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JOELHO Principais acometimentos em tecidos moles DEFINIÇÃO E CAUSAS Trata-se de uma condição que envolve, sobretudo, a patela e o fêmur. A Síndrome da Dor Fêmoropatelar (SDFP) é ocasionada por um desequilíbrio biomecânico, que atinge a articulação do joelho, mais especificamente a articulação entre o fêmur e a patela. Acomete até 25% da população, sendo mais comum em mulheres sedentárias e indivíduos com grau de treinamento elevado. A origem não é exata, mas normalmente a síndrome surge por desgaste, sobrecarga ou impacto, isto é, fatores que causam um desequilíbrio da patela. Diversas causas podem estar relacionadas com a SDFP como: largura excessiva da pelve, joelho valgo, fraqueza dos músculos do quadril e da coxa, patela alta, insuficiência ligamentar, dentre outros. Quando dobramos o joelho, há um aumento da pressão entre a patela e os vários pontos de contato com o fêmur. O uso excessivo do joelho acaba intensificando essa pressão, promovendo o desgaste contínuo. Mas a síndrome da dor fêmoropatelar também pode afetar pessoas “inativas”, nesse caso através da sobrecarga ou do impacto que o peso da própria pessoa oferece, contribuindo para aumentar a dor e o problema em si. Sintomas O principal sintoma é a dor no joelho, localizada entre a patela e o fêmur. A dor pode ser sentida até na região anterior do joelho ou na parte de trás da coxa. O paciente que desenvolve a síndrome da dor fêmoropatelar sente efeitos mais dolorosos ao subir e descer escadas, ao agachar e saltar, e até o ato de ficar sentado por um longo período (sinal do cinema) causa dores. Outros sintomas incluem os estalos ao andar e correr e “sensação de areia” dentro da articulação. Se a síndrome não for tratada no início, o problema pode evoluir para uma rigidez e até limitações articulares. Diagnóstico e exames Um exame físico deve ser realizado pelo fisioterapeuta especializado ou médico a fim de avaliar prováveis insuficiências de partes moles, acometimento de estruturas articulares, além de fatores que afetem as força e o alinhamento articular. Um diagnóstico diferencial é realizado com o objetivo de distinguir a SDFP de outras patologias, como a tendinite e a condromalácia patelar. Tratamentos O tratamento depende da causa da dor no joelho, sendo geralmente conservador, baseado em técnicas de Fisioterapia. Para alivio da dor, recursos de Eletrotermofototerapia (laser, gelo, terapia combinada) podem ser utilizados. A fisioterapia específica visa melhorar o deslizamento da patela sobre o sulco troclear no fêmur, utilizando exercícios de fortalecimento muscular e correção biomecânica. Os resultados das sessões de fisioterapia vão depender das características individuais de cada paciente e do tto realizado . ANATOMIA E FUNÇÃO DA PATELA A patela é um osso de formato ligeiramente triangular, que fica na região da frente do joelho. Ela encaixa na porção final do fêmur (tróclea do fêmur), formando assim a articulação femoropatelar. A patela é ponto de inserção para o quadríceps, o principal músculo do joelho, e pela sua localização, funciona como uma polia, que facilita os movimentos de flexão e de extensão dessa articulação. Tanto a superfície articular do fêmur (região do fêmur que articula com a patela) quanto a superfície articular da patela (região da patela que articula com o fêmur) são revestidas por cartilagem que, além de proteger e amortecer as cargas que passam constantemente pela articulação, permite um ótimo deslizamento entre os dois ossos durante os movimentos do joelho. A cartilagem da patela é uma das mais espessas do organismo, justamente porque pela articulação femoropatelar passam altas cargas durante a realização das atividades do dia a dia e principalmente atividades esportivas de impacto. A espessura e a perfeita integridade cartilagem patelar são condições fundamentais para ajudar no amortecimento dessas cargas, de forma que qualquer comprometimento