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2- Defeitos do Negócio Jurídico - 11.02.2014

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DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
- também chamados de vícios do negocio jurídico.
Vícios de Consentimento
1- Erro (art. 139 a 144, cc).
2- Dolo (art. 145 a 150, cc).
3- Coação (art. 151 a 155, cc).
4- Estado de Perigo (art. 156, cc).
5- Lesão (art. 157).
Vícios Sociais
1- Fraude Contra Credores (art. 158 a 165, cc).
2- Simulação (art. 167, cc).
 
1) Vícios de Consentimento
a) Erro
- quando a pessoa se engana sobre um acontecimento, quanto tem uma falsa percepção da realidade (o agente acaba tendo um desconhecimento quanto a circunstancia verdadeira do acontecimento).
- “quem erra, erra sozinho” (ela não é enganada, e sim se engana, erra sozinha).
- Art. 138, cc.
- requisitos: essencial e escusável.
Essencial (substancial): é aquele que tem tal importância (essência) que o seu conhecimento (da situação verdadeira) inviabilizaria a verdadeira realização do negócio jurídico.
- Art. 143, cc: erro acidental (erro de calculo), não é admitido para a anulação do negócio jurídico, ao contrário do erro essencial. (a pessoa sabia que estava errando, sendo assim reparável no momento, mas sem anular, pois a anulação desfaz o negócio jurídico).
- Art. 139, cc: todos são anuláveis.
Inciso I (hipóteses de erro substancial – direito de fato): interessa a natureza do negócio (quando a pessoa pretende praticar o um negócio, mas acaba praticando outro, por erro dela própria – ex: queria alugar a casa, mas por erro próprio, anunciou a venda; quando você empresta algo para alguém, mas esse alguém acha que você está doando a coisa), ao objeto principal (identidade do objeto, quando o erro está no objeto – quando você compra um imóvel em uma rua boa, mas depois descobre que não é a rua que você está pensando) ou a alguma das qualidades a ele essenciais (essencial do objeto; ex: quando a pessoa compra algo achando que é de ouro, mas que na verdade é de metal).
Inciso II (agentes, pessoas do negócio jurídico – direito de fato): identidade da pessoa (intuito personae, pessoa específica; ex: promessa de recompensa, quando você promete para alguém, mas confunde, e acaba entregando o objeto da recompensa para a pessoa errada. Com a anulação, você dará a recompensa para a pessoa certa – art. 142, 144) qualidade da pessoa (quando a pessoa não é aquilo que você pensava, quando a qualidade da pessoa é diferente a que você pensava; ex: você é apresentada para uma pessoa, e essa pessoa se apaixona e casa com você. Uma semana depois, você acaba descobrindo várias coisas “erradas” sobre ele, coisas que alterava a qualidade dele como pessoa – casamento quando a pessoa desconhece a qualidade real sobre aquela situação).
Inciso III (erro de direito – erro contrário á legislação): para conferir o erro de direito, a pessoa tem que estar agindo de boa fé, ela tem que ser essencial, tem que ser um fator basilar dentro da pratica daquele negócio jurídico (ex: a empresa que importa pneus, e importa um lote que no Brasil, acabando de mudar a legislação, não sabia as coisas que eram necessárias. Ou seja, foi contra a legislação, mas não foi de má fé).
Escusável (perdoável, desculpável): é aquele erro que poderia ser praticado, que é esperado, por qualquer pessoa de nível médio (homem médio; homem normal).
- relativização deste requisito: este requisito vem sendo mitigado (diminuindo sua importância – enunciado 12 da jornada de direito civil: art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança).
- Erro e Ignorância: pessoa que não tem o conhecimento justo e esperado (não existe diferença de erro e ignorância para o direito civil, mas se você pegar de forma etimológico (filosofia, biologia, etc), há diferença sim, sendo a ignorância mais grave (forte) nessas outras matérias).
