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MARCADORES INFLAMATÓRIOS - REUMATOLOGIA A IL-6 estimula a produção de PCR pelo fígado em contextos inflamatórios expressivos. A proteína C reativa possui uma função pró-inflamatória e anti-inflamatória. O valor normal é entre 4-6 mg/L. Obs. Na aterosclerose ocorre variação do PCR na faixa de normalidade, por isso usa-se a PCR ultrassensível. O estimulo que ocasiona injuria tecidual leva ao aumento determinadas proteínas (BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS) com ações pró e anti-inflamatórias e podem estimular ou inibir a produção umas das outras. A investigação dos biomarcadores geralmente é feita na procura de proteínas pró-inflamatórias. Podem ser positivos (se elevam) ou negativos (diminuem com a resposta inflamatória). As provas de atividade inflamatória não são provas diagnósticas, servem apenas para monitorizar a atividade da doença ou resposta ao tratamento. As proteínas de fase aguda ou provas de atividade inflamatória são usadas para: - Determinar se está ocorrendo um processo inflamatório e discriminar doenças inflamatórias ocultas; - Discriminar condições clínicas que apresentam distintos perfis de alterações de prova de fase aguda, como infecção x autoimune, infecção viral x infecção bacteriana, infecção x rejeição de transplantes, etc; - Avaliar extensão e atividade da inflamação e monitorizar o curso da doença e a resposta às intervenções terapêuticas; São divididos em 4 grupos: Proteínas de defesa do hospedeiro: PCR, fibrinogênio, proteínas do complemento; Inibidores de proteinases séricas: alfa1-antiproteinase, alfa1-antiquimiotripsina, alfa2-antiplasmina, inibidor do C1 esterase; são produzidos para limitar o dano tecidual. Proteínas de transporte com atividade antioxidante: ceruloplasmina, hemopexina, haptoglobina; Outras: proteína sérica amiloide (SAA), antagonista do receptor de IL-1, fosfolipase A2 secretória grupo IIA; Os marcadores disponíveis são: PCR - PROTEÍNA C REATIVA A função da PCR é ligar-se a patógenos e células lesadas e iniciar o processo de eliminação pelos fagócitos fazendo opsonização. Ativa a secreção de citocinas pró-inflamatórias pelos fagócitos. A determinação da PCR É MAIS SENSÍVEL, avaliando uma resposta rápida por uma medida direta. Mostra também a extensão do processo inflamatório, principalmente em infecções bacterianas, reações de hipersensibilidade, isquemia e necrose tecidual. Obs. Os valores de PCR podem estar aumentados em caso de obesidade, tabagismo, DM, uremia, HAS, uso de ACO, distúrbios do sono, envelhecimento, etc. FIBRINOGÊNIO E VHS O fibrinogênio é abundante no plasma e participa do processo de hemostasia, reparo tecidual e cicatrização A VHS reflete o aumento da concentração plasmática de proteínas de fase aguda, principalmente a de fibrinogênio. Portanto, avalia uma resposta lenta por medida indireta. O processo inflamatório provoca aumento dos fatores plasmáticos que diminuem a força repulsiva entre as hemácias (o fibrinogênio), causando agregação e aumento da VHS. O VHS é bastante sensível, mas pouco específico. PROTEÍNA SÉRICA AMILOIDE A (SAA) O IL-1, TNF e IL-6 induzem sua produção no fígado. Atua na quimiotaxia de PMN, opsonização (ativa a via clássica), tem função reparadora tecidual e é o marcador mais sensível de inflamação aguda. A estimulação crônica de sua produção pode estar relacionada à progressão da artrite reumatoide. α-GLICOPROTEÍNA ÁCIDA (AGP) É sintetizada pelo fígado, granulócitos e monócitos, com função pró e anti-inflamatória. Promove inibição da resposta quimiotática e produção de superóxidos pelos neutrófilos, inibição da agregação plaquetária, induz liberação de citocinas de monócitos. Em suma, os marcadores de fase aguda que se elevam inicialmente são a PCR, a SAA e o VHS. APLICAÇÃO CLÍNICA DOS MARCADORES INFLAMATÓRIOS ARTRITE REUMATOIDE (AR) - O aumento