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Avaliação Institucional

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Avaliação 
Institucional
1ª edição
2017
Avaliação 
Institucional
3
Palavras do professor
Nosso ponto de partida para as discussões se inicia na constatação de 
que a escola, no contexto atual, é uma dimensão importante para a redu-
ção das desigualdades e promoção da equidade social. Essa escola de que 
falamos deve ser capaz de garantir o pleno desenvolvimento das compe-
tências expressas nos currículos da educação básica, bem como ser gerida 
sob a prerrogativa de eficácia e eficiência de seus processos educacionais. 
Ou seja: uma escola onde todos igualmente aprendam, e na idade certa.
Para tanto é preciso que se saiba quais são as fortalezas e em quais aspec-
tos as escolas devem buscar melhorias. Essa necessidade de compreen-
são da escola, por ela própria e sua comunidade, amplia o conceito de 
avaliação: na aprendizagem do aluno, aferido nos testes de sala de aula, 
para a análise de todos os aspectos que circundam a vida escolar. A Ava-
liação Institucional, sob esse prisma, reflete um percurso de construção 
permanente de diagnósticos sobre a escola. 
O que essa disciplina propõe, portanto, é discutir as dimensões da avalia-
ção institucional, entendidas como uma ação subjacente à prática peda-
gógica e de gestão escolar e, a partir daí, instrumentalizar os alunos na 
construção de diagnósticos centrados na melhoria da qualidade educa-
cional.
Faço votos para que as reflexões levantadas aqui contribuam para o seu 
desenvolvimento profissional e para que as discussões sobre o tema não 
se esgotem nesse material, mas que sejam levadas adiante em sua busca 
constante por aperfeiçoamento. 
Dividida em oito unidades de aprendizagem nesta disciplina vamos refle-
tir sobre o contexto educacional brasileiro e, em específico, um histórico 
da avaliação institucional, apresentar as bases legais que constituem a 
importância dessa ação, discutir alguns modelos aplicáveis de avaliação 
institucional, conhecer os princípios definidos para a avaliação institu-
cional bem como alguns indicadores e suas relações com os critérios e 
dimensões da qualidade educacional.
Um bom curso para todos.
1
4
Unidade 1
Avaliação Institucional no Brasil
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade vamos refletir sobre alguns temas de base da avaliação 
institucional, sobretudo o conceito de avaliação, de maneira geral, até a 
sua aplicação no âmbito institucional e a evolução dessa prática no con-
texto brasileiro.
Objetivos de Aprendizagem
Situar os leitores no tema proposto pela disciplina através de concepções 
tiradas de estudos da atualidade, bem como os mais antigos, no intuito 
de apontar os avanços que a avaliação institucional sofreu no decorrer 
dos anos.
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
1.1 A Avaliação no contexto educacional brasileiro
A partir da segunda metade do século XIX os estudos sob o tema da avaliação começaram a ganhar força na área 
educacional, em especial com o uso dos testes psicológicos para aferição de medidas de inteligência de jovens 
e crianças. Ao longo do século XX, com o enfraquecimento da ênfase determinista das medidas psicológicas, 
ganham força nas publicações acerca da avaliação os trabalhos sobre métodos de avaliação formativos e pro-
cessuais, de base construtivista e sócio-interacionista, realizados no âmbito da sala de aula. O foco passa a ser 
a discussão sobre melhorias nos métodos avaliativos e a centralidade e protagonismo do aluno no processo de 
ensino e aprendizagem. 
No final do século XX, com a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica no Brasil, o SAEB, as avaliações 
sistêmicas passam a fazer parte do cotidiano escolar e da vida de milhões de jovens submetidos todos os anos a 
testes como a Prova Brasil e o ENEM. A partir daí os estudos vem buscando relacionar medidas de desempenho 
escolar à qualidade dos sistemas educacionais e à sua capacidade de reduzir as desigualdades sociais, tão pro-
fundamente enraizadas na sociedade brasileira. 
Chegamos quase à segunda década do século XXI com as escolas no centro de um importante debate: se a 
universalização do acesso à educação pública já é uma realidade, pelo menos nos primeiros anos da educação 
básica, a qualidade da educação tem deixado a desejar. 
Nossos jovens aprendem pouco, repetem muito e, o que é mais grave, uma parcela significativa, em especial no 
ensino médio, abandona a escola simplesmente porque o universo escolar não lhe representa nenhuma pers-
pectiva de vida.
Essa situação traz, em certa medida, sérios impactos para a sociedade brasileira em termos sociais e econômicos, 
refletidos nos indicadores de produtividade das empresas, de violência nas cidades, de desemprego dos jovens 
e de qualidade de vida. Paralelo a esse quadro desolador, muitas escolas convivem com pouco investimento 
público, professores desmotivados e gestão pouco eficiente na administração dos recursos escolares. Com bai-
xos resultados dos sistemas educacionais, todos saem perdendo, é verdade.
Ainda que pese esse contexto, há muitas experiências de sucesso de escolas que buscaram alternativas de ensino 
e de aprendizagem, bem como de gestão, que foram capazes de modificar a sua trajetória e fazer a diferença na 
vida dos alunos. 
As saídas relatadas são múltiplas: parcerias com outras instituições, uso de novas tecnologias metodologias ati-
vas de aprendizagem, incentivo ao protagonismo juvenil, gestão escolar para resultados, valorização dos pro-
fissionais de educação, maximização dos tempos de aprendizagem em sala de aula, flexibilização de currículos, 
só para citar algumas propostas no sentido de reforçar a ideia de que não há uma receita única. Em comum, 
essas escolas partiram de uma profunda reflexão sobre si mesmas, no exercício de um autodiagnostico voltado 
a compreensão de seu modo de funcionamento, seus problemas, limites de atuação e potenciais de melhoria. 
Com base nessa reflexão, reuniram evidências cruciais para a busca das soluções mais aplicáveis à sua realidade. 
A essa ação que leva a escola a refletir sobre si própria, com base nos resultados de avaliações internas e externas, 
bem como na percepção da comunidade escolar sobre a própria escola, é uma das ações mais importantes do 
universo educacional. Os resultados desse trabalho podem trazer impacto em toda a gestão da escola, incre-
mentar a prática docente com influência na qualidade do processo de ensino e aprendizagem e, principalmente, 
trazer novas expectativas para a vida dos jovens. 
A essa reflexão, realizada na escola com o propósito de produzir diagnósticos sobre a escola, damos o nome de 
Avaliação Institucional.Nessa disciplina vamos discutir a importância desse tipo de avaliação e, mais importante, 
vamos aprender a realizar o processo de Avaliação Institucional com vistas a produzir ações de transformação da 
vida escolar.
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Para tanto, de imediato, é preciso que você aprofunde alguns conceitos mais amplos sobre avaliação, mesmo que 
estes lhe sejam velhos conhecidos, propomos uma discussão sobre novos olhares. Vamos em frente?
Figura 1.1 - Teste.
Legenda: marcação das alternativas em um gabarito de um teste de múltipla escolha. 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/w/index.php?title=Category:Tests&filefro
m=Palestine+Routes+Test.svg#/media/File:Test-986769_640.jpg>
1.2 O conceito de avaliação
Todos nós temos histórias e vivências que nos remetem a situações de avaliação ao longo de nossa vida. Avalia-
mos e somos avaliados a todo tempo. Fazemos isso para tomar decisões, para medir nossa capacidade de ação 
sobre as coisas, para refletir sobre nós mesmos.
Mas o que vem a ser, de fato, a avaliação?
Etimologicamente falando, a palavra “avaliar” tem origem no latim avalere (a+valere), que significa atribuir um 
mérito ouvalor a alguma coisa. No entanto, esse é um verbo que remete à vários significados e entendimentos. 
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Glossário
Ao fazermos uma rápida visita ao dicionário encontramos algumas expressões de uso cor-
rente no entendimento do ato avaliativo como, por exemplo, aferir, calcular,computar, 
apreciar ou estimar o merecimento de algo ou alguma coisa.
Em seu sentido comum a avaliação remete, portanto, à possibilidade de dar valor a algo ou alguma coisa, em 
comparação com outra ou com ela própria, em momentos diferentes. 
Esse sentido mais comum da avaliação nos permite extrair uma primeira premissa sobre esse conceito: avaliar 
é próprio da natureza humana. Observamos, mensuramos, categorizamos e comparamos fenômenos, coisas e 
sujeitos o tempo todo em nossa interação com o mundo. 
É bem possível, inclusive, que o ato avaliativo tenha sido fundamental para nossa adaptação e sobrevivência ao 
longo da nossa história evolutiva. Isso porque se considera que seja com base na avaliação das informações que 
recebemos do mundo que sejamos capazes de identificar o perigo, buscar saídas e soluções para os problemas, 
reconhecer situações amigáveis e estabelecer alianças proveitosas, com base no nosso julgamento de valor. 
Até ao executar um ato corriqueiro, como, por exemplo, atender ao celular, realizamos processos mentais de 
avaliação que articulam a delimitação de uma situação-problema, a busca de informações com base nas análises 
de categorização e reconhecimento de dados, comparação, julgamento e tomada de decisão, até, finalmente, 
agirmos.
Todo esse processo pode ser ilustrado da seguinte forma:
Figura 1.2 - Processos de avaliação.
Legenda: Processos de avaliação. 
