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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 1 
 
 
 A ABSOLUTA PRIORIDADE constitucional sobre o tema: 
 
CF, art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e 
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. 
 
 Marcos Históricos: 
 
 Final do século XIX e início do sec. XX - Instituto de Proteção 
e Assistência à Infância: 
 
 Havia a seguinte distinção: 
 
 Criança: população infanto-juvenil incorporada à 
sociedade convencional 
 
 Menor: população infanto-juvenil em situação de 
vulnerabilidade social 
 
 Lei 4.242/21 – criação dos seguintes institutos: 
 
 Serviço de Assistência e Proteção à Infância 
Abandonada e Delinquente 
 
 Abria a oportunidade para a criação dos Juízos de 
Menores 
 
 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 2 
 
 Código de Menores de 1.927: compilava toda a legislação 
existente na época 
 
 Aboliu o critério do discernimento – a criança ficava aos 
cuidados dos pais até os 14 anos: na impossibilidade = 
internação 
 
 Entre 14 e 18 anos: havia a previsão de tratamento, mas 
apenas se fosse “menor abandonado” 
 
 
 1.941: criou-se o Serviço de Assistência Social ao Menor - 
SAM: 
 
 Função: sistema penitenciário comum voltado à 
população juvenil 
 
 1.959: ONU – Declaração dos Direitos da Criança 
 
 1.964: 
 
 Fim do SAM 
 
 Criação da Política Nacional do Bem-Estar do Menor - 
FUNABEM (Lei 4.513/64) 
 
 1.979: Código de Menores (Lei 6.697/79): 
 
 Proteção e vigilância das crianças menores e 
adolescentes em SITUAÇÃO IRREGULAR 
 
 Único conjunto de medidas – destinado aos menores de 
18 anos (não havia diferença entre criança e adolescente) 
 
 segregação: utilizada na maioria dos casos 
 
 
 1.988: Constituição Federal - arts. 226/230 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 3 
 
 Convenções internacionais: 
 
 Convenção sobre os Direitos da Criança 
 
 Regras Mínimas das Nações Unidas para a Proteção dos 
Jovens Privados de Liberdade 
 
 1.990: ECA 
 
 Revogou o Código de Menores e a Lei 4.513/64 
 
 Política da PROTEÇÃO INTEGRAL + ABSOLUTA 
PRIORIDADE 
 
CÓDIGO DE MENORES ECA 
Tutela apenas o menor em SITUAÇÃO 
IRREGULAR 
PROTEÇÃO INTEGRAL 
Menor = objeto de tutela Criança e adolescente = sujeito de 
direitos 
 
 A interpretação do ECA – parâmetros legais: 
 
 Fins sociais a que ela se dirige 
 
 Exigências do bem comum 
 
 Direitos e deveres individuais e coletivos 
 
 Condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas 
em desenvolvimento 
 
ECA, art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que 
ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e 
coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em 
desenvolvimento. 
!!!!!
!! 
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 4 
 
 2 livros: 
 
 Parte geral - 3 títulos: 
 
 Disposições preliminares 
 
 Direitos fundamentais 
 
 Prevenção 
 
 Parte Especial - 7 títulos: 
 
 Política de atendimento 
 
 Medidas de proteção 
 
 Prática de ato infracional 
 
 Medidas pertinentes aos pais ou responsável 
 
 Conselho tutelar 
 
 Acesso à justiça 
 
 Crimes e infrações administrativas 
 
 Na parte especial são também estabelecidos os procedimentos 
relativos a cada um dos seguintes temas: 
 
 Colocação em família substituta 
 Apuração de ato infracional 
 Infração administrativa 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 5 
 
 A competência legislativa sobre a proteção da criança e adolescente: 
CONCORRENTE 
 
ECA, art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: (...) XV - proteção à infância e à juventude; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 6 
 
 
 Definições – art. 2º do ECA: 
 
 Criança: até 12 anos incompletos 
 
 A primeira infância: criança até 6 anos completos 
 
 Adolescente: entre 12 e 18 incompletos 
 
ECA, art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade 
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
 
 A emancipação civil: NÃO altera a incidência do ECA1 
 
 a Convenção sobre os Direitos da Criança: NÃO faz diferença 
entre criança e adolescente. Criança = toda pessoa menor de 
18, salvo lei do país 
 
 Relevância prática dessa distinção: 
 
 Medidas socioeducativas 
 
 Criança: NÃO pode sofrer medida socioeducativa – apenas 
medida de proteção (art. 101 e 105) 
 
ECA, art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas 
previstas no art. 101. 
 
 Colocação em família substituta 
 
 Adolescente: necessário consentimento em caso de adoção 
 
ECA, art. 45 (...) § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, 
será também necessário o seu consentimento. 
 
 
1 STF – HC 94938/RJ 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 7 
 
 A aplicação do ECA à pessoa entre 18 e 21 anos: 
 
ECA, art. 2º (...) parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente 
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. 
 
 Requisitos: 
 
 Medida excepcional 
 + 
 Casos expressos em lei 
 
 Ex.: desinternação compulsória aos 21 anos 
 
ECA, art. 121 (...) § 5º A liberação será compulsória aos vinte e 
um anos de idade. 
 
 O CC/02 teria revogado o ECA, quando reduziu a menoridade 
para 18 anos? 
 
 1ª corrente: o ECA é verdadeiro microssistema – NÃO 
houve revogação 
 
 2ª corrente (minoritário): houve derrogação do § único do 
art. 2º do ECA, na matéria afeta à direito civil 
 
 
 Emenda Constitucional n.º 65: criou a figura do “jovem”, como pessoa 
protegida do art. 227 
 
CF, art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e 
ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 8 
 
1) O ESTATUTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA – LEI 13.257/16 
 
 A criança na primeira infância: até 6 anos completos (72 meses) 
 
 A modificação do conceito de cidadão: a criança passa a ser 
considerada cidadã (art. 4º, I, V e parágrafo único) 
 
 Criação da proteção da criança contra a PRESSÃO CONSUMISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDAJUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 9 
 
 
 A dignidade da pessoa humana sob a ótica do ECA 
 
 dignidade humana visão geral: 
 
 núcleo do princípio: mínimo existencial = 
 
 prestações materiais mínimas 
 
 eficácia jurídica positiva ou simétrica do mínimo 
existencial: = possibilidade de judicialização da 
pretensão 
 
 subprincípios do ECA que complementam a dignidade da 
pessoa humana 
 
 condição especial de pessoa em desenvolvimento 
 
 proteção integral 
 
 atendimento com prioridade absoluta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 10 
 
 Art. 3º: criança e adolescente gozam de todos os direitos inerentes à 
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral 
 
ECA, art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes 
à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-
se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes 
facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de 
liberdade e de dignidade. 
 
 Principais direitos previstos no ECA: 
 
 Vida e saúde (arts. 7º/14) 
 Liberdade (arts. 15 a 18) 
 Convivência familiar e comunitária (arts. 19/32) 
 Guarda (arts. 33/35) 
 Tutela (arts. 36/38) 
 Adoção (arts. 39/52) 
 Educação, cultura, esporte e lazer (arts. 53/59) 
 Profissionalização e proteção no trabalho (arts. 60/69) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 11 
 
1) PRINCÍPIO DA PRIORIDADE ABSOLUTA E PROTEÇÃO INTEGRAL 
 
 Proteção constitucional (CF, art. 227 e 4º do ECA): princípio da 
prioridade absoluta da criança e do adolescente – como dever: 
 
 Da família 
 Do estado 
 Da sociedade 
 
ECA, art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes 
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência 
familiar e comunitária. 
 