gradativo do PCR no inicio do processo indica mau prognóstico e doença erosiva progressiva; - O VHS reflete a atividade de algumas semanas (elevação e declínio lentos) - Os pacientes em pior estado clínico são aqueles com PCR e VHS elevados FEBRE REUMÁTICA - A dosagem de AGP auxilia no diagnóstico, permite monitorização evolutiva da atividade da doença (tem elevação mais tardia que a VHS e a PCR) e sua normalização indica remissão clínica. - A VHS elevada indica atividade da doença, mas seus níveis não se relacionam à gravidade do quadro. LUPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) - Os pacientes com doença ativa e VHS elevadas podem apresentar níveis normais ou discretamente elevados de PCR. - A dosagem dos níveis de IL-6 tem boa correlação com a atividade clínica - Níveis elevados de PCR nesses pacientes estão mais relacionados a infecções. FATOR ANTINUCLEAR (FAN) As doenças reumáticas são caracterizadas pela presença de um ou mais auto-anticorpos que reagem com componentes do núcleo, citoplasma ou superfície das células. Essas doenças são analisadas laboratorialmente pelo método de FAN. Os anticorpos pesquisados são da classe IgM, IgA e IgG. A pesquisa de auto-anticorpos contra antígenos celulares, também conhecida como fator antinúcleo ou FAN, tem grande utilidade na investigação de doenças autoimunes. Porém, esse teste não é específico para nenhuma doença do colágeno. Vários medicamentos podem induzir títulos de FAN elevados que usualmente decrescem após a retirada do medicamento. As drogas que causam são Hidralazina, Carbamazepina, Hidantoína, Procainamida, Isoniazida, Metildopa, AAS, entre outras. - Anti-DNA de cadeia dupla (anti-dsDNA): encontrados primariamente no LES em 70-80% dos casos. A concentração de antígenos correlaciona-se com a atividade da doença. A presença de anticorpos anti-dsDNA correlaciona-se particularmente com a atividade da nefrite lúpica. Se o LES não está em atividade, o anti-DNA é negativo. - Anti Histona: estão presentes em 96% dos pacientes com lúpus induzido por drogas e em 30% do LES. Ocorre em 15-20% dos pacientes com AR. - Anti-SSa/Ro: o Ro é uma proteína citoplasmática ligada ao RNA, cuja função é desconhecida. Está presente em cerca de 70% dos pacientes com síndrome de Sjogren primária e na Sj associada a AR está presente em 40% dos casos. Marca as formas de lúpus neonatal, lúpus subagudo cutâneo e na síndrome do anticorpo antifosfolipide. - AntiSSb/La: são contra partículas proteicas do RNA que parecem participar como um co-fator para a RNA polimerase. O anti-La geralmente acompanha o anti-Ro, e a presença de ambos no LES está associado a uma doença mais leve que aquela em que o anti-Ro está presente isoladamente. - Anti-snRNP: altos níveis de RNP, na ausência de anti-Sm, são fortemente sugestivos de doença mista do tecido conjuntivo, que se manifesta por acometimento cutâneo do tipo esclerodérmico, miosite e sinovite tipo reumatoide, onde aparece em 100% dos casos. - Anti-Sm: possui alta especificidade para o LES. Raramente presente em outras desordens. AUTO ANTICORPOS EM REUMATOLOGIA Auto anticorpos marcadores de Doença: são específicos de uma doença DOENÇA AUTO ANTICORPO LES Anti-dsDNA, antiproteína P (distúrbios neurológicos) ribossomal, anti-Sm Granulomatose de Wegener cANCA Esclerose sistêmica forma difusa Anti-Scl70 Esclerose sistêmica forma limitada Anticentromero (ACA) Polimiosite Anti-Jo1 Artrite Reumatoide Anti-CCP Doença mista do tecido conjuntivo Anti-U1 snRNP Síndrome antifosfolipide primária ou secundária Anticardiolipina (aCL) Anticoagulante lúpico (LAC) Auto anticorpos marcadores de atividade: - anti-dsDNA associados a nefrite lupica - antiproteina P ribossomal associado a psicoce lúpica - cANCA com atividade clínica da Granulomatose de Wegener - antiCCP com envolvimento extra-articular da AR
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