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/Mobile_phone#/media/File:CellPhone.png>.
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Uma análise superficial e imediata desses processos pode levar à falsa impressão de que a avaliação é algo 
“engessado”, um estímulo que surge mediante um problema e percorre uma via linear subjetiva até a emissão 
de uma resposta observável, ou seja, quase como um instinto, pouco submetido à intencionalidade dos sujeitos. 
Pelo contrário, em seu sentido mais estrito, a avaliação e todos os processos e atitudes nela envolvidos não resulta 
de uma atividade neutra ou destituída de intencionalidade.
Essa constatação nos permite extrair uma segunda premissa sobre o conceito de avaliação: avaliar, sendo próprio 
da natureza humana, se relaciona aos contextos sociais, históricos, políticos e econômicos a partir dos quais a 
existência do homem ganha significado. Ou seja, como fenômeno social e coberto de intencionalidades a ava-
liação se expressa em diversas situações. 
No mundo do trabalho, por exemplo, com as avaliações de desempenho laboral; na política, com o processo de 
análise de candidatos e escolha do voto; nas salas de aula, com a aplicação de provas e testes e na escola como 
um todo, na elaboração de diagnósticos sobre a realidade escolar.
Compreender essa segunda premissa, portanto, é fundamental para fecharmos esse estudo inicial do conceito 
de avaliação e avançar, nos próximos tópicos, em direção ao entendimento específico da avaliação na área edu-
cacional.
1.3 A avaliação educacional
Na Pedagogia a avaliação é um aspecto constituinte do processo de ensino e de aprendizagem que antecede, 
acompanha e sucede o trabalho pedagógico e a prática da gestão escolar.
Nesse sentido, um processo avaliativo pode ter por objeto tanto à avaliação da aprendizagem, dos docentes, cur-
rículo, programas, políticas públicas e projetos quanto a avaliação das instituições escolares, como, por exemplo, 
as escolas de educação básica, as instituições de ensino superior, entre outras (DIAS SOBRINHO; BALZAN, 2011.)
Sobre esse assunto existe uma vasta literatura que pode ser classificada, de maneira geral, nos temas da Avalia-
ção da Aprendizagem, Avaliação Externa e a Avaliação Institucional, que agrega os dados e informações das duas 
primeiras à percepção de sujeitos da comunidade escolar na constituição de diagnósticos da realidade de cada 
escola (DARDENGO, 2007; DIAS SOBRINHO, 2003)
Vamos compreender um pouco mais sobre cada uma dessas perspectivas da avaliação na área educacional.
1.3.1 Avaliação da aprendizagem
Realizada em sala de aula pelos professores, a avaliação da aprendizagem, ou avaliação interna, tem por objetivo 
investigar a aprendizagem do aluno em relação a um dado conteúdo. 
Em suas funções diagnóstica, formativa e somativa, a avaliação da aprendizagem possui, ainda, a característica 
de subsidiar ações pedagógicas desde o planejamento dos professores até as práticas de recuperação da apren-
dizagem para os alunos em dificuldade. 
Para Cipriano Carlos Luckesi (2003, p. 196), a avaliação da aprendizagem é uma apreciação qualitativa do pro-
cesso de ensino e aprendizagem que auxilia o professor a tomar decisões sobre o seu trabalho. 
9
Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Nelson Piletti (1986, p. 190), outro importante pesquisador, entende a avaliação da aprendizagem como um pro-
cesso permanente de investigação com o objetivo de interpretar os conhecimentos, as atitudes e as habilidades 
dos alunos, tendo em vista o rendimento esperado, a fim de que haja condições de decidir sobre alternativas do 
trabalho docente e da escola como um todo. 
Para Libâneo (1991, p. 196), a avaliação é vista como um componente do processo de ensino cuja finalidade, 
através da verificação e qualificação dos resultados obtidos, é determinar a correspondência com os objetivos 
pedagógicos propostos e, a partir daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades didáticas seguintes. 
Outros autores relacionam, ainda, a avaliação da aprendizagem à verificação do conhecimento do aluno, tal qual 
um processo de atribuir valores ou notas aos resultados obtidos nas mais diversas situações de testagem da 
aprendizagem. 
A avaliação da aprendizagem, nesse contexto, produz suas medidas de análise a partir do somatório dos acertos 
de um teste aplicado aos alunos, no que é conhecido por metodologia baseada na Teoria Clássica dos Testes. 
Pensando nesse contexto, se o aluno obteve um dado percentual de acerto, entre 50% ou 
60%, podemos entender que o aluno aprendeu o que era esperado e será considerado 
apto para prosseguir para níveis mais avançados de aprendizagem?
Essa perspectiva de produzir resultados de avaliação, com base na quantidade de acertos obtidos nas situações 
avaliativas, é ainda a que se utiliza em sala de aula, em boa parte das escolas brasileiras, e usada como parâmetro 
para a aprovação, ou não, do aluno nos sistemas educacionais. 
Em comum, para a grande maioria dos autores, a avaliação da aprendizagem é integrante do processo educativo 
e tem por função oferecer a alunos e docentes a possibilidade de diagnosticarem a aprendizagem realizada e as 
dificuldades encontradas, de forma a reorganizar a ação educativa.
1.4 Avaliação externa
A avaliação externa, também chamada de avaliação sistêmica ou avaliação em larga escala, recebe esse nome 
por ser realizada por instituição de fora da escola. 
Glossário
Avaliação externa É aquela em que o processo avaliativo é realizado por agências públi-
cas ou privadas. Podendo contar com a colaboração da equipe pedagógica da escola a ser 
avaliada.
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Diferentemente da avaliação da aprendizagem, na avaliação externa o foco é o desempenho da escola, produ-
zido em uma medida chamada de proficiência. Os resultados da avaliação externa permitem o desenho de polí-
ticas públicas para os sistemas educacionais e, à cada escola, um retrato de seu desempenho. 
As primeiras discussõessobre avaliação em larga escala no Brasil tiveram início nos anos de 1980, com o pro-
cesso da redemocratização brasileira que tornou propício o ambiente político para os debates sobre universali-
zação do acesso à educação básica e melhoria da qualidade dos sistemas educacionais. 
Esse contexto foi o embrião para a criação, na década seguinte, do Sistema de Avaliação da Educação Básica, o 
SAEB, do Ministério da Educação.
Atualmente o SAEB avalia os estudantes das redes públicas e privadas do país, localizados 
em área rural e urbana, matriculados na 4ª e 8ª séries (ou 5º e 9º anos) do ensino funda-
mental e também no 3º ano do ensino médio.
Os resultados dessas avaliações têm subsidiados políticas de acompanhamento e monitoramento da qualidade 
da educação baseadas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o IDEB, calculado a partir da relação 
entre os resultados do Saeb e do rendimento (aprovação e evasão escolar). 
As Metas do Plano Nacional de Educação, PNE, que apresenta estratégias para a política educacional dos próxi-
mos dez anos no período 2014-2024, por exemplo, tem por base os resultados do IDEB, dentre outras medidas 
de avaliações em larga escala.  
Em mais de 15 anos de avaliação em larga escala o Saeb tenha sido importante ator na identificação de proble-
mas de desempenho escolar das redes de ensino, em especial na apropriação de habilidades de leitura, escrita e 
matemática pelos alunos da educação básica e na identificação da relação entre a repetência e o ensino de baixa 
qualidade no Brasil. 
Vale considerar também que quase todos os estados brasileiros, e alguns municípios, possuem os seus sistemas 
próprios de avaliação em larga escala como, por exemplo, o Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública, 
o Simave de Minas Gerais; o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará, Spaece e a Prova 
Floripa, do município de Florianópolis.
Em comum com o Saeb esses sistemas utilizam de uma mesma metodologia, conhecida por Teoria da Resposta 
ao Item, que permite a comparação entre os testes padronizados realizados por diferentes alunos em diferentes 
momentos. 
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
A Teoria da Resposta ao Item também é utilizada para calcular os resultados dos alunos 
no Enem. É essa metodologia que permite, por exemplo, que as edições do Enem tenham 
o mesmo nível de dificuldade e que mesmo um aluno que tenha acertado mais questões 
que outro, obtenha, ao final um resultado menor. Para saber mais sobre a Teoria da Res-
posta ao Item, acesse <http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/389-ensino-medio-
-2092297298/17319-teoria-de-resposta-ao-item-avalia-habilidade-e-minimiza-o-
-chute>. Para saber mais sobre os avanços das medidas educacionais, da Teoria Clássica dos 
Testes à Teoria da Resposta ao Item, acesse: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art
text&pid=S0102-79722013000200004>.
Nesse contexto, podemos constatar que tanto a avaliação interna quanto a externa são essenciais para a ava-
liação institucional, uma vez que ambas fornecem elementos essenciais para a Avaliação Institucional, influen-
ciando-a e sendo influenciado por ela.
Esse assunto discutiremos no próximo tópico.
As avaliações externas são, comumente, realizadas nas redes de educação pública e, como 
tal, têm por objeto as escolas públicas. Isso não quer dizer que escolas privadas, as quais 
muitas vezes não são submetidas a processos de avaliação externa, não possam se valer 
de Avaliação Institucional para construir seu diagnóstico. Apenas reforça a ideia de que, na 
falta dessa dimensão da Avaliação Institucional, é preciso reforçar as outras para que a prá-
tica ganhe sentido e seja capaz de representar, de forma clara, o retrato de toda a escola.