dessa estrutura pode alterar a distribuição das cargas que passam sobre o joelho e sobrecarregar outras estruturas dessa articulação. CONDROMALÁCIA PATELAR Condromalácia ou condropatia são termos utilizados para definir a doença da cartilagem articular. A condropatia patelar é também conhecida como síndrome da dor femoropatelar ou mais popularmente como “dor anterior no joelho”. Ela é basicamente caracterizada pela lesão da cartilagem que recobre a região articular da patela e sua classificação vai desde um grau mais simples como o amolecimento, até um grau mais avançado, como fissuras (rachaduras), degeneração e exposição do osso subcondral (osso recoberto pela cartilagem). É uma condição bastante comum em indivíduos jovens, podendo acometer até 40% dessa população, sobretudo o sexo feminino. A cartilagem é um tecido do corpo que não tem terminações nervosas, portanto, uma vez lesionada, a cartilagem não dói. Porém, a lesão dessa estrutura compromete diretamente a absorção e dissipação de grande parte das cargas que passam sobre o joelho e isso passa a sobrecarregar outras estruturas bastante inervadas dessa articulação, como é o caso dos tendões, ligamentos e do osso subcondral, que normalmente são a fonte de dor. Por conta disso, o diagnóstico dado para a dor na região anterior do joelho, com a presença ou não de condromalácia, é chamado Síndrome da Dor Femoropatelar (SDFP). O tecido cartilaginoso apresenta pouquíssimo potencial de cicatrização e isso faz com que, uma vez que existe a lesão da cartilagem, a reação inflamatória é muito pequena e a possibilidade de cicatrização é quase nula. Isto, associado a ausência de tratamento adequado, faz com que a lesão progrida ao longo do tempo, evoluindo normalmente para graus mais avançados de desgaste, resultando em artrose precoce da articulação patelofemoral. CAUSAS A causa exata da condromalácia patelar ainda permanece desconhecida. Os fatores mais comumente relacionados ao amolecimento e posterior desgaste da cartilagem são fatores histológicos, que podem predispor ao amolecimento; fatores anatômicos ou estruturais, que comprometem o encaixe da patela com o fêmur, alterando as áreas de contato entre os dois ossos e também fatores biomecânicos, como desequilíbrio ou fraqueza muscular e o déficit do controle dos membros inferiores que, de forma dinâmica, também resulta na alteração do encaixe entre a patela e o fêmur. Sobre a articulação patelofemoral chegam a passar cargas que vão de 3 vezes o peso do corpo, como ao subir e descer uma escada, até 10 vezes o peso do corpo, como durante atividades mais vigorosas como a corrida. Sendo assim, quanto a congruência (o encaixe) da articulação é alterada, essas cargas que passam pelo joelho durante os movimentos do dia a dia são concentradas e absorvida em áreas menores, o que aumenta consideravelmente a pressão em apenas alguns pontos da patela. Essa sobrecarga em pontos específicos, com o passar do tempo, passa a gerar consequências na estrutura do tecido condral, resultado em amolecimento e posteriormente até fissuras. Esse quadro é agravado e pode acontecer de forma ainda mais precoce em casos de prática de esporte de alto impacto ou mesmo de musculação mal orientada. SINAIS E SINTOMAS É importante lembrar que a condropatia nem sempre é sintomática. Porém, quando o paciente apresenta sintomas, normalmente estes se caracterizam por dor na região anterior do joelho, mais especificamente em volta ou mesmo atrás da patela, de início insidioso (lento e sem episódios traumáticos específicos). A dor tende a surgir ou aumentar durante atividades do dia a dia que envolvem descarga de peso como: subir e descer escadas ou rampas, muito tempo de pé, uso prolongado de salto alto, agachar, saltar e correr ou pode surgir também que o indivíduo passa longos períodos sentado com o joelho dobrado (o que é conhecido como sinal do cinema).