 A prioridade: 
 
 Conceito: reconhecimento de que a criança e o adolescente são o 
futuro da sociedade e, por isso, devem ser tratados com 
absoluta preferência – em 4 aspectos: 
 
 proteção e socorro 
 
 atendimento nos serviços públicos ou de relevância 
pública 
 
 formulação e execução das políticas sociais públicas 
 
 destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas de 
proteção 
 
 Jurisprudência: é inoponível a tese da reserva do 
possível com relação ao princípio da prioridade 
absoluta2 
 
 Proteção integral = superação da doutrina da situação irregular 
 
 
 
2 STF, RE 410715 AgRg/SP 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 12 
 
2) PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
 CF, art. 1º, III: pessoa como centro do sistema. 
 
CF, art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e 
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana; 
 
 O Programa de Combate ao Bulliying (Lei 13.185/15): 
 
 Não existe um tipo específico criminalizando o bulliying – 
dependendo da ação pode ser punida por: 
 
 Ex1: xingar pode ser enquadrado como calúnia (art. 138 do 
CP), difamação (art. 139) ou injúria (art. 140). 
 
 Ex2: as violências físicas poderão caracterizar lesão corporal 
(art. 129 do CP). 
 
 Ex3: as ameaças poderão configurar o delito do art. 146 do 
CP. 
 
 a denominação brasileira: INTIMIDAÇÃO SISTEMÁTICA 
 
 Conceito: todo o ato de violência física ou psicológica, intencional e 
repetitivo, que corre sem motivação evidente, praticado por 
indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de 
intimidação ou agressão, causando dor e angústia, em uma relação 
de desequilíbrio de poder 
 
 Classificação: 
 
 verbal 
 moral 
 sexual 
 social 
 psicológica 
 físico 
 material 
 virtual 
 
 
 
 
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 13 
 
 objetivos do programa: 
 
 prevenir e combater a prática do bulliying em toda a 
sociedade; 
 
 capacitar docentes e equipes pedagógicas para a 
implementação das ações de discussão, prevenção, 
orientação e solução do problema; 
 
 implementar e disseminar campanhas de educação, 
conscientização e informação; 
 
 instituir práticas de conduta e orientação de pais, familiares 
e responsáveis diante da identificação de vítimas e 
agressores; 
 
 dar assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos 
agressores; 
 
 integrar os meios de comunicação de massa com as escolas e 
a sociedade, como forma de identificação e conscientização 
do problema e forma de preveni-lo e combatê-lo; 
 
 promover a cidadania, a capacidade empática e o respeito a 
terceiros, nos marcos de uma cultura de paz e tolerância 
mútua; 
 
 evitar, tanto quanto possível, a punição dos agressores, 
privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que 
promovam a efetiva responsabilização e a mudança de 
comportamento hostil; 
 
 promover medidas de conscientização, prevenção e combate 
a todos os tipos de violência, com ênfase nas práticas 
recorrentes de bullying, ou constrangimento físico e 
psicológico, cometidas por alunos, professores e outros 
profissionais integrantes de escola e de comunidade escolar. 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 14 
 
3) PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR 
 
 CF, arts. 227, §§3º e 7º e 204, II: é assegurada a participação popular, 
por meio de organizações representativas, na formulação das 
políticas públicas e no controle das ações em todos os níveis 
 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do 
orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com 
base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera 
federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, 
bem como a entidades beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas 
e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à 
inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a 
aplicação desses recursos no pagamento de: 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; 
II - serviço da dívida; 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações 
apoiados. 
Art. 227 (...) § 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: 
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; 
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; 
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; 
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação 
processual e defesa técnica por profissionalhabilitado, segundo dispuser a legislação tutelar 
específica; 
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa 
em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; 
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos 
termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou 
abandonado; 
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem 
dependente de entorpecentes e drogas afins (...) 
§ 7º - No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto 
no art. 204. 
 
 
4) PRINCÍPIO DA EXCEPCIONALIDADE 
 
 Excepcionalidade: quanto a qualquer medida privativa de liberdade 
= prevalência das medidas em meio aberto 
 
5) PRINCÍPIO DA BREVIDADE 
 
 Relação: imposição de medida privativa de liberdade 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 15 
 
6) PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO PECULIAR DE PESSOA EM DESENVOLVIMENTO 
 
 Conceito: reconhecimento de que o destinatário da norma é pessoa em 
processo de formação e transformação física e psíquica 
 
6.1) A DENOMINADA OITIVA SEM DANO 
 
 Conceito: oitiva judicial de crianças e adolescentes que foram 
supostamente vítimas de crimes contra a dignidade sexual por meio de um 
procedimento especial que consiste no seguinte: 
 
 a criança ou o adolescente fica em uma sala reservada + depoimento 
colhido por um técnico (psicólogo ou assistente social) 
 
 perguntas feitas de forma indireta, por meio de uma conversa em 
tom mais informal e gradual, a medida que vai se estabelecendo uma 
relação de confiança entre ele e a vítima. 
 
 O juiz, o Ministério Público, o réu e o Advogado/Defensor Público 
acompanham, em tempo real, o depoimento em outra sala por meio 
de um sistema audiovisual que está gravando a conversa do técnico 
com a vítima. 
 
 Atualmente a legislação não prevê expressamente essa 
prática. 
 
 Jurisprudência: É VÁLIDA nos crimes sexuais contra criança e adolescente, 
a inquirição da vítima na modalidade do “DEPOIMENTO SEM DANO” - 
inclusive antes da deflagração da persecução penal, mediante prova 
antecipada. 
 
 Assim, não configura nulidade por cerceamento de defesa o fato de 
o defensor e o acusado de crime sexual praticado contra criança ou 
adolescente não estarem presentes na oitiva da vítima devido à 
utilização do método de inquirição denominado “depoimento sem 
dano”.3 
 
 
 
 
 
 
3 STJ. 5ª Turma. RHC 45.589-MT, julgado em 24/2/2015 - Info 556. 
!!!!!
!! 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 16 
 
 
 Direito à vida e saúde: garantia de nascimento e desenvolvimento sadio e 
harmonioso, em condições dignas de existência – abrangência: 
 
ECA, art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação 
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, 
em condições dignas de existência. 
 
 Direito ao aleitamento materno (art. 9º): 
 
 garantido pelo: Poder Público + instituições + empregadores 
 
 inclusive aos filhos de mães submetidas a medidas privativas 
de liberdade 
 
 possibilidade de prisão domiciliar para a gestante e 
mãe com filhos até 12 anos (Estatuto da 1ª Infância) 
 
 art. 9º = positivação da Declaração de Innocenti (ONU) 
 
ECA, art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão 
condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães 
submetidas a medida privativa de liberdade. 
 