1.5 A Avaliação institucional 
A avaliação institucional tem sido uma prática realizada pelos sistemas educacionais desde o século passado. 
Inicialmente caracterizada pelo aspecto controlador das burocracias estatais, as avaliações institucionais tinham 
por função investigar, nas escolas, o cumprimento dos regimentos e determinações das secretarias, sendo rea-
lizada, nesse sentido, de forma isolada e no âmbito das inspeções escolares. Produzia-se relatórios com a finali-
dade de checar o cumprimento das normativas estabelecidas pelos sistemas. 
A partir da década de 1980, com o processo de redemocratização brasileiro e o incremento das discussões sobre 
a gestão escolar democrática, uma nova perspectiva da avaliação institucional se sobrepõe àquela de caráter 
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
meramente administrativo que vinha sendo feita até então: a possibilidade da participação ativa dos sujeitos da 
comunidade escolar como partícipes de todo o processo de avaliação.
Essa nova perspectiva ganha força e se amplia, na década de 1990 com a criação dos sistemas de avaliação em 
larga escala que permitiram a criação e acompanhamento de indicadores de qualidade escolar.
Como vimos no tópico anterior, a avaliação da aprendizagem é um tipo de avaliação interna, realizada em sala de 
aula pelo professor, cujo objetivo é coletar informações sobre o nível de aprendizagem do aluno.
De posse dessas informações o professor pode identificar quem são os alunos que cumpriram com os objetivos 
de aprendizagem e aqueles que apresentam dificuldades e necessitam de atenção especial. 
Por sua vez a avaliação externa utiliza-se da aplicação de testes padronizados em larga escala para a elaboração 
de diagnósticos das redes de ensino, o que possibilita implementar políticas públicas mais eficazes com o intuito 
de reduzir as desigualdades e promover equidade entre os estudantes.
A avaliação institucional, nesse sentido, também é um tipo de avaliação interna, por que é realizada dentro da 
escola por agentes da própria escola mas, diferentemente da avaliação da aprendizagem, a avaliação institucio-
nal abarca a escola como um todo. Ou seja, a avaliação institucional é uma autoavaliação, realizada pela escola 
na qual se relacionam os resultados da avaliação da aprendizagem, os dados da avaliação externa e a percepção 
da comunidade escola sobre a própria escola.
A partir da relação entre essas variáveis conclui-se que o processo de avaliação externa se complementa com o 
de avaliação interna e os dois alimentam a entrada de dados e informação para a realização da avaliação insti-
tucional. 
Como propõe Santos Guerra (2003), esse processo de coavaliação apresenta uma combinação das informações 
geradas pela avaliação externa, mais voltadas aos resultados do desempenho escolar, com aquelas advindas da 
avaliação interna, centrada na melhoria dos processos internos do trabalho escolar, acrescida da percepção da 
comunidade escolar sobre a própria escola. Essas variáveis demonstram o quanto o sistema da avaliação é dinâ-
mico. 
A finalidade da avaliação institucional é, portanto, avaliar a escola em suas diferentes dimensões, a partir da pers-
pectiva dos sujeitos que dela tomam parte. Ou seja, alunos, professores, funcionários, enfim, toda a comunidade 
escolar. Com os resultados da avaliação institucional, é possível verificar os acertos, os resultados positivos, bem 
como o que precisa ser ajustado e, com base nessas informações, tomar atitudes que levem a mudanças signifi-
cativas, a propostas de alternativas que conduzam a unidade escolar a melhorias constantes.
A avaliação institucional, portanto, engloba todos os membros da comunidade escolar, e, em geral, é conduzida 
pela equipe pedagógica, em especial pelo diretor ou coordenador/orientador pedagógico da escola. 
Sendo assim, podem ser utilizados diversos instrumentos de investigação com vistas a dar respostas sobre o 
funcionamento da escola. Os instrumentos são variados, como, por exemplo, questionários, entrevistas e for-
mulários quepodem ser aplicados a cada grupo de sujeitos, com diferentes objetivos e em diversos momentos.
Para começarmos a aprofundar o entendimento dessa autoavaliação, no entanto, é preciso analisar a estrutura 
escolar sob sua perspectiva institucional.
Trataremos desse assunto no próximo tópico.
13
Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
As instituições representam estruturas ou mecanismos reconhecidos por sua função social. 
Sob esse aspecto, você considera que a escola tem cumprido com sua função social?
Figura 1.3 - Participantes do Enem.
Legenda: estudantes do ensino médio de uma escola brasileira concentrados na realização do Enem.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Participantes_do_Enem.jpg?uselang=pt-br>.
1.6 A Instituição escolar
As instituições, como o próprio nome indica, representam uma organização intencional de pessoas que se unem 
em torno de um propósito. 
Essa união pode se dar em torno da produção de um produto como, por exemplo, um carro, uma televisão, quanto 
a um serviço, como um atendimento de saúde ou o transporte urbano de uma cidade.
Existem também instituições que são organizadas para disseminar conceitos, valores, ideologias e ideias de vida, 
como, por exemplo, as instituições religiosas. 
As instituições, nesse sentido, se organizam sob regras e normas com o objetivo de ordenar as interações entre 
as pessoas e, desses com as organizações. Estas exercem especial influência na socialização por serem, elas mes-
mas, responsáveis em tornar os indivíduos membros da sociedade. As instituições formais são estabelecidas 
14
Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
explicitamente por uma organização objetiva enquanto as instituições informais se caracterizam por apresentar 
um conjunto de normas, valores e tradições.
Podemos classificar como instituições, por exemplo, as empresas, indústrias, hospitais, partidos políticos, o casa-
mento, a família e também, as escolas. Entretanto, apesar de se assemelharem em diversos aspectos com as 
demais organizações, as escolas têm que dar respostas próprias às realidades singulares que enfrentam. 
Ainda, as escolas, por sua natureza complexa, trafegam entre a produção de conhecimento, a prestação de um 
serviço educacional e a transformação – ou manutenção – do status quo da sociedade por ser, em si mesmo, forte 
disseminadora de ideologias. Isso faz toda a diferença entre uma escola e qualquer outra instituição, como, por 
exemplo, uma instituição do mundo do trabalho, uma fábrica. 
Ainda que pesem conjuntos de atividades semelhantes sobre as diversas instituições, o que dará contornos espe-
cíficos à escola será o seu objetivo original. Ou seja, a escola deve ser capaz de educar, de desenvolver cognitiva, 
social e afetivamente os alunos de forma a torná-los suficientemente preparados para a atender às múltiplas 
demandas requeridas pela sociedade.
Entender em que nível as escolas cumprem com esse objetivo é a base fundamental da avaliação institucional 
das escolas. Assim, a escola é uma instituição formada por diferentes atores: diretor, equipe de secretaria, equipe 
pedagógica, alunos e pessoal de apoio e, de maneira mais ampla, a comunidade escolar formada pelos familiares 
dos alunos e o entorno da escola.
Cada um desses atores apresenta responsabilidades, perspectivas de atuação e diferentes expectativas em rela-
ção à própria escola. 
Desta forma, alunos frequentam a escola e têm múltiplas expectativas, por exemplo, avançar as etapas de esco-
larização e se formarem. E os professores, ainda nesse exemplo, preparam suas aulas a partir dos currículos esco-
lares, elaboram, aplicam e analisam os testes e estão sujeitos aos calendários e organização burocráticas das 
secretarias de educação. Quanto aos diretores, eles aplicam os recursos escolares, organizam a grade de horário 
dos professores e estruturam os projetos e eventos previstos para o ano letivo, dentre várias outras atividades, 
enquanto o pessoal de apoio e de secretaria operacionaliza as diversas atividades que dão suporte ao dia a dia da 
escola como, por exemplo, os serviços de limpeza e cantina. 
A inter-relação entre esses sujeitos, cada um em seu campo de ação, forma uma teia que dá sustentação ao uni-
verso escolar e representa sua complexidade. Essa teia de relações nem sempre é harmoniosa e, muitas vezes, as 
expectativas de um grupo se tornam exatamente o ponto de conflito de outro grupo. 
Nesse sentido, uma boa avaliação institucional é aquela que, além de proceder a uma análise dos resultados de 
aprendizagem e rendimento dos alunos, consegue captar o movimento institucional presente nas relações entre 
os diferentes atores e desses com a comunidade escolar. 
1.7 Dimensões da avaliação Iinstitucional
Quando pensamos em um hospital nos vêm à mente uma série de elementos que determinam suas característi-
cas básicas e os diferenciam entre si. 
Sabemos que um hospital é um hospital e não uma prisão ou uma igreja pelo tipo de sua estrutura física, pelo 
seu nome, pelos procedimentos adotados internamente, pelo uniforme que as pessoas usam, pelas regras pró-
prias que existem em um hospital, enfim, por uma infinidade de sinais sociais que informam que um hospital é, 
efetivamente, um hospital. 
15
Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Esses elementos, que conferem materialidade às instituições, podem ser organizados em três dimensões: a 
estrutura, os processos e as pessoas. 
Diante desse contexto, quando pensamos em uma escola, no entanto, quais elementos 
estão presentes?
Figura 1.4 - A instituição escolar. 
Legenda: uma escola é reconhecida por sua estrutura física, seu nome, a forma de organização dos espa-
ços e tempos escolares e, principalmente, pela interação entre os diferentes atores da comunidade escolar.
Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/School#/media/File:Agrestina-
-Escola-Professor-Jos%C3%A9-Constantino.jpg>.
A escola é um complexo ambiente social formado pelos funcionários, equipe pedagógica, professores, alunos e 
seus familiares. Essas diferentes subjetividades convivem em um espaço físico cujos limites são caracterizados 
pela instrumentalidade própria da organização escolar: seu regimento, sua burocracia e sua estrutura hierár-
quica, seu tempo de funcionamento, sua distribuição dos espaços, suas regras de conduta, suas normas e seus 
procedimentos. 
Esses são alguns dos aspectos que constituem o universo da cultura escolar. Em síntese, podemos reconhecê-los 
nas seguintes dimensões:
• Estrutura: engloba o aparato objetivo necessário ao funcionamento de uma unidade escolar, ou seja, o 
prédio, o mobiliário, o material pedagógico, as áreas de lazer e convívio social para os jovens, a energia 
elétrica e a água disponíveis, dentre outros.
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Para ser uma escola, portanto, é preciso uma estrutura própria, baseada em espaços de sala de aula, de 
secretaria e de convivência coletiva. 
Entretanto, apenas a estrutura de uma escola não a define como sendo uma escola. 
É preciso haver processos específicos, organizados sob a lógica das instâncias maiores de gestão, as 
secretarias de educação, e também sob a lógica interna da própria escola, expressa no seu currículo, no 
regimento escolar e no seu projeto político e pedagógico.
• Processos: os processos escolares podem ser entendidos como todas as ações intencionais organizadas 
e desenvolvidas pelos diferentes membros, dentro da estrutura disponível, com o fim de desenvolver as 
propostas educativas. 
A definição do cardápio das refeições oferecidas, o controle da frequência e monitoramento do desem-
penho dos alunos, a aplicação de provas, o uso do material pedagógico e dos livros, o planejamento 
coletivo da escola e muitasoutras ações executadas por alunos, professores, funcionários e pelo diretor.
São processos que nascem no planejamento, se efetivam na execução, e são reformulados nas ações de 
avaliação que, novamente, levam ao planejamento, reiniciando o ciclo. 
Para ser escola, é preciso, pois, uma estrutura de funcionamento própria do espaço escolar e de ações 
desencadeadoras de trabalho pensadas sob a lógica do processo de ensino e de aprendizagem e todas as 
nuances aí envolvidas. 
No entanto, estrutura e processo, isoladamente, não determinam a organização escolar. Nada funciona, 
é claro, se não houver pessoas responsáveis por movimentar todo esse mecanismo.
• Pessoas: as pessoas são, obviamente, o coração de uma instituição. Elas são as responsáveis por pensar, 
executar, modificar, construir e desconstruir todos os processos e a estrutura de uma organização. 
Uma instituição, ainda que muitos autores considerem que vá além dos sujeitos, na prática só existe pelo 
desejo e pela ação das pessoas que lhe dão vida. Para cada realidade, no entanto, são esperados papéis, 
funções e características diferentes das pessoas. 
Ou seja, da mesma forma que a estrutura e os processos são diferentes para uma fábrica e para um hos-
pital, espera-se das pessoas posturas diferentes em cada uma dessas organizações. 
Na escola, os alunos e seus familiares, os professores, a equipe pedagógica, os funcionários e a direção 
são pessoas que têm funções, comportamentos e expectativas específicas, típicas de cada sujeito e que 
guardam relação direta com o espaço que ocupam na instituição.
A estrutura de uma organização ou os processos podem interferir na forma como as pessoas entendem a própria 
organização. 
Sob a mesma lógica, a forma como as pessoas entendem uma organização pode fazer com que os seus processos 
e até a sua estrutura sejam modificados. 
Por isso é tão importante a realização da avaliação institucional de uma escola, por que é por meio dela que se 
extraem os dados de percepção e de atitude das pessoas acerca dos processos e da estrutura da organização 
escolar.
Esses dados, acrescidos dos resultados das avaliações internas e externas formam um amplo e rico quadro do 
diagnóstico da realidade escolar. 
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Avaliação Institucional | Unidade 1 - Avaliação Institucional no Brasil
Participe do Fórum Desafio no Ambiente Virtual e compartilhe suas considerações 
com os colegas!
A avaliação institucional das escolas deve ser entendida como um instrumento de modificação da realidade 
escolar, no contexto de ações que visem à melhoria do processo de aprendizagem. 
Nesse sentido, a avaliação institucional não é um fim em si mesma, mas um possível caminho para a implemen-
tação de ações inovador.
Garantir a legitimidade desse processo é, portanto, fundamental para o seu próprio sucesso. É preciso sensibi-
lizar a comunidade escolar para a sua importância e motivar para que todos, efetivamente, tenham voz e sejam 
partícipes desse processo.
Esses aspectos nortearão, daqui para frente, nossa discussão nas Próximas Unidades da disciplina. 
18
Considerações finais
Os principais temas abordados na Unidade fizeram referência ao con-
texto educacional brasileiro que tem demonstrado graves problemas no 
tocante aos resultados obtidos pelos alunos. Esse quadro é ainda mais 
grave no ensino médio.
Vimos que a educação, no contexto de grandes transformações atuais, é 
entendida na perspectiva de promoção da equidade e redução das desi-
gualdades sociais. Para tanto é preciso avaliar os alunos, as escolas, os sis-
temas educacionais e a comunidade escolar.
Verificamos que a relação entre a avaliação interna, realizada no âmbito 
da sala de aula, e a avaliação externa, dos sistemas educacionais, soma-
dos à percepção da comunidade escolar sobre a estrutura e os processos 
da escola, compõe os aspectos centrais da avaliação institucional. E que 
as dimensões institucionais da estrutura, processos e pessoas indicam os 
aspectos de desdobramento das avaliações institucionais.
Referências bibliográficas
19
LIBÂNEO, José. A Prática Pedagógica de Professores da Escola Pública. 
São Paulo, 1991.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelabo-
rando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação 
e Eventos, 2003. 
PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. São Paulo: Editora Ática, 1986.
SANTOS GUERRA, Miguel Ángel. Uma seta no alvo: a avaliação como 
aprendizagem. Porto: Edições ASA, 2003.
2
1
Unidade 2
Concepções de avaliação 
institucional e bases legais
Para iniciar seus estudos
Olá! Seja bem-vindo à segunda unidade da disciplina de Avaliação Insti-
tucional. Nesta unidade vamos aprofundar os seus conhecimentos acerca 
das bases legais e das concepções de avaliação institucional da educa-
ção brasileira. Nos tópicos seguintes você conseguirá acompanhar que 
a legislação vigente consolidou avaliação como um dos principais ins-
trumentos para a manutenção da qualidade das instituições escolares. 
Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
Apresentar as bases legais da avaliação institucional na educação brasi-
leira, com enfoque principal na Educação Básica, alvo dos cursos de licen-
ciatura plena. 
2
Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
2.1 Avaliação institucional
Existem diversos autores que abordam a teoria “avaliação institucional”, tais como José Dias Sobrinho, Newton 
Cesar Balzan e Isaura Belloni, dada a sua relevância para a prática educativa. É amplamente reconhecido que o 
tema tem suscitado inúmeras mudanças na sociedade e que, consequentemente, surgem novas exigências para 
a Educação e que requerem novas competências às instituições de ensino.
Nesse contexto, identifica-se a necessidade de um processo de ensino-aprendizagem pautado na construção 
do conhecimento, no qual seja possível formar alunos atuantes na sociedade. Isto pressupõe que a avaliação é 
um mecanismo que pode aferir o desempenho e a qualidade do trabalho educativo aplicado e desenvolvido pela 
escola.
A avaliação deve ser concebida como um importante patrimônio das organizações escolares, pois consiste na 
compreensão global da instituição e na integração das suas variadas dimensões.
Figura 2.1 - Avaliação institucional.
Legenda: Avaliação Institucional.
Fonte: 123RF.
Nesse sentido, é essencial entendermos que a avaliação institucional está inserida no contexto educacional, 
assim, deve ser diferenciada da avaliação de aprendizagem dos discentes, haja vista que este tipo de avaliação 
serve para mediar a aprendizagem do aluno e a qualidade do trabalho do docente. A avaliação educacional está 
ligada à avaliação da aprendizagem ou desempenho escolar e à avaliação de currículos. Deste modo, a avaliação 
institucional está destinada avaliar as políticas e projetos definidos pela instituição de ensino.
Entende-se que a avaliação deve conceber a análise de uma forma global, considerando os fatores internos e 
externos, a missão e visão da instituição, contexto social e cultural a qual está inserida. De acordo com Dias Sobri-
nho (1995, p. 33), a escola precisa saber, de maneira permanente, quais são os seus valores dominantes nas suas 
atividades, prática pedagógica e nas questões administrativas.
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
A avaliação institucional é uma construção coletiva de questionamentos, é uma resposta 
ao desejo de rupturas das inércias, é um pôr em movimento um conjunto articulado de 
estudos, análises, reflexões e juízos de valor que tenham alguma força de transformação 
qualitativa da instituição e de seu contexto, através da melhoria dos seus processos e das 
relações psicossociais (VIRGÍNIO SÁ, 2009, p. 89 apud DIAS SOBRINHO, 2000)
2.2 Avaliação institucional: concepçõesApesar da avaliação ser usada há bastante tempo, principalmente como um recurso de controle e gestão das 
instituições, é recente a sua discussão por estudiosos e dirigentes.
