmente por produzir cereais, 
café, soja, milho, banana, mandioca e algodão, além de 
hortifrutigranjeiros. - O efetivo pecuário é composto, 
principalmente, de rebanhos bovinos de corte e de leite, com 
mais de cinco milhões de cabeças e uma Bacia leiteira em 
franca expansão, notadamente nas regiões de Porto Velho, 
Jaru e Ouro Preto do Oeste.
 Setor secundário 
Prevalece a agroindústria, notadamente na produção 
de laticínios, na região central do Estado. Mas crescem as 
indústrias de transformação destinadas aos setores moveleiro, 
de confecções, couro e calçados. 
Setor terciário 
Envolve comércio e serviços, é o que mais cresce no 
Estado, tendo em vista a evolução urbana, a exemplo de 
municípios como Vilhena, Pimenta Bueno, Rolim de Moura, 
Cacoal, Ji-Paraná, Jaru, Ouro Preto e Ariquemes. 
Principais grupos indígenas existentes – 
Suruí, Gavião, Cinta Larga, Karipuna, Pakaas Nova, 
Arara, Kaxarari, Eu-Uru-Uau-Uau, Nhanbiquara e Karitiana. 
Clima Predominante: - Equatorial quente-úmido ou 
tropical úmido, variando de acordo com a altitude, com a 
temperatura variando entre 18o e 33o centígrados. A variação 
mínima ocorre no município de Vilhena e região, e a máxima 
no de Porto Velho e região. A estação chuvosa vai de outubro 
a março e o período de seca, de maio a setembro. Localização 
Geográfica: Região Norte, ao sul da Amazônia Ocidental. 
A região amazônica abrange os seguintes países: Bolívia, 
Colômbia, Equador, Guiana, Suriname, Peru, Venezuela e 
Brasil. No Brasil, onde fica localizada a Amazônia Ocidental, 
a Amazônia corresponde a 50% do território nacional e 
abrange os estados do Pará, Amazonas, Acre, Amapá, 
Roraima, Rondônia, Tocantins, parte do Maranhão e do Mato 
Grosso. 
Poder Político A representação política do Estado de 
Rondônia é constituída por três senadores e oito deputados 
federais que atuam no Congresso Nacional. Em nível estadual, 
a Assembléia Legislativa é composta por 24 deputados 
estaduais. No plano municipal, existem 537 vereadores, 52 
prefeitos e 52 vice-prefeitos. O Poder Executivo Estadual 
é exercido pelo governador e, nos seus impedimentos, pelo 
vice-governador. 
Formação Étnica É semelhante ao restante do país, 
formada por brancos, negros e índios. Mas em virtude das 
fases de atração imigratória e migratória ocorrentes durante 
os ciclos de produção econômica, diversos povos dessas raças 
deram sua contribuição para o elemento humano rondoniense, 
cuja identidade regional ainda está em formação. 
Ocupação humana O processo de povoamento do 
espaço físico que constitui o estado de Rondônia começa no 
século XVIII, durante o ciclo do Ouro, quando mineradores, 
comercializadores, militares e padres jesuítas fundam os 
primeiros arraiais e vilas nos vales Guaporé-Madeira. A 
decadência desse ciclo de produção aurífera causa a involução 
populacional desses arraiais, vilas e cidades surgidas no 
auge do ciclo do Ouro, com o êxodo dos portugueses e 
paulistas que formavam o topo da sociedade da época. Mas 
ficam os negros remanescentes do escravismo, os mulatos 
e os índios já aculturados. No século XIX, o primeiro ciclo 
da Borracha, em sua fase primária, atraiu basicamente 
nordestinos e bolivianos para o trabalho nos seringais, mas 
não gerou núcleos de povoamento nesse espaço geográfico 
tendo em vista o conceito econômico, que não produzia 
riquezas locais, por tratar-se de uma economia de exportação, 
cujos principais núcleos localizavam-se Manaus e Belém. 
No entanto, os sub-ciclos gerados em decorrência da 
construção e funcionamento da Ferrovia Madeira-Mamoré, 
o Ferroviário, e das Estações Telegráficas da Comissão 
Rondon, o do Telégrafo, atraíram povoadores para as terras 
rondonienses originários de várias regiões brasileiras e de 
outros países, que se fixaram e formaram núcleos urbanos. 
As estações telegráficas da Comissão Rondon atraíram, 
principalmente, matogrossenses, paulistas e nordestinos, 
que trabalhavam nos serviços de telegrafia, e acomodavam-
se em suas cercanias gerando pequenos núcleos urbanos, 
como Ariquemes, Presidente Pena ou Urupá, Pimenta Bueno 
e Vilhena. A Madeira-Mamoré atraiu vários contingentes 
imigratórios destinados ao trabalhonas obras da ferrovia, 
nos setores técnicos e administrativos da empresa com 
seus diversos ramos de exploração, comercialização e 
serviços, e ao comércio que se formava ao redor. Nesta 
fase de imigrações instalaram-se em terras rondonienses, 
notadamente nos núcleos urbanos de Porto Velho, Jacy-
Paraná, Mutum-Paraná, Abunã, Guajará-Mirim e Costa 
Marques, imigrantes turcos, sírios, judeus, gregos, libaneses, 
italianos, bolivianos, indianos, cubanos, panamenhos, porto-
4
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
riquenhos, italianos, barbadianos, tobaguenses, jamaicanos e 
bolivianos. A migração ocorreu com a fixação de nordestinos 
procedentes dos estados do Ceará, Bahia, Rio Grande 
do Norte e Paraíba, além de amazonenses, paraenses e 
matogrossenses. O segundo ciclo da Borracha, iniciado em 
1942, funcionou completamente diferenciado do primeiro 
e encontrou a região com sua infra-estrutura em fase de 
consolidação. Os povoadores dos seringais eram nordestinos, 
mas divididos em duas categorias, os seringueiros civis e os 
soldados da borracha, estes, incorporados ao Batalhão da 
Borracha. Os núcleos urbanos desenvolveram-se. O sistema 
de saúde pública melhorou consideravelmente e as ações de 
governo estenderam-se para o interior. A geopolítica regional 
passa por total transformação tendo em vista a criação do 
Território Federal do Guaporé em terras desmembradas dos 
estados de Mato Grosso e do Amazonas. Nesse período, as 
estações telegráficas da Comissão Rondon funcionavam 
como receptores de uma ocupação humana rural-rural, 
procedente do Mato Grosso, destinada á pecuária, formando 
grandes latifúndios onde funcionavam antigos seringais. 
O ciclo do Diamante promoveu mudanças substanciais 
na ocupação humana e desenvolvimento dos povoados de 
Rondônia (hoje Ji-Paraná) e Pimenta Bueno, enquanto o 
ciclo da Cassiterita expandiu a ocupação humana no espaço 
físico que compreende as microrregiões de Porto Velho e 
Ariquemes. O ciclo da Agricultura, cuja atração migratória 
começou desordenadamente em 1964, fixou em Rondônia 
contingentes migratórios procedentes do Mato Grosso, 
Goiás, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, 
Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará, Acre e do Nordeste, 
destacando-se os estados do Ceará, Bahia, Piauí, Paraíba 
e Sergipe. As microrregiões formadas pelos municípios 
de Vilhena, Pimenta Bueno e Rolim de Moura, receberam 
migrantes mato-grossenses, gaúchos e paranaenses, em sua 
maioria. As microrregiões formadas pelos municípios de 
Cacoal, Presidente Médice e Ji-Paraná, recebem gaúchos, 
paranaenses, paulistas, e nordestinos, em sua maioria. 
Migrantes capixabas, paranaenses, mineiros e baianos 
formam a maioria dos que se fixaram nas microrregiões de 
Ouro Preto, Jaru e Ariquemes. As regiões de Porto Velho e 
Guajará-Mirim receberam povoadores, mas em menor escala 
e de categorias diferentes, considerando-se que o ciclo da 
Agricultura atraiu, em princípio, uma migração rural-rural, 
para, em seguida, fixarem-se migrantes de características 
rural-urbana
- Os municípios rondonienses localizados na faixa 
da fronteira boliviana são: Guajará-Mirim, Nova Mamoré, 
Costa Marques, Alta Floresta do Oeste, São Francisco do 
Guaporé, Alto Alegre dos Parecis, , Pimenteiras do Oeste e 
Cabixi. 
Divisão geopolítica: o estado de Rondônia é formado 
por 52 municípios e 57 distritos. 