 Atendimento pré-natal e perinatal pelo SUS (ECA, art. 8º) 
 
 A parturiente será atendida pelo mesmo médico que a 
acompanhou na fase pré-natal 
 
 Poder público deve garantir apoio alimentar à gestante e à nutriz 
 
 Garantia de assistência psicológica, pré e pós natal, inclusive 
para prevenir ou minorar o estado puerperal 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 17 
 
 art. 10 – obrigações dos hospitais públicos e particulares: 
 
 manter prontuários individuais – pelo prazo de 18 anos 
 
 identificar o recém-nascido mediante registro de sua 
impressão plantar + digital + digital da mãe 
 
 proceder a exame sobre anomalias no metabolismo do 
recém-nascido 
 
 fornecer declaração de nascimento – com as 
intercorrências do parto e do desenvolvimento do 
neonato 
 
 manter alojamento conjunto, possibilitando a 
permanência do neonato com a mãe 
 
condutas criminosas relacionadas: ECA, arts. 228/229 
 
 é assegurado o atendimento integral pelo SUS: 
 
 as crianças e os adolescentes portadores de deficiência 
receberão atendimento especializado 
 
 incumbe ao poder público fornecer gratuitamente 
àqueles que necessitam os medicamentos, próteses e 
outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou 
reabilitação 
 
 em caso de internação: direito de permanência de um dos pais 
ou responsável junto com o adolescente (art. 12, ECA) 
 
ECA, art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar 
condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, 
nos casos de internação de criança ou adolescente. 
 
 maus tratos: deverão ser obrigatoriamente comunicados ao 
Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 18 
 
 
1) O DIREITO 
 
ECA, art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como 
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e 
sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
 
 ECA, art. 15: 
 
 Liberdade, conteúdo conforme art. 16 – rol exemplificativo: 
 
 Ir, vir e estar em logradouros públicos e espaços 
comunitários 
 Opinião e expressão 
 Crença e culto religioso 
 Brincar, praticar esportes e divertir-se 
 Participar da vida familiar e comunitária 
 Participar da vida política 
 Buscar refúgio, auxílio e orientação 
 
 Respeito, conteúdo conforme art. 17 – rol exemplificativo: 
 
 inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral 
 
 preservação da imagem, da identidade, da autonomia, 
dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos 
pessoais 
 
 Dignidade (art. 18): dever de todos = velar pela dignidade da 
criança 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 19 
 
2) A CRIAÇÃO SEM CASTIGOS FÍSICOS OU TRATAMENTO CRUEL OU 
DEGRADANTE – LEI DA PALMADA (Lei 13.010/14 – artigos 18-A, 18-B 
E 70-A) 
 
 É proibido o uso de: 
 
 Castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva 
aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o 
adolescente que resulte em: 
 
 sofrimento físico; ou 
 
 lesão; 
 
 Tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de 
tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: 
 
 humilhe; ou 
 
 ameace gravemente; ou 
 
 ridicularize. 
 
 Destinatários da proibição do uso de castigos físicos ou tratamento 
cruel ou degradante: 
 
 Pais 
 
 Integrantes da família ampliada 
 
 Responsáveis 
 
 Agentes públicos executores de medidas socioeducativas 
 
 Qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-
los ou protegê-los 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRACARNEIRO - ECA 20 
 
 Sanções aplicáveis àqueles que violarem a proibição, sem prejuízo de 
outras: 
 
 encaminhamento a programa oficial ou comunitário de 
proteção à família; 
 
 encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico4; 
 
 encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
 
 obrigação de encaminhar a criança a tratamento 
especializado; 
 
 advertência. 
 
 Sanções aplicáveis pelo CONSELHO TUTELAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 TJAL/2.015, 1ª fase. 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 21 
 
 Atuação de forma articulada da União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios na elaboração de políticas públicas - tendo como 
principais ações: 
 
 a promoção de campanhas educativas 
 
 a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério 
Público e da Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com 
os Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e com as 
entidades não governamentais que atuam na promoção, 
proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente; 
 
 a formação continuada e a capacitação dos profissionais de 
saúde, educação e assistência social e dos demais agentes que 
atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do 
adolescente; 
 
 o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de 
conflitos 
 
 a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir 
os direitos da criança e do adolescente, desde a atenção pré-
natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com o 
objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a 
orientação 
 
 a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação 
de ações e a elaboração de planos de atuação conjunta focados 
nas famílias em situação de violência, com participação de 
profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de 
órgãos de promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do 
adolescente. 
 
 As famílias com crianças e adolescentes com deficiência 
terão prioridade de atendimento nas ações e políticas 
públicas de prevenção e proteção. 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 22 
 
3) DIREITO À LIBERDADE E TOQUE DE RECOLHER 
 
 Toque de recolher: medida tomada por alguns juízes com base no 
artigo 149, I do ECA 
 
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar, mediante 
alvará: 
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou responsável, 
em: 
a) estádio, ginásio e campo desportivo; 
b) bailes ou promoções dançantes; 
c) boate ou congêneres; 
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas; 
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão. 
 
 
 A questão foi analisada pelo CNJ, em inúmeras oportunidades: 
 
 Na primeira analise (2009): a portaria do juiz foi mantida 
 
 Nas analises seguintes: não há caráter administrativo na 
portaria e, por essa razão, não cabe ao CNJ a sua 
regulamentação 
 
 STJ: são ilegais essas portarias5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 STJ, HC 207.720 – em 2.011. 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 23 
 
 
1) NOÇÕES GERAIS 
 
ECA, art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família 
e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em 
ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. 
 
 Convívio familiar: direito de ser criado por uma família = base de 
construção de toda a sociedade 
 
CF, art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
 
 Base axiológica: tutela do superior interesse da criança e do 
adolescente 
 
 Ideal de excelência 
 
 Regulamentação minuciosa no ECA: arts. 19 a 52-D 
 
 Convivência digna: previsão de criação de mecanismos para 
coibir a violência no âmbito das relações familiares 
 
CF, art. 226 (...) § 8º - O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de 
cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no 
âmbito de suas relações. 
 
 Obs.: a CF deu mais importância às relações de família que ao 
casamento em si 
 
 Direito constitucional de convivência familiar: gera a 
inconstitucionalidade do art. 1.611 do Código Civil 
 
CC, art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos 
cônjuges, não poderá residir no lar conjugal sem o consentimento do outro. 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 24 
 
 Convívio familiar: 
 
 Regra: manutenção do convívio da criança e do adolescente com 
sua família NATURAL – sempre que possível 
 
 Exceção: família substituta, desde que: 
 
 Não existam ou sejam desconhecidos os membros da 
família natural 
 
 Família natural for prejudicial – colocando em risco o 
desenvolvimento pleno e salutar de sua personalidade 
 
 Medida excepcional 
 
 Caráter provisório ou definitivo 
 
 Conceito de SITUAÇÃO DE RISCO segundo o ECA (art. 98): direitos 
reconhecidos no ECA ou na CF sejam ameaçados por: 
 
 Ação ou omissão Estado 
 
 Falta, omissão ou abuso de direito dos pais ou responsáveis 
 
 Em razão de sua própria conduta 
 
 Casos em que a autoridade poderá aplicar as MEDIDAS DE 
PROTEÇÃO (art. 101) 
 
 Dentre elas está a COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA 
SUBSTITUTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 25 
 
 Normas gerais: 
 
 Regra: toda criança ou adolescente tem direito de ser criado 
no seio de sua família biológica 
 
 Excepcionalmente: 
 
 Família substituta 
 
 Acolhimento institucional: 
 
 Regra de prazo: até 2 ANOS 
 
 Revisão da situação: a cada 6 MESES 
 
 Exceção: superior interesse + decisão judicial 
 
 Filhos: terão os mesmos direitos entre si 
 
ECA, art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, 
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação. 
 
ECA, art. 227 (...) § 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou 
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer 
designações discriminatórias relativas à filiação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 26 
 
 O encarceramento/condenação criminal do pai ou da mãe da criança 
e do adolescente: 
 
 O poder familiar: 
 
 Regra: a condenação criminal do pai ou da mãe NÃO 
implicará a destituição do poder familiar 
 
 Exceção: condenação por crime doloso + sujeito à pena de 
reclusão + contra o próprio filho ou filha. 
 
ECA, art. 23 (...) § 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não 
implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de 
condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio 
filho ou filha. 
 