Atualmente, o emprego da avaliação está atrelado à visão holística, superando desta forma, a visão mecanicista 
dos processos. Portanto, o enfoque holístico assume a escola na sua totalidade, ou seja, é mais ampla que a soma 
das partes. Nessa perspectiva, Jacobsen (1996, p. 15), complementa:
(...) o avaliador transita entre estratégias que contemplam métodos gerais e perguntas específicas 
de avaliação, com a finalidade de estabelecer a relevância e significado dos procedimentos opera-
cionais que permitem captar dimensões distintas sobre o processo de avaliação.
Na concepção de Dias Sobrinho (1995, p. 34):
A avaliação institucional reafirma os valores dominantes da instituição: valores fundamental-
mente de caráter científico e pedagógico. Como produção social, autônoma e pública, esse pro-
cesso não pode ser senão democrático. Não se trata, como na “qualidade total” das empresas, de 
medir (aí é mais mensuração que avaliação) os níveis de satisfação do consumidor ou indicadores 
de eficiência e eficácia dos processos e indivíduos em função dos lucros. (...) A qualidade educa-
cional ultrapassa as camadas técnicas e científicas atingindo os mais profundos e diferenciados 
sentidos filosóficos, sociais e políticos.
Portanto, é primordial enfatizar que o caráter público e social de qualquer escola, justifica a necessidade da ava-
liação institucional, haja vista que seus processos são de propriedade pública, havendo assim a necessidade da 
prestação de contas, acerca dos resultados.
Nesse sentido, Dias Sobrinho (1995, p. 55), reforça que as instituições de ensino não produzem produtos prontos 
e acabados para o consumo, como faz a indústria. A organização escolar, por sua atribuição formal e conferida 
pela sociedade, é responsável pela construção de conhecimento, visando a formação de cidadãos.
O ato de avaliar deve ultrapassar a concepção de fábrica de produtos quantificados, logo, é preciso compreen-
der a avaliação na lógica acadêmica e pedagógica, num sentido dinâmico e processual.
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
Em outras palavras, por intermédio de formas diferenciadas, fazendo coisas diversas, constituindo 
grupos divergentes ideologicamente, com valores e projetos sociais distintos, trabalhando nas 
mais variadas disciplinas, a comunidade acadêmica se instaura como uma comunidade precisa-
mente porque todos se dedicam a uma tarefa essencialmente educativa. Nessa pluralidade de 
relações que se estabelecem no esforço de construção do conhecimento, vigora o pedagógico. 
Construir o conhecimento é ao mesmo tempo construir as sociedades e as condições de vida 
futura da humanidade (DIAS SOBRINHO, 1995, p. 56).
Nesta perspectiva, a avaliação possibilita articular a instituição do ensino com situações e problemas da socie-
dade, podendo se tornar um instrumento de mudança, tanto para educação quanto demais aspectos da socie-
dade.
Educação é um serviço ou bem público não só por ter patrocínio do Estado, mas principal-
mente porque seus benefícios (profissionais qualificados, cidadãos conscientes, conheci-
mento produzido e disseminado) atingem toda a sociedade. Portanto, a educação deve 
ser avaliada em termos de eficácia social de suas atividades, assim como em termos de 
eficiência de seu funcionamento (BELLONI, 1996, p. 718). 
 A avaliação institucional é concebida como uma das grandes geradoras de transformações e mudanças no pro-
cesso de ensino e aprendizagem, e na construção de saberes e conhecimentos. Diante deste cenário, possibilita 
a efetivação de uma sociedade mais justa, democrática, participativa e menos excludente.
Compreendemos, assim, que a avaliação institucional deve incentivar a construção de uma proposta pedagógica 
assentada nos princípios da autonomia e gestão democrática, com o intuito de consagrar a responsabilidade da 
instituição de ensino com o compromisso social.
Dessa maneira, a avaliação institucional pode ser compreendida como competência de todos aqueles que estão 
comprometidos com a construção democrática de uma instituição com maior nível de qualidade. Tal concepção 
faz referência à participação da comunidade escolar, para obter os resultados almejados.
A avaliação institucional é um processo contínuo e global, compreendida como um processo reflexivo da prá-
tica educativa. Dias Sobrinho (2000, p. 106), complementa que “os juízos de valor da comunidade externa são 
apresentados à instituição e, então, inicia-se o momento que podemos chamar de reavaliação”. Nesse sentido, é 
também concebida como uma meta-avaliação, enquanto objeto de análise e discussão do processo.
A reavaliação possibilita que as avaliações executadas internamente e as avaliações oriundas por membros exter-
nos, sejam comparadas e confrontadas, desta forma, garantir um processo de melhoria contínua e de aperfei-
çoamento. Assim, a avaliação institucional deve ser percebida como um elemento estratégico e essencial 
para as instituições de ensino, haja vista que, depois de finalizada, a obtenção de informações e atribuição de 
valor, aliada às partes e ao todo, reafirma o seu aspecto eficaz de transformações e melhoria da instituição edu-
cativa.
5
Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
2.2.1 Enfoques e perspectivas da avaliação
A avaliação institucional e a avaliação educacional fazem parte da organização da escola. Sendo a avaliação insti-
tucional relacionada ao sistema e a organização escolar, enquanto a avaliação educacional está direcionada para 
a melhoria do desempenho e qualidade do ensino.
Desde o século XX, a literatura acerca da avaliação demonstra os seus aspectos de mensuração, consistindo 
em apresentar uma conotação assentada no princípio da racionalidade científica, caracterizada por objetivos 
e normas.
Segundo, Dias Sobrinho (2003, p. 20), nesta perspectiva a avaliação pode ser compreendida, então, como “um 
instrumento para diagnosticar quantitativamente a eficiência da escola, dos processos pedagógicos e 
administrativos”.
Portanto, a avaliação das instituições educacionais estava voltada para os princípios utilitaristas tão peculiares 
à indústria, com enfoques na eficiência e na racionalidade instrumental. Por exercer aspectos assentados na 
regulação e classificação, é atualmente utilizada pelos governos e as agências avaliadoras contratadas por eles.
Conforme a avaliação se torna um processo mais complexo e é inserida num âmbito político e econômico, 
incorpora novos conceitos e formas de conceber as concepções educacionais. A nova perspectiva pressupõe 
mudança na compreensão da aprendizagem, ou seja, faz-se necessário a construção de significados. O 
currículo passa a ser caracterizado como um elemento essencial no projeto pedagógico da escola. Para Dias 
Sobrinho (2003, p. 28), “a avaliação, por sua vez, busca dar conta da multiplicidade das significações, para isso 
tendo que utilizar também uma pluralidade de metodologias”.
Diante deste contexto, Dias Sobrinho (2003, p.27), cita que este tipo de avaliação passa a incorporar:
(...) a negociação como um de seus valores e procedimentos centrais. Ela requer uma nova pos-
tura, mais democrática, e novos instrumentos e metodologias adaptados de disciplinas da área 
de humanas e sociais. Todos os passos da avaliação devem ser discutidos pelos interessados. Há, 
assim, o reconhecimento de que a avaliação tem interesse público, e não meramente privado. 
Além de questões técnicas, há também as éticas e políticas.
Ao compreender melhor os conceitos citados, vamos ampliar nossos conhecimentos acerca dos diversos enfo-
ques e perspectivas da avaliação.
6
Avaliação Institucional | Unidade2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
Figura 2.2 - Enfoques da avaliação institucional.
Legenda: Avaliação Institucional.
Fonte: 123RF.
A avaliação institucional é um instrumento estratégico para averiguação qualitativa e quantitativa da organiza-
ção e desempenho escolar. Nesse sentido, é um processo contínuo e global, compreendida como um processo 
reflexivo da prática educativa.
Para Ardoino (1993), “a avaliação propriamente dita relava do complexo, que é a problemática das ciências sociais. 
Mas a questão não é meramente epistemológica. Não se trata de optar por uma corrente da ciência, tampouco 
apenas escolher os procedimentos metodológicos. Isso revela as concepções de mundo”.
Dias Sobrinho (2003, p. 14), complementa que “a avaliação que hoje nos afeta se relaciona com as possibilidades 
e as necessidades de escolha que o mundo moderno engrenou. Portanto, avaliar é um ato estreitamente ligado 
a escolher e optar”.
Ao conceber a avaliação institucional numa perspectiva de totalidade e conceber o seu aspecto de estruturação 
sistemática, propicia-se a tomada de decisão coletiva e consciente para a melhoria da instituição. 
A tomada de autoconsciência, nesta conceituação, está assentada na possibilidade da participação dos mem-
bros da comunidade escolar no aprimoramento e aperfeiçoamento de desempenho e ações de melhorias nos 
resultados obtidos por meio da avaliação.
A avaliação institucional deve ser realizada de forma articulada, não deve se tratar isolada. Isto pressupõe que a 
avaliação da instituição seja como um todo, movida pelos princípios da democracia e da participação dos agen-
tes da comunidade. A avaliação deve procurar contribuir para eliminar falsas dicotomias e enfrentar as comple-
xidades, para a construção de novos saberes.
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
Portanto, podemos situar a avaliação institucional em duas perspectivas, a primeira com enfoque nas relações 
de mercado, baseada em políticas neoliberais oriundas dos órgãos internacionais, tais como, Banco Mundial, 
Fundo Monetário Internacional, e outros. A segunda perspectiva, assentada num princípio que visa à função 
social da avaliação, centrada no processo acadêmico e pedagógico, propondo assim, intensificar as ações de 
melhorias no desempenho e aperfeiçoamento da instituição.
Tais concepções transmitem panoramas opostos, haja vista que de um lado o poder é oriundo do Estado; e no 
outro enfoque está baseado na comunidade escolar, numa perspectiva democrático-participativa. Vale ressaltar 
que as duas concepções são distintas em relação ao objetivo do processo de ensino-aprendizagem.
A primeira concepção compreende a avaliação institucional na ótica de mercado, objetivando eficiência e pro-
dutividade. Logo, valoriza a racionalidade mercadológica e reguladora, ao invés dos aspectos acadêmicos e 
pedagógicos.
A segunda concepção propõe a avaliação institucional assentada nos aspectos sociais, acadêmicos e peda-
gógicos, tendo como base a seguinte premissa: elaborar estratégias para identificar os pontos fortes e fracos da 
escola, com objetivo de “aperfeiçoar o funcionamento e alcançar melhores resultados em sua missão institucio-
nal” (Belloni,1998).
No que tange à avaliação institucional, com o aumento da participação da comunidade acadêmica na gestão 
da escola, novas possibilidades são vislumbradas, dando uma dinâmica ao processo de avaliação que contemple 
uma perspectiva de totalidade.
Em suma, a avaliação é primordial, objetivando ser multiforme, integrada com um conjunto de ações na busca 
dos princípios da qualidade e deve ser um “processo formativo”, como afirma Dias Sobrinho (1995) e, desta 
maneira, não pode ser limitada “a procedimentos de testagem do rendimento dos alunos” (SOUSA, 1995).
Um modelo comunicativo da escola a ser construído como escopo da avaliação institucional 
emancipatória, deve facilitar a função social da escola como “serviço público” e como forma-
dora do cidadão e da cidadã. A busca do entendimento pelo diálogo, como forma de se chegar 
à verdade, coletivamente, não elimina a conflitorialidade. A busca de consensos não elimina o 
dissenso. A finalidade do diálogo e da integração social não é se chegar a uma estabilidade sem 
vida. A instabilidade também faz parte da ação comunicativa e pedagógica. A escola é um sis-
tema, mas é também um mundo vivido. Ela pode ser instrumental, sistêmica, colonizando esse 
rico vivido – como no paradigma burocrático, necessariamente patológico – ou pode descolo-
nizar esse vivido e viver plenamente a conflitorialidade, compondo uma harmoniosa sinfonia de 
vozes, sons, gestos, palavras, ações... Enfim, ela pode e deve definir seus rumos, ser autônoma, 
cidadã. Não é outro o escopo de uma avaliação institucional do sistema educativo. Só assim ela 
será realmente necessária (GADOTTI,1999, p. 13).
Portanto, a avaliação institucional deve possibilitar a articulação de saberes e a compreensão da instituição na 
sua globalidade, sendo essencial superar a racionalidade e a lógica da indústria, objetivando assim refletir acerca 
da sua realidade, por meio de sua ação avaliativa interna e externa, articulando as dimensões pedagógicas e aca-
dêmicas, visando gerar resultados e ações de desenvolvimento acerca do processo, por meio de uma construção 
coletiva. 
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
Com advento no governo Lula, foi implantado o Sistema Nacional de Avaliação da Educação 
Superior (SINAES), o qual busca assegurar a integração das dimensões internas e externas e 
os diversos objetivos da avaliação. Para constituir o referido sistema de avaliação, foi criada 
a Comissão Especial de Avaliação da Educação Superior (CEA). Tal comissão foi composta 
por membros da SESU, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e 
de 11 especialistas vinculados às universidades públicas e privadas.
De acordo com o Ministério da Educação (2003, p. 62), esse “sistema deve articular duas 
dimensões importantes: avaliação educativa e regulação”. A avaliação educativa voltada 
à atribuição de valor e aumentar a qualidade da emancipação. A regulação em suas fun-
ções de supervisão e fiscalização do estado.
Os princípios e critérios preconizados pelo SINAES são: Educação é um direito social e dever 
do Estado; Valores sociais historicamente determinados; Regulação e controle; Prática 
social com objetivos educativos; Respeito à identidade e às diversidades institucionais em 
um sistema diversificado; Globalidade; Legitimidade e continuidade. 
2.3 Avaliação institucional e as bases legais na educação 
básica
Iniciemos este tópico com a seguinte reflexão: Como a Avaliação Institucional tem sido 
vista pela comunidade escolar e até que ponto é capaz de promover impactos e mudanças 
na qualidade da educação básica? 
A avaliação vem ocupando um lugar de destaque nas políticas educacionais, principalmente a partir do ano de 
1990, por meio de legislações do governo, objetivando ser um instrumento para promover a qualidade da edu-
cação.
No marco legal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9.394 (BRASIL, 1996) estabeleceu que 
a União é responsável pela avaliação da Educação no conjunto da Federação. Entre as prerrogativas da União, tal 
legislação preconiza, no art. 9º, que seja garantido “processo nacional de avaliação do rendimento escolar no 
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
ensino fundamental, médio e superior, em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de 
prioridades e a melhoria da qualidade do ensino”.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (2004), no art. 3º, o ensino será ministrado com base nos 
seguintes princípios, no inciso IX: garantiade padrão de qualidade. Em consonância com a referida legislação, 
no seu art. 22, a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum 
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e estudos posterio-
res.
A partir da última década do século XX, passou ser frequente a discussão acerca da aferição da qualidade da edu-
cação. Tais avaliações propiciam informações referentes à instituição, as quais auxiliam aos gestores escolares, 
numa prática mais assertiva e com melhores resultados.
Na Educação Básica, a avaliação institucional tem sido ainda uma perspectiva tímida, porém, é um mecanismo 
de suma importância, em decorrência do conhecimento da realidade educacional das instituições de ensino.
Sendo assim, as propostas acerca da avaliação institucional tiveram a sua origem na Educação Superior, a partir 
do momento que se iniciou a avaliação dentro das Universidades. Em virtude da importância desta temática para 
a educação, a avaliação institucional ganhou visibilidade e chegou até a Educação Básica, por meio de diversas 
etapas, tais como: avaliação externa, dados estatísticos (indicadores), avaliações internas (autoavaliação) e infor-
mações do contexto que a escola está inserida.
É na perspectiva da modalidade “autoavaliação” que se inserem as contribuições dos indicadores e critérios 
da Educação Básica. Isto ocorre em consequência da coleta de dados, que são transformados em informações 
estratégicas. Sobre a eficácia do processo da avaliação, dia Thurler (1998, p. 176):
Resulta de um processo de construção, pelos atores envolvidos, de uma representação dos obje-
tivos e dos efeitos de sua ação comum. Assim, a eficácia não é mais definida de fora para den-
tro: são os membros da escola que, em etapas sucessivas, definem e ajustam seu contrato, suas 
finalidades, suas exigências, seus critérios de eficácia e, enfim, organizam seu próprio controle 
contínuo dos progressos feitos, negociam e realizam os ajustes necessários.
Nesse contexto, passou-se a utilizar de indicadores, para identificar tendências, para subsidiar o aprimoramento 
das políticas de avaliação da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. E, também, consiste a proposta de 
avaliação interna (autoavaliação) das instituições de ensino, assentada por indicadores de qualidade, referen-
ciando desta forma a avaliação institucional.
Avaliação institucional abrange a análise da escola como um todo, nas dimensões política, peda-
gógica e administrativa, tem como marco o projeto pedagógico e visa subsidiar seu contínuo apri-
moramento, por meio do julgamento das decisões tomadas pelo coletivo da escola, das propostas 
delineadas e das ações que foram conduzidas, suas condições de realização e dos resultados que 
vêm sendo obtidos (BRASIL, 2004).
Portanto, a avaliação institucional na Educação Básica contempla uma série de indicadores e procedimentos, 
que vão desde a organização, infraestrutura, condições do trabalho pedagógico e percepções dos membros da 
comunidade escolar.
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
2.3.1 Indicadores de qualidade na Educação Infantil
Na Educação Básica, percebem-se iniciativas do Governo Federal com ações voltadas para o Ensino Fundamental 
e Médio, não contemplando a Educação Infantil. Todavia, o Ministério da Educação buscou pautar uma noção de 
qualidade nesta modalidade de ensino, considerando aspectos pedagógicos e de gestão, por meio de indicado-
res de qualidade, apontando para uma perspectiva de avaliação institucional.
Os indicadores da qualidade na Educação Infantil utilizados no Programa Nacional, são subdivididos em sete 
dimensões:
Figura 2.3 -Indicadores de Qualidade da Educação Básica.
Legenda: Sete dimensões que indicam a qualidade da Educação Básica.
Fonte: 123RF.
Ao corroborar com o fluxo da figura anterior, é importante destacar que a avaliação não deve se restringir exclusi-
vamente ao desempenho do discente. É importante avaliar a escola como um na sua totalidade, objetivando que 
avaliação institucional seja uma estratégia que possibilite a participação da comunidade escolar, com o intuito 
de melhoria da qualidade da escola.Por meio de indicadores a escola pode ter um panorama, no qual é possível 
identificar os pontos positivos e aqueles que precisam ser melhorados. Dessa maneira, é possível listar as priori-
dades e mobilizar a comunidade escolar nas ações de melhoria de qualidade.