Municípios Rondonienses Guajará-Mirim, Nova 
Mamoré, Porto Velho, Candeias do Jamary, Itapuã do 
Oeste, Alto Paraíso, Monte Negro, Buritis, Campo Novo de 
Rondônia, Rio Crespo, Cujubim, Ariquemes, Cacaulândia, 
Machadinho do Oeste, Vale do Anari, Theobroma, 
Governador Jorge Teixeira, Jaru, Vale do Paraíso, Nova 
União, Mirante da Serra, Teixeirópolis, Ouro Preto do Oeste, 
Ji-Paraná, Presidente Médice, Urupá, Alvorada do Oeste, São 
Miguel do Guaporé, Seringueiras, São Francisco do Guaporé, 
Costa Marques, Nova Brasilândia do Oeste, Novo Horizonte 
do Oeste, Castanheiras, Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre 
dos Parecis, Santa Luzia do Oeste, Rolim de Moura, 
Ministro Andreazza, Cacoal, Espigão do Oeste, Primavera 
de Rondônia, São Felipe d’Oeste, Parecis, Pimenta Bueno, 
Chupinguaia, Colorado do Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, 
Pimenteiras do Oeste, Cabixi e Vilhena. 
Dois municípios rondonienses estão entre os 15 
municípios brasileiros que obtiveram as maiores taxas 
nacionais de médias de crescimento populacional. Buritis, 
com 29,09% e Campo Novo de Rondônia com 23,20%.
CRIAÇÃO DO ESTADO DE RONDÔNIA E 
PROCESSOS DE POVOAMENTO. NÚCLEOS DE 
POVOAMENTO
Entre as fases de desenvolvimento do estado de Rondônia 
podemos destacar a descoberta de ouro no rio Corumbiara, 
no século XVIII; a conquista e o povoamento dos vales do 
Guaporé, Mamoré e Madeira; a construção do Real Forte 
do Príncipe da Beira, no período colonial; o Primeiro e 
o Segundo Ciclos da Extração de Látex; a construção da 
Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e a descoberta de minério 
de estanho (cassiterita) em 1952. O período mais expressivo 
do desenvolvimento regional ocorreu a partir da abertura da 
BR 364, e com implantação de projetos de colonização, pelo 
Governo Federal, através do INCRA.
Buscamos, de forma simples, apresentar como ocorreu a 
ocupação do espaço regional, que tem início no século XVIII, 
com a fundação da aldeia de Santo Antônio, pelo padre 
jesuíta João Sampaio, na primeira cachoeira do rio Madeira, 
sentido foz-nascente. Posteriormente as descobertas de ouro 
nos afluentes da margem direita do rio Guaporé despertaram 
interesses na Coroa Portuguesa pela posse da terra, portanto, 
em 1748, funda a capitania de Mato Grosso, cujos limites 
abrangiam a maior parte das terras do atual estado de 
Rondônia. 
Dom Antônio Rolim de Moura Tavares, considerado o 
primeiro governador da capitania de Mato Grosso (1751-
1764), iniciou uma política de povoamento e fundação de 
feitorias ao longo dos rios Guaporé e Madeira e construiu 
o Forte de Conceição que foi substituído pelo Real Forte 
do Príncipe da Beira. Nesse mesmo período, iniciou-se a 
exploração fluvial do rio Madeira e seus afluentes Mamoré e 
Guaporé, pela Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará 
e Maranhão, que utilizava essa rota fluvial com exclusividade 
para o abastecimento das minas de ouro dos afluentes do rio 
Guaporé e da capital da capitania de Mato Grosso (Vila Bela 
da Santíssima Trindade).
5
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
Com a decadência da mineração, no vale guaporeano, 
no final do século XVIII, a região foi abandonada por um 
período aproximado de 100 anos. A partir de 1877, com o 
desenvolvimento da indústria de produtos derivados de látex 
o vale do Madeira e seus afluentes foram ocupados pelos 
seringueiros que, na sua maioria, eram retirantes que fugiam 
da seca que assolava o nordeste Brasileiro.
A construção da Ferrovia Madeira Mamoré marcou 
um mportante ponto nas relações diplomáticas entre Brasil 
e Bolívia. Constitui-se também num elemento definidor 
da ação Imperialista de potências estrangeiras na região 
amazônica. A Madeira Mamoré representa um dos marcos 
da modernidade capitalista liberal nos confins da selva do 
Madeira. 
A construção da EFMM objetivava atender as 
necessidades de transporte de mercadorias e cargas pelo 
trecho encachoeirado do Madeira e Mamoré. Deveria facilitar 
o escoamento da produção de borracha e das exportações 
bolivianas. A construção da ferrovia atende também ao 
que foi previsto pelo Tratado de Petrópolis e constituiu-se 
em um dos elementos decisivos para o impulso do recente 
processo de migração para a região desencadeada a partir do 
século XX. Ao longo da ferrovia surgiram diversos núcleos 
de povoamento e dois munícipios; Porto Velho e Guaiará-
Mirim.
‘Trabalharam em suas obras mais de 20.000 operários de 
diversas nacionalidades. Calcula-se que 6.500trabalhadores 
tenham morrido vitimas das doenças tropicais. A obra custou 
o equivalente a vinte e oito toneladas de ouro pelo câmbio 
de 1912.
A construção da ferrovia deu a Companhia Madeira 
Mamoré o ireito de exploração das terras que lhe eram 
adjacentes. Com a crise da borracha e a retração da economia 
amazônica EFMM entrou em decadência. Foi nacionalizada 
em 1931 e desativada pelo 5° BEC por ordem do Ministério 
do Interior, em 10 de julho de 1972. Alguns pequenos trechos, 
no entanto, foram reativados no início da década de 80 para 
fins turísticos em Porto Velho e Guajará-Mirim durante o 
governo do Coronel Jorge Teixeira.
1861: Quentin Quevedo a serviço do governo boliviano 
faz estudos sobre a viabilização. de transportes nos trechos 
encachoeirados do Madeira e do Mamoré, a Bolívia precisava
criar condições satisfatórias para a exportação através 
do Atlântico, das mercadorias produzidas no Altiplano e 
nas áreas da Planicie Amazônica. O governo do Amazonas 
envia João Marfins da Silva Coutinho para efetuar estudos 
semelhantes na região. Ambos os relatórios apresentam 
conclusões semelhantes apontando-se para a necessidade de 
construção de uma ferrovia na região encachoeirada.
Entre 1877 e 1915, surgiram os povoados de Urupá 
(origem da atual cidade de Ji-Paraná), Pimenta Bueno, Jaru, 
Papagaios (atual cidade de Ariquemes) e diversos outros 
que surgiram e desapareceram como Santo Antônio do 
Rio Madeira, que chegou a ser uma cidade e o povoado de 
Samuel, no rio Jamari.
Com a desvalorização do preço do látex no mercado 
internacional a região ficou estagnada, a partir de 1912, por 
um período de aproximadamente 30 anos, e ocorreu o retorno 
de seringueiros a suas regiões de origem.
Em 13 de setembro de 1943, no auge do Segundo Ciclo 
da Borracha, o presidente Getúlio Vargas assinou o Decreto-
Lei 5.812, criando o Território Federal do Guaporé, com áreas 
desmembradas dos estados de Mato Grosso e Amazonas. 
Em 1956, o Território passa a ser denominado de Território 
Federal de Rondônia.
Desta época data a última grande leva de migrantes para 
a região, composta quase que exclusivamente de nordestinos 
vinculados á exploração de seringueira, e denominados 
“Soldados da Borracha”. Neste mesmo ano, o Presidente 
Getúlio Vargas criou os territórios federais, entre eles o 
Território Federal do Guaporé, posteriormente Território 
de Rondônia, desmembrado de terras do Amazonas e Mato 
Grosso. 
Em 1945 foram criados os municípios de Guajará-
Mirim, que ocupava toda a região do Vale do Guaporé, e, 
Porto Velho, abrangendo toda a região de influências da atual 
BR - 364. Contudo, apesar do desaquecimento do mercado 
internacional da borracha, a região não se despovoou como 
no Primeiro Ciclo, mantendo alguns seringais ativos e 
prosseguindo o extrativismo da castanha e de algumas outras 
essências para atender o mercado europeu. Parte dos ex-
soldados da borracha deixaram os seringais e fixaram-se na 
Colônia Agrícola IATA, em Guajará- Mirim, criada em 1945, 
e na Colônia Agrícola do Candeias, em Porto Velho, criada 
em 1948. Tanto assim que os primeiros dados demográficos 
disponíveis registram no final da década de 40 uma população 
de 36.935 habitantes em Rondônia, sendo 13.816 na área 
urbana e 23.119 na área rural, tendo a cidade de Porto Velho 
cerca de 60% da população total da época. Além disso, o 
traçado telegráfico estabelecido por Rondon deu início, a 
partir de 1943, os primeiros passos para a construção da BR-
29, posteriormente denominada BR-364.
Na década de 50 do século XX é descoberta a existência 
do minério de estanho (cassiterita), na região de Ariquemes.
No início dos anos de 1960, foi aberta a BR 364, e partir de 
1970, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
- INCRA deu início à implantação de projetos integrados de 
colonização, gerando um intenso fluxo migratório de colo-
nos, procedentes, principalmente, das regiões Sul e Sudeste 
do país.
O fruto do processo de colonização foi o desenvolvimento 
das vilas e povoados remanescentes do período dos 
seringueiros e o surgimento de todas as cidades do estado 
de Rondônia, exceto Porto Velho e Guajará-Mirim. Porém, 
o desmatamento para fixar o homem no campo gerou o 
desaparecimento de várias espécies vegetais, principalmente 
de madeiras nobres, além da destruição da fauna.