 O convívio familiar: é garantida a convivência da criança e do 
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de 
visitas periódicas 
 
 Promovida pelo responsável ou pela instituição de 
acolhimento 
 
 Independente de autorização judicial 
 
ECA, art. 19 (...) § 4o Serágarantida a convivência da criança e do 
adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas 
periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de 
acolhimento institucional, pela entidade responsável, 
independentemente de autorização judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 27 
 
 Conceitos: 
 
 Família natural: comunidade formada pelos pais ou qualquer 
deles e seus descendentes 
 
 A manutenção ou reintegração de criança ou 
adolescente à sua família: terá preferência em relação a 
qualquer outra providência 
 
 Família substituta: forma de proteção da criança ou do 
adolescente e se dará sempre de maneira excepcional 
 
 por meio de 3 modalidades: 
 
 Tutela 
 Curatela 
 Adoção 
 
 Família extensa ou ampliada: além da unidade pais e filhos ou 
casal – formada por: 
 
 parentes próximos 
 + 
 convivência com a criança 
 + 
 vínculos de afinidade e afetividade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 28 
 
2) PERMANÊNCIA FORA DO CONVÍVIO FAMILIAR – LIMITES 
 
 Permanência fora do convívio: = o acolhimento institucional 
 
 Princípio regente: transitoriedade do acolhimento 
institucional 
 
 reavaliação do afastamento: a cada 6 meses 
 
ECA, art. 19 (...) §1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido 
em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação 
reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade 
judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe 
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada 
pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família 
substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta 
Lei. 
 
 prazo máximo de manutenção em programa de 
acolhimento: 2 anos 
 
ECA, art. 19 (...) § 2o A permanência da criança e do adolescente em 
programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 
(dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior 
interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária. 
 
 + de 2 anos: somente no excepcional interesse da 
criança ou adolescente 
 
 Plano individual de atendimento (ECA, art. 101, §4º): 
 
 elaboração: IMEDIATAMENTE após o 
acolhimento 
 
 objetivo: 
 
 regra: reintegração familiar 
 
 exceção = ordem escrita e fundamentada 
em contrário de autoridade judiciária: 
colocação em família substituta 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 29 
 
3) PODER FAMILIAR 
 
 Dispositivos: 
 
 Direitos e deveres na sociedade conjugal: são exercidos 
igualmente pelo homem e mulher 
 
CF, art. 226 (...) § 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são 
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher 
 
CC, art. 1.630. Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores. 
 
 ECA, art. 21: pátrio-poder – exercido em igualdade de 
condições 
 
 Expressão “pátrio-poder” = ultrapassada 
 
 Lei 12.010/09 – substitui todas as expressões “pátrio-
poder” do ECA por “poder familiar” 
 
ECA, art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade 
de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação 
civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, 
recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da 
divergência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) DEVERES DOS PAIS 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 30 
 
 
 Dispositivos: 
 
 Dever constitucional: assistir, criar e educar os filhos menores 
 
CF, art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e 
os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou 
enfermidade. 
 
 Assistência = dever recíproco: dever de os filhos maiores 
amparar os pais na velhice ou em caso de carência e 
enfermidade 
 
 ECA, art. 22: dever de sustento, guarda e educação 
 
ECA, art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos 
menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer 
cumprir as determinações judiciais. 
 
 CC/02, art. 1.634 - rol: 
 
 Criação e educação 
 
 Companhia e guarda 
 
 Consentir e negar consentimento para casar 
 
 Nomear-lhes tutor 
 
 Representa-los e assisti-los 
 
 Reclamá-los de quem ilegalmente os detenha 
 
 Exigir obediência, respeito e serviços próprios de sua 
idade e condição 
 
 
 
 
5) PERDA E SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 31 
 
 
 3 hipóteses: 
 
 Extinção SEM responsabilidade (CC, art. 1.635): causa normal 
de encerramento do poder familiar 
 
 Morte 
 Maioridade 
 Emancipação 
 Adoção 
 Decisão judicial na forma do art. 1.638 (perda) 
 
 Suspensão (CC, art. 1.637): relacionada com 
 
 abuso do poder familiar ou 
 condenação por sentença penal irrecorrível a pena que 
exceda 2 anos 
 
 Perda (CC, art. 1.638): ou extinção COM responsabilidade 
 
 Castigar imoderadamente o filho 
 Abandono 
 Atos contrários a moral e bons costumes 
 Reiteração nas faltas que geram suspensão familiar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5.1) A CARÊNCIA DE RECURSOS NATURAIS 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 32 
 
 
 A falta ou a carência de recursos materiais: NÃO constitui motivo 
suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar 
 
ECA, art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente 
para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar 
 
 Efeito da verificação de carência material: colocação, 
OBRIGATÓRIA, da família em programas oficiais de auxílio 
 
ECA, art. 23 (...) § 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a 
decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família 
de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de 
auxílio. 
 
 Código de Menores (legislação anterior): a carência de recursos 
materiais era causa de SITUAÇÃO IRREGULAR – que poderia gerar, 
inclusive, perda do poder familiar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6) PROCEDIMENTO PARA A EXTINÇÃO, PERDA E SUSPENSÃO DO 
PODER FAMILIAR 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 33 
 
 
6.1) PROCEDIMENTO NOS CASOS DE EXTINÇÃO SEM RESPONSABILIDADE 
 
 Extinção SEM responsabilidade: 
 
 Fatos jurídicos: a extinção é automática 
 
 Morte 
 Maioridade 
 
 Ato de vontade: 
 
 Emancipação 
 
 vontade de ambos os pais (ou supressão judicial) 
 + 
 instrumento público 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.2) PROCEDIMENTO NO CASO DE EXTINÇÃO COM RESPONSABILIDADE 
OU DE SUSPENSÃO 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 34 
 
 O procedimento é o mesmo para: 
 
 Extinção com responsabilidade (perda): 
 
 havendo colocação em família substituta: 
 
 Guarda – TEMPORÁRIO 
 Tutela - DEFINITIVO 
 Adoção – DEFINITIVO Suspensão: temporário 
 
 depende de manifestação JUDICIAL 
 
 Procedimento: 
 
 Legitimidade: MP e interessado 
 
 Competência: 
 
 Vara da Infância: se presentes situações do art. 98 
(SITUAÇÃO DE RISCO) 
 
 Ação ou omissão Estado 
 
 Falta, omissão ou abuso de direito dos pais ou 
responsáveis 
 
 Em razão de sua própria conduta 
 
 Vara da Família: não presente situação de risco 
 
 
 
 
 
 
 Petição inicial + até 10 testemunhas 
 
 Citação: 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 35 
 
 
 Não apresentação de resposta: NÃO se aplica os efeitos 
da revelia (ECA, art. 161) 
 
 Apresentação de resposta: 
 
 Vista ao MP, por 5 dias – se não for autor 
 
 Designa-se audiência de instrução e julgamento 
 
 Decisão em audiência ou em 5 dias 
 
 
 Questões relevantes: 
 
 Poderes instrutórios do juiz: amplos poderes 
 
 Averbação da perda ou suspensão: à margem do registro de 
nascimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 36 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Família – conceitos: 
 
 Família natural: comunidade formada pelos pais ou qualquer 
deles e os filhos 
 
ECA, art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer 
deles e seus descendentes. 
 
 PREFERÊNCIA do sistema 
 
 Família extensa ou ampliada: parentes próximos + convivência 
+ afinidade e afetividade 
 
ECA, art. 25 (...) Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que 
se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes 
próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e 
afetividade. 
 
 Efeito no instituto da adoção: possibilidade de adoção 
por membro da família, que não os impedidos no art. 42, 
§ 2º 
 
 Ascendente 
 irmão do adotando 
 
CC, art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, 
independentemente do estado civil. (...) 
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. 
 
 Família monopareantal: comunidade formada por um dos pais 
e seus descendentes 
 
 Família recomposta: comunidade formada por pessoas que se 
unem e já possuem filhos de relacionamentos anteriores 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 37 
 
2) RECONHECIMENTO DE FILHOS 
 
CC, art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta 
ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro 
documento público, qualquer que seja a origem da filiação. 
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao 
falecimento, se deixar descendentes. 
 