É comum observar que o surgimento da dor está atrelado ao início de uma atividade física como corrida ou musculação. Outro sintoma frequente é a presença de ‘’barulhos’’ (estalidos ou também chamados de crepitações) provenientes do joelho, que ocorrem principalmente ao agachar e levantar, que podem estar, ou não, acompanhados por dor. Eventualmente o joelho incha após atividades mais vigoras ou após a prática esportiva. A doença da cartilagem é classificada basicamente em quatro graus, que estão divididos em níveis progressivos de gravidade. Em um primeiro momento o paciente pode sentir uma sensação de ‘areia’ dentro do joelho, com estalos, cansaço e dor nas pernas, que muitas vezes começam a inchar. Este é o grau número 1 da doença. Porém, como esses sintomas podem passar despercebidos é comum a doença evoluir para o grau 2. Então, o incômodo começa a surgir durante a prática de uma atividade física, quando se usa salto alto o dia inteiro ou mesmo ao permanecer por horas sentada. A dor é mais constante e os estalos mais fortes. Já no grau 3, o penúltimo da doença, a paciente começa a evitar algumas atividades, para não sentir tanto incômodo. É nessa fase onde mais se procura ajuda de um especialista. Usar salto, subir e descer escadas e praticar esportes de impacto torna-se atividades extremamente complicadas. A condromalácia em grau 4 é bem grave. O desgaste é intenso, o osso subcondral já está exposto e as dores nessa fase podem ser incapacitantes. TOO CONSERVADOR Como o grau de comprometimento condral é progressivo, podendo evoluir para um desgaste grave da cartilagem e artrose precoce da articulação patelofemoral, é importante que o tratamento seja iniciado o mais breve possível. A abordagem conservadora tem grande espaço no tratamento da condromalácia, uma vez que a cirurgia, em grande parte dos casos, apresenta efeitos limitados. Neste contexto, a fisioterapia é um dos principais caminhos para o tratamento de pacientes com dor anterior no joelho. Dentro de um protocolo de reabilitação, a fisioterapia dispõe de recursos de eletrotermofototerapia que são usados inicialmente com enfoque na redução da dor e controle dos processos inflamatórios das estruturas do joelho que também são afetadas pela sobrecarga. Com esse intuito, de forma simples e de baixo custo, a aplicação de pacotes de gelo sobre a região anterior do joelho apresenta ótimo efeito analgésico e pode ser feita em casa. O uso da joelheira (sem o furo na região anterior) também é um importante coadjuvante nessa fase do tratamento. Ela melhora o encaixe da patela sobre o fêmur, promovendo melhor distribuição das cargas e consequentemente redução da dor. Nessa fase associa-se também o uso de medicamento anti-inflamatórios e eventualmente condroprotetores. Após o controle da dor, na tentativa de melhorar a estabilidade e a absorção das cargas que passam pela articulação femoropatelar, é realizado um trabalho específico de fortalecimento dos músculos do quadril e joelho. O ganho de força muscular garante a atenuação das forças que agem sobre o joelho, poupando as demais estruturas dessa articulação. Isso funciona como um mecanismo ‘’protetor da cartilagem’’ e pode impedir ou retardar a progressão da doença condral. Vale lembrar que algumas amplitudes de movimento do joelho, são lesivas e consideradas contra indicadas para pacientes com dor patelofemoral. Isso faz com que o fortalecimento do joelho desses pacientes deva ser realizado de maneira diferenciada, nas chamadas amplitudes de proteção. De forma geral, durante o exercício de extensão do joelho (cadeira extensora para o fortalecimento do quadríceps) deve-se EVITAR amplitudes próximas da extensão máxima do joelho e durante o exercícios de agachamento ou leg-press, deve-se EVITAR amplitudes de extrema flexão do joelho. Além do fortalecimento, também deve ser realizado um treino progressivo de reeducação, voltado para a correção de padrões anormais de movimento evidenciados nesses pacientes durante atividades com descarga de peso, na