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Cuidados pré e pós cirúrgicos

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Cuidados pré e pós-cirúrgicos
Cuidados pré-operatórios
Anamnese completa
Queixa, sinais, dieta (ultima alimentação), exercícios (sedentário ou ativo), ambiente que ele vive (casa, apartamento, sitio), problemas médicos anteriores, tratamento atual, ultima vacinação feita.
Exames
Condição geral do animal, animais traumatizados: deve ser feito exames ortopédicos e neurológicos. Exames complementares como perfil hepático e renal é importante para animais mais jovens. Animais mais idosos: hemograma e bioquímica voltados ao caso do animal, ECG e ECO são essenciais. 
Risco cirúrgico
Prognostico Excelente – potencial mínimo de complicações. Cirurgias eletivas e procedimentos rápidos.
Prognostico Bom – alta probabilidade de bons resultados, pouco risco de complicações. Animal que faz cirurgia eletiva com doença pré-existente controlada.
Prognóstico Razoável – cadelas com piometra, complicações serias possíveis e com recuperação prolongada. 
Prognóstico Reservado – associação com muitas complicações. Animal que sofreu trauma na coluna, por exemplo. 
Prognostico Ruim – alta probabilidade de morte durante ou após o procedimento. 
Deixar o proprietário ciente dos riscos cirúrgicos, complicações do quadro do animal, e sempre emitir um termo de compromisso (procedimento, anestesia, etc). 
A estabilização do paciente é essencial antes da cirurgia, pode ser rápida ou lenta. Ver necessidade de entrada de antibióticos antes do procedimento, ex: limpeza de cálculo. Avaliar risco de vida antes de focar no trauma propriamente dito.
Ponto chave: na pele do animal há contato com as bactérias saprófitas que compõem a microbiota, importante reduzir essa carga através de técnicas de antissepsia e assepsia – banho no animal no dia anterior em casos não emergenciais em que não houve tempo para esse cuidado. 
Restrição dietética: entre 6 e 12 horas antes da anestesia, em animais muito jovens esse jejum prolongado não é necessário. Restrição hídrica: 4 a 8 horas, o animal entra em estado de desidratação caso esse período se prolongue. Em casos de intervenção cirúrgica no intestino grosso, a restrição dietética é de 48 horas (antes e depois da cirurgia) e/ou antibióticos (imediatamente antes e no pós-operatório) para evitar complicações com o bolo alimentar no segmento em que foi feito o procedimento cirúrgico, também é necessário fazer enema. 
Se for viável, deve ser recomendado que o animal defeque e urine antes da cirurgia para reduzir riscos durante o procedimento. Bexiga vazia facilita os procedimentos abdominais. 
Tratamento dos pêlos: tricotomia ampla na região da incisão, pelo menos 20 cm para cada lado. Navalhas provocam microulcerações na pele – evitar seu uso –, eliminar pêlos soltos com o aspirador. Antissepsia do local com 1 parte de polvidine tópico para 9 de soro estéril numa seringa de 10 ml – lavagem do prepúcio é importante principalmente em animais inteiros – realizar essa limpeza pelo menos umas 2 vezes antes da cirurgia. Começar de um lado pro outro, sem voltar com o chumaço de gaze para o local inicial; ou do meio para fora. Polvidine Degermante > Álcool > Polvidine Tópico; ou Clorexidine Degermante > Clorexidine Alcoólico. Na primeira fase da antissepsia, pode esfregar o local e passar soro fisiológico logo após para retirar esse elemento saponáceo. 
No posicionamento, não interferir na respiração, inervação e vascularização. Quanto menor a circulação no bloco cirúrgico, melhor. O campo cirúrgico deve sempre cobrir todo o corpo do animal, expondo somente a área que o cirurgião vai trabalhar.
Cuidados pós-operatórios
Extremamente necessário a avaliação da depressão do SNC, alterações no sistema respiratório, cuidado com animais com alterações anatômicas (braquicefálicos, por exemplo, são retirados no plano por ultimo). Hipotensão pode ocorrer no trans e/ou pós-cirúrgico (pressão sistólica menor que 90 mmHg ou pressão media menor que 70 mmHg), sinais: mucosas pálidas, TPC >2 seg, pulso periférico deficiente, animal não urinou ou a bexiga está vazia, animal deprimido, extremidades frias. Tratamento: vasopressores, inotrópicos positivos e fluidoterapia intravenosa mais agressiva. Taquicardia está associada a dor, assim como hipertermia, hipotensão, hipoxemia – formas compensatórias. Bradicardia: tratar com atropina. 
A avaliação da temperatura do animal após a cirurgia é essencial, pois há perda de temperatura durante o procedimento e essa perda tem que ser compensada de 0,5 a 1ºC por hora. Precisam de mais O2 para funcionamento dos órgãos, hipoglicemia porque o frio inibe a liberação de insulina. Deve-se prevenir a perda de calor com: colchões e bolsas térmicas (que nunca devem ser colocadas diretamente sobre o animal) e mantas. 
A dor pós operatória é determinada com a observação do comportamento do animal. Sinais: proteção do local operado, animal quieto e recluso, não aceita comida nem água, ganidos e agitação são delírios que podem ser confundidos com dor pós operatória. Tratamento com analgésicos ou anestésicos locais antes do procedimento cirúrgico, protocolo anestésico com anestésicos de longa duração. Bloqueios específicos, analgésicos, Cloridrato de Tramadol: 1 a 4 mg/kg Morfina: 0,3 a 0,5, Dipirona: 25mg/kg. AINES: Meloxicam: 0,1 mg/kg SID, Cataflan (?): 2,2 a 4,4 mg/kg SID ou BID. Cuidado com nefropatas e cirurgias de piometra – deposito de imunocomplexos – hipovolemia prolongada que provoca lesões renais.
Pode haver sangramento no local operado, determinar se é por coagulopatia ou do procedimento cirúrgico em si. O tratamento de hemorragia consiste em determinar se provém de artérias ou veias calibrosas; deve-se fazer uma ligadura do vaso de origem da hemorragia; bolsas de gelo no local da ferida para vasoconstricção em vasos com sangramento mais brando. Uma esponja hemostática pode ser colocada no local para estancar a hemorragia imediatamente. Transfusão sanguínea somente se necessário. 
Fazer avaliação do retorno da consciência, dos reflexos protetores, palpebral, pupilar, reflexo de deglutição, se atende pelo nome, se segue um objeto pelo olhar, temperatura em torno de 37 a 38ºC. Se esses parâmetros não estiverem normais, o animal deve permanecer em observação. 
Recomendações sempre inerentes ao: transporte do animal, aos ruídos que devem ser reduzidos, local de repouso reduzido, tomar cuidados apropriados com os curativos, uso do colar elisabetano e/ou roupa cirúrgica, manter decúbito esternal. Alimentação espontânea a partir do retorno da consciência, cuidado com miíase, observar sangramento, limpeza da ferida cirúrgica de 12h as 24h e retirada dos pontos no momento ideal, solicitação de exames especiais e específicos (histopatologia em nódulos retirados, citologia, RX). Medicamentos prescritos: para uso interno, é necessário pelo menos um antibiótico e um antiinflamatorio; e para uso externo se recomenda curativos, pomadas, antissépticos. Fazer receituário com identificação do animal, nome do proprietário, espécie, idade e peso. Medicamentos de uso interno, uso externo e tópico e recomendações. 
Pós operatório mediato: primeiras 24 horas até 7 a 14 dias depois da cirurgia. Estimular alimentação, deixar o animal em local restrito para impedir a formação de seroma e consequente deiscência de sutura, hidratação, deangulação – pode haver necessidade de intervenção cirúrgica posterior.
Pós operatório tardio: depois de 10 dias, meses ou anos. Importante para cirurgias ortopédicas, neoplasias (metástases e recidivas).

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