 Normatização por 3 diplomas – diálogo de fontes: 
 
 ECA, art. 26 
 Lei 8.560/92 
 CC/02, art. 1.607/1.617 
 
 Reconhecimento de filhos havidos fora do casamento: 
 
 No registro de nascimento 
 Por escritura pública ou escrito particular registrado em 
cartório 
 Por testamento 
 Manifestação expressa perante juiz 
 
 Lei 8.560/92 
 
 Reconhecimento pode ser feito: 
 
 pelos pais de forma conjunta 
 
 ou separadamente 
 
 preceder o nascimento 
 
 ou após sua morte – SE ele (o filho a ser reconhecido) deixar 
descendentes 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 38 
 
 Natureza jurídica da adoção: ato jurídico em sentido estrito 
 
 Irrevogável 
 
CC, art. 1.610. O reconhecimento não pode ser revogado, nem mesmo quando 
feito em testamento. 
 
 se feito por testamento revogado – o reconhecimento 
continua a ter efeitos 
 
 Incondicional 
 
CC, art. 1.613. São ineficazes a condição e o termo apostos ao ato de 
reconhecimento do filho 
 
 Personalíssimo 
 
 Imprescritível 
 
 a ação negatória: também é imprescritível6 
 
 petição de herança: NÃO é imprescritível 
 
ECA, art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito 
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado 
contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o 
segredo de Justiça. 
 
STF, Súmula 149 - É imprescritível a ação de investigação de 
paternidade, mas não o é a de petição de herança. 
 
 
 
 Reconhecimento de: 
 
 filho maior – depende de seu consentimento 
 
 filho menor – pode impugnar tal reconhecimento - 4 anos após 
a maioridade ou emancipação 
 
 
6 STJ, REsp. 576.185/SP 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 39 
 
3) INVESTIGAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PATERNIDADE 
 
 Lei 8.560/92: criou o mecanismo da investigação administrativa – 
com o seguinte procedimento: 
 
 Lavrado o assento de nascimento, somente com a 
maternidade: é formado expediente que é encaminhado ao juiz 
 
 Este ouvirá a genitora + determinará a intimação do suposto 
pai 
 
 Designada audiência: onde pode ocorrer 
 
 Aceitação 
 
 Não aceitação 
 
 Nesse caso os autos são enviados ao MP para que 
intente ação de investigação de paternidade 
 
 Na prática o MP envia o expediente para a 
Defensoria Pública 
 
 Nesses casos o procedimento é frustrado – e acaba 
prorrogando a necessária investigação de 
paternidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 40 
 
4) INVESTIGAÇÃO JUDICIAL DE PATERNIDADE 
 
 Investigação judicial: 
 
 proposta perante a Vara de Família 
 
 pela criança, representada ou assistida 
 
 pode ser cumulada com verba alimentar 
 
 
 Crítica aos artigos 1.612 e 1.616 do CC: 
 
CC, art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que 
o reconheceu, e, se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor 
atender aos interesses do menor. 
 
CC, art. 1.616. A sentença que julgar procedente a ação de investigação produzirá os 
mesmos efeitos do reconhecimento; mas poderá ordenar que o filho se crie e eduque fora 
da companhia dos pais ou daquele que lhe contestou essa qualidade. 
 
 Não é possível fixar, em abstrato, qual o genitor a ficar com a 
guarda da criança ou adolescente 
 
 Crítica em face da doutrina na proteção integral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 41 
 
5) AÇÃO NEGATÓRIA DE MATERNIDADE E DE PATERNIDADE 
 
 Maternidade: somente poderá ser contestada provando-se: Falsidade 
 
 do assento ou 
 
 Das declarações nele contidas 
 
CC, art. 1.608. Quando a maternidade constar do termo do nascimento do filho, 
a mãe só poderá contestá-la, provando a falsidade do termo, ou das declarações 
nele contidas. 
 
 
 Negatória de paternidade: 
 
 Regra: qualquer tempo 
 
 Ressalvas (STJ): 
 
 se o pai reconhece a paternidade, ciente de que não era 
pai biológico: não poderá haver negatória de 
paternidade7 
 
 ou seja, somente pode ser desfeito o registro em 
caso de vício do consentimento 
 
 NÃO cabe negatória por mera dúvida de quem tenha 
reconhecido a paternidade8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 STJ, REsp. 1.022.763 
8 STJ, REsp. 1.067.438 
!!!!!
!!LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 42 
 
6) A FAMÍLIA SUBSTITUTA – NOÇÕES GERAIS 
 
 Colocação em família substituta pode se dar, apenas, por 3 formas: 
 
 Guarda (ECA, arts. 33/35) 
 
 Tutela (ECA, arts. 36/38) 
 
 Adoção (ECA, arts. 39/52-D) 
 
CC, art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela 
ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, 
nos termos desta Lei. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 43 
 
 Regras do artigo 28: 
 
 Sempre que possível, a criança e o adolescente serão 
previamente ouvidos por equipe interporfissional 
 
ECA, art. 28 (...) § 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será 
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de 
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá 
sua opinião devidamente considerada. 
 
 Sua opinião será devidamente analisada 
 
 Maior de 12 anos: será necessário seu consentimento, colhido 
em audiência + colhido em audiência 
 
ECA, art. 28 (...) § 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será 
necessário seu consentimento, colhido em audiência. 
 
 Na apreciação do pedido – considerar-se-á para preferência: 
 
 Grau de parentesco 
 
 Relação de afinidade e afetividade 
 
CP, art. 28 (...) § 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau 
de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar 
ou minorar as consequências decorrentes da medida. 
 
 Os grupos de irmãos: serão colocados sob adoção, tutela ou 
guarda da mesma família substituta 
 
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da 
mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso 
ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução 
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos 
vínculos fraternais. 
 
 Colocação em família substituta: precedida de sua preparação 
gradativa e acompanhamento posterior 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 44 
 
 Adoção de criança e adolescente indígena ou proveniente de 
comunidade quilombola: 
 
ECA, art. 28 (...) § 5o A colocação da criança ou adolescente em família substituta será 
precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela 
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, 
preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política 
municipal de garantia do direito à convivência familiar. 
 
 Respeitadas as respectivas identidades social e cultural 
 
 Colocação prioritária no seio de sua comunidade ou junto a 
membros da mesma etnia 
 
 Intervenção e oitiva de representantes do órgão federal 
responsável e antropólogos 
 
 Crítica: preferência à identidade biológica em 
detrimento do próprio interesse da criança 
 
 Família substituta estrangeira: 
 
 Exceção: somente em situações excepcionais 
 
 Somente pela modalidade: ADOÇÃO 
 
ECA, art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida 
excepcional, somente admissível na modalidade de adoção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 45 
 
 
 
 
 
DIRETRIZES GERAIS 
DA COLOCAÇÃO EM 
FAMÍLIA SUBSTITUTA
Oitiva d criança e do 
adolexcente
• sempre que possível por equipe interprofissional
•adolescente: oitiva obrigatória e consentimento 
determinante
Preferência por 
família substituta com 
relação de parentesco
•objetivo: aumento das chances de adaptação
• critério: grau de parentesco + relação de afinididade e 
afetividade 
Grupos de irmãos
• regra: mantidos juntos
•exceção: separados + buscando-se meios de se evitar a 
quebra do vínculo
O indígena
•ponderação sobre as particularidades da criança ou 
adolescente
•preferência: colocação em família substituta de mesma 
identidade cultural ou étnica
Família substituta 
estrangeira
•medida excepcional
•modadlide obrigatória: adoção
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 46 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Guarda: modalidade de colocação em família substituta – 
 
 que obriga à prestação de assistência 
 
 Moral 
 Material 
 Educacional 
 
ECA, art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral 
e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o 
direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. 
 
 possibilita a oposição a terceiros e inclusive aos pais 
 
 confere à criança ou adolescente a condição de dependente, 
para todos os fins e efeitos de direito, inclusive 
previdenciários. 
 