tentativa de melhorar a congruência (encaixe entre a patela e o fêmur) da articulação patelofemoral durante todo o arco de movimento do joelho. Isso garante uma melhor distribuição de cargas por toda a superfície da patela, reduzindo a sobrecarga na cartilagem e consequentemente no osso subcondral e demais estruturas do joelho. LESÕES MAIS COMUNS DO JOELHO As lesões que mais acometem o joelho são as ligamentares, as meniscais e as condrais (cartilagem). Elas acontecem devido a traumas que são consequências da prática esportiva, ou seja, os atletas tendem a sofrer muito mais com problema dos joelhos. Na verdade, uma lesão no joelho é muito temida pelos atletas e esportistas, principalmente porque diversas patologias podem até impedir a continuação da prática esportiva. Principais lesões: – Lesão no ligamento medial É mais comum em jogadores de futebol, pois o joelho fica mais exposto e sofre com as pancadas. O principal sintoma é a dor na região interna do joelho. O tratamento é feito com imobilização e fisioterapia. O tempo de recuperação total do joelho pode ser de três a seis semanas. – Ligamentos cruzados anterior (LCA) Esse ligamento está localizado entre a tíbia e fêmur. Esta lesão ocorre após uma torção do joelho com o pé fixo no chão durante a prática esportiva especialmente no futebol. Após a ruptura desse ligamento, o joelho pode ficar instável. A lesão pode ser tratada através da fisioterapia e quando há rompimento total pode ser necessária a indicação de uma cirurgia. – Lesões do menisco Esse tipo de lesão são decorrentes de traumas rotacionais, processos degenerativos articulares ou malformações das estruturas meniscais. – Tendinite Consistem na inflamação dos tendões abaixo da patela que geralmente são lesionados devido a uma sobrecarga ocasionada por exercícios ou degeneração. A tendinite patelar acomete principalmente os atletas, sendo conhecida como “Joelho do saltador”. ENTORSE DO LCM ➤ Mais comum do que a do LCL ➤ Geralmente se deve a um trauma direto na parte lateral do joelho ➤ Pode ser acompanhada de outras lacerações de ligamentos e menisco ➤ Grau 1- entorse leve, hipersensibilidade abertura de ( 0 a 5 mm) ➤ Grau 2- Laceração parcial ( 5 a 10mm) ➤ Grau 3 - laceração completa com instabilidade (10mm ou mais) SINAIS E SINTOMAS ➤ Dor ➤ Flexão e extensão do joelho limitadas ➤ Edema ➤ Padrão de marcha alterada INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ➤ P.R.I.C.E ➤ Uso de muletas com carga parcial por 2 a 3 semanas ➤ US ➤ Ganho de ADM ➤ Progredir no ganho de flexão após 3 semanas ➤ Progredir para trabalho com carga e funcionais ENTORSE DE LCL ➤ Golpe do lado medial do joelho ➤ Pode envolver separação do TIT de sua inserção ENTORSE DE LCA O ligamento cruzado anterior está localizado no interior da articulação do joelho e liga o osso da coxa (fêmur) ao osso da perna (tíbia). Semelhante a uma “corda” (com comprimento médio que varia de 25 a 41 mm), o LCA é um tecido fibroso, isto é, uma estrutura constituída por fibras de colágeno que juntas formam dois grandes feixes ou bandas, que apresentam funções distintas: a banda ântero-medial (menor), que atua nas flexões do joelho acima de 60 graus e é responsável por “segurar” a tíbia, evitando que ela seja deslocada para frente em relação ao fêmur, e a banda póstero-lateral (maior) que atua na estabilidade desde a extensão total até graus intermediários de flexão (de 45 a 60 graus) e é responsável por evitar movimentos rotacionais excessivos do joelho. Juntamente com o ligamento cruzado posterior, o LCA controla os movimentos do joelho e é responsável por transmitir informações sensoriais que partem do centro da articulação e vão para o cérebro. Isso permite que a pessoa tenha a sensação do movimento que está acontecendoe possa ter melhor coordenação motora. O QUE É A LESÃO DO LCA A lesão do LCA é o estiramento ou ruptura das fibras do ligamento cruzado anterior. A lesão pode acontecer de forma completa (também conhecida como lesão total e ocorre em cerca de 95% dos casos), na qual as duas bandas do LCA são rompidas ou de forma parcial, na qual uma das bandas é rompida e a outra continua íntegra. Os dois tipos de lesão levam prejuízo ao joelho, mas em uma ruptura parcial, o ligamento pode ter chances de cicatrizar, porém diante de uma lesão total, o ligamento não cicatriza e o joelho fica exposto a um alto grau de instabilidade. É comum que durante o momento do trauma, outras estruturas sejam lesionadas juntamente com o LCA. Essas são as chamadas lesões associadas e as estruturas mais acometidas são: o menisco medial (o menisco da região interna do joelho), o ligamento colateral medial e a cartilagem articular. CAUSAS O LCA é lesionado com muita frequência durante a prática de atividades esportivas e isso pode acontecer de várias maneiras. Pode ocorrer por trauma com contato direto do adversário sobre o joelho ou, mais comumente, durante a torsão do joelho, sem nenhum contato externo. Esta última é conhecida como entorse de joelho e é caracterizada por rotação excessiva da coxa, enquanto o pé está fixo no chão. Isso acontece normalmente quando o atleta executa uma brusca mudança de direção ou aterrissa de um salto. Outro mecanismo de lesão sem contato externo é a hiperextensão brusca do joelho, que pode acontecer quando o atleta “fura” uma bola e chuta o ar com o joelho muito esticado ou quando o mesmo salta e cai com o joelho esticado demais, passando do limite normal de movimento. SINAIS E SINTOMAS No momento da lesão do ligamento cruzado anterior, o paciente geralmente consegue ouvir um estalido (barulho) no joelho, que é seguido de dor intensa, podendo ou não ocorrer inchaço algumas horas após o evento traumático. Quando a lesão acontece durante uma atividade física, o atleta normalmente cai no chão e é incapaz de terminar o exercício em virtude da dor e da instabilidade no joelho. O paciente também pode perceber redução da amplitude de movimento do joelho, desconforto para caminhar e apresenta sensibilidade ao longo da linha da articulação. Alguns dias depois, normalmente a dor intensa e o inchaço tendem a diminuir e o sintoma mais incapacitante passa a ser a instabilidade (falseio), que é considerado o principal sintoma crônico dessa lesão. Em alguns casos o paciente não apresenta a sensação de falseio propriamente dita, mas pode sentir certa insegurança no joelho durante atividades que requeiram maior demanda dessa articulação. Estes casos podem representar uma lesão parcial do LCA, na qual uma das bandas ainda está íntegra. INDICAÇÕES DE TRATAMENTO É importante saber que o tratamento pode variar de acordo com as necessidades de cada paciente. Em casos em que o paciente é um adulto jovem, que no trabalho está exposto a situações de risco potencial para torções do joelho ou mesmo quando o paciente é um atleta que está envolvido com atividades com movimentos rotacionais do joelho ou deslocamentos laterais, o tratamento cirúrgico é seriamente considerado. Já em casos de pacientes mais idosos, sem sintoma de instabilidade ou que não pretendem praticar atividades com riscos de torções e que não requerem grande demanda do joelho, o tratamento conservador pode ser uma boa opção. Além disso, de acordo com os sintomas apresentados, o paciente pode ser classificado em uma de três categorias e essa classificação pode nortear o encaminhamento do doente para a melhor forma de tratamento: Paciente compensante: Este é o paciente que conseguiu se adaptar de forma a compensar a ausência ou lesão parcial do LCA. Neste caso a dor provocada pela lesão é controlável, o paciente manifesta pouca ou nenhuma instabilidade e não tem outras lesões associadas. Nesse caso, a forma mais imediata de tratamento é conservadora sem procedimentos cirúrgicos. Paciente adaptável: Este indivíduo sofre com instabilidades somente em algumas situações, exatamente as que ele já consegue evitar e controlar, e também não tem lesões