- Erro e Vício Redibitório: vão se dar a qualidade do objeto que está de algum modo viciado. No vício redibitório, há um vício quanto a qualidade do objeto, mas é um vício oculto. Se é oculto, a pessoa não percebe na primeira vez. (ex: você compra uma máquina fotográfica e usa sem problemas, com o tempo, você percebe que ao tirar a foto ela não salva o que foi tirado. Ou seja, você só percebe o problema depois – art. 441, cc). Se for um bem móvel, terá o prazo de 30 dias para entrar com uma ação redibitória para tentar desfazer o negócio, se for um bem imóvel, será um ano. Ou seja, no erro o vício é aparente, e no redibitório o vício é oculto.
b) Dolo
- quando a pessoa é enganada por outro.
- a vítima (pessoa que foi enganada) terá que provar que foi enganada.
- manobras maliciosas, intencionais (dolo) é o que a pessoa usa para enganar ao outro.
- Classificação: dolus bonus; dolus malus (principal, acidental).
- não necessariamente a vítima do dolo terá prejuízo, mas mesmo ela não tendo prejuízo, o agente estará agindo com dolo.
Dolus Bonus: não será passivo de anulação, pois é aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro. Dolus Bonus é a pratica que os comerciantes tem de sempre falar bem dos produtos que vendem.
Dolus Malus: passível de anulação. E é aqui onde o agente age tentando ludibriar (enganar) a vítima.
- Principal: art. 145, cc. Será passível de anulação, pois é a parte mais importante do ato jurídico.
- Acidental: é uma mera circunstancia dentro do negócio principal, não sendo passível de anulação, somente de reparação dos danos. (art. 146, cc).
Art. 147, cc:
- Positivo: comissivo, é praticado com uma ação.
- Negativo: omissivo, é praticado com uma omissão. Silêncio intencional.
- Dolo de Terceiro (art. 148, cc.): é passível de anulação (ex: se o terceiro sabia da pratica ilícita, o negócio jurídico seria anulado; se o terceiro não sabia, mas deveria saber de acordo com as circunstancias (pois era presumido que o que estaria acontecendo), também será anulado; se o terceiro não sabia e se não era esperado dela (pois não estava fácil perceber que estava sendo enganado), o negócio jurídico não será anulado, somente reparado por perda e danos).
- Dolo Bilateral (art. 150, cc.): não é passível de anulação, pois as duas partes estão agindo com dolo. Se os dois então agindo com dolo, um querendo enganar o outro, nada será anulado.
c) Coação
- = violência (art. 1.814, II).
- coação é quando a pessoa é forçada, ameaçada psicologicamente.
- passível de anulação.
- espécies de coação:
1- Coação Absoluta (física): vis absoluta; a pessoa não tem nenhuma saída, ela não consegue expressar de nenhuma maneira a sua vontade. Foi forçada fisicamente á prática daquele ato. Não tinha escapatória, nenhuma manifestação de vontade. Não é anulável, pois é inexistente (falta o elemento da manifestação de vontade, não sendo assim um negócio jurídico).
2- Coação Moral: vis compulsiva; é a coação psicologia que vai influir na decisão da pessoa. É passível de anulação.
- requisitos da coação
1- deve ser causa determinante do ato: conta da coação, a pessoa acabou agindo daquela maneira (a vítima acabou sucumbindo á ameaça; coação sendo propriamente aquela ameaça que decretará por fim a realização do negócio jurídico).
2- deve ser grave: art. 152; quando a ameaça amedronta a vítima, tendo dois critérios (critério abstrato: o juiz analisa primeiro o objeto abstrato; critério concreto: art. 152, na analise do caso concreto, será analisado tanto o sexo do agente, a idade, o gênero, as circunstancias de fato, a saúde, condição, temperamento, etc). *E o simples temor reverencial? Art. 153, não será considerada coação o simples temor reverencial, pois é uma ameaça “aceita” pelo direito.
3- deve ser injusta: é uma ameaça contrária, abusiva, ilícita, do direito. *E o exercício normal do direito? Não vai ser considerado como coação, pois é aquela ameaça que não é ilícita (amaça que o autor tem o direito de usar).
4- deve dizer respeito a dano atual ou eminente: a pessoa foi coagida imediatamente (naquele momento).
5- deve ter um prejuízo à vítima, ao seu patrimônio ou a pessoa de sua família: art. 151; a coação afeta a integridade física da pessoae sua honra (ex: quando a pessoa é torturada, sendo forçada a realizar o negócio jurídico). Cumprindo todos esses requisitos, que a vítima poderá entrar com um pedido de anulação.
- contagem de prazo: começa a contar a partir que sessa a ameaça.
d) Estado de Perigo
- art. 156, cc: visa anular o negócio jurídico.
- a vítima pratica o ato jurídico por si só, não sendo ameaçada por ninguém, mas por conta de estar sofrendo de um momento relevante de stress ou perigo.
- ex: quando uma pessoa acaba assumindo uma obrigação onerosa para salvar-se ou a alguém de sua família (pessoa que se perdeu no meio do mar e acaba oferecendo uma recompensa muito alta para conseguir ser salvo).
- o direito aceita a anulação com base no Princípio da Proporcionalidade, Princípio da Boa Fé (exigida nos contratos), Princípio da Probidade (leal, verdadeiro), etc.
- requisitos do estado de perigo:
1- situação de necessidade: tem que mostrar que você faria tudo para salvar-se ou salvar alguém de sua família.
2- dano atual, eminente e grave.
3- nexo de causalidade: deve haver o nexo de causalidade entre o negócio jurídico (manifestação de vontade) e a obrigação onerosa (dano, estado de perigo).
4- tem que incidir sobre a pessoa que realizou o negócio jurídico ou alguém de sua família.
5- *conhecimento do perigo pela outra parte: dolo de aproveitamento (ex: o hospital que pede uma quantia exagerada para a pessoa ser cuidada, ela tem que saber que a vítima está no estado de perigo; se a pessoa estar agindo de boa fé e não estar consciente do estado de perigo da vítima, será pedido somente a reparação dos danos, e não a anulação).
6- a vítima consente no momento: consente porque a vítima faria qualquer coisa para resolver a situação.
- efeitos do estado de perigo:
- art. 171, inciso II.
- dolo de aproveitamento, má fé: será passível de anulação.
- é justamente quais são as consequências do estado de perigo na prática. Quando é anulável, a pessoa pode ou não entrar com uma ação para reparar o dano. Se fosse nulo, não poderia.
e) Lesão
- art. 157, cc.
- a pessoa está sob necessidade.
- a pessoa quer salvar seu patrimônio.
- decreto 22.626/33.
- agiotagem (pessoa que empresta dinheiro com altos juros).
- elementos da lesão:
- requisito objetivo: desproporção entre as prestações reciprocas (o que vai gerar o dano).
- requisito subjetivo: a pessoa que acabou sendo vitimada pela lesão, foi pela inexperiência (pessoa que não possua a qualidade técnica para perceber que estava sendo passada pra trás) ou premente necessidade (não quer dizer que a pessoa é pobre, quer dizer que a pessoa não conseguiria evitar aquele contrato – ex: o indivíduo querer salvar a empresa).
- desproporção: taxada (tarifa fixa) ou tarifa em conceito aberto – art. 157, parágrafo 1.
Lesão =/= rebus sic santibus: teoria da imprevisiabilidade.
- efeitos da lesão:
- art. 157, parágrafo 2.
- principais diferenças entre estado de perigo e lesão:
1- no estado de perigo o agente deve ter conhecimento da situação de perigo (dolo de aproveitamento), já na lesão, isso não é exigido.
2- no estado de perigo não se aceita anulação por inexperiência, ao contrário do que ocorre com a lesão.
3- no estado de perigo a pessoa está sofrendo dois males (está para salvar a si próprio ou sua família, ou perder parte do seu patrimônio e ficar falido).
2) Vícios Sociais
a) Fraude Contra Credores
- art. 158, cc.
- quando o devedor insolvente aliena ou onera os seus bens, ou ainda realizam a remissão (perdão) de dívida, com o objetivo de prejudicar credores (para que eles não recebam) – ex: a pessoa aliena o seu bem com vista a prejudicar os credores. Ex: quando o indivíduo da à casa de garantia da dívida, mas antes da dívida ser paga, vende a casa para outra pessoa; Ex2: quando o indivíduo perdoa uma dívida, sendo que ele precisa do valor dessa dívida perdoada para pagar outra dívida.
- requisitos:
a.1-> eventos domni (objetivo): é o prejuízo, dano, causado ao credor.
a.2-> consilium fraudis (subjetivo): se o devedor tinha ou não consciência do seu ato, se tinha ou não intenção de prejudicar. art. 158: quando o indivíduo realiza a remissão de dívida; art.159: será anulável o contrato que acabou lesando os credores, se aquela insolvência era notória ou se exigia-se do terceiro o saber daquela insolvência. 
a.3-> anterioridade do crédito: art. 158, parágrafo 2: se esta insolvência não for notória e o adquirente não tinha nem motivos para conhece-la, a mesma conservará o bem.
- *ação revocatória: ação pauliana.
- fundamentos da ação; visa anular o negócio jurídico.
**a) art. 158, caput: doação gratuita de bens; negócios que tangem transmissão gratuitas de bens.
**b) art. 158, caput: remissão de dívida.
c) art. 159: se dá com base nos contratos onerosos (insolvência notória (de conhecimento de todos) ou quando há motivos para se conhecer (motivos fáticos)). Se não for notório ou se não havia motivos pra conhecer, seria um caso em que o adquirente do negócio jurídico está agindo de boa fé.
d) art. 162: antecipação de pagamento feito a um dos credores quirografários em detrimento dos demais (ex: a pessoa usa cinco cheques sem fundo e, quando conseguir dinheiro, paga uma das contas antes de todas ao invés de dividir o valor para ir quitando todas). A ação pauliana é movida em face do devedor e aquele que recebeu antecipadamente. Não se exige o consilium fraudis. 
e) art. 163: o devedor irá outorgar uma garantia a somente um dos credores Não se exige o consilium fraudis.
**nessas duas espécies de fundamentos da ação pauliana, não haverá necessidade de provar o segundo requisito (não há necessidade do terceiro (aquele que recebe a doação ou tem sua dívida perdoada pelo fraudador) ter conhecimento que o fraudador deve).
- resumo dos tipos de credores no direito civil:
- quirografários: seus créditos serão relacionados á obrigações (direito obrigacional; prestações).
- com garantia real: exercem garantia sobre o bem imóvel (navio; avião). Pode ser chamado de credor com garantia real ou credor hipotecário.
- pignoratício: exercem sobre bem móveis (bens móveis que são passivos de penhor).
- anticrético: garantia exercitável sobre rendas (anticrese).
- legitimidade para propor a ação pauliana: 
- os credores quirografários e os demais credores.
- réu da ação pauliana seria o próprio devedor, ou nos casos anteriores, os terceiros, adquirentes.
- art. 160 e 164.
b) Simulação
- art. 167.
- cenário que se arma para fins de não identificar a verdadeira intenção do agente, pois a verdadeira intenção do agente visa prejudicar terceiros ou fraldar a lei.
- declaração enganosa de vontade visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado.
- características:
- ato bilateral: duas pessoas que maliciosamente agem para enganar.
- conluio entre as partes: relação intima em que as partes se unem para enganar (simular).
- prejudica terceiros ou visa fraldar a lei: fraldar a lei está prejudicando todo o Estado, sistema.
- manifestação de vontade diz conforme com a verdadeira intenção.
- tipos:
b.1-> absoluta: as partes, na realidade, não realizam nenhum negócio jurídico, apenas fingem para criar uma aparência sem que na verdade desejam o ato (ex: simular a venda de um imóvel, onde a vítima acredita que realmente está comprando).
b.2-> relativa ou dissimulação: a pessoa quer praticar o negócio jurídico ilegal (para prejudicar os outros), mas para de safar e ninguém descobrir, ele praticará um outro ato (legal). Haverá dois negócios jurídicos (atos distintos), onde um é simulado (aquele aparente; que é visto pelos outros; legal) e o outro é dissimulado (oculto, ato ilegal).
b.2.1-> simulação relativa objetiva: visa violar a lei.
b.2.2-> simulação relativa subjetiva: utilização da “testa de ferro” (pessoa interposta; “laranja”). A intenção é conferir direitos á uma pessoa.
- art. 167: a consequência principal é a nulidade do negócio jurídico.

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