ECA, art. 33, (...) § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de 
dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. 
 
 Guarda e poder familiar: possibilidade de convivência dos 2 
institutos 
 
GUARDA DO DIREITO DE FAMÍLIA GUARDA DO ECA 
Surgem quando os pais se separam Forma de colocação em família 
substituta 
 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 47 
 
2) MODALIDADES DE GUARDA NO ECA 
 
 Guarda, como forma de colocação em família substituta, pode ser: 
 
 De fato (posse de fato) 
 
 De direito: 
 
 Provisória 
 Permanente 
 Especial 
 Previdenciária 
 
 destina-se a regularizar a posse de fato 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 48 
 
 Conceitos: 
 
 Guarda de fato: não decorre de decisão judicial, a criança ou 
adolescente simplesmente é acolhido por terceiros 
 
 forma de regularização = guarda de direito 
 
 Guarda de direito 
 
 Guarda provisória: 
 
 ocorre nos processos de tutela e adoção 
 
 concedida liminar ou incidentalmente 
 
 vedada nos casos de adoção internacional 
 
 Guarda permanente: 
 
 Hipótese: ausência eventual dos pais ou 
responsável 
 
 Pode ser revogada a qualquer tempo – ato judicial 
fundamentado, ouvido o MP 
 
 Guarda previdenciária 
 
 A guarda transfere para a criança ou adolescente 
a condição de dependente, para todos os fins e 
efeitos – inclusive previdenciários 
 
 Guarda especial 
 
 O poder público estimulará, por meio da 
assistência jurídica, incentivos fiscais e 
subsídios, o acolhimento sob a forma de guarda, 
de criança ou adolescente afastado do convívio 
familiar 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 49 
 
MODALIDADES DE GUARDA 
Modalidade Descrição 
Guarda de fato Não há vínculo jurídico 
Guarda provisória Concedida no início do procedimento 
de tutela ou adoção 
Guarda definitiva Concedida ao final do processo de 
guarda 
Guarda excepcional Atente a situações excepcionais de 
ausência dos pais 
Guarda subsidiada Concedida a pessoas que recebem 
algum tipo de incentivo do poder 
público, ligada ao acolhimento 
familiar 
Guarda derivada Decorre da concessão de tutela 
Guarda do dirigente de entidade de 
acolhimento institucional 
Decorre da inserção da criança ou 
adolescente em programa de 
acolhimento 
Guardacomo medida protetiva ou 
estatutária 
Concedida diante da caracterização 
de situação de risco 
Guarda concedida a terceiro na Vara 
da Família 
Decorre da verificação de que nem o 
pai nem a mãe estão em condições de 
exercer a guarda 
Guarda de estrangeiro refugiado Pais mortos ou não conseguiram fugir 
do pais de origem – não há amparo 
legal expressa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 50 
 
3) PROCEDIMENTO PARA A GUARDA NO ECA 
 
 Modalidades de procedimentos: 
 
 Guarda judicial (art. 165/170): quando não há concordância de 
um dos genitores ou de ambos 
 
 Mediante contraditório 
 
 Quando há consentimento (art. 166, ECA): pedido feito 
diretamente em CARTÓRIO 
 
 Prescinde de procedimento contraditório 
 
 Havendo concordância dos pais – serão eles ouvidos 
pelo juiz e MP 
 
 
 A guarda e a REPRESENTAÇÃO: a guarda NÃO confere, 
automaticamente, o atributo da representação 
 
 Representação: deve ser conferida expressamente pelo juiz 
 
ECA, art. 33, § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de 
tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual 
dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a 
prática de atos determinados. 
 
 A formalização do início da guarda de direito: compromisso de bem 
e fielmente desempenhar o cargo 
 
ECA, art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de 
bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos. 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 51 
 
4) O DIREITO DE VISITAÇÃO DOS PAIS 
 
 Regulamentação: 
 
 Regra: direito de visita 
 
 Exceção – proibição nos seguintes casos: 
 
 guarda voltada a adoção 
 
 vedação expressa da autoridade judiciária 
 
 
ECA, art. 33 (...) § 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em 
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for 
aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança 
ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas 
pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de 
regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério 
Público. 
 
5) GUARDA E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA 
 
 Jurisprudência - STJ9: a dependência econômica dos pais não enseja, 
por si só, a concessão da guarda àquele de quem depende 
economicamente os pais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 STJ, REsp. 993.458/MA 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 52 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Tutela: forma definitiva de colocação em família substituta 
 
 Idade do tutelado: pessoa de até 18 anos 
 
ECA, art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 
(dezoito) anos incompletos. 
 
 Pressuposto básico: 
 
 Falecimento dos pais 
 
 Pais ausente 
 
 Suspensão 
 OU do poder familiar 
 Perda 
 
CC, Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela: 
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes; 
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar. 
 
 
 O deferimento da tutela = dever de guarda + REPRESENTAÇÃO 
automática10 
 
ECA, art. 36 (...) Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação 
da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e implica necessariamente o dever 
de guarda 
 
 
10 Diferente da guarda, cuja representação (defesa de direto alheio em nome alheio em processo) 
depende de decisão judicial. 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 53 
 
 
2) MODALIDADES DE TUTELA 
 
 
 
a) Tutela Testamentária: 
 
 Nomeação pelos pais, em conjunto (CC, art. 1.729) 
 
 Em testamento ou documento autêntico 
 
 É nula a nomeação de tutor por pai ou mãe que: ao tempo de 
sua morte, não tinha o poder familiar 
 
b) Tutela Legítima: 
 
 À falta de tutela testamentária 
 
 Concedida aos parentes do menor - ordem 
 
 Ascendentes 
 
 Colaterais até 3º grau 
 
 Mais próximo exclui o mais remotos 
 Mais velho exclui os mais novos 
 Em qualquer caso – escolha pelo juiz em vista do 
melhor interesse da criança 
 
 
 
 
Modalidades de 
tutela
testamentária
legítima
dativa
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 54 
 
c) Tutela Dativa: falta de tutor testamentário ou legítimo ou quando estes 
forem excluídos ou escusados da tutela ou por falta de idoneidade 
 
CC, art. 1.733. Aos irmãos órfãos dar-se-á um só tutor. 
§ 1o No caso de ser nomeado mais de um tutor por disposição testamentária sem 
indicação de precedência, entende-se que a tutela foi cometida ao primeiro, e que os 
outros lhe sucederão pela ordem de nomeação, se ocorrer morte, incapacidade, escusa 
ou qualquer outro impedimento. 
§ 2o Quem institui um menor herdeiro, ou legatário seu, poderá nomear-lhe curador 
especial para os bens deixados, ainda que o beneficiário se encontre sob o poder familiar, 
ou tutela. 
 