associadas. O tratamento conservador também pode ser considerado para estes pacientes. Paciente não-compensante: É o paciente que não conseguiu compensar a ausência do ligamento e sofre com instabilidade que o limita e incapacita durante atividades do dia a dia e esportivas. Nesses casos há perda funcional significativa e o tratamento cirúrgico normalmente é a melhor opção. PROTOCOLO DE REABILITAÇÃO DE RECONSTRUÇÃO DE LCA ➤ Semana 1 ➤ Mobilização passiva patelar ➤ Mobilização passiva do joelho ➤ Flexão e dorsiflexão de tornozelo ➤ Exercícios ativos de abdução e adução de CF ➤ Treino de marcha com muletas SEMANA 2 ➤ Isometria de quadriceps ➤ Isotônicos de isquios tibais ➤ Ganho de até 110 graus de flexão ➤ Exercícios ativos para abdução e adução de cf ➤ Retirada progressiva das muletas ➤ Hidroterapia SEMANA 3 ➤ Hidroterapia ➤ Alongamento dos isquios e gatrocnêmios ➤ Agachamento de de 0 a 40 graus ➤ Intensificar exercícios de abdução, adução , extensão de cf e flexão de joelho ➤ Extensão em ccf com theraband ➤ Bicicleta estacionária ➤ Treino de propriocepção com uni e bipodal ➤ Manter e/ou evoluir conduta anterior ➤ ADM acima de 130 graus ➤ Caminhar na esteira SEMANA 5 ➤ Intensificar a conduta anterior ➤ ADM acima de 130 ➤ Intensificar propriocepção SEMANA 6 ➤ Aquecimento na bicicleta ➤ Evolução das condutas anteriores ➤ Trabalho de mecanoterapia em CCF, enfocando leg press e de adução em cca SEMANA 7 A SEMANA 10 ➤ Manter conduta evoluindo carga e dificuldade SEMANA 11 ➤ Inicio trabalho de ccf unipodal se sinais flogisticos de inflamação e dor e limitação de ADM não estiverem presentes ➤ Iniciando trabalho de corrida terrestre o paciente recebe alta d hidroterapia SEMANA 12 ➤ Manter conduta ➤ Iniciar trote na esteira 4 AO 5 MÊS ➤ Manter conduta ➤ Iniciar contração excêntrica de quadríceps ➤ Propriocepção simulando gesto desportivo ➤ Propriocepção na cama elástica (cavalgar) ➤ Pliometria 6 MÊS ➤ Manter conduta anterior ➤ Corrida na esteira ➤ Propriocepção com aceleração e desaceleração e zig zague ➤ Intensificar pliometria ➤ Retorno ao esporte LESÕES MENISCAIS Para entender como acontece a lesão do menisco é importante observar a sua anatomia. Os meniscos são estruturas semicirculares de fibrocartilagem, que estão localizadas no centro do joelho e agem como amortecedores de impacto, lubrificantes, estabilizadores e também como distribuidores das cargas que passam dentro da articulação. Eles melhoram o encaixe entre o fêmur e a tíbia e são essenciais para manter a biomecânica normal da articulação do joelho. Cada joelho tem dois meniscos, um do lado interno (medial) e outro do lado externo (lateral). O menisco lateral é mais móvel, já o menisco medial está mais fixo na superfície da tíbia e sendo menos móvel, está mais propenso à lesão. Meniscos são estruturas que recebem vascularização sanguínea de melhor qualidade apenas na sua região mais periférica, o que significa que lesões nessa região tem maior potencial de cicatrização. Portanto, identificar o local exato da lesão influencia diretamente na escolha do tratamento mais adequado. Lesões nos meniscos são muito frequentes em indivíduos de ambos os sexos e normalmente estão associadas a um desgaste progressivo de todo o conjunto articular do joelho. Isso acontece porque após uma lesão meniscal, os impactos provocados pelos movimentos do dia a dia sobrecarregam outras estruturas dentro do joelho, principalmente a cartilagem, o que pode levar a um desgaste precoce dessa articulação. CAUSAS As lesõesmeniscais são muito frequentes e ocorrem em indivíduos de diversas faixas etárias. Os mecanismos causadores podem ser traumáticos ou degenerativos e variam conforme a idade. Lesões traumáticas estão associadas à movimentos rotacionais bruscos do joelho (entorses), que ocorrem normalmente em pessoas jovens e ativas, durante a prática de atividades esportivas. É muito comum que esse tipo de lesão também esteja associado a lesões ligamentares. Lesões degenerativas são comuns em pacientes acima de 40 anos e estão associadas ao desgaste progressivo que os meniscos e demais estruturas do joelho sofrem com o passar do tempo. SINTOMAS Os sinais e sintomas mais evidentes após a lesão do menisco são a dor no joelho e o derrame articular (popular “água no joelho”, por excesso de produção do líquido sinovial). A dor inicialmente é bem localizada (normalmente nas regiões internas ou externas do joelho, dependendo de qual menisco foi lesionado), mas, com o passar dos dias, a dor e o inchaço podem aumentar e agravar durante a execução de atividades do dia a dia, como subir e descer escadas, caminhar ou agachar. Alguns tipos de lesões podem gerar também limitação de movimento ou até episódios de travamento da articulação do joelho, que podem acontecer em algumas horas ou dias após o acometimento da estrutura. O travamento é causado pela movimentação do fragmento lesionado do menisco e pode gerar estalidos e bloqueios do joelho, em algumas posições. DIAGNÓSTICOS E EXAMES O diagnóstico é feito através da queixa clínica do paciente e de um exame físico detalhado, baseado em um conjunto de testes e manobras específicas. Os testes realizados consistem na associação de movimentos de flexão e rotação do joelho e também de compressão. A presença de dor durante a realização destas manobras é um indicativo de que o paciente pode apresentar lesão meniscal. As suspeitas clínicas devem ser confirmadas por imagens da articulação do joelho e normalmente são solicitados exames complementares, como a ressonância nuclear magnética (RNM). A RNM tornou-se o exame ‘’padrão-ouro’’ no diagnóstico por imagem de lesão meniscal e auxilia não só na identificação do local e do tipo de lesão do menisco, como também de possíveis lesões associadas, como de ligamentos ou cartilagem. Em alguns casos, o médico examina o interior do joelho do paciente fazendo uso de um aparelho chamado artroscópio, que também é amplamente utilizado para a realização da cirurgia de reparo ou retirada do fragmento lesionado. TTO O tratamento varia entre conservador e cirúrgico. Quando há pequenas rupturas, sem dor de origem mecânica, muitas vezes os sintomas podem ser resolvidos mais facilmente. O médico orienta apenas alguns cuidados como: fazer uso de medicamentos analgésico e antinflamatórios prescritos por ele, descansar o joelho, evitando as atividades que causem dor, colocar compressa ou um saco com gelo no joelho por cerca de 30 minutos, dentre outras orientações. Dentro das estratégicas de tratamento conservador a fisioterapia vem ganhando muito espaço nos últimos anos, uma vez que possibilita ao doente um grande potencial de recuperação. De forma geral, para esse tipo de lesão, a fisioterapia aborda o uso de recursos de eletrotermofototerapia (com o objetivo de reduzir a dor e o processo inflamatório local), associado a um protocolo de fortalecimento de músculos específico e responsáveis pela estabilidade de todo o membro inferior, correção do comportamento biomecânico do paciente, treino sensório-motor em superfícies estáveis e instáveis (treino de equilíbrio) e, por fim, treinamento do gesto esportivo e retorno às atividades esportivas (em caso de atletas). Em casos em que o tratamento conservador não apresenta resultados satisfatórios, a cirurgia artroscópica, seguida de fisioterapia por 1 ou 2 meses pode promover a recuperação total do joelho. SEMANA 1 ➤ Crioterapia ➤ Mobilização em flexo extensão e patelar ➤ Isometria de quadriceps ➤ Bombeamento tibio társico ➤ Alongamento das cadeias ant e post. SEMANA 2 ➤ Propriocepção ➤ Cnt em cca e ccf com uso de faixas elásticas ➤ Bicicleta estacionária ➤ Treino e marcha ➤ Hidroterapia SEMANA 3 ➤ Intensificado da cnt com uso de mecanoterapia ➤ Hidroterapia ➤ Pliometria ➤ Propriocepção SEMANA 4 ➤ Trabalho de fortalecimento e condicionamento intenso e preparação para o retorno as avds e esporte
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