6
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
Pela Lei Complementar n° 41, de 22 de dezembro 
de 1981, sancionada pelo presidente João Baptista de 
Figueiredo, foi criado o estado de Rondônia, e, no dia 4 de 
janeiro de 1982, ocorreu a cerimônia de sua instalação.
Na década de setenta e início da década de oitenta 
do século XX o fluxo migratório era intenso e os órgãos 
governamentais, na época, pouco se preocupavam com a 
preservação do meio ambiente, gerando como conseqüência 
um desmatamento desordenado.
Durante as últimas décadas, a ação humana transformou 
as condições naturais da região e modernizou a economia 
regional, sem observar as questões ambientais e as 
disparidades regionais dos vales e da região ao longo da 
BR 364, onde ocorreu a maior transformação regional. 
Assim como a alteração da qualidade de vida da população 
ribeirinha que vive às margens dos rios e sobrevive da 
extração vegetal. Atualmente essas contradições, cada vez 
mais evidentes, fazem parte do espaço rondoniense e devem 
ser observadas. Os órgãos públicos a partir da implantação 
do Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia, iniciado em 
1988, no governo de Jerônimo Santana, tem se preocupado 
com as questões ambientais.
Através do PLANAFLORO ocorreu um delineamento 
efetivado pelo Zoneamento Socioeconômico e Ecológico, 
foi envolvido pela crença de que a divulgação de um estudo 
sério viesse contribuir para uma mudança de cultura das 
nossas futuras gerações. 
Conteúdo de História de Rondônia no livro História 
Desenvolvimento e Colonização do Estado de Rondônia, 
obra do escritor Ovídio Amélio de Oliveira.
ASPECTOS POLÍTICOS, ECONÔMICOS E 
SOCIAIS, AGRICULTURA E PECUÁRIA
Turismo - Rondônia tem um grande potencial turístico 
pouco explorado. Com 1,7 mil km de extensão, o rio Madeira 
é o maior afluente da margem direita do Amazonas e margeia 
Porto Velho. Passear por suas águas significa navegar no 
meio da floresta Amazônica, observando árvores centenárias, 
aves exóticas e trechos de corredeiras. É também pelo rio 
Madeira que se chega ao lago do Cuniã, a 120 km da capital, 
uma reserva biológica com criadouro natural de peixes de 
água doce, sobre a qual há freqüentes revoadas de pássaros. 
Para atrair turistas, o governo criou uma zona de livre 
comércio em Guajará-Mirim, município localizado a 333 km 
de Porto Velho, à beira do rio Madeira, na divisa com a Bolívia. 
Cada visitante pode comprar até 2 mil reais em produtos 
importados, entre os quais se destacam os eletroeletrônicos. 
Do outro lado do rio, na cidade boliviana de Guayaramerín, a 
cota é de apenas 150 dólares e a oferta de produtos limita-se 
a roupas e calçados.
CULTURA
O Estado é apenas um mosaico de diversas culturas, 
sem ter ainda uma cultura própria, devido ao grande 
número de imigrantes, oriundos principalmente de São 
Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bolívia 
e Japão(japoneses em Rondônia, no entanto, na maioria 
das vezes são adolescentes e jovens que migraram para o 
Brasil ainda crianças, e que por isso a maioria das pessoas 
pensa que são apenas descendentes, pela falta de sotaque e 
pelo claro “jeitinho brasileiro”) . Na culinária, são bastante 
consumidos os peixes amazônicos, o pão-de-queijo e a 
farinha mineira, a polenta paranaense, o churrasco gaúcho. 
Do Rio Grande do Sul também veio o chimarrão. Quanto ao 
vocabulário, as influências também são diversas: em algumas 
cidades é bastante comum o uso do “guri” sulista, e em outras 
o “piá”nordestino. Na zona rural, entre os mais velhos, é 
bem usado o “tchê” gaúcho. Nas cidades, entre os jovens, até 
poucos anos era usado o “piseiro”, gíria local com o sentido 
de festa, bagunça. Ainda hoje, os jovens usam o termo local 
“pocar”, que na maioria das vezes passou de pai para filho, e 
que pode ter dois sentidos: sair, ir embora (“amanhã eu vou 
pocar para o Amazonas”) ou, quando dito “pocado”, pode 
significar quebrado (“o carro já está todo pocado). Esse uso é 
mais incomum, e “pocar” não pode significar quebrar; apenas 
“pocado” é quebrado.
Outra palavra local é “data”, no sentido de terreno. 
No dicionário, essa palavra tem como um dos seus vário 
significados “um terreno doado pelo Governo”. Em Rondônia, 
no entanto, “data” se refere a todos os terrenos. Há também 
o “caçar”, que quer dizer procurar (“eu estava caçando você 
ontem”, “ele estava mesmo caçando encrenca”).
ECONOMIA
A composição econômica e a participação nacional no 
processo produtivo. 
Participação na formação do PIB (Produto Interno Bruto) 
nacional: 0,6%. 
Composição do PIB estadual: 
- Atividade agropecuária: 15,3%. 
- Atividade industrial: 30,6%. 
- Prestação de serviços: 54,1%. 
- PIB per capita: 6.468 reais. 
- Volume de exportação: 202,7 milhões de dólares. 
Principais produtos de exportação com seus respectivos 
percentuais: 
- Madeira: 83,6%. 
- Café em grão: 8,7%. 
- Granito: 3,2%. 
- Carne congelada: 3,1%. 
7
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
Na década de 90 dois importantes acontecimentos 
estruturais favoreceram o crescimento econômico de 
Rondônia. Em 1995 ocorreu a construção de um Porto 
Graneleiro, em Porto Velho, e dois anos depois houve a 
abertura da hidrovia do rio Madeira. 
Esse desenvolvimento no transporte provocou um 
aumento nos lucros, pois houve uma diminuição nos custos 
com transporte. Rondônia fornece à Região Nordeste feijão e 
milho, além de ocupar um lugar de destaque na produção de 
cacau, café, arroz e soja. 
Nas décadas de 60, 70 e 80 o Governo Federal realizou 
um programa de povoamento, esse visava à distribuição de 
terras para atrair pessoas dispostas a se instalar e a contribuir 
para o controle administrativo e desenvolvimento sócio-
econômico do território, fato que provocou a entrada de 
vários imigrantes vindo da Região Sul do Brasil. 
Rondônia é caracterizada pela atividade extrativista, 
principalmente vegetal, mais especificamente, na retirada de 
madeira e borracha. O Estado possui uma das maiores jazidas 
de cassiterita do mundo, e responde por 40% da produção 
nacional. 
No seguimento industrial o Estado caminha paralelamente 
com as atividades agrícolas e a extração mineral, se instalando 
nas proximidades das fontes de matéria-prima. 
Com a construção da Usina Hidrelétrica de Samuel, 
que ocorreu nos anos 80, houve um incremento nos 
setores madeireiro, indústria alimentícia, construção civil e 
mineração.
Educação
De acordo com o PISA, a educação pública de Rondônia 
é a 10ª melhor do país, a frente do estado de São Paulo, mas 
atrás de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina, por 
exemplo. O estado está entre Goiás (nona melhor) e Paraíba 
(11ª melhor) na lista. No ENEM, Rondônia tem a 15ª maior 
nota na prova objetiva (empatado com a Bahia) e a 19ª maior 
nota na redação. A cidade que teve a maior média do ENEM 
em 2007 do Estado foi Vilhena, com nota 54,17. O melhor 
colégio público foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental 
e Médio Tiradentes, localizada em Porto Velho, com nota 
56,19. O melhor colégio particular foi o Centro de Educação 
Integrada Ltda., em Vilhena, com média 70,20.
 O nível de alfabetização no estado melhorou muito na 
última década, de acordo com dados divulgados pelo IBGE. 
Em 2001, o estado era o 13º na lista de estados brasileiros 
pelo índice de pessoas com 15 anos ou mais alfabetizadas, 
com 13% de sua população analfabeta.[7] Em 2008, o estado 
permaneceu na mesma posição, mas agora apenas 9,7% 
dos indivíduos de 15 anos ou mais são analfabetos, o que 
representa uma queda de 3,3% em menos de oito anos. Entre 
os analfabetos funcionais, encontra-se 25% da população do 
estado nessa faixa etária.
Resultados no ENEM
Ano Português Redação
2006 
Média
32,68 (20º) 
36,90
49,18 (20º) 
52,08
2007 
Média
46,22 (17º) 
51,52
52,45 (25º) 
55,99
2008 
Média
37,44 (15º) 
41,69
56,47 (24º) 
59,35
AGRICULTURA E PECUÁRIA
Agroecologia em Rondônia
Em Rondônia, a ocupação desordenada aliada às práticas 
inadequadas de manejo dos solos e associada a uma política 
equivocada de utilização da terra estimulou o desmatamento. 
Essa situação gerou ao estado de Rondônia uma posição de 
destaque no cenário nacional com alta taxa de desmatamento 
e alto percentual desmatado entre os estados da região 
Amazônica. Esse processo gerou enormes áreas degradadas, 
tornando as pequenas propriedades onde se pratica a 
agricultura familiar inviáveis do ponto de vista econômico, 
social e ambiental.
Os pequenos agricultores familiares representam uma 
importante parcela do meio rural no estado de Rondônia. 
Entretanto, estes agricultores têm encontrado inúmeras 
dificuldades para se manterem em suas terras, produzindo os 
cultivos alimentares que abastecem a maioria da população. 
Essas dificuldades passam por problemas na infra-estrutura, 
como estradas deficientes e inexistência de centrais de 
abastecimento, bem como pela perda da capacidade produtiva 
dos solos ocasionada pela não observância de estratégias 
adequadas de manejo dos recursos naturais e, pelos altos 
custos dos insumos e equipamentos recomendados para a 
prática do cultivo agrícola visando o agronegócio.
Observa-se que atividades como a exploração madeireira 
sem manejo florestal, a pecuária extensiva, a agricultura 
mecanizada em grande escala e a própria sucessão familiar 
têm configurado um quadro não só de concentração fundiária, 
mas também de escassez e elevação do preço da terra, que 
impõem riscos à produção familiar, havendo a necessidade de 
se pensar em mudanças qualitativas, baseadas em formas mais 
adequadas de uso e manejo de recursos naturais, obedecendo 
a uma alternativa de aproveitamento social e econômico 
da terra com baixos riscos de degradação ambiental. Uma 
8
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
vez que a principal conseqüência da aplicação do modelo 
produtivista nas pequenas propriedades rurais tem sido o 
empobrecimento das famílias, que acabam cedendo suas 
terras aos grandes fazendeiros da região ou, ainda pior, sendo 
executados pelas instituições financeiras por inadimplência.
Embora haja uma forte pressão econômica contrária, 
muitos agricultores familiares convencionais estão preferindo 
fazer a transição para as práticas que são mais consistentes 
ambientalmente e têm o potencial de contribuir com a 
sustentabilidade da agricultura em longo prazo. A opção pela 
agricultura sustentável configura-se como uma alternativa 
viável para o pequeno agricultor, em virtude dos produtos 
obtidos possuírem atributos de qualidade que são valorizados 
pelos consumidores, como ausência de resíduos químicos e 
de externalidades negativas ao meio ambiente decorrentes do 
processo produtivo. Outro aspecto positivo a ser destacado é 
que este sistema de cultivo se adapta bem às características da 
agricultura familiar, uma vez que valoriza os saberes locais 
herdados por gerações, fruto da vivência e experimentação 
das próprias famílias de agricultores.
Pecuária
Rondônia é um dos principais Estados da região norte do 
Brasil. O Estado se destaca pela força da sua economia, parte 
dela proveniente da atividade pecuária.
Essa atividade é desenvolvida sobre um pano de fundo 
natural, representado com toda a sua intensidade pelas 
belezas naturais manifestadas pela fauna e flora.Núcleo de Produção Animal
O Núcleo de Produção Animal reúne essencialmente 
profissionais das áreas de medicina veterinária e zootecnia. 
São realizadas atividades de pesquisa voltadas à sanidade 
animal, com foco em bovinos e bubalinos, como controle e 
erradicação de brucelose, tuberculose, mosca-dos-chifres e 
outros ectoparasitos e endoparasitos. Na área de pastagens 
são realizados experimentos com espécies forrageiras 
adaptadas às condições edafoclimáticas do Estado de 
Rondônia, avaliações nutricionais e modelos silvipastoris, 
com destaque para a integração Lavoura-Pecuária-Floresta 
e a recomendação de espécies nativas para arborização. 
Importante atividade econômica para o Estado, a pecuária 
leiteira também recebe tratamento especial, com tecnologias 
e ações com foco na qualidade do leite e na produtividade, 
tanto do gado bovino quanto bubalino.
Núcleo de Produção Vegetal
Núcleo que abrange uma variada quantidade de pesquisas 
e culturas estudadas. Deste núcleo fazem parte pesquisadores 
que trabalham com avaliação de cultivares e melhoramento 
genético de arroz, feijão, milho, cenoura, algodão, girassol, 
mandioca, frutas e flores tropicais, entre outros. A Embrapa 
Rondônia desenvolve também um trabalho de domesticação 
e determinação do potencial do pinhão-manso, uma espécie 
oleaginosa, para a produção de biocombustível. Alternativas 
agroecológicas, modelos de integração Lavoura-Pecuária-
Floresta, plantio direto e fitossanidade também são temas de 
pesquisas do Núcleo de Produção Vegetal.
Núcleo de Café
Devido à grande importância do café, principal cultura 
agrícola do Estado, a Embrapa Rondônia organizou um 
núcleo de pesquisa exclusivo para o tema. Pesquisadores 
da área há mais de trinta anos estudam o comportamento de 
diferentes materiais genéticos de café em função do solo, do 
clima e de tratos culturais. Resultados desse esforço podem 
ser vistos no Campo Experimental de Ouro Preto do Oeste, 
localizado em uma importante região cafeeira do Estado, e 
que reúne os principais trabalhos de melhoramento genético 
e tecnologia de manejo. Lá podem ser encontradas matrizes 
superiores de alta produtividade, com potencial para a criação 
de cultivares comerciais. Também são estudadas, em outras 
partes do Estado, cultivo de café em consórcio com espécies 
florestais e desenvolvidas pesquisas para controle de pragas e 
doenças, com destaque para controle biológico da broca-do-
café e uso de óleos essenciais de plantas nativas para controle 
da ferrugem do cafeeiro e do bicho mineiro.
Núcleo de Floresta
Pesquisadores do Núcleo de Floresta trabalham 
essencialmente com florestas nativas, silvicultura e sistemas 
agroflorestais. Localizado inteiramente na Amazônia Legal, 
o Estado de Rondônia enfrenta atualmente novos desafios 
relacionados à sustentabilidade das atividades econômicas, 
principalmente no que diz respeito à conservação da floresta 
amazônica. Neste contexto, a Embrapa Rondônia avalia o 
desempenho de espécies nativas para recuperação ambiental 
e para a recomposição da cobertura florestal. Uso sustentável 
de recursos florestais não-madeireiros e manejo florestal 
também fazem parte dos estudos ligados às florestas nativas. 
Em silvicultura, merecem destaque os trabalhos com a espécie 
nativa conhecida por bandarra (Schizolobium parahyba 
var. amazonicum) e a exótica conhecida por teca (Tectona 
grandis), como tecnologias para quebra de dormência das 
sementes e de manejo de florestas plantadas.
ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ 
(A ferrovia do Diabo)
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é uma ferrovia 
construída entre 1907 e 1912 para ligar Porto Velho a 
Guajará-Mirim, no atual estado de Rondônia.
Ficou conhecida à época como a “Ferrovia do Diabo” 
devido às milhares de mortes de trabalhadores ocorridas 
durante a sua construção devido às doenças tropicais, 
complementar à lenda de que sob cada um de seus dormentes 
existia um cadáver.
9
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
HISTORIA
A primeira tentativa de construção de uma ferrovia na 
região foi datada em 1872, sem sucesso devido às grandes 
dificuldades da execução da obra civil, como várias mortes 
por doenças tropicais, principalmente a malária, endêmica na 
região.
A Madeira-Mamoré Railway Co.
Posteriormente, no contexto do ciclo da borracha e da 
Questão do Acre, por efeito da assinatura do Tratado de 
Petrópolis (1903), com a Bolívia, que conferiu ao Brasil a 
posse deste último, iniciou-se a implantação da Madeira-
Mamoré Railway. O seu objetivo principal era vencer o trecho 
encachoeirado do rio Madeira para facilitar o escoamento da 
borracha boliviana e brasileira, além de outras mercadorias, 
para um trecho onde a mesma pudesse ser embarcada para 
exportação, no caso em Porto Velho, de onde as mercadorias 
seguiam por via fluvial até ao rio Amazonas. Anteriormente, 
esses produtos eram transportados com precariedade em 
canoas indígenas, sendo obrigatória a transposição das 
cachoeiras no percurso.
Em agosto de 1907 a ferrovia em construção foi 
encampada pelo magnata estadunidense Percival Farquhar.
A história desta ferrovia faz parte do Patrimônio 
Histórico Nacional Brasileiro e é também a História 
e Patrimônio dos construtores Americanos, Ingleses, 
Chineses, Espanhóis, Dinamarqueses, Caribenhos, Italianos 
e Alemães entre outras nacionalidades. Aproximadamente 
6.000 destes trabalhadores morreram de forma trágica nas 
frentes de trabalhos da Madeira-Mamoré: naufrágios, mortes 
por flechadas de índios, afogamentos, picadas de animais 
silvestres, e outras doenças como: malaria, febre amarela, 
febre tifóide, tuberculose, beribéri, e outras que ocasionaram 
estas perdas. 
A Madeira-Mamoré representa também a memória 
viva para esses trabalhadores e seus descendentes que 
ainda residem principalmente nas cidades de Porto Velho e 
Guajará-Mirim no Estado de Rondônia.
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré é uma das últimas 
linhas de trem a vapor no Brasil e a única na Amazônia. 
O último trecho da ferrovia foi finalmente inaugurado em 
30 de abril de 1912, ocasião em que se registrou a chegada 
da primeira composição à cidade de Guajará-Mirim, fundada 
nessa mesma data.
O SÉCULO XX: DECADÊNCIA E CRISE
Na década de 1930, a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré 
foi parcialmente desativada, voltando a operar plenamente 
alguns anos depois, vindo a ser devolvida ao Governo 
Federal. Em 1957, quando ainda registrava um intenso 
tráfego de passageiros e cargas, a ferrovia integrava as 
dezoito empresas constituintes da Rede Ferroviária Federal.
Em 1966, depois de 54 anos de atividades, praticamente 
acumulando prejuízos durante todo esse tempo, o Presidente 
da República, Humberto de Alencar Castelo Branco, em 25 
de maio de 1966, determina a erradicação da Estrada de Ferro 
Madeira-Mamoré que seria substituída por uma rodovia, 
atual rodovia BR-364 que liga Porto Velho à Guajará-Mirim. 
Em 1972 a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré foi desativada 
até que em 10 de julho de 1972, as máquinas apitaram pela 
última vez e, a partir daí, o abandono foi total até, que em 
1979, o acervo começou a ser vendido como sucata para uma 
siderúrgica de Mogi das Cruzes, em São Paulo.
Voltou a operar em 1981 num trecho de apenas 7 
quilômetros dos 366 km do percurso original, apenas para 
fins turísticos, sendo novamente paralisada por completo 
em 2000. Atualmente está totalmente abandonada pelos 
poderes constituídos, sendo que ultimamente serve de abrigo 
a pedintes
CICLO DA BORRACHA (1ª FASE E 2ª FASE)
O Ciclo da borracha constituiu uma parte importante da 
história econômica e social do Brasil, estando relacionado 
com a extração e comercialização da borracha. Este ciclo 
teve o seu centro na região amazônica, proporcionando 
grande expansão na colonização, atraindo riqueza e causando 
transformaçõesculturais e sociais, além de dar grande 
impulso à cidade de Manaus, até hoje maior centro e capital 
do Estado do Amazonas. O ciclo da borracha viveu seu 
auge entre 1879 a 1912, tendo depois experimentado uma 
sobrevida entre 1942 a 1945. 
O PRIMEIRO CICLO DA BORRACHA - 1879/1912
Durante os primeiros quatro séculos e meio do 
descobrimento, como não foram encontradas riquezas de 
ouro ou minerais preciosos na Amazônia, as populações da 
hiléia brasileira viviam praticamente em isolamento, porque 
nem a coroa portuguesa e, posteriormente, nem o império 
brasileiro demonstraram interesse em desenvolver ações 
governamentais que incentivassem o progresso na região. 
Vivendo do extrativismo vegetal, a economia regional 
se desenvolveu por ciclos, acompanhando o interesse do 
mercado nos diversos recursos naturais da região.
BORRACHA: LUCRO CERTO
O desenvolvimento tecnológico e a revolução industrial, 
na Europa, foram o estopim que fizeram da borracha natural, 
até então um produto exclusivo da Amazônia, um produto de 
muita procura, valorizado e de preço elevado, gerando lucros 
e dividendos a quem quer que se aventurasse neste comércio.
Desde o início da segunda metade do século XIX, a 
borracha passou a exercer forte atração sobre empreendedores 
visionários. A atividade extrativista do látex na Amazônia 
revelou-se de imediato muito lucrativa. A borracha natural 
logo conquistou um lugar de destaque nas indústrias da 
Europa e da América do Norte, alcançando elevado preço. 
Isto fez com que diversas pessoas viessem ao Brasil na 
intenção de conhecer a seringueira e os métodos e processos 
de extração, a fim de tentar também lucrar de alguma forma 
com esta riqueza.
10
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
Através da extração da borracha, surgiram as cidades 
de Manaus, Belém e outros povoados, depois também 
transformados em cidades.
Projetos de uma ferrovia para escoar a produção da 
borracha
A idéia de construir uma ferrovia nas margens dos 
rios Madeira e Mamoré surgiu na Bolívia, em 1846. Como 
o país não tinha como escoar a produção de borracha por 
seu território, era necessário criar alguma alternativa 
que possibilitasse exportar a borracha através do Oceano 
Atlântico.
A idéia inicial optava pela via da navegação fluvial, 
subindo o rio Mamoré em território boliviano e depois pelo 
rio Madeira, no Brasil. Mas percurso fluvial tinha grandes 
obstáculos: vinte cachoeiras impediam a navegação. E foi 
aí que cogitou-se a construção de uma estrada de ferro que 
cobrisse por terra o trecho problemático.
Em 1867, no Brasil, também visando encontrar algum 
meio que favorecesse o transporte da borracha, os engenheiros 
José e Francisco Keller organizaram uma grande expedição, 
explorando a região das cachoeiras do Rio Madeira para 
delimitar o melhor traçado, visando também a instalação de 
uma ferrovia.
Embora a idéia da navegação fluvial fosse complicada, 
em 1869, o engenheiro norte-americano George Earl Church 
obteve do governo da Bolívia a concessão para criar e 
explorar uma empresa de navegação que ligasse os rios 
Mamoré e Madeira. Mas, não muito tempo depois, vendo 
as dificuldades reais desta empreitada, os planos foram 
definitivamente mudados para a construção de uma ferrovia.
As negociações avançam e, ainda em 1870, o mesmo 
Church recebe do governo brasileiro a permissão para 
construir então uma ferrovia ao longo das cachoeiras do Rio 
Madeira.
A Questão do Acre
Mas o exagero do extrativismo descontrolado da borracha 
estava em vias de provocar um conflito internacional. 
Os trabalhadores brasileiros cada vez mais adentravam 
nas florestas do território da Bolívia em busca de novas 
seringueiras para extrair o precioso látex, gerando conflitos 
e lutas por questões fronteiriças no final do século XIX, que 
exigiram inclusive a presença do exército, liderado pelo 
militar Plácido de Castro.
A república brasileira, recém proclamada, tirava o 
máximo proveito das riquezas obtidas com a venda da 
borracha, mas a Questão do Acre (como estavam sendo 
conhecidos os conflitos fronteiriços por conta do extrativismo 
da borracha) preocupava.
Foi então a providencial e inteligente intervenção do 
diplomata Barão do Rio Branco e do embaixador Assis 
Brasil, em parte financiados pelos barões da borracha, que 
culminou na assinatura do Tratado de Petrópolis, assinado 17 
de novembro de 1903 no governo do presidente Rodrigues 
Alves. Este tratado pôs fim à contenda com a Bolívia, 
garantindo o efetivo controle e a posse das terras e florestas 
do Acre por parte do Brasil.
O Brasil recebeu a posse definitiva da região em troca 
de terras de Mato Grosso, do pagamento de 2 milhões de 
libras esterlinas e do compromisso de construir uma ferrovia 
que superasse o trecho encachoeirado do rio Madeira e que 
possibilitasse o acesso das mercadorias bolivianas (sendo 
a borracha o principal), aos portos brasileiros do Atlântico 
(inicialmente Belém do Pará, na foz do rio Amazonas).
Devido a este episódio histórico, resolvido pacificamente, 
a capital do Acre recebeu o nome de Rio Branco e dois 
municípios deste Estado receberam nomes de outras duas 
importantes personagens: Assis Brasil e Plácido de Castro.
Madeira-Mamoré, finalmente pronta. Mas para quê?
A ferrovia Madeira-Mamoré, também conhecida como 
Ferrovia do Diabo por ter causado a morte de cerca de seis 
mil trabalhadores (comenta a lenda que foi um trabalhador 
morto para cada dormente fixado nos trilhos), foi encampada 
pelo megaempresário estadunidense Percival Farquhar. A 
construção da ferrovia iniciou-se em 1907 durante o governo 
de Affonso Penna e foi um dos episódios mais significativos 
da história da ocupação da Amazônia, revelando a clara 
tentativa de integrá-la ao mercado mundial através da 
comercialização da borracha.
Em 30 de abril de 1912 foi inaugurado o último trecho 
da estrada de ferro Madeira-Mamoré. Tal ocasião registra a 
chegada do primeiro comboio à cidade de Guajará-Mirim, 
fundada nessa mesma data.
Mas o destino da ferrovia que foi construída com o 
propósito principal de escoar a borracha e outros produtos 
da região amazônica, tanto da Bolívia quanto do Brasil, para 
os portos do Atlântico, e que dizimara milhares de vidas foi 
o pior possível.
Primeiro, porque o preço do látex caiu vertiginosamente 
no mercado mundial, inviabilizando o comércio da borracha 
da Amazônia. Depois, devido ao fato de que o transporte de 
outros produtos que poderia ser feito pela Madeira-Mamoré 
foi deslocado para outras duas estradas de ferro (uma delas 
construída no Chile e outra na Argentina) e para o Canal do 
Panamá, que entrou em atividade em 15 de Agosto de 1914.
Alie-se a esta conjuntura o fator natureza: a própria 
floresta amazônica, com seu alto índice de precipitação 
pluviométrica, se encarregou de destruir trechos inteiros dos 
trilhos, aterros e pontes, tomando de volta para si grande 
parte do trajeto que o homem insistira em abrir para construir 
a Madeira-Mamoré.
A ferrovia foi desativada parcialmente na década de 
1930 e totalmente em 1972, ano em que foi inaugurada a 
Rodovia Transamazônica (BR-230). Atualmente, de um total 
de 364 quilômetros de extensão, restam apenas 7 quilômetros 
ativos, que são utilizados para fins turísticos.
11
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
Apogeu, requinte e luxo
Manaus, capital do Estado do Amazonas, era na época 
considerada a cidade brasileira mais desenvolvida e uma das 
mais prósperas do mundo. Única cidade do país a possuir 
luz elétrica e sistema de água encanada e esgotos, Manaus 
viveu seu apogeu entre 1890 e 1920, gozando de tecnologias 
que outras cidades do sul do Brasil ainda não possuíam, tais 
como bondes elétricos, avenidas construídas sobre pântanos 
aterrados, além de edifícios imponentes e luxuosos,como 
o requintado Teatro Amazonas, o Palácio do Governo, o 
Mercado Municipal e o prédio da Alfândega.
A influência européia logo se fez notar em Manaus, na 
arquitetura da construções, no modo de viver, fazendo do 
século XIX a melhor fase econômica vivida pela cidade. 
A Amazônia era responsável, nesta época, por quase 40% 
de toda a exportação brasileira. Os novos ricos de Manaus 
tornaram a cidade a capital mundial da venda de diamantes. 
Graças à borracha, a renda per capita de Manaus era duas 
vezes superior à da região produtora de café (São Paulo, Rio 
de Janeiro e Espírito Santo).
O fim do monopólio amazônico da borracha
Mas a ferrovia Madeira-Mamoré, terminada em 
1912, já chegava tarde. A Amazônia já estava perdendo 
a primazia do monopólio de produção da borracha porque 
os seringais plantados pelos ingleses na Malásia, no Ceilão 
e na África tropical, com sementes oriundas da própria 
Amazônia, passaram a produzir látex com maior eficiência 
e produtividade. Conseqüentemente, com custos menores 
e preço final menor, o que os fez assumir o controle do 
comércio mundial do produto.
A borracha natural da Amazônia passou a ter um preço 
proibitivo no mercado mundial, tendo como reflexo imediato 
a estagnação da economia regional. A crise da borracha 
tornou-se ainda maior porque a falta de visão empresarial 
e governamental resultou na ausência de alternativas que 
possibilitassem o desenvolvimento regional, tendo como 
conseqüência imediata a estagnação também das cidades. 
A falta não pode ser atribuída apenas aos empresários tidos 
como barões da borracha e à classe dominante em geral, 
mas também ao governo e políticos que não incentivaram 
a criação de projetos administrativos que gerassem um 
planejamento e um desenvolvimento sustentado da atividade 
de extração do látex.
Embora restando a ferrovia Madeira-Mamoré e as 
cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim como herança 
deste apogeu, a crise econômica provocada pelo término 
do ciclo da borracha deixou marcas profundas em toda a 
região amazônica: queda na receita dos Estados, alto índice 
de desemprego, êxodo rural e urbano, sobrados e mansões 
completamente abandonados, e, principalmente, completa 
falta de expectativas em relação ao futuro para os que 
insistiram em permanecer na região.
Os trabalhadores dos seringais, agora desprovidos 
da renda da extração, fixaram-se na periferia de Manaus 
em busca de melhores condições de vida. Aí, por falta de 
habitação, iniciaram, a partir de 1920, a contrução da cidade 
flutuante, gênero de moradia que se consolidaria na década 
de 1960.
O governo central do Brasil até criou um órgão com o 
objetivo de contornar a crise, chamado Superintendência de 
Defesa da Borracha, mas esta superintendência foi ineficiente 
e não conseguiu garantir ganhos reais, sendo, por esta razão, 
desativada não muito tempo depois de sua criação.
Nos anos 1930, Henry Ford, o pioneiro da indústria 
americana de automóveis, empreendeu o cultivo de seringais 
na Amazônia, com técnicas de cultivo e cuidados especiais, 
mas a iniciativa não logrou êxito já que a plantação foi 
atacada por uma praga na folhagem.
O SEGUNDO CICLO DA BORRACHA - 1942/1945
A Amazônia viveria outra vez o ciclo da borracha durante 
a Segunda Guerra Mundial, embora por pouco tempo. Como 
forças japonesas dominaram militarmente o Pacífico Sul nos 
primeiros meses de 1942 e invadiram também a Malásia, o 
controle dos seringais passou a estar nas mãos dos nipônicos, 
o que culminou na queda de 97% da produção da borracha 
asiática.
A batalha da borracha
Na ânsia de encontrar um caminho que resolvesse 
esse impasse e, mesmo, para suprir as Forças Aliadas da 
borracha então necessária para o material bélico, o governo 
brasileiro fez um acordo com o governo americano (Acordo 
de Washington), que desencadeou uma operação em larga 
escala de extração de látex na Amazônia - operação que ficou 
conhecida como a Batalha da Borracha.
Como os seringais estavam abandonados e não mais 
de 35 mil trabalhadores permaneciam na região, o grande 
desafio de Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, era 
aumentar a produção anual de látex de 18 mil para 45 mil 
toneladas, como previa o acordo. Para isso seria necessária a 
força braçal de 100 mil homens.
O alistamento de quem tivesse interesse em trabalhar 
nos seringais em 1943 era feito pelo Serviço Especial de 
Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA), 
com sede no nordeste, em Fortaleza, criado pelo então 
Estado Novo. A escolha do nordeste como sede deveu-se 
essencialmente como resposta a uma seca devastadora na 
região e à crise sem precedentes que os camponeses da região 
enfrentavam.
Além do SEMTA, foram criados pelo governo nesta 
época, visando a dar suporte à Batalha da borracha, a 
Superintendência para o Abastecimento do Vale da Amazônia 
(Sava), o Serviço Especial de Saúde Pública (Sesp) e o 
Serviço de Navegação da Amazônia e de Administração do 
Porto do Pará (Snapp). Criou-se ainda a instituição chamada 
Banco de Crédito da Borracha, que seria transformada, em 
1950, no Banco de Crédito da Amazônia.
12
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
O órgão internacional Rubber Development Corporation 
(RDC), financiado com capital dos industriais americanos, 
custeava as despesas do deslocamento dos migrantes 
(conhecidos à época como brabos). O governo dos Estados 
Unidos pagava ao governo brasileiro cem dólares por cada 
trabalhador entregue na Amazônia.
Milhares de trabalhadores de várias regiões do Brasil 
atenderam ao apelo do presidente e lançaram-se na extração 
do cobiçado látex. Só do nordeste foram para a Amazônia 
54 mil trabalhadores, sendo a maioria do Ceará. Dos 800 
mil habitantes do Ceará 120 mil rumaram ao Rio Amazonas, 
porém metade morreu no caminho da fome e doenças da 
selva. Os nordestinos receberam, por consequência, a alcunha 
de “soldados da borracha”.
Manaus tinha em 1849, 5 mil habitantes em meio século 
cresceu para 70 mil. Novamente a região experimentou a 
sensação de riqueza e de pujança. O dinheiro voltou a circular 
em Manaus, em Belém, em cidades e povoados vizinhos e a 
economia regional fortaleceu-se.
Entretanto, para muitos trabalhadores, este foi um 
caminho sem volta. Cerca de 30 mil seringueiros morreram 
abandonados na Amazônia, depois de terem exaurido suas 
forças extraindo o ouro branco. Morriam de malária, febre 
amarela, hepatite e atacados por animais como onças, 
serpentes e escorpiões. O governo brasileiro também não 
cumpriu a promessa de reconduzir os soldados da borracha de 
volta à sua terra no final da guerra, reconhecidos como heróis 
e com aposentadoria equiparada à dos militares. Calcula-se 
que conseguiram voltar ao seu local de origem (a duras penas 
e por seus próprios meios) cerca de seis mil homens.
Apontamentos finais
Os finais abruptos do primeiro e do segundo ciclo da 
borracha demonstraram a incapacidade empresarial e falta 
de visão da classe dominante e dos políticos da região. O 
final da guerra conduziu, pela segunda vez, à perda da chance 
de fazer vingar esta atividade económica. Não se fomentou 
qualquer plano de efetivo desenvolvimento sustentado na 
região, o que gerou reflexos imediatos: assim que terminou 
a segunda guerra mundial, tanto as economias de vencedores 
como de vencidos se reorganizaram na Europa e na Ásia, 
fazendo cessar novamente as atividades nos velhos e 
ineficientes seringais da Amazônia.
Fonte: pt.wikipedia.org
CIDADES DE RONDÔNIA
PORTO VELHO
Capital de RONDÔNIA
Habitante: porto-velhense.
Pop.: 334.661 (2000).
Malha pavimentada: 30% (1999).
Vias urbanas iluminadas: 60% (1999).
Área geográfica: 34.068,50 km² (2000)
Lei de criação: Ato de criação nº 757, de 02. 10. 1914
Zoneamento socioeconômico e ecológico
A demanda de recursos naturais, as restrições e ofertasambientais e as ações antrópicas encerram um grande 
desafio: materializar o processo de compatibilização entre 
desenvolvimento, conservação e preservação do meio 
ambiente, como forma de propiciar o desenvolvimento 
sustentável na região Amazônica, a partir dos Estados 
que a integram. O eixo central dessa nova estratégia é o 
zoneamento.
O Brasil já avançou consideravelmente na área do 
zoneamento. A região Amazônica, pela sua projeção 
internacional, foi uma espécie de campo de provas para 
a evolução do processo, uma vez que, em passado não 
muito remoto, apresentava certa ambigüidade e visões 
parciais. Em uma delas, havia uma concepção biofísica de 
zoneamento, entendido como instrumento para transformar a 
Amazônia num santuário; em outra, liberava áreas para uso 
descontrolado; numa terceira, conferia excessiva ênfase no 
zoneamento agrícola. 
Modernamente, o zoneamento constitui instrumento 
político e técnico de planejamento, cuja finalidade última é 
otimizar o uso do espaço e orientar as políticas públicas.
Esta otimização é alcançada pelas vantagens que ele 
oferece, sendo, simultaneamente, um instrumento: 
a) técnico de informação sobre o território, necessário ao 
planejamento de sua ocupação racional e ao uso sustentável 
dos recursos naturais, fornecendo informações integradas em 
uma base cartográfica e classificando o território segundo 
suas potencialidades e vulnerabilidades; 
b) político de regulação do uso do território, permitindo 
integrar as políticas públicas em uma base geográfica, 
descartando o tradicional tratamento setorial de modo a 
aumentar a eficácia das decisões políticas. 
Permite, também, acelerar o tempo de execução e ampliar 
a escala de abrangência das ações, isto é, aumentando a 
eficácia da intervenção pública da gestão do território.
Ademais, constitui instrumento de negociação entre as 
várias esferas de governo e, entre estas, o setor privado e a 
sociedade civil, ou seja, um instrumento para construção de 
parcerias; e 
c) de planejamento e gestão territorial para o 
desenvolvimento regional sustentável, significando que 
não deve ser entendido como instrumento de cunho 
apenas corretivo, mas também ativo e estimulador do 
desenvolvimento.
Em síntese, o zoneamento é um instrumento técnico 
e político do planejamento das diferenças, segundo 
critérios de sustentabilidade, de absorção de conflitos, e de 
temporalidade, que lhe atribui caráter de processo dinâmico, 
que deve ser periodicamente revisto e atualizado, capaz de 
agilizar a passagem para o novo padrão de desenvolvimento. 
O zoneamento, portanto, não é um fim em si, nem mera 
divisão física, e tampouco visa criar zonas homogêneas e 
estáticas cristalizadas em mapas.
13
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
Para se analisar de forma adequada esse instrumento, é 
necessário fazer um breve histórico do processo de ocupação 
de Rondônia, examinar aspectos fitogeográficos e sua 
estrutura fundiária e caracterizar o processo de ordenamento 
territorial do Estado. O exame, ainda que sumário, das 
reservas indígenas, unidades de conservação e de fiscalização 
do IBAMA em Rondônia são também importantes para uma 
abordagem mais abrangente da matéria.
ARIQUEMES
O vale do Jamari onde localiza-se hoje, o Município 
de Ariquemes era conhecido desde o século XVIII, pela 
abundância de cacaueiros nativos de suas florestas. Em 1749 
o sargento-Mor Luiz Fagundes Machado auxiliado pelo 
piloto Antônio Nunes de Souza e o sertanista João de Souza 
Azevedo, chefiando uma expedição de cento e cinqüenta 
homens, explorou a bacia do rio Jamari, por ordem do 
governador da Capitania do Grão Pará. 
No início do Séc. XX quando a Comissão de Linhas 
Telegráfica Mato Grosso/Amazonas, chefiada pelo Tenente 
Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, alcançou o rio 
Jamari no local onde localiza-se Ariquemes, encontrou a sede 
do seringal Papagaios de propriedade do Coronel Borges S. 
do Carmo, aí instalou um posto telegráfico, denominando-o 
Ariquemes, em homenagem à nação indígena dos Ahopôvo 
a qual os Urupás seus inimigos apelidavam de Arikemes. O 
nome da estação telegráfico “Ariquemes” estendeu-se a toda 
localidade.
Criado em 1943, o Território Federal do Guaporé passou 
a fazer parte do município de Porto Velho, como distrito de 
Ariquemes.
O progresso e o desenvolvimento de Ariquemes 
ocorreu a partir de 1958 com a descoberta a exploração da 
cassiterita (minério de estanho, e da implantação dos Projetos 
Integrados de Colonização do INCRA em 1970), atraindo 
para sua área o fluxo migratório de colonos oriundos das 
regiões Centro-Sul do País, dedicando-se à agricultura e à 
pecuária. Sua expansão induziu o Prefeito Municipal de 
Porto Velho, Antônio Carlos Cabral Carpintero, a determinar 
a mudança da sede do Distrito, da antiga vila para outro local, 
onde iniciou a instalação de uma cidade planejada dividida 
em quatro setores, o institucional, o comercial, o industrial 
e residencial, surgindo a Nova Ariquemes que passou a ser 
sede do Município de Ariquemes, criado pela Lei n.º 6448 de 
11 de outubro de 1977.
MACHADINHO DO OESTE
A cidade de Machadinho, sede do Município do mesmo, 
surgiu de um dos Projetos de Colonização do INCRA 
no Município de Ariquemes, do qual foi desmembrado. 
Situava-se no vale do rio Ji-Paraná, tendo todo o seu 
território atravessado de Sul para o Norte pelo rio Ji-Paraná, 
tendo todo o seu território atravessado de Sul para o Norte 
pelo rio Ji-Paraná. Seu rápido crescimento populacional 
e desenvolvimento econômico decorrente das atividades 
agrícolas, exigiu a sua autonomia política e administrativa. 
A área do Projeto Integrado de Colonização Machadinho, 
foi elevado a categoria de Município, com sede no povoado 
do mesmo nome com status de cidade. O seu nome é em 
homenagem do rio Machadinho, afluente da margem 
esquerda do rio Ji-Paraná.
JARÚ
A cidade de Jeru, sede do Município do mesmo nome, 
situada no vale do rio Jarú, surgiu em torno de um dos 
postos telegráficos instalado em 1912 pela Comissão da 
Linha Telegráfica Estratégica Mato Grosso/Amazonas, 
chefiada pelo então Cel. Cândido Mariano da Silva Rondon. 
Porém o vale do rio Jaru era ocupado pelos pelos seringais 
e seringueiros desde o século XIX, apesar da resistência 
imposta pela nação dos Jarus, que a tinham sob seu domínio, 
ocupando uma extensa área que se estendia desde o rio Jaru 
afluente da margem esquerda do rio Ji-Paraná, até às margens 
do alto curso do rio Madeira. Em 1950 a Comissão Rondon 
procedeu a exploração de estudos do rio Madeira. Em 1915 
a Comissão Rondon procedeu a exploração de estudos 
do rio Jaru, mantendo este nome em homenagem aos seus 
primitivos habitantes os Jarus.
A ocupação atual do vale do Jaru, ocorreu a partir de 
1975, com a instalação do Projeto Integrado de Colonização 
“Padre Adolpho Rohl” pelo INCRA, para assentamentos 
de colonos oriundos principalmente das regiões Centro Sul 
do País. O seu esenvolvimento demográfico e econômico, 
resultou na elevação da área do Projeto, a categoria de 
Município tendo a localidade de Jaru, como sede municipal 
elevada e categoria de cidade.
O município criado pela Lei n.º 6.921, de 16 de junho 
de 1981, recebeu o nome de Jaru, em homenagem ao rio e à 
nação indígena dos Jarus.
OURO PRETO DO OESTE
Ouro Preto do Oeste, teve origem do primeiro Projeto 
Integrado de Colonização, implantado em 1970, pelo 
INCRA para assentamento de colonos migrados das regiões 
Centro-Sudestes-Sul, do País. Porém desde o século XIX 
os seringueiros do rio Urupá extraiam borracha e colhiam 
castanha em suas florestas BR 364, distante 40 Km da Vila 
de Rondônia, hoje cidade de Ji-Paraná, sendo denominada 
Ouro Preto, em
homenagem a serra e seringal com esse nome, situados 
na área delimitada pelo Projeto de Colonização. 
O núcleoinicial e suas adjacências desenvolveramse 
rapidamente, aumentando a sua população, a produção 
agropastoril, o comércio e a indústria, atingindo expressiva 
importância social e econômica, sendo elevada a categoria 
de município pela Lei n.º 6.921, de 16 de julho de 1981, 
desmembrado do município de Ji-Paraná.
14
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
JI-PARANÁ
Localizado no vale do rio Ji-Paraná, sua sede a cidade do 
mesmo nome situada na confluência do citado rio com o rio 
Urupá. A área hoje limitada pelo município começou a ser 
ocupada pelos nordestinos transmudados em seringueiros, a 
partir do século XIX. Que enfrentando a oposição aguerrida 
dos Muras (Parintins), Urupás e Jarus penetraram no rio 
Ji-Paraná a partir de sua foz no rio Madeira, em Calama, 
na exploração e produção de borracha, alcançaram os 
seus médio e alto curso, estabelecendo-se em seringais. 
Ao lugarejo em torno dos barracões sede dos seringais do 
Vale do Urupá, o denominaram com este nome, pelo qual 
ficou conhecido nas transações comercias dos centros 
abastecedores (casas aviadoras) desses seringais, em Manaus 
e Belém. Em 1909 a Comissão Rondon ao atingir a foz do rio 
urupá, no lugarejo existente, o Tenente Coronel Mariano da 
Silva Rondon, instalou um posto telegráfico, denominando-o 
Presidente Afonso Pena em homenagem ao então Presidente 
da República Afonso Augusto Moreira Pena. Nome que 
gradativamente se impõe, substituindo o de Urupá.
O estágio de desenvolvimento atingido pela Vila e sua 
área de influência e fez ser elevada a categoria de Município, 
através da Lei n.º 6.448, de 11 de outubro de 1977 com a 
denominação de Ji-Paraná, em homenagem ao caudaloso 
rio Ji-Paraná que atravessa toda sua área de Sul para o 
Norte dividindo a cidade de Ji-Paraná sua sede político-
administrativa em dois setores urbanos.
PRESIDENTE MÉDICI
A cidade de Presidente Médici e o município de igual 
denominação do qual é sede político-administrativa, foi dada 
pelos migrantes oriundos das regiões Centro-Sul do país, 
que aí se estabeleceram a partir de 1970, contra a vontade 
do senhor Milton de Andrade Rios que os tinha como 
grileiros, invasores das terras que considerava serem de sua 
propriedade, visto tê-las adquiridas do senhor Luiz Mário 
Pereira de Almeida, como parte integrante do Sr. Presidente 
Hermes, situados entre os igarapés Preto e Leitão denominado 
Fazenda Presidente Hermes, pelo seu novo proprietário.
Os primeiros colonos chegaram ao local na margem da
A sede do Projeto foi localizada a margem da rodovia BR 
364, na década de sessenta, instalaram-se em apenas quatro 
barracas no meio do lamaçal, dando-lhe o nome de Trinta 
e Três, por distar 33 Km da Vila de Rondônia, atual cidade 
de Ji-Paraná. Seus moradores todos agricultores, socorriam 
de alguma forma os motoristas e passageiros das viaturas 
que ficavam retidas em um imenso atoleiro conhecido por 
Muqui, nas proximidades do rio com este nome. O lugarejo 
crescia em número de habitantes e casas com a chegada de 
novos colonos que nele se estabeleciam a apesar da situação 
litigiosa. No primeiro semestre de 1972, sua população atingia 
mais de 800 habitantes e os ônibus que ligavam Cuiabá-MT a 
Porto Velho-RO, faziam ponto de parada no local, agora com 
aspecto de Vila e com dois nomes Nova Jerusalém e Nova 
Canaã, ostentados em placas distintas colocadas pelos líderes 
de cada grupo de agricultores em frente de suas respectivas 
casas. 
Ainda nesse ano, os colonos realizaram eleição para 
escolher a um único nome para localidade, sendo posta em 
votação os dois supracitados e mais Getúlio Vargas, Fátima 
do Norte, Cruzeiro do Sul e Presidente Médici, havendo sido 
escolhido esse último. O qual foi oficializado em 1973, ao 
ser o local elevado a categoria de Sub-Distrito, pelo Coronel 
do Exército Theotorico Gauva, na época governador de 
Rondônia.
Em decorrência de seu desenvolvimento sócioeconômico, 
foi o Distrito de Presidente Médici, elevado a município em 
1981, mantendo este nome, em homenagem ao Presidente da 
República Emílio Garrastuzu Médici.
CACOAL
O nome Cacoal originou-se dessa denominação dada ao 
local pelo senhor Anísio Serrão de Carvalho, guarda fios da 
Comissão Rondon, que acatando as recomendações de seu 
chefe, o Tenente Coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, 
ali se instalou em 1912, construindo uma casa e requerendo 
de Mato Grosso, as terras adjacentes para sua posse. A 
denominação data a localidade, deveuse à abundância de 
cacaueiros nativos existentes em sua floresta.
Por este nome ficou conhecido o local pelos seringueiros 
que ali moravam e pelos garimpeiros de diamante que por eles 
passam, rumo aos Rios Comemoração de Floriano e Apidiá 
(Pimenta Bueno), tendo sido oficializado ao ser a localidade 
elevada a categoria de município, pela Lei n.º 6448 de 11 de 
outubro de 1977, com a denominação de Cacoal 
ROLIM DE MOURA
Originou-se do Projeto de Colonização Rolim de Moura 
implantado na área pelo INCRA, destinado ao assentamento 
de colonos excedentes do Projeto Ji-Paraná, 
O nome do Projeto, derivou-se do nome do rio Rolim 
de Moura, denominação dada pelo Tenente Coronel Cândido 
Mariano da Silva Rondon, chefe da Comissão das Linhas 
Telegráficas. Mato Grosso/Amazonas, ao descobri-lo em 
1909, em homenagem ao Visconde de Azambuja Dom 
Antônio Rolim de Moura Tavares, Capitão General, primeiro 
Governador da Capitania de Mato Grosso, no período de 
1748 à 1763. Entre seus feitos, destacam-se a construção 
de Vila Bela da Santíssima Trindade, sede da Capitania 
(1ª cidade artificial, planejada do Brasil) construção do 
fortim de conceição do rio Guaporé, nas proximidades das 
atuais ruínas do Real Forte Príncipe da Beira, destruição da 
povoação espanhola de São Miguel, na margem esquerda 
do rio Guaporé e expulsão de sua guarnição militar para o 
interior da Bolívia, então Vice-Reino do Peru.
Nome mantido ao ser a região elevada a categoria de 
Município, através do Decreto Lei Estadual n.º 071, de 05 de 
agosto de 1983.
15
Didatismo e Conhecimento
GEOGRAFIA E HISTÓRIA DE RONDÔNIA
NOVA BRASILÂNDIA
Cidade e município do mesmo nome, surgiu da expansão 
das frentes migratórias das regiões Centro-Sul do País, 
expandindo-se de Presidente Médici, no eixo da rodovia BR 
364, na direção do oeste, rumo ao vale do Guaporé, em busca 
de terras férteis propícias à agricultura.
Seu nome é em homenagem à Brasília, cidade também 
pioneira interiorizada no Planalto Central Brasileiro, da 
mesma forma que Nova Brasilândia, Núcleo Populacional 
Urbano, interiorizado na Chapada dos Parecis, implantado 
pela coragem e trabalho dos novos pioneiros, desbravadores 
da Amazônia Ocidental.
O rápido desenvolvimento sócio-econômico alcançado 
pelo núcleo populacional resultou em sua elevação a categoria 
de município.
ALVORADA DO OESTE
Alvorada do Oeste surgiu da interiorização dos colonos 
dos municípios de Ouro Preto do Oeste e Presidente Médici, 
expandindo-se na direção do Oeste, em busca de terras 
agricultáveis, localizando se- na Chapada dos Parecis. O 
núcleo urbano surgido teve rápido crescimento econômico 
e populacional, sendo por tal, elevado a categoria de 
município.
PIMENTA BUENO
A cidade de Pimenta Bueno, sede do município do 
mesmo nome, originou-se do aglomerado de barracas de 
seringueiros construídas em torno do posto telegráfico, 
instalado em 1909, pelo Tenente Coronel Cândido Mariano 
da Silva Rondon, na confluência dos rios Comemoração 
de Floriano e Pimenta Bueno (este último, o Apidiá dos 
indígenas), ambos descobertos por esse sertanista, chefe da 
Comissão das Linhas Telegráficas Estratégicas Mato Grosso-
Amazonas. O nome de Pimenta Bueno dado ao rio Apidiá 
por Rondon, foi em homenagem a José Antônio Pimenta 
Bueno, Visconde e Marquês de São Vicente. 
O insignificante povoado

Continue navegando