Art. 1.734. As crianças e os adolescentes cujos pais forem desconhecidos, falecidos ou 
que tiverem sido suspensos ou destituídos do poder familiar terão tutores nomeados pelo 
Juiz ou serão incluídos em programa de colocação familiar, na forma prevista pela Lei 
no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
 
 Regras: 
 
 Para irmãos: será nomeado um só tutor 
 
 Nomeação de mais de um tutor: entende-se confiada ao 
primeiro – os demais lhe sucederão, em caso de morte, 
incapacidade, escusa ou outro motivo 
 
 Crianças com país desconhecidos, falecidos ou que tiverem 
sido suspensos ou destituídos do poder familiar: 
 
 Terão tutores nomeados pelo juiz 
 OU 
 Serão incluídos em programa de colocação familiar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 55 
 
3) QUEM NÃO PODE EXERCER A TUTELA 
 
 Não podem exercer a tutela e serão exonerados em caso de exercício 
 
 aqueles que não tiverem a livre administração de seus bens; 
 
 aqueles que, no momento de lhes ser deferida a tutela, se 
acharem constituídos em obrigação para com o menor, ou 
tiverem que fazer valer direitos contra este, e aqueles cujos 
pais, filhos ou cônjuges tiverem demanda contra o menor; 
 
 os inimigos do menor, ou de seus pais, ou que tiverem sido por 
estes expressamente excluídos da tutela; 
 
 os condenados por crime de furto, roubo, estelionato, 
falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não 
cumprido pena; 
 
 as pessoas de mau procedimento, ou falhas em probidade, e as 
culpadas de abuso em tutorias anteriores; 
 
 aqueles que exercerem função pública incompatível com a boa 
administração da tutela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 56 
 
4) ESCUSA DA TUTELA 
 
 2 modalidades de escusa: 
 
 Escusa do parente (CC, art. 1.737): 
 
 Quem não for parente do menor 
+ 
 houver no lugar parente idôneoem condições de exercê-la 
 
 Escusa de qualquer pessoa (CC, art. 1.736): 
 
 mulheres casadas; 
 
 maiores de 60 anos; 
 
 aqueles que tiverem sob sua autoridade mais de 3 filhos; 
 
 os impossibilitados por enfermidade; 
 
 aqueles que habitarem longe do lugar onde se haja de exercer 
a tutela; 
 
 aqueles que já exercerem tutela ou curatela; 
 
 militares em serviço. 
 
 Apresentação da escusa: 
 
 Prazo: 10 dias 
 
 Contados da intimação da designação 
 
 Contados da superveniência da causa – se depois de aceita a 
tutela 
 
 Se o juiz não admitir a recusa: a tutela deverá ser exercida enquanto 
não tiver provimento o recurso 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 57 
 
5) FUNÇÕES E PODERES DECORRENTES DA TUTELA 
 
 Funções do tutor em relação ao tutelado (CC, art. 1.740): 
 
 dirigir-lhe a educação, defendê-lo e prestar-lhe alimentos, 
conforme os seus haveres e condição; 
 
 reclamar do juiz que providencie, como houver por bem, 
quando o menor haja mister correção; 
 
 adimplir os demais deveres que normalmente cabem aos pais, 
ouvida a opinião do menor, se este já contar 12 anos de idade. 
 
 representar o menor, até os 16 anos, nos atos da vida civil, e 
assisti-lo, após essa idade, nos atos em que for parte; 
 
 receber as rendas e pensões do menor, e as quantias a ele 
devidas; 
 
 fazer-lhe as despesas de subsistência e educação, bem como as 
de administração, conservação e melhoramentos de seus bens; 
 
 alienar os bens do menor destinados a venda; 
 
 promover-lhe, mediante preço conveniente, o arrendamento de 
bens de raiz. 
 
 
 Incumbe ao tutor, sob INSPEÇÃO DO JUIZ: administrar os bens do 
menor, em proveito deste 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 58 
 
 Incumbe ao tutor, com AUTORIZAÇÃO DO JUIZ: 
 
 pagar as dívidas do menor; 
 
 aceitar por ele heranças, legados ou doações, ainda que com 
encargos; 
 
 transigir; 
 
 vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os 
imóveis nos casos em que for permitido; 
 
 propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover 
todas as diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos 
pleitos contra ele movidos. 
 
 No caso de falta de autorização: a eficácia de ato do 
tutor depende da aprovação ulterior do juiz. 
 
 Plano da eficácia 
 
 
 NÃO poderá o tutor, sob pena de nulidade 
 
 adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato 
particular, bens móveis ou imóveis pertencentes ao menor; 
 
 dispor dos bens do menor a título gratuito; 
 
 constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o 
menor. 
 
 Plano da validade – nulidade absoluta 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 59 
 
6) GARANTIAS SOBRE O PATRIMÔNIO DO TUTELADO 
 
 A proteção do patrimônio do tutelado: 
 
 Imóveis dos tutelados: somente podem ser vendidos quando: 
 
 Manifesta vantagem 
 Prévia avaliação judicial 
 Aprovação do juiz 
 
 Fiscalização dos atos do tutor: pode o juiz nomear protutor 
 
 Administração exigir conhecimentos técnicos: poderá, mediante 
autorização do juiz, delegar a função a terceiro, pessoa física ou 
jurídica 
 
 Os bens do menor serão entregues ao tutor mediante termo 
especificado deles e de seus valores 
 
 Se os bens forem de valor considerável – poderá o juiz condicionar o 
exercício da tutela à prestação de CAUÇÃO bastante 
 
 Poderá dispensar a caução se: o tutor for de reconhecida 
idoneidade 
 
 Se o menor possuir bens: será sustentado e educado a expensas deles 
 
 Antes de assumir a tutela, o tutor declarará tudo que o menor lhe 
deva: sob pena de não poder lhe cobrar, durante a tutoria, salvo se 
provar que não conhecia o débito 
 
 Tutores não podem conservar em seu poder dinheiro dos tutelados, 
além do necessário para as despesas ordinárias 
 
 Joias e demais valores serão depositados ou aplicados na aquisição 
de imóveis 
 
 Valores existentes em bancos – só podem ser retirados com ordem 
do juiz, e somente para: 
 
 Despesas de sustento educação 
 Administração 
 Compra de bens imóveis e títulos 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 60 
 
7) RESPONSABILIDADE DO MAGISTRADO E DO TUTOR 
 
 A responsabilidade do magistrado e do tutor: 
 
 Magistrado – 2 formas de responsabilidade: 
 
 Direta e pessoal: se não nomear tutor ou não o fizer 
oportunamente 
 
 Subsidiária: quando não tiver exigido garantia legal do 
tutor, nem o removido, ao se tornar suspeito 
 
 Tutor: 
 
 Responsabilidade SUBJETIVA: em face do menor 
 
 Tem direito de reembolso pelo que realmente 
despender no exercício da tutela (salvo de 
crianças/adolescentes cujos pais sejam 
desconhecidos) 
 
 Responsabilidade OBJETIVA: perante terceiros por atos 
do tutelado 
 
 Protuor, MP (fiscalização do tutor) e aqueles que concorrerem 
com o dano: solidariamente responsável com o tutor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 61 
 
8) CESSAÇÃO DA CONDIÇÃO DE TUTELADO E DA FUNÇÃO DE TUTOR 
 
 Cessa a condição de tutelado: 
 
 com a MAIORIDADE ou a EMANCIPAÇÃO do menor; 
 
 ao cair o menor sob o PODER FAMILIAR, no caso de 
reconhecimento ou adoção. 
 