A avaliação institucional abrange a análise da escola como um todo, nas dimensões política, 
pedagógica e administrativa, tem como marco o projeto pedagógico e visa subsidiar seu con-
tínuo aprimoramento, por meio do julgamento das decisões tomadas pelo coletivo da escola, 
das propostas delineadas e das ações que foram conduzidas, suas condições de realização e dos 
resultados que vêm sendo obtidos (BRASIL, 2004).
Dessa maneira, percebe-se a importância da qualidade na avaliação institucional, não só para o diagnóstico, mas 
também para o processo de melhoria contínua, possibilitando assim uma relação dialética e possibilidades de 
11
Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
intervenção pedagógica e formativa.Na perspectiva do Ministério da Educação (2006, p. 21), “a avaliação insti-
tucional também carrega a perspectiva formativa, pois possibilita a valorização dos contextos em que os resul-
tados foram produzidos, os processos, os programas, o conjunto das ações, o Projeto Pedagógico, comparando 
o que foi executado com o que estava previsto, identificando os resultados não previstos, os fatores que facili-
tam ou são obstáculos à qualidade do ensino; possibilita a reflexão fundamentada em dados, visando desen-
cadear mudanças; põe em diálogo informações de fontes variadas (dos alunos, dos docentes, das famílias, das 
condições objetivas de trabalho, das avaliações externas). Assim, a avaliação institucional pode ser instrumento 
potente para reconstrução das práticas, resultantes do confronto e da negociação de posições, de interesses, 
de perspectivas; e, ainda, para o fortalecimento das relações internas e das relações com as demais instâncias 
decisórias da rede de ensino.”
Glossário
Indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qua-
lificar algo. Os indicadores apresentam a qualidade da instituição em relação a importantes 
elementos de sua realidade: as dimensões.
Atualmente, existem versões de indicadores do Ensino Fundamental e Educação Infantil. A partir do ano de 2013, 
ocorreu um processo de estímulo à utilização de indicadores referente à qualidade da educação, para elaboração 
de forma participativa dos planos estaduais e municipais.
Vale ressaltar, que tais indicadores passam a ter significado e aplicabilidade para a instituição de ensino, a partir 
do momento que compreende a realidade escolar e contribui para elaboração e efetivação das propostas peda-
gógicas. Nesse cenário, a avaliação deve contribuir para o processo de tomada de decisão e direcionar as ações 
de melhorias da escola.
Na Educação Básica, a autoavaliação tem um papel essencial, na busca do aperfeiçoamento educacional. A ava-
liação externa ocorre por meio da percepção dos membros da comunidade escolar. Tais informações devem ser-
vir de embasamento para análise e crítica da organização e gestão da escola.
Em 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), foi instituído para monitorar o desempenho 
das escolas, por meio da proficiência dos alunos na Prova Brasil e taxas de aprovação e reprovação de cada insti-
tuição de ensino.
Em síntese, a avaliação está presente em todas as atividades humana, ou seja, o “avaliar” é integrante do nosso 
dia a dia, seja por meio de reflexões informais ou de maneira sistematizada e organizada.Na prática formal e sistematizada, a avaliação do contexto da instituição escolar ocorre em conformidade aos 
objetivos e perspectivas implícitas e explícitas, com o intuito de refletir os valores e normativas políticas e sociais:
(1) Uma avaliação institucional deve questionar todas as dimensões institucionais e contar com 
ampla participação; (2) Os sistemas devem promover uma efetiva interação entre a autorregula-
ção e a regulação, entre a avaliação interna e avaliação externa; (3) Uma concepção global deve 
fomentar e conferir coesão aos distintos instrumentos e processos, proporcionando uma articu-
lação e uma ampliação de âmbitos, objetos, procedimentos, instrumentos e atores; (4) Devem ser 
valorizados os processos formativos e os enfoques qualitativos, a compreensão das causalidades, 
das condições de produção e dos contextos, os impactos e efeitos econômicos, sociais, culturais, 
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
políticos e não somente os produtos e resultados quantitativos: (5) A avaliação deve ser perma-
nentemente avaliada; (6) Os ministérios e organismos centrais de avaliação e acreditação devem 
promover a formação de avaliadores para que as práticas de avaliação externa sejam éticas e tec-
nicamente adequadas e coerentes com os projetos, missões e objetivos das instituições avaliadas; 
(7) Os processos de avaliação devem oferecer informações suficientes completas e acessíveis à 
sociedade; (8) Valorizar a solidariedade e a cooperação intra e interinstitucional mais que a com-
petitividade; (9) Questionar a responsabilidade social e os compromissos públicos das instituições 
educativas; (10) A acreditação não pode desprezar a autonomia das universidades em prol dos 
organismos acreditadores (DIAS SOBRINHO, 2006, p. 18).
Para você aprofundar os seus conhecimentos sobre avaliação institucional, leia o livro 
abaixo:
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
2.4 Autoavaliação da Escola e avaliação institucional
Neste tópico, vamos conhecer a importância da autoavaliação para a instituição de ensino, na busca estratégica 
pela qualidade dos seus processos e nos seus resultados finais. Vamos lá!
É importante refletir acerca da importância da autoavaliação institucional para as escolas de educação básica, 
haja vista ser uma importante ferramenta estratégica para a tomada de decisão.
Figura 2.4 -Autoavaliação.
Legenda: Autoavaliação.
Fonte: 123RF.
Nesse contexto, faz-se necessário analisar as concepções preconizadas na proposta pedagógica e nos programas 
de avaliação institucional, objetivando a busca pela melhoria contínua do processo ensino e aprendizagem.
Dias Sobrinho (2003, p. 181), salienta que “a avaliação deve sem dúvida produzir conhecimentos objetivos e 
constatações acerca de uma realidade”, portanto, a avaliação institucional é uma importante ferramenta para a 
melhoria do processo educacional, possibilitando um diagnóstico acerca da escola.
Como visto anteriormente, a avaliação institucional tem por objetivo a melhoria da qualidade do ensino ofere-
cido pela instituição escolar. Vale ressaltar, que todos os dados e informações obtidos servirão para nortear as 
ações e decisões futuras da escola, baseados na autoavaliação e avaliação externa.
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Avaliação Institucional | Unidade 2 - Concepções de avaliação institucional e bases legais
Glossário
Nesta perspectiva, Silva (2001, p. 56) complementa que “a autoavaliação é realizada por 
pessoas envolvidas diretamente na execução do programa”, e passa a ser uma ferramenta 
que possibilita o conhecimento da instituição na sua totalidade, haja vista que contará com 
participantes que atuam no cotidiano do ambiente escolar, propiciando assim melhorias 
da instituição por meio do projeto político-pedagógico.
O Sistema Nacional da Avaliação da Educação Superior, Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004, serve de apoio para 
fundamentar a implementação desta temática dentro das instituições de ensino. A Lei propõe que a avaliação 
interna, deverá ser coordenada por uma Comissão Própria de Avaliação denominada (CPA), composta e orga-
nizada pelos próprios participantes da instituição de ensino. A autoavaliação deverá envolver instituição na sua 
globalidade, para que se possa avaliar e diagnosticar todas as áreas e setores envolvidos, que servirão de orienta-
ção para o processo de tomada de decisão, reforçando assim a identidade institucional.
Sendo assim, a avaliação institucional interna ou autoavaliação pode ser concebida como um processo de busca 
da realidade escolar, seus saberes, seus conflitos e seus pontos a serem corrigidos e aprimorados. Deve servir de 
apoio no processo de decisões e mudanças na prática pedagógica. A sua execução deve ser dinâmica e sempre 
atualizada, por isso tem que fazer parte da rotina da escola e da sua relação com a sociedade na qual está inserida.
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Considerações finais
Os principais temas abordados nesta unidade fizeram referência às bases 
legais da avaliação institucional da educação brasileira, objetivando ser 
instrumento estratégico para averiguação qualitativa e quantitativa da 
organização e desempenho escolar. Nesse sentido, é um processo contí-
nuo e global, compreendida como um processo reflexivo da prática edu-
cativa.
Verificamos as principais concepções da avaliação institucional, sendo 
uma com enfoque nas relações de mercado, baseada em políticas neo-
liberais oriundas de premissas e princípios neoliberais. A segunda tem um 
enfoque assentado num princípio que visa a função social da avalia-
ção, centrada no processo acadêmico e pedagógico, propondo assim, 
intensificar as ações de melhorias no desempenho e aperfeiçoamento da 
instituição.
Abordamos também, a questão das bases legais, na qual a Lei de Diretri-
zes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9.394 (BRASIL, 1996) estabe-
leceu um processo nacional de avaliação na educação básica e superior, 
em colaboração com os sistemas de ensino, objetivando a definição de 
prioridades e a melhoria da qualidade do ensino.
Esperamos que todo o conteúdo trabalhado nesta unidade possa auxiliar 
você no desenvolvimento de novas pesquisas voltadas para o desenvolvi-
mento da avaliação institucional.
Referências bibliográficas
16
AMORIM, A. Avaliação institucional da universidade. São Paulo: Cortez, 
1991.
BELLONI, I. Avaliação da Universidade: por uma proposta de avaliação 
consequente e compromissada política e cientificamente. IV CONFERÊN-
CIA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO. Anais, 1986.
BRASIL. MEC/INEP. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui O Sis-
tema Nacional De Avaliação Da Educação Superior (SINAES). Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/
l10.861.htm>. Acesso em: 28 jan. 2017.
DIAS SOBRINHO, J. Avaliação: políticas e reformas da Educação Superior. 
São Paulo: Cortez, 2003.
DIAS SOBRINHO, J.; BALZAN, N. C. (Org.). Avaliação institucional: teoria e 
experiências. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2011.180 p.
DIAS SOBRINHO, J. Acreditación de la educación superior em América 
Latina y el Caribe. In: La Educación Superior em América Latina e el 
Mundo – La financiación de las universidades. Madri: Ed. Mundi Prensa 
Libros S. A., 2006.
DIAS SOBRINHO, J.; RISTOFF, D. (Org.). Universidade Desconstruída: Ava-
liação Institucional e Resistência. Florianópolis: Insular, 2000. 
JACOBSEN, A. L. Avaliação institucional em Universidades: desafios e 
perspectivas. Florianópolis: Papa Livros, 1996.
MEYER, V. A busca da qualidade nas instituições universitárias. Enfo-
que, ano IV, n. 10, setembro de 1993.
Referências bibliográficas
17
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liação Institucional da Educação Superior (RAIES). Campinas, SP, n. 2, 
jun. 2003, p. 19-30.SILVA, M. O. (Org.). Avaliação de políticas e programas sociais: teoria e 
prática. São Paulo: Veras, 2001.
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3Unidade 3
Modelos de Avaliação 
Institucional
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade será possível aprofundar os seus conhecimentos acerca 
dos modelos reguladores e normativos com a expectativa de superar a 
fragmentação das instituições de ensino, assim, pressupõe uma avaliação 
ampla e global. Vamos lá?
Objetivos de Aprendizagem
Apresentar os modelos de avaliação institucional existentes ancorando as 
discussões em estudos científicos, materiais didáticos, bem como a ideo-
logia presente em cada um deles.
Nos tópicos abaixo você vai conhecer os modelos de Avaliação Institucio-
nal existentes, visando uma educação de qualidade e fundamentada na 
transformação social dos alunos.
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Avaliação Institucional | Unidade 3 - Modelos de Avaliação Institucional
3.1 Avaliação Institucional
Para que possamos aprofundar os conhecimentos acerca dos modelos e estratégias utilizados pelas institui-
ções de ensino para implantar a avaliação institucional, é importante que você saiba diferenciar os conceitos de 
avaliar e medir.
Figura 3.1 – Avaliação institucional
Fonte: 41200092 (123RF)
Glossário
A palavra avaliar vem do latim a + valere, a qual significa atribuir valor, preço, reconhecer a 
grandeza e fazer a consideração sobre algo. Nesse sentido, avaliar pode ser caracterizado 
como algo que atribuímos um juízo de valor referente a um processo de aferição de resul-
tado e qualidade. Enquanto, a palavra medir vem do latim metire significa estimar, deter-
minar extensão e/ou grandezas. 
Para Dias Sobrinho (2000), “avaliar não se trata de medir aspectos fragmentados, mas de avaliar articuladamente 
as diversas dimensões da Instituição”. A avaliação deve ser estruturada em conformidade com as diretrizes e 
princípios da intuição de ensino e concebida na sua globalidade, para que possa alcançar os objetivos almejados, 
ou seja, a qualidade no ensino.
Ristoff (2004), complementa o conceito da avaliação institucional:
Avaliar é um processo contínuo de aperfeiçoamento acadêmico; uma ferramenta para o plane-
jamento da gestão universitária; um processo sistemático de prestação de contas à sociedade; 
um processo de atribuição de valor a partir de parâmetros derivados dos objetivos; um processo 
criativo de autocrítica” (...) “Como estes dados serão selecionados, organizados, articulados, des-
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Avaliação Institucional | Unidade 3 - Modelos de Avaliação Institucional
critos, analisados, interpretados e valorados é essencialmente a tarefa dos avaliadores e, por isso 
mesmo, é preciso que tenhamos a certeza de que eles não sejam obra de ficção (RISTOFF, 2003, 
p. 27-29).
Portanto, ainda que a avaliação necessite da mediação, o seu sentido é muito mais amplo, haja vista não ser um 
processo linear e parcial, devendo ser compreendida como algo contínuo de aperfeiçoamento educacional, uma 
importante ferramenta de gestão e, principalmente uma sistematização de prestação de contas à sociedade.
Avaliação consiste em um processo bastante complexo, formal e intencional, que demanda crité-
rios, campos, normas e referências bastante claras, que orientarão a produção de juízos de valor. 
Estes devem ter função instrumental de orientar as tomadas de decisão para a transformação da 
realidade avaliada (DIAS SOBRINHO, 1997, p. 81).
Na avaliação institucional temos a avaliação externa e a avaliação interna (autoavaliação) da escola.
Glossário
A avaliação externa é executada por comissões técnicas designadas pelo governo. 
Enquanto, a avaliação interna é coordenada e conduzida pela própria instituição de 
Tais avaliações permitem acompanhar e estimular a melhoria do desempenho acadêmico e dos resultados das 
ações educativas e pedagógicas da escola.
Ressaltamos que para que a avaliação institucional seja efetiva, é essencial que ocorra de forma contínua e aberta 
a todos envolvidos no processo educacional, ou seja, todos os setores da escola, pedagógicos e administrativos, 
devem refletir acerca da sua prática, objetivado melhorar os resultados da escola na globalidade.
Como desenvolver avaliação institucional na instituição de ensino?
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Avaliação Institucional | Unidade 3 - Modelos de Avaliação Institucional
3.2 Avaliação institucional: concretização das ações 
educativas
É amplamente reconhecido que o ponto inicial para se discutir a avaliação institucional adotada por uma institui-
ção de ensino é a resposta das seguintes questões:
• Qual é a missão e visão da escola?
• Quais os princípios e diretrizes previstos para organização escolar?
• Qual o seu projeto educacional?
• Quais são os resultados esperados tanto nos aspectos administrativos quanto pedagógicos?
Ao responder as questões citadas acima, a avaliação institucional passa a ser uma ferramenta para uma gestão 
mais assertiva e efetiva dentro das escolas. Veja, a seguir, uma tabela na qual é possível verificar como a referida 
avaliação pode auxiliar na concretização das propostas pedagógicas:
Tabela 3.1: Avaliação institucional: concretização das intenções pedagógicas
Princípios Objetivos Finalidades
O processo de avaliação institucio-
nal deve contar com os seguintes 
princípios:
• Adesão voluntária
• Globalidade
• Respeito à identidade 
cultural
• Comparabilidade
• Não punição ou premiação
• Legitimidade
• Continuidade
A avaliação institucional na escola 
tem por objetivo:
• Aperfeiçoar o projeto 
político-pedagógico;
• Estimular a participação 
de todos os membros da 
comunidade escolar;
• Agir corretiva e 
preventivamente nos 
pontos fracos.
Melhoria na qualidade do 
desempenho escolar, tanto nos 
aspectos administrativos (gestão 
escolar) e pedagógicos (ensino-
aprendizagem).
Fonte: elaborada pela autora
Segundo Souza (1995, p. 64), para que o processo de avaliação institucional realmente contribua para os resul-
tados e com o aperfeiçoamento do desenvolvimento acadêmico, faz-se necessário:
• Ser democrático – considerar que os membros da comunidade escolar (professores, alunos, pais, funcio-
nários e sociedade) são agentes primordiais para transformação da educação escolar;
• Ser participativo – prever e incentivar a cooperação de todos, desde a definição de como a avaliação 
deve ser conduzida até a análise dos resultados e a definição dos caminhos a serem seguidos;
• Ser contínuo – constituindo-se efetivamente uma prática dinâmica de investigação, que integra o pla-
nejamento escolar em uma dimensão educativa.
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Avaliação Institucional | Unidade 3 - Modelos de Avaliação Institucional
Nesta perspectiva, Dias Sobrinho (2000), complementa a avaliação contínua que deve ser global e formativa, 
portanto, ins¬taura-se “como instrumento da melhoria da qualidade de todos os aspectos e setores científicos, 
pedagógicos, políticos e adminis¬trativos” (DIAS SOBRINHO, 2000, p. 34). 
De acordo com Dias Sobrinho (2000, p. 16), a avaliação insti¬tucional afirma o sistema de valores dominante 
na instituição quando define os papéis e compromissos dos indivíduos nas suas relações. Assim, o autor a com-
preende como “produção social, autônoma e pública” resultante de um processo parti¬cipativo e democrático, 
no qual todos se sentem “agentes de um movimento de atualização e tonificação das prioridades científico-
-tecnológicas e pedagógicas”.
Diante deste contexto, a avaliação faz parte do processo educativo, todavia, carece de mudanças, que requer 
uma nova postura das instituições de ensino, visando uma gestão democrática e uma reflexão coletiva, para 
que novas diretrizes e políticas sejam construídas a partir da realidade da qual está inserida, garantindo assim a 
qualidade do ensino.
De acordo com BRASIL (2003, p. 71), dentro dos objetivos da avaliação, se contam o de conhecer as fortalezas

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