Buscar

CEFALEIA

Prévia do material em texto

CEFALÉIAS
Não é possível descrever todos os tipos de cefaleias, dessa maneira será somente citado nesse relatório as de interesse para a área de DTM, que podem gerar alguma confusão de diagnóstico com os pacientes. Existem dois grupos de cefaleias: as primárias e secundárias. 
As cefaleias primarias não são tratadas pelo cirurgião-dentista, mas podem causar confusão de diagnostico ao examinar o paciente, sendo que a origem do problema é a dor de cabeça, possuindo assim etiologia múltipla; cerca de 90% da população já apresentou ou apresenta migranea (conhecida como enxaqueca), cefaleia tipo tensão ou outras modalidades da cefaleia. Já a cefaleia secundaria é um sintoma de outro problema que o paciente tem, podendo ser cefaleias secundárias a doenças neurológicas e não neurológicas, podem causar impacto social, faltas escolares e dias de ausência no trabalho, a ocorrência está relacionada a fatores ambientais, sexo, idade e condições de saúde do indivíduo. 
Um dos exemplos citados exemplifica a questão das odontalgias (a famosa dor de dente) que se manifestam de forma difusa e podem assemelhar-se às cefaleias primárias, como a cefaléia em salvas e a hemicraniana; paciente possui uma odontalgia, por exemplo uma pulpite severa, gerando muita dor e esse quadro pode gerar um quadro de cefaléia, sendo que sua sintomatologia pode ser muito parecida com a cefaleia em salvas ou hemicraniana, o que não comprova que o paciente possua de fato esses tipos de cefaleias, ou seja, causa confusão de diagnóstico de fato, é necessário então um diagnóstico diferencial, através da avaliação de todas as características. 
O mecanismo das cefaleias ocorre através da ativação dos receptores localizados nos grandes vasos encefálicos ou seios venosos, ou na dura máter, inervados pelo plexo dos nervos trigêmeo, glossofaríngeo, intermédio, vago e cervicais – classificadas como áreas de sensibilização nociceptiva. Posteriormente ocorre a liberação de substâncias P e CGRP, gera uma inflamação neurogênica, dilatação e distensão dos vasos cerebrais, cranianos e encefálico; degranulação dos mastócitos e em seguida uma alteração da atividade de serotonina e liberação de óxido nítrico nos vasos encefálicos e nervos perivasculares. 
Segundo a Classificação Internacional de Cefaléias e Algias Craniofaciais (2004), as cefaleias primárias são classificadas da seguinte maneira: migrânea, cefaleia tipo tensão, cefaleia em salvas e outras cefalalgias autonômicas trigeminais e outras cefaleias primárias; e as cefaleias secundárias da seguinte forma: cefaleia atribuída a traumatismo da cabeça e/ou crânio, atribuída a distúrbios vasculares cervicais ou cranianos, distúrbio intracraniano não vascular e ao uso de substâncias, supressão, infecção, distúrbios homeostático, transtornos psiquiátricos, cefaleia ou dor facial atribuída a distúrbios do crânio, pescoço, olhos, ouvidos, nariz, seios da face, dentes, boca ou a outras estruturas da face ou crânio. 
A cefaléia cervicogênica apresenta-se como uma dor de cabeça unilateral de intensidade flutuante aumentada pelo movimento da cabeça, e que tipicamente irradia da região posterior para regiões frontais. 
A cefaléia tipo tensão é a mais comum dos distúrbios cefálgicos primários, prevalece no sexo feminino (86%), com faixa etária variando entre 20 e 40 anos de idade, apresenta dor bilateral não pulsátil, intensidade discreta a moderada, não é agravada durante atividades físicas, não está associada a náuseas, vômitos, foto e fonofobia, podendo se estender para a região do pescoço e pode envolver os músculos mastigatórios. Comparando-se com a DTM as características diferencias estão relacionadas com a apresentação da dor, que pode ser tanto bilateral ou unilateral, podendo chegar a grande intensidade, a cefaleia DTM é agravada por atividade física. É impossível diferenciar uma cefaleia tipo tensão que envolve os músculos mastigatórios para cefaleia DTM, pois são iguais. 
É classificada em episódica – menos de 180 episódios ano, sendo mais comum relacionada ao estresse; contínua – até 15 episódios ao mês, com duração de até 30 minutos e intervalo de sete dias; crônica – mais de 180 episódios ao ano ou mais de 15 episódios ao mês, não se relaciona a fatores emocionais, o paciente acorda sentindo dor ou logo após o despertar. 
O tratamento varia entre técnicas de biofeedback com eletromiografia e de relaxamento, intervenções cognitivo-comportamentais, programa de manejo do estresse, exercícios posturais, de força e de alongamento, termoterapia e reabilitação da mastigação – aparelho oclusal para bruxismo noturno.
A migrânea possui episódios críticos durando entre 4 a 72 horas cada, gera dor unilateral sendo assim um sinal patognomônico, pulsátil, dor de intensidade moderada a severa, agrava com as atividades físicas, durante a crise ocorre náuseas e/ou vômitos, foto e fonofobia, apresenta sintomas premonitórios horas e até um dia ou dois dias antes da crise, sendo que a mesma pode perdurar por mais de 15 dias no mês, durante três meses, sem o uso abusivo de meciamentos (crônica), ou gerar crise com duração acima de três dias (status migranosus).
Podem ser classificadas da seguinte forma: migrânea com Aura – enxaqueca clássica, associada a distúrbios visuais, sensitivos ou motores (15% dos casos); migrânea sem Aura – enxaqueca comum, corresponde a 85% dos casos. 
O tratamento pode ser realizado através de medidas gerais: técnicas de relaxamento, biofeedback, acupuntura, preferências individuais; abortivo: o fármaco deve ser escolhido de acordo com a intensidade da crise – leve (analgésicos simples), moderada (triptanos e ergotaminas) e grave (clopormazina); Profilático: antidepressivos, anticonvulsivantes, beta bloqueadores, antagonistas de serotonina, entre outros. 
Os medicamento indicado corresponde ao meloxicam (7,5mg) 2x ao dia por 3 dias; termoterapia, exercício, orientação cognitivo comportamental e placa.
A dor orofacial – DTM, cefaléia e cervicalgia podem ocorrer separadamente ou em conjunto, o grau de contribuição varia para cada indivíduo, os músculos dos ombros e da região cervical, de fato, projetam frequentemente a dor para a cabeça e a face.

Continue navegando