 Cessa a função de tutor: 
 
 ao expirar o termo, em que era obrigado a servir; 
 
 ao sobrevir escusa legítima; 
 
 decurso do prazo: 2 anos 
 
 pode continuar na função: se quiser e o juiz entender 
conveniente ao menor 
 
 ao ser removido – hipóteses: 
 
 descumprimento de determinação judicial ou dever de 
guarda, sustento e educação 
 
 negligente, prevaricador ou incapacidade 
 
 condenado em ação de prestação de contas a pagar 
saldo e não o fizer no prazo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 62 
 
9) DESTITUIÇÃO DA TUTELA E SEU PROCEDIMENTO 
 
 Hipótese de destituição: 
 
 Negligência 
 Prevaricação 
 Incapacidade 
 
 Procedimento: 
 
 Promovido pelo MP ou quem tiver legítimo interesse 
 
 Tutor será citado para contestar em: 
 
 CC: 5 dias (art. 1.195) 
 
 ECA: 10 dias (art. 164) 
 
 Não há posição sobre essa antinomia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 63 
 
10) PRESTAÇÃO DE CONTAS DO TUTOR 
 
 Prestação de contas: é obrigatória 
 
 Fim de cada ano – apresentação de BALANÇO 
 
 Depois de aprovado pelo juiz – será anexado aos autos 
do inventário 
 
 PRESTAÇÃO DE CONTAS: 
 
 de 2 em 2 anos 
 quando o tutor deixar o exercício da tutela 
 quando o juiz achar conveniente 
 
 Mesmo quando cessada a tutela, pela emancipação ou maioridade, 
ainda subsiste o dever de prestar contas: até aprovação pelo juiz 
 
 Despesas com a prestação de contas: é por conta do tutelado 
 
 Deverde prestar contas é transmissível aos herdeiros ou 
representantes do tutor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 64 
 
 
1) INTRODUÇÃO 
 
 Lei 12.010/09: 
 
 Modificou o instituto da adoção 
 
 Pacificou a aplicação conjunta do CC e ECA (diálogo das fontes) 
 
 Normatização: 
 
 Adoção de menor: regime do ECA (Arts. 39/52-D) 
 
 Adoção de maior de 18 anos: regime do CC 
 
 CC, na verdade, remete ao ECA 
 
 Natureza da adoção – ato jurídico em sentido estrito – de caráter 
 
 Excepcional 
 
 EXCEPCIONALIDADE DUPLA da adoção internacional: 
somente quando não houver pessoa ou casais brasileiros 
habilitados à adoção 
 
 Irrevogável 
 
ECA, art. 39 (...) § 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve 
recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou 
adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 
25 desta Lei. 
 
 
 
 
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 65 
 
2) CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
2.1) ADOÇÃO CONJUNTA 
 
 Conceito: o casal se apresenta como postulante à adoção, na qual 
nenhum deles possui vinculo com o adotando 
 
 O STJ, relativizando a lei, possibilitou a adoção por dois 
irmãos11 
 
 Requisitos: 
 
 estabilidade da família = casamento ou união estável 
 
ECA, art. 42 (...) § 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes 
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a 
estabilidade da família 
 
 divorciados – desde que: 
 
 prévio acordo de guarda 
 período de convivência tenha iniciado durante a união 
 vínculos de afinidade e afetividade 
 
 = medidas que asseguram o melhor interesse da 
criança 
 
 
 
11 STJ, REsp. 1.217.415/RS 
modalidades 
de adoção
conjunta unilateral póstuma
inuito 
personae
internacional à brasileira
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 66 
 
2.2) ADOÇÃO UNILATERAL 
 
 Conceito: adoção, por um dos cônjuges ou convivente, do filho do 
outro 
 
ECA, art. 41 (...) § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-
se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os 
respectivos parentes. 
 
 Nesse caso, NÃO HAVERÁ INTERRUPÇÃO DOS LAÇOS de 
consanguinidade havidos com o genitor biológico 
 
 Hipóteses de adoção unilateral: 
 
 Um dos pais é desconhecido: basta o consentimento do genitor 
que conste do registro 
 
 Um dos pais foi destituído do poder familiar: basta o 
consentimento do outro 
 
 Demais casos em que haja poder familiar de ambos os 
genitores: concordância de ambos ou ação para destituição do 
poder familiar 
 
2.3) ADOÇÃO INTUITO PERSONAE 
 
 Conceito: hipótese de adoção em que os pais biológicos influenciam 
diretamente na escolha da família substituta 
 
 Divergência: 
 
 1ª corrente – NÃO é possível: não há tratamento legal e 
possibilita a comercialização do instituto da adoção 
 
 2ª corrente – é possível: os pais têm o direito de escolher o que 
lhes parece melhor para os filhos 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 67 
 
2.4) ADOÇÃO POSTUMA OU POS MORTEM 
 
 Conceito: adoção por adotante que tenha falecido no curso do 
procedimento de adoção 
 
 requisitos: 
 
 adotante falece no curso do processo de adoção 
 
 inequívoca manifestação de vontade do falecido 
 
 o STJ permitiu a adoção pos mortem mesmo no 
caso em que não havia processo em curso, mas 
apenas inequívoca vontade de adotar12 
 
 efeitos da sentença: ex tunc - retroagindo à data da morte 
 
ECA, art. 42 (...) § 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após 
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, 
antes de prolatada a sentença. 
 
2.5) ADOÇÃO À BRASILEIRA 
 
 Conceito: pessoa registra filho alheio como seu 
 
 jurisprudência (STJ13): o vínculo é NULO por decorrer de 
declaração falsa + IRREVOGÁVEL diante do instituto da 
paternidade sócio-afetiva 
 
 Adoção a brasileira = CRIME 
 
CP, art. 242 - Dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar 
recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
Parágrafo único - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida nobreza: 
Pena - detenção, de um a dois anos, podendo o juiz deixar de aplicar a pena. 
 
 
12 STJ, REsp 1.217.415/RS 
13 STJ, REsp. 1000356/SP 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 68 
 
2.6) ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS 
 
 Adoção conjunta ou unilateral por homossexuais 
 
 possível14: princípio da isonomia e dignidade 
 
 Lembrete: proteção dada pelo STF aos casais 
homossexuais (ADI 4277/DF e ADPF 132/RJ) 
 
 
2.7) A ADOÇÃO DO NASCITURO 
 
 Divergência doutrinária: 
 
 1ª corrente - possibilidade: nascituro é ser humano, incluído 
no conceito de criança 
 
 2ª corrente – impossível: não é possível o estágio de 
convivência 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 STJ, REsp. 1.281.093/SP e REsp. 889.852/RS. Sobre a adoção unilateral: STJ, REsp 
1.347.228/SC 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 69 
 
2.8) ADOÇÃO POR ESTRANGEIROS 
 
 Principais peculiaridades: 
 
 A colocação em família substituta estrangeira: somente é 
possível na modalidade de ADOÇÃO 
 
 Conceito: pessoa ou casal adotante é residente fora do Brasil 
 
 Requisitos básicos: 
 
 Que a adoção é a solução adequada para o caso concreto 
 
 Esgotadas todas as tentativas de colocar a criança ou 
adolescente em família substituta no Brasil 
 
 DUPLA subsidiariedade ou EXCEPCIONALIDADE 
 
 brasileiro residente no exterior têm preferência 
sobre os estrangeiros 
 
 Se adolescente: seu consentimento 
 
 Procedimento: 
 
 Pedido de habilitação perante a autoridade central em 
matéria de adoção no país de acolhida 
 
 Autoridade central do país de acolhida enviará relatório 
para a autoridade estadual brasileira, com cópia para a 
autoridade central federal brasileira 
 
 Será expedido laudo de habilitação – com validade de até 
1 ANO 
 
 De posse do laudo, pode ser feito pedido de adoção perante 
juízo da infância do local - onde se encontra a criança 
 
 
 
 
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LUCAS SACHSIDA JUNQUEIRA CARNEIRO - ECA 70 
 
3) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA ADOÇÃO – VISÃO GERAL 
 
3.1) IDADE MÁXIMA DO ADOTADO 
 
 Idade máxima e rito: 
 
 Adotado < 18 anos: 
 
 ECA 
 Vara da Infância e Juventude 
 
ECA, art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à 
data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. 
 
 Adotado > 18 anos: 
 
 Código Civil 
 Vara da Família 
 
 Adotado > 18 anos < 21 + já estava sob tutela ou guarda do 
adotante 
 
 ECA 
 Vara da Infância e Juventude 
 
 
 Foro: domicílio do adotando 
 
 